Modelo nas horas vagas

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- Você pode ter crises assim quando chegarmos no hotel? 

- Não.

Ele faz expressão decepcionada e eu rio.

- Que má, baby - Ele suspira e beija meu ombro - Eu adoraria deixar você no comando.

- Cala boca, Meliodas - Resmungo - Estamos em um lugar com muitas pessoas, não diga coisas desavergonhadas assim.

- Como se ninguém aqui nunca se excitou em ver a namorada ter crise de ciúmes.

- Eu acho que você precisa dormir - Falo - Você ainda está passando mal.

- Eu estou perfeitamente bem - Ele sorri. 

Reviro os olhos e sorrio em negação enquanto olho em volta a procura da aeromoça sem vergonha.

                      ★★★

Ah eu definitivamente amo o chão - Meliodas suspira audivelmente assim que estamos fora do avião.

Não consigo esconder um riso e ele resmunga mas mesmo assim sorri.

- Então você também passou mal quando foi me procurar? - Questiono.

- Não - Ele encolhe os ombros - Acho que eu estava pilhado demais pra lembrar que estava a sei lá quantos metros longe do chão.

Sorrio.

- E eu tambem estava um pouco bêbado - Ele diz tão  baixo que quase não escuto, quase.

- O quê?! - Exclamo irritada e dou um tapa em sua nuca - Eu não acredito nisso, Meliodas! Você foi me encontrar bêbado?!

- Eu já estava bem sóbrio quando te encontei - Ele afirma - Até porquê eu corri como um doido atrás de você.

Dou de ombros com sua resposta e caminho calma para fora do aeroporto de Liones, já que tivemos que voltar para essa cidade antes de ir para Cains. Meliodas segura no meu quadril e com a outra mão que também segura sua mala ele aperta o botão do alarme do seu carro.

Observo os faróis do Veloster piscar e o loiro me guia até o carro e abre o porta malas, com facilidade ele põe nossas malas e bate a porta, ando até a lateral do carro e subo do lado do passageiro, respiro fundo inebriada com o cheiro do loiro que está em todos os lugares no carro, ele abre a porta e entra no lado do motorista enquanto gira a chave entre os dedos.

- Direto para Cains, certo? - Questiono.

- Claro - Ele sorri - Eu não vou te levar para nossa casa ainda.

Sorrio agradecida e ele dá a partida no motor, sinto-me calma e me encosto no banco de couro para observar a paisagem assim que Meliodas sai do estacionamento lotado.

- Ah, o meu carro! - Exclamo - Ele está aqui!

- Não - Ele nega - Está em casa, eu mandei buscá-lo.

- Ah - Murmuro - Obrigada.

Ele sorri e troca a marcha do carro antes de virar o volante para o lado esquerdo para entrar na autoestrada.

Preguiçosamente puxo de dentro da minha bolsa, um bloquinho de notas e pego o lápis, lentamente vou riscando o grafite no papel em branco e começo mais uma criação, desta vez, modelos infantis.

- O que está fazendo? - Meliodas questiona.

Mesmo não querendo acabo me assustando e ele ri baixo.

- Estou desenhando - Respondo e mostro o desenho pela metade da roupa - Modelos infantis.

Ele olha rapidamente para o papel e sorri.

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora