É um encontro?

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- Ellie! Até que enfim apareceu, sua desnaturada que me abandonou! - Diane exclama assim que entro no escritório.

- Eu não sou desnaturada. - comento e deixo minha bolsa sobre a mesa -  O que você está aprontando na minha sala?

- Nada - Ela sorri e Elaine abre a porta de uma vez só.

- Uau, por que ninguém nunca me disse que é difícil equilibrar uma caixa de donuts? - Ela questiona e sorri para mim - Bom dia, Ellie.

Observo um tanto confusa Elaine deixar a caixa de rosquinhas sobre minha mesa e três copos que suponho ser café, já que é o que eu mais gosto da cafeteira que ela comprou as coisas.

- Tá acontecendo alguma coisa que eu não sei? 

- Não - Elaine encolhe os ombros - Toma é café descafeinado, acho que isso você pode tomar.

- Café descafeinado? - Diane pergunta - Tem gosto do quê? Chá fraco?

Olho para o copo na minha mão e experimento um pouco apenas para concordar com o que Diane disse. 

- Prefiro café extra forte e com pouco açúcar, - Murmuro - mas ultimamente tenho feito tantos sacrifícios.

- Como ter que desistir de dirigir seu carro e deixar aquele loiro anão te trazer todos os dias? - Diane olha pela janela e em seguida para mim.

- Você poderia parar de ofendê-lo quando ele não está aqui para se defender? 

Diane me encara surpresa porém mesmo assim concorda dando de ombros.

- Bem, eu meio que raqueei seu celular anteontem e descobri que você tinha uma consulta médica.

- Você raqueou minha agenda? - Olho descrença para Elaine que sorri amarelo para mim.

- Desculpe.

- E se eu tivesse coisas erradas nele? Você veria tudo? 

- Tipo o quê? - Diane pergunta - Dia de trepar com o meio metro de gente?

- Diane! O que eu disse?

- Tá desculpa - Ela revira os olhos.

- Eu juro que só olhei sua agenda. - Elaine murmura - Eu queria saber quando você iria no médico.

- Certo, tá desculpada - Murmuro e dou mais um gole no café antes de me sentar na minha cadeira.

- Nós ainda estamos na expectativa de saber o que aconteceu lá.

Sorrio e abro a caixa de rosquinhas e pego a de chocolate.

- Não foi nada demais - Encolho os ombros.

- Sério, nada de diferente? - Diane pergunta um tanto decepcionada.

Bufo e prendo minha rosquinha entre os dentes para ter as mãos livres e mexo na minha bolsa, tiro de lá as imagens do ultrassom de ontem e as jogo sobre a mesa. Gowther até circulou os dois borrões para deixá-los mais evidentes.

- Un-uhum - Elaine pega as imagens e franze o cenho tentando enxergar alguma coisa.

- O que são esses pontos circulados? - Diane pega uma rosquinha da caixa enquanto observa o ultrassom nas mãos da loira.

- São eles.

- Eles? - Diane engasga com a rosquinha e Elaine arregala tanto os olhos que tenho a impressão que eles vão sair para fora. - Acho que não entendi direito, pode repetir?

- Você entendeu muito bem - Resmungo - Os pontos circulados são os gêmeos.

- Puta que pariu! - Diane ofega - Dois!

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora