- O que foi, Hawk? - Murmuro em um bocejo cansado ao sentir o cachorro pular sobre minha cama.Com a língua para fora e respirando fundo, que mais parecia um porco fazendo barulho, Hawk lambe minha mão e esfrega a cabeça em meu braço pedindo carinho.
Sonolenta me sento na cama e jogo meu cabelo sobre o ombro e esfrego meus olhos para tentar espantar o sono. Que ultimamente tenho para dar e vender.
- Você tá com fome? - Cochicho para o cachorro e deslizo para fora dos meus cobertores e preguiçosamente calço minhas pantufas de ovelhas.
- Vamos cachorro esfomeado.
Hawk ultimamente ou sempre, não sei, estava tendo fome durante a madrugada e isso estava acontecendo comigo também. Silenciosamente destranco a porta do meu quarto e ando até às escadas descendo-as devagar e acendo a luz da sala para ir até a cozinha, não que eu tenha medo.
Hahaha, sou velha pra ter medo do escuro... Mas tenho.
- Você tem ração. - Reviro os olhos e olho para o cachorro que se esfrega nas minhas pernas como um gato - Então o que você quer?
Bocejo e abro a porta da geladeira de inox, sem pressa procuro algo que me agrade e puxo de lá um pote de iogurte natural e outro com morango.
Não é desejo de grávida... Eu acho.
Hawk solta uma espécie de latido ou uivo e eu olho para ele com seriedade.
- Ah qual é? - Reclamo - Isso é meu, sabia?
E como se ele estivesse me respondendo, Hawk pula em minhas pernas.
- Não vai se acostumando - Digo e me agacho para dar um dos morangos à Hawk que faz metade dos meus dedos ir parar em sua garganta - Ugh, seu nojento.
Com cara de nojo levanto-me do chão e lavo minhas mãos na pia e observo o relógio digital sobre o fogão, marcando meia-noite em ponto.
Madrugar está virando um problema. Irritada jogo alguns morangos dentro do pote de iogurte e misturo adicionando granola, depois de fazer a mistura estranha caminho em direção à sala e me jogo no sofá resgatando o controle da televisão debaixo de uma das almofadas.
Uma semana inteira morando na mesma casa que um loiro chato resultou em que agora conheço os melhores canais da televisão, conheço super bem o caminho sala, cozinha e cozinha, quarto como ninguém.
Troco os canais da televisão e coloco o controle de lado quando me interesso por um filme qualquer que está passando. Afofo duas almofadas e me deito relaxada no sofá macio e tenho que disputar espaço com o Hawk para apoiar o pote de iogurte sobre minha barriga.
- Nem vêm - Chio e empurro o focinho do cachorro para o lado quando ele tenta atacar minha comida.
Depois de um tempo bocejo e deixo o pote sobre a mesinha de centro enquanto faço carinho no pescoço de Hawk. Meus olhos se arregalam quando algo se destaca sobre o piso de porcelana branca e eu me sento tão rápido que quase derrubo o pequeno cão do meu colo.
Ah inferno. Uma barata.
Quase sem respirar pego uma das minhas pantufas e jogo sobre o inseto asqueroso, que, para meu pavor, voa.
- Oh meu Deus! - Abafo um grito de pavor e como uma jogadora de futebol americano com a bola na mão, pulo para longe do sofá.
Hawk rosna quando aperto-o no peito para protegê-lo e subo na poltrona de couro preto quando a barata vêm em minha direção.
- Oh meu Deus! - Grito em pânico quando novamente a barata levanta vôo e vem em minha direção.
Levanto a cabeça quando ouço uma porta bater e Meliodas passa como um flash e praticamente pula os degraus da escada.
- O que aconteceu?! - Ele pergunta olhando para todos os lados.
- Aquilo! - Aponto para a barata no chão, suas antenas se mexendo em minha direção.
- Sério, Elizabeth? - Ele bufa irritado e usa minha pantufa para matar a barata - Por causa disso?
- Ela é repugnante - Explico e diminuo a pressão que estava abraçando Hawk - Não gosto de baratas.
Meliodas balança a cabeça e reclama algo ininteligível enquanto joga minha pantufa no chão de novo e da as costas para mim.
- O que? - ele murmura e pega o pote de iogurte que deixei sobre a mesinha.
- Ele salvou a gente, Hawk - Beijo a cabeça do cachorrinho e o solto para que ele possa seguir o loiro.
- Ah qual é? - Meliodas reclama da cozinha e eu desço da poltrona e vou para onde ele está.
- O que? - Questiono.
- Tenho que comprar mais iogurte - ele comenta e pega uma garrafa de água da geladeira.
Arregalo os olhos quando Meliodas se vira para a geladeira e percebo sua falta de roupas que se resume apenas em uma bermuda de dormir caindo nos quadris. Observo os músculos definido de suas costas se alongar e em seguida contrair quando ele volta a posição normal, admirada com a visão apóio meu corpo no balcão de mármore e batuco os dedos na pedra fria.
O loiro boceja e se vira para mim coçando a nuca, os braços flexionados destacam os bíceps, tríceps definidos junto com o abdômen trincado com um fino caminho de pêlos loiros desde seu umbigo que sume pelo cós baixo da bermuda, que mal para no "V" de seus quadris mostrando o elástico da cueca.
Desvio o olhar sentindo-me extremamente envergonhada por estar reparando no corpo de Meliodas e fito com interesse minhas unhas recém pintadas.
- Vou dormir - Digo e saio da cozinha e rapidamente subo as escadas com Hawk em meu encalço.
Constrangida entro no quarto e fecho a porta trancando-a e me jogo de costas sobre os cobertores. Revirando na na cama tentando pegar no sono novamente, mas a sensação quente dentro de mim me deixa acordada demais para cogitar a ideia de dormir.
- Ele deveria ter colocado uma camisa - reclamo para mim mesma e sem escolhas acendo a luz do abajur e pego meu Notebook do criado-mudo para mexer em alguma coisa até que meu sono retorne.
Hawk rosna e se contorcendo consegue entrar sob meus cobertores e se ajeita colocando apenas o focinho pra fora, para conseguir respirar.
Sorrio e fecho meus olhos para coçá-los, porém desisto quando as imagens do corpo de Meliodas parecem estar gravadas em minhas pálpebras e estranhamente meu coração bate acelerado junto com a sensação de aperto que se forma em meu abdome inferior.
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Uma ressaca de nove meses
Fanfiction- Vamos Elizabeth - Diane segurou minha mão e olhou-me com carinha de choro. - É só uma balada. - Eu não quero ir, Diane - Resmungo - Eu não gosto de festas, nem de barulhos ensurdecedores. - Não é barulho. É música - Diane revira os olhos. - É uma...