• capítulo 6 •

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Maria Victoria narrando.

Acordei enrolada no lençol, olhei para o lado e Bruno não estava mais ali, me levantei cambaleando e fui direto pro banheiro tomar um banho e fazer minhas higienes. Sai me vestindo com um vestidinho larguinho e fui descendo pra cozinha.

— Mãe posso ir na casa da Sabrina? - Valentina perguntou arrumada já.

Balancei a cabeça que não e fui pra cozinha fazer o café. Tomei o mesmo e depois comecei a dar uma geral aqui, faxinão de toda sexta feira. Terminei de limpar quase 11:30, esquentei o almoço e fritei bife, chamei o trio parada dura e eles vieram comer.

— Hummm, cê louco mãe, melhor comida, melhor que masterchef. - Henrique disse colocando uma colherona na boca enquanto falava de boca cheia.

— Fecha a boca Henrique! - Carol disse bebericando o suco de goiaba. - Cadê papai? - Carol perguntou sem me olhar.

— Saiu cedo trabalhar. - Falei comendo.

— Nossa ontem tava o fluxo em algum lugar, mo gritaria, gemeção. - Henrique disse rindo.

Arregalei os olhos e fiquei constrangida.

— Henrique, respeito, hora da comida é sagrada. - Falei fechando a cara e terminei de comer.

Terminei de comer e fui limpar as coisas. Ouvi a porta se abrir e continuei a limpar, senti aquele perfume amadeirado e já sabia de quem era.

— Bom dia cachorra. - Bruno disse ao pé do meu ouvido.

— Bruno! Me respeita que não sou nenhuma cachorra. - Falei enxugando a mão.

— Ih alá, não foi isso que tu disse enquanto eu tava metendo em tu ontem. - Bruno disse apertando minha bunda.

Olhei pra ele feio e dei um selinho. Fui pra sala e me sentei no sofá ligando a tv.

— Cadê a Valentina? - Bruno perguntou se sentando do meu lado com o prato na mão.

— Deve tá se arrumando pra ir pra escola. - Respondi.

Ele murmurou um “ hum ”  e continuou a comer. Continuei assistindo até ouvir aquelas gritarias lá em cima. Gritei pra calarem a boca mas não adiantou nada, me levantei e subi lá em cima, entrei no quarto do Henrique e ele estava gritando com Valentina enquanto Carol mandava ele acalmar.

— Que caralho viu, pode nem comer sossegado porra. - Bruno disse aparecendo do meu lado.

O quarto ficou em silêncio. Henrique pegou a bolsa e saiu batendo o pé, ele desceu as escadas e ouvimos a porta da sala bater.

— Oque tá acontecendo aqui? - Perguntei bufando.

Elas não abriram a boca.

— Na hora de perrecar tava na maior gritaria, abri o bico Caroline! - Bruno falou encostando na porta.

Carol arregalou os olhos e respirou fundo.

— É...é que, eu não tenho o que falar. - Carol disse se tremendo. - Valentina é melhor você falar, eu estou aqui com você. - Carol disse segurando a mão de Valentina.

****

Teresa narrando.

Tinha acabado de almoçar com Sabrina e Hugo. Terminei de limpar a louça e fui tomar banho e me arrumar para ir ao hospital.

— Mamãe, posso ir ver o papai hoje? - Hugo perguntou todo doce.

Aquele menino era a cópia do pai, tinha seus cabelos encaracolado, a pele morena, cada tracinho do Dedé.

— Sim meu menino, vai se trocar e vamos. - Falei dando um beijo em sua bochecha.

Ele saiu rapidinho do quarto e eu fui me vestindo com qualquer roupa, passei perfume e desodorante, coloquei minhas coisas na bolsa e vi Henrique sentado no sofá.

— Eai madrinha. - Henrique disse com uma cara nada boa.

— Oi Henrique, tá tudo bem?- Perguntei e ele assentiu.

Chamei Sabrina e ela saiu me dando um beijo. Henrique sempre ia com ela, e ele trazia também, o que ne deixava menos preocupada.

Peguei Hugo e fomos para o hospital, pegamos o ônibus e em meia hora estava na frente do hospital. Entramos e fui na recepção, falei com a moça e ela disse que estava liberado para ir ver ele.

Subi pra uti com Hugo e vi Dedé lá, doía meu coração de vê-lo assim. Chegamos perto dele e os batimentos estavam se normalizando, peguei em sua mão e senti ela gelada.

— Oi meu amor, sou eu a Teresa, to aqui com o Hugo. - falei segurando em sua mão.

Olhei pra Hugo que chegou mais perto do pai e ficou olhando. Hugo não havia visto o pai ainda, preferi que ele não visse e lembrasse do pai assim, mas todos os dias ele vinha sempre falando que resolvi trazer.

— Oi pai, sabe eu to com saudade de você, eu queria que você viesse embora com a gente, queria que jogasse bola comigo, agora eu não tenho com quem jogar, Henrique joga as vezes comigo mas eu queria você pai. - Hugo disse chaqualhando a mão de Dedé.

Puxei ele e Hugo começou a chorar.

— Eu quero o papai agora. - Hugo disse em lágrimas.

Me segurei no último pra não chorar, abracei Hugo e senti uma paz habitar em mim, acariciei os cabelos dele e depositei um beijo.

— Papai ama tu... - Aquela voz grossa e falha soou baixinha.

Levantei meu olhar e vi aquela cena que me arrepiou por inteira.


aperta na estrelinha

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora