• capitulo 36 •

1.8K 139 5
                                    

Bruno narrando.

Tava escuro já, papo que era umas dez da noite, sai pra rua vendo aquelas molecadinha correndo atrás da bola no maior sorriso, isso que me deixava mais feliz, caralho, negada vive as vezes na pobreza mas sempre estão com aquele sorrisão no rosto por aquilo que tem.

— Tá fazendo o que ai sozinho? - Ouvi a voz de Guilherme e o encarei.

— Sem nada pra fazer, sem filhos, sem minha mulher. - Falei suspirando fundo.

— E tu não corre atrás Bruno? Vai deixar ela sair da sua vida assim mano? - Guilherme disse.

— Vacilei com ela, dou razão pra ela, sei que to erradão, mas sabe oque é ficar sem dormir desde que ela guiou embora? Sem ver meus filhos dói, eles são minha vida cara, e outra ela tá com outro, dói né. Quem não faz acontecer vê acontecendo. - Falei marolando.

— Sai dessa Bruno, você vacilou mas corre atrás, deixa ela escorregar pelas tuas mãos não. Qual foi irmão, deixando ela pra outro cara? - Guilherme disse.

Pensei e repensei.

— Oi meninos. - Ouvi a voz de uma biscate aqui do morro.

— Não perde 17 anos por esses 10 minutos com essas dai, Maria Victoria sempre te fortaleceu, ela sim merece valor. - Guilherme disse fazendo um toque e descendo.

— Atrapalhei algo? - A biscate perguntou.

— Minha vida atrapalhou, agora vai circulando que não to pra papo hoje. - Falei entrando pra casa.

Guiei pra cozinha e peguei os fardinhos de cerveja e me sentei no sofá da sala, coloquei uma música qualquer e deixei tocar enquanto eu bebia minha cerveja geladinha e fumava minha maconha, que brisa boa.

— Ô minha Maria, o que eu faço pra te reconquistar? - Falei comigo mesmo.

Fiquei ali e quando percebi já tinha ido o fardinho todo, eu já estava cheirando, meus braços estavam com seringas e eu não via mais nada.

*****

Henrique narrando.

— Eu preciso ir. - Falei baixinho pra Sabrina.

— Fica mais. - Sabrina disse tampando os seios com a coberta.

To ligado que ela tinha vergonha, sempre deixei claro que ela era gostosa, mas se acha que ouve? Ouve nada.

Tirei a coberta me dando a visão dos peitos fartos que ela tinha, aquilo me deixou excitado de novo.

— Amanhã eu volto linda, vou dar um pulo no meu coroa. - Falei beijando ela.

Sai da minha cama e fui me vestindo.

— Não contei pra sua mãe ainda... - Sabrina disse.

— Outra hora a gente conta. Boa to indo. - Falei saindo do meu quarto.

Sai dali e peguei minha moto que meu pai mesmo havia me dado, parti pro morro naquele pique e quando cheguei na goma dele tava tudo apagado, entrei na casa e acendi a luz tendo a pior visão da vida, meu pai caído com o nariz sangrando, seringas nos braços.

— Pai, levanta, caralho pai, acorda ae coroa. - Falei desesperado balançando.

Fui pra fora chamando os vapor pra me ajudar...

******

Olhei no meu relógio e já marcava sete da manhã, levantei a cabeça encarando Caroline e Tubarão vindo em minha direção.

— Cadê o pai? - Caroline perguntou desesperada com os olhos cheios de lágrimas.

Me levantei abraçando ela segurando pra não chorar, mas foi inevitável, chorei como criança ali abraçada com minha irmã...

• aperta na estrelinha•

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora