Capítulo 74

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Na primeira página da nossa história, o futuro parecia tão brilhante. Então essa coisa se tornou tão mal. Eu não sei porque eu ainda estou surpresa, até os anjos têm seus planos perversos. E você leva isso para novos extremos. Mas você sempre será meu herói.

Love the way you lie;

Realmente valeria a pena uma pessoa se sacrificar por alguém? A dor de não ter escolhas e mesmo assim optar pelo fácil. Menos cansativo, menos sofrimento, até quando as pessoas vão se acomodar com a facilidade. Cresce cercada por pessoas que fizeram de tudo para me proteger, sem se importar com as consequências. Talvez, meus atos heróicos estão me fazendo pagar o preço.

Privando aqueles que ama, nunca foi meu objetivo. E não é agora que isso vai mudar...

Hoje acordei, tive uma vontade de ver o mar, não dá varanda da minha casa, e sim bem de perto. Clarear um pouco a mente, sendo que minha cabeça está uma bagunça.

-Filha. - Saio dos meus pensamentos, e vejo meu pai se aproximando lentamente. Não imaginava que ele viria atrás de mim. Respiro profundamente, quando ele se senta ao meu lado. - Se lembra quando era criança, e sempre depois da aula, eu te trazia pra cá.

-Velhos hábitos sempre morre. - Digo, mas com uma certa frieza. Não queria trata ele daquele jeito, mas parece uma coisa...

-Você tem razão. - Suspirou ofegante, franze a testa e olho para ele. - Eu errei com você. Não sou um bom pai.

-Isso não é verdade, você sempre foi um ótimo pai... Só eu, que não dei valor para isso. Não fui uma boa filha. - Corrigi dando sorriso triste. Ele pisca algumas vezes, tentado processar o que acabei de dizer.

-Então... Vamos tentar nos redimir, começar do zero...Tipo pai e filha de verdade. - Indagou me analisando meu rosto. Respiro profundamente e concordei com a cabeça. Um pequeno sorriso surgi no seu rosto. Volto olhar para mar, aperto meus joelhos.

Até quando isso vai durar.

Se não posso afastar lo, que é algo impossível por ele ser o meu pai, então tenho que deixar acontecer...

Uma brisa fria bate sobre meu rosto, a sensação que algo ainda está incomodado, me aflige a cada momento. Uma simples conversa com meu pai não é suficiente para meus problemas. Sinto sede de algo a mais, só não sei o que é.

....

Caminhando para casa com meu pai ao lado, no silêncio irritante e uma aflição agoniante. Ao adentrar no local, dou de cara com um ser ruiva na minha sala.

Fala sério! o que ela tá fazendo aqui?

-Romonoff. Sentiu saudades? - Disse meu pai com sarcasmo, se aproximando lentamente, enquanto eu vou em direção às escadas apressadamente.

-Nem um pingo. - Ela respondeu, sem tirar os olhos do celular. Reviro os olhos e subo para meu quarto.

Fecho a porta, observo ao redor do quarto, e arrepio surgi no meu corpo, quando vejo um porta retrato do Silios junto comigo na escrivaninha.  Pego objeto com as mãos trêmulas, respiro profundamente.

De repente, uma coisa surge na minha cabeça. Talvez, me livrado de tudo que faça lembrar dele, pode ajudar mais essa aflição.

Por impulso, e coração acelerado, recolho  tudo que tinha no meu quarto, faz lembrar ele; presentes, fotos tudo.

-Elizabeth. O que está fazendo? - Lanço eu olhar para porta, e vejo minha madrasta me analisando como se eu fizesse algo horrível.

-Estou limpado meu quarto. - Responde secamente, jogando algumas coisas em cima da cama. - Já que você tá aqui, será que pode me ajudar? - Suspiro ao encarar lá.

-Essas coisas... São aquelas que Silios te deu. Por que está jogando fora? - Disse a loira abismada, tocando nas coisas.

-Porque eu não quero mais nada que faça lembrar dele. - Digo, ela analisou o meu rosto por alguns segundos, mas no fundo eu conhecia aquele olhar, de pena. E era uma coisa que não suporto.

Um instante de silêncio se propagou. Ela respirou fundo e assentiu. Ela poderia pensar que estou ficando louca ou algo parecido, mas a verdade que estou lúcida para ver as coisas com clareza.
Com a roupa de Neemia em minhas mãos, a mesma que uso para salvar o mundo. Guardo com esperança que um dia posso usar lá novamente, mas no jeito que estou, não sei se isso vai acontecer. Somente Deus é que sabe.

[...]

Ao cair da noite numa brisa fria, decide ficar na varanda, parecia que eu estava perdida na minha cabeça, como se estivesse no labirinto, mas invés de encontrar a saída, eu estava atrás da verdadeira Elizabeth. Deixando apenas uma garota assustada que tem medo de perder tudo que ama.

-Queria conversar comigo ? - Viro meu rosto suficiente para ver a pessoa, que infelizmente desejo está aqui nesse momento.

-Sim. - Digo, com a voz fraca. Não sei se terei coragem de fazer isso.
Steve se sentou na cadeira ao meu lado, ele me analisava cuidadosamente e ao mesmo tempo com sinal de interrogação no rosto.

Respiro profundamente e peço a Deus que ele possa compreender tudo.

-Eu quero ser sincera com você. Nesses dias eu não tô me sentindo bem. - Suspiro olhando fixamente para ele. - Não sei se é por causa da morte do Silios, ou pelo que passei quando estava presa... - Digo, seu olhar estava confuso, queria entender o que está acontecendo.

-Por que não me contou antes? -Ele disse preocupado, respiro fundo.

-Não tive coragem, e achei que não era nada. Mas percebi que estava enganada. - Responde seria. - Os vilões sempre tem as suas artimanhas contra nós, mas o seu alvo de fato, é nos atingir. Tocando no ponto fraco. - Falei com dor uma no peito. - Despedaçado, tirando tudo que você tem, até ficar sem nada. - Exclamei, ouço ele dá um suspiro e me encarar com ternura, mas no mesmo jeito continuei. - Eles não vão parar... Enquanto não me tirarem tudo.

-O que quer dizer com isso? - Sua voz saiu com receio, pois já sabia o que eu queria.

-Eu quero terminar com Steve. - Digo com dificuldade, mas o suficiente para ele ouvir. Sentia seu olhar pesado sobre mim.

-Você não pode tá falando sério. - Ele diz ao se levantar da cadeira, faço o mesmo tentando repor forças para não chorar.

-Sim, estou falando sério... Desde que a gente começou a ficar juntos, sempre achei que não era a pessoa ideal para você. O cara que ficou 70 anos congelado, que teve uma oportunidade de ter uma segunda chance na vida. - Sinto lágrimas solitárias descerem sobre meu rosto.
-Deveria aproveitar a vida ao lado de alguém que o mereça... Mas essa pessoa não sou.

-Não pode jogar tudo que a gente tem fora. Como acha que eu tô me sentindo. - Ele disse se virando para olhar nos meus olhos.

Às lágrimas insistia em descer, eu não queria olhar nos olhos dele.

-Não estou pedindo que me esqueça, que esqueça o que sente ou que fez por mim, apenas peço... Que entenda. - Digo com minha garganta doendo, mas não quanto meu coração. Sua expressão não conseguia identificar, sei que não está sendo fácil pra ele, mas vai ser melhor para nós dois.

-Tudo bem... - Ouço ele dizer dando suspiro, seu olhar impenetrável se sustentou por alguns segundos, mas para me parecia séculos. Como se fosse o último.

Homem que não está acostumado de perder uma guerra, mas quando vê que está perdendo a mulher que ama se torna vulnerável.

Ao ver ele sair, meu coração se despedaça por inteiro. Se algo que aprende na vida é só com a dor, que conseguimos algo grandioso.

A Filha Do StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora