M A R I A E L I S A 🌻
SEGUNDA
Como eu começo o dia? Me atrasando, já são 7:37 e meu ônibus é as 7:15, é meu povo eu tô é lascada, estou descendo o morro que nem uma doida. O motivo do meu atraso? Dei um grau lá em casa, acho que eu nunca fiz uma faxina tão completa, tão perfeita como eu fiz ontem.
Chego no pé do morro e vejo o Luis trocando um papo com os meninos que ficam lá, ele trabalha no asfalto também, e o melhor tem moto, vai rolar carona hoje, não posso chegar atrasada, tenho horário pra bater cartão.
— E aí meninos, tudo bem com vocês? — eles concordaram, derem bom dia, não prestam mais pelo menos tem educação— preciso da sua ajuda Luis, será que por algum acaso tu não pode me dar uma carona? Eu estou atrasada, super ainda.
— Claro, só que tô só com um capacete aqui, então vamos voar — ele disse rindo e subindo na moto —.
— Então vamos querido — disse dando uma risada e subi na moto também —.
Ele me deu o capacete, demos tchau para os garotos e seguimos em frente, o Luis sabia onde eu trabalhava, ele sempre me salva quando eu estou atrasada, seriamos um perfeito casal de amigos, mais é a vida né.
— Obrigada, me salvou mais uma vez — disse descendo da moto, entreguei o capacete pra ele e comecei a arrumar meu cabelo — .
— Estou pensando na idéia de vir te trazer, é o mesmo caminho pro meu serviço mesmo — ele disse colocando seu capacete —.
— Olha que não é uma má ideia em — demos risadas e olhei o relógio — deixa eu ir se não vou me atrasar de vez, beijão.
Dei um beijo em sua bochecha e corri pra porta mais próxima. Faltando um minuto bati meu cartão. E já fui falar com as meninas. Hoje o dia seria longo, chegaria novas colocações.
Atendi cliente, me estressei, recebia as novas coleções, organizei, vi papelada. Bati meu cartão exatos 17:30, e já fui direto pro ponto porque infelizmente eu não nasci formada e tenho que ir pra faculdade. Pensa em um ônibus lotado, então era esse, desci no terminal e já vi meu outro ônibus então corri pra pegar. Assim que entrei já fui achar um canto pra mim. Desci no meu ponto e fui direto pro restaurante que tem em frente a faculdade. Fui ao caixa e já fiz logo meu pedido.
Achei uma mesa e me sentei, peguei meu celular e vi uma ligação perdida do meu tio, uma não, várias, tem merda no meio.
Retornei a chamada, só tava dando na caixa postal, quando meu prato chegou a bênção atendeu.
IDL
M: Oi tio — falo e dou uma garfada cheia de comida —.
C: Oi Maria, não vem pro morro enquanto eu ou um dos meninos te mandar mensagem — ele disse e pelo o que eu o conheço estava observando algo, e do nada ouço um tiro —.
M: o que está acontecendo? — falei meio alto? falei, mais o medo de perde mais uma pessoa importante pra mim é grande —.
C: O Bope tá lá em baixo, não estão atingindo mais as vezes eles mandam umas balas pra ver se botam medo, alá tão achando que vão botar medo aqui, só se for nos moradores — ele deu uma risada me fazendo dar um sorriso — vai pra sua aula, estuda, presta atenção na aula, e lembra do que sua mãe falou e tu prometeu antes dela partir, fica com Deus, beijos, fé.
M: beijos, fé.
FDL
Eu estou mais que preocupada, mais não posso chegar neles e fala "olha, dá pra vocês ir pra delegacia e ver outras coisas? porque vocês só tão botando medo em gente inocente", mas fazer o que né não.
Terminei minha comida e segui pra faculdade.
— Oi povo desocupado, que tem coisa pra fazer e não estão fazendo — falei chegando no grupinho de colegas aqui —.
— I alá, vê se pode uma coisa dessas— Thiago falou e todos demos risada — fomos pro baile sábado mais a querida não estava, a Bia falou que tava era vadiano.
— Me respeita querido, eu estava colocando as coisas da faculdade em ordem — eu ia falar mais, mas não sou obrigada a nada — por que estou te dando explicação mesmo?
Demos risada, ele ficou me perturbando, e acada um foi para sua sala.
Quando acabou as aulas fiquei encarando por um bom tempo o meu celular, não vou ficar fazendo hora, não mesmo.
Peguei o ônibus, e fiz tudo de novo, peguei o ônibus que dá no morro e graças aos céus achei um lugar para eu sentar. Meu tio e nem os meninos me mandaram mensagem ou ligaram e isso caba sendo um pouco preocupante pra mim.
Assim que desci do ônibus eu vi um monte de policias, pelo jeito os únicos traficantes e pessoas erradas moram aqui, não tenho paciência pra isso não.
Fui andando e quando estava na metade do caminho alguém me para, um policial mais exato, paciência Maria Elisa, paciência.
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Vivendo em dois mundos
Romance[+15] Ela sabe o que quer da vida, ele já tem suas dúvidas. Acha que se fizer ela se apaixonar por ele vai vencer a guerra, que vai ter mais um traficante na cadeia. Ele acha que se entrar nesse jogo de fazer se apaixonar e não se apaixonar, vai sai...