• capitulo 61 •

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Boa leitura 🌻

Maria Victoria

Os tiros pararam e ouvimos os foguetes em sinal que havia acabado. Recebi as mensagens de Carol e Henrique que eles estavam bem e que já estavam voltando embora, peguei Benjamin que não parava de falar sozinho e coloquei ele deitadinho na minha cama comigo fazendo ele dormir. Acabei pegando no sono e só acordei com Caroline me cutucando.

— Acorda mãe. - Carol disse me chaqualhando.

Olhei assustada pra Benjamin que respirava normalmente e me aliviei. Fui levantando lentamente enquanto Caroline me olhava com um semblante tenso.

— Que foi menina? - Perguntei colocando travesseiro ao redor de Benjamin e saindo do quarto.

— A Jade morreu. - Caroline disse aflita.

Fiquei olhando pra ela tentando raciocinar e quando entendi arregalei meus olhos colocando a mão na boca.

— Como assim Caroline? - Perguntei.

— Ela tomou um tiro na garganta na invasão. - Carol disse.

Passei a mão na garganta e fiquei pensando nela, ela era uma pessoa boa pelo oque eu ouvia e conhecia.

****

Ouvi a porta se abrir e vi Bruno entrando, já devia ser umas duas da manhã, eu estava com Benjamin no colo dormindo enquanto assistia alguns documentários sobre abortos.

Seu semblante era de cansado, ele foi pra cozinha e quando voltou ele se sentou do meu lado bufando.

— Minutos antes ela tava comigo Maria. - Bruno disse e eu olhei pra ele sem entender. - A Jade queria a menorzinha dela, e eu consegui pegar, só a Jade que agora tá morta mano. - Bruno falou passando a mão no rosto.

— Calma Bruno, e o Guilherme? Tá aonde? - Perguntei.

— Ele foi ver os barato do enterro, eu to indo pra lá, eu vou arcar com tudo pô, Guilherme não tem dinheiro pra bancar. - Bruno disse e eu assenti indo beijar ele.

Ele se levantou e foi subir, peguei Benjamin e subi também colocando ele no berço. Eu não conseguia dormir, me troquei rapidamente e fui atrás de Bruno vendo ele no banheiro se enxugando.

— Eu vou contigo. - Falei e ele me encarou.

— Não vai não, fica tu aqui. - Bruno disse pegando a escova de dentes e colocando pasta.

— Eu quero ir caramba, dar uma força pro Guilherme. - Falei e ele me encarou de canto com a boca cheia de espuma de pasta.

— E o Benjamin? - Ele perguntou.

— Ele dorme a noite toda, antes de a Caroline ir pra escola eu volto pra cá pra ele não ficar sozinho. - Falei e ele assentiu com a cabeça.

Fui até a janela fechando e vendo que estava garoando, calcei meu tênis e Bruno foi se vestindo.

— Amo tu viu, nunca esqueça disso Maria. - Bruno disse vindo me beijar.

*****

Chegamos no asfalto e fomos até aonde era a funerária, Bruno saiu do carro pegando na minha mão e caminhando rápido até aonde era a funerária, vimos Guilherme sentado bebendo água e quando ele nos viu ele se levantou vindo abraçar Bruno.

— Pô irmão, força ai, nois tamo junto contigo. - Bruno disse no abraço.

Eles se afastaram e eu fui abraçar ele que chorava.

— Ela cumpriu o que ela tinha que fazer aqui e voltou com Deus. A gente tá com você em, você tem que ser forte, a Jade iria querer ver você forte em. - Falei segurando o rosto dele.

Ele assentiu e eu me afastei indo ao lado de Bruno.

— Foi fazer os bagulho do velório? - Bruno perguntou.

— Sem grana irmão, no máximo o que da pra pagar é a coroa de flor. - Guilherme disse.

— Relaxa irmão, eu arco com tudo pô. - Bruno disse e Guilherme abraçou ele agradecendo.

*****

Senhor, você apenas trouxe a calça, precisa trazer a blusa. - O moço da funerária disse vendo alguns papéis.

— Pode ser essa que eu estou vestindo? - Perguntei descendo o zíper do meu moletom e mostrando a blusa.

Era um blusa com gola no pescoço preta cumprida, eu gostava muito daquela blusa, tinha ela a anos.

— Pode sim, pode ir retirar ali no banheiro. - O moço disse apontando pra uma porta.

Fui lá retirei e senti que eu estava fazendo o certo, fui lá e dei a blusa.

• aperta na estrelinha •

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora