• Capitulo 18 •

2K 143 2
                                    

Bruno narrando.

Voltei pra minha cela que eu dividia com um cara que não calava a boca um minuto e sentei naquele colchão fino.

— Tinha bastante nego no pátio? - O mano perguntou.

— Sei lá cara, nem sai pro pátio, é uma salinha pô. - Falei cortando o papo.

— Nem falei meu nome né?! Eu chamo Júnior boiadeiro, sou do Borel. - Ele disse estendendo a mão.

Olhei pra mão dele e continuei na minha, ih qual foi, se acha que vai fazer amizade ele errou o pé, to aqui pra papo não.

Olhei o policial vindo na grade e abrindo o mesmo, fiquei parado olhando pro teto.

— Bora Bruninho... - Policial disse com um tal deboche me prendendo com algema.

Me levantei seguindo ele e fomos guiando até pra uma sala escrito diretor, entrei e já fui sentando sem nem ele falar nada, o policial ficou do meu lado e o diretor me olhou arqueando a sobrancelha.

— Ora Bruno, vai liberar a Rocinha pra gente ou vamos ter que ir pro lado complicado da história? - O diretor falou olhando um papel, fiquei calado e ele colocou fotos da Maria, dos meus filhos e do Jorginho. - E aí, vamos jogar limpo ou sujo Bruno? Eu vi sua mulher na visita e realmente boa escolha. - Ele disse mordendo os lábios.

— Minha Maria não caralho, tu tá doido,... - Mal terminei de falar e já recebi um tapa na cabeça. - E tu cara, mete a mão em mim não, tu não é ninguém não. - Falei me levantando.

— Não terminei ainda Bruno! - O diretor disse e eu sentei bufando. - Você vai ser transferido para Santa Catarina, semana que vem você já vai estar para lá, então diga adeus ao “sua” Maria, imagino que ela vai se divertir bastante aqui... - Ele disse rindo...

Maria Victória narrando.

Minha rotina tava complicada sem Bruno, as crianças começaram a ir pra escola com Dedé que levava por medo de a bope invadir a qualquer momento.

Era quarta feira, arrumei a casa toda e fui me arrumar pra ir pra casa de Teresa, coloquei uma regata e um shorts qualquer, sai pra rua quando vi uma menina na minha direção pisando fundo.

— É contigo mesmo que eu quero falar. - A menina disse berrando.

Eu olhei bem pra cara dela e na hora lembrei, ela era a mulher do Farofa, cruzei os braços e encarei ela.

— Primeiramente fala pra lixuda da sua filha que quando eu catar ela vai ser poucas, e outra você como mãe deveria no mínimo falar pra ela que talaricagem aqui a gente não aceita. - A mulher de farofa disse berrando e apontando o dedo na minha cara.

— Pra começar tira esse dedo imundo da minha cara, e outra quem você pensa que é pra abrir essa sua boca suja pra falar da minha filha?! Ela errou mais quem tinha relacionamento com você era ele então não vem cobrar coisa dela sendo que nem foi cobrar dele. - Falei me desviando dela e descendo.

Mal dei dois passos e senti ela dar dois tapinhas fracos no meu ombro.

— Não vira a costa pra mim vagabunda. - A mulher de farofa disse jogando o cabelo pro lado.

Virei com tudo metendo um murro na cara dela, ela cambaleou e veio pra cima de mim me arranhando, dei mais três murros e senti o melado do sangue na minha mão, logo apareceu Carioca e Dedé separando a gente.

— Quando você trombar comigo ou com meus filhos na rua tu abaixa a cabeça por que se não ai o que eu vou fazer vai ser covardia sua rata do esgoto. - falei me debatendo no Carioca que estava me segurando.

— Calma Patroa, se quiser a gente mete fogo na goma dela. - Carioca disse.

Neguei com a cabeça e sai dos braços de Carioca seguindo meu caminho até Teresa. Cheguei na casa dela já entrando sem nem falar nada. Contei tudo o que tinha acontecido.

— Maria preciso te contar uma coisa... - Teresa falou olhando alguns papéis.

— Sobre o que? - perguntei ligando o ventilador.

— Guilherme... - Teresa disse deixando uma lágrima cair...

• aperta na estrelinha •

Oi meus loves, espero que estejam bem. Peço que vocês votem gente porque assim eu fico animada para escrever, e me mandem o que poderia mudar na história, me dêm idéias. Beijinhos da tia Rebeca ❤️

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora