- Oh, isso está maravilhoso! - Suspiro deliciando-me com o prato de brigadeiro que está apoiado sobre minha barriga.
Sorrindo de lado Ban se curva para que eu coloque um pouco do doce em sua boca e eu o faço com um sorriso, aproveitando também para lhe roubar um selinho rápido. Sentada no balcão da cozinha eu assisto meu namorado lavar a louça da janta que ele havia preparado, o avental azul marinho que ele usa tem uma grande estampa de uma boca e a frase "Beije o cozinheiro" embaixo, sob o avental Ban está usando somente uma calça de flanela baixa nos quadris e eu estou com uma de suas camisas que originalmente deveriam ser largas e compridas. Porém a barriga grande e redonda dos nove meses a deixa levemente mais curta na frente.
Depois de jogar o avental de qualquer jeito sobre o encosto da cadeira Ban me tira do balcão como se eu fosse uma criança e sorri satisfeito quando saio em direção a nosso quarto. A pressão que sinto na pélvis por carregar uma bebê de aproximadamente quase três quilos no ventre me faz andar com as pernas suavemente afastadas, o que me dá um gingado de uma pata.
- Você quer jogar comigo? - Ban questiona ao pegar um dos controles do videogame e balançar o mesmo.
Preguiçosamente eu movo a cabeça negando e me acomodo entre suas pernas quando ele se deita atrás de mim, a posição me traz lembranças de meses atrás. O mesmo dia em que descobri estar grávida por um teste de farmácia e contei a novidade para Ban, e agora estou em pleno nove meses esperando a hora que nossa pequena menina queira vir ao mundo.
Com a cabeça apoiada no peito de Ban eu sorrio quando ele leva ambas as mãos espalmadas em minha barriga e as descansa alí, onde uma elevação estranha está depois que a bebê se mexeu durante o dia. Suavemente ele esfrega repetidas vezes o dedão no caroço formado para fazer ele se abaixar e eu resmungo de dor levantando os quadris da cama assim que a bebê mexe e provavelmente sua cabeça pressiona minha bexiga.
- Tudo bem? - Ban pergunta alarmado e eu concordo acariciando minha barriga em círculos.
- Sophie está fazendo da minha bexiga seu trampolim.
Ban eu baixinho achando graça no que falei e beija minha têmpora carinhosamente enquanto eu volto a atacar o brigadeiro. Ele ajusta as configurações do jogo em silêncio e de repente grunhe.
- Acha mesmo Sophie um nome bom? Quer dizer, não temos nada com nome bordado.
- Tem idéia de outro? - Questiono lhe oferecendo uma colher cheia de brigadeiro e ele concorda após comer o doce - E qual seria?
Agora parecendo tenso ele encolhe os ombros e empurra meus cabelos para longe do ombro exposto pela gola larga da roupa.
- Hanna. - Ele murmura.
Por alguns minutos ficamos quietos novamente, Ban agora jogando mortal Kombat e eu mexendo em seu celular. O nome que ele sugeriu continua em minha cabeça e eu respiro fundo olhando para o lado direito do quarto, também meu lado da cama. Encostado na parede o berço branco com o kit de nuvenzinhas está arrumado desde os seis meses de gravidez, nas últimas semanas eu tinha lavado tudo e a cômoda com o trocador e um jogo de caixas rosé que Elizabeth me dera de presente está alí, tudo impecavelmente pronto.
Desde que descobrimos aos quatro meses que eu espero uma menina até agora não tínhamos um nome certo, quer dizer, sempre que falo com a bebê eu a chamo de Sophie. É um nome que sempre achei lindo, mas Hanna ficava melhor ainda.
- É um belo nome. - Disse por fim, o prato vazio é deixado de lado e com custo eu desço da cama e vou para o banheiro escovar meus dentes e fazer xixi pela enésima vez no dia.
De volta ao quarto dramaticamente eu paro perto da cama e olho para baixo, onde minha barriga impede que eu veja meus pés porém pelo tanto que eles doem eu sei que devem estar inchados. Cuidadosamente eu subo na cama e assim que estou próxima de Ban o empurro pelo ombro, encenando ele caí de costas e perde a luta contra Raiden fazendo um muxoxo triste.
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Uma ressaca de nove meses
Fanfic- Vamos Elizabeth - Diane segurou minha mão e olhou-me com carinha de choro. - É só uma balada. - Eu não quero ir, Diane - Resmungo - Eu não gosto de festas, nem de barulhos ensurdecedores. - Não é barulho. É música - Diane revira os olhos. - É uma...