Olhos verdes desconcertantes

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- Nós precisamos conversar, Elizabeth - Ele diz alto e eu ergo meus ombros e tento apressar o passo.

- Vá para o inferno - Grunhi - E me deixe em paz.

Olho por cima do ombro e me irrito ao ver que ele me segue sério.

- Vai me acusar de estar transando com seu irmão novamente? - Resmungo e sua expressão fica ainda mais séria - Volte para Liones, Meliodas.

Ele nega e eu começo a andar novamente.

- Se continuar me seguindo irei gritar - Reclamo e ele pisca algumas vezes tentando não parecer surpreso.

Balanço a cabeça decidida e dou mais um passo apenas para derrubar minhas sacolas e tento segurar em gemido alto de dor.

- Elizabeth! - Meliodas exclama e me segura pela cintura - Você está bem?

A contração continua por mais alguns segundos e eu fico assustada.

- C-contração - Murmuro e ele arregala os olhos.

- O quê?! Agora?!

- E-eu não posso - Gaguejo e meus olhos se enchem de lágrimas - É muito cedo.

Eu não quero perdê-los.

                      ★★★

Os olhos de Meliodas se arregalam e eu me surpreendo quando ele me pega nos braços sem dificuldade alguma, eu já não tinha o mesmo peso de antes por causa da gravidez, mas ele nem pareceu notar isso quando me carregou até um carro parado no outro lado da rua e com cuidado me colocou no banco do passageiro antes de dar a volta e entrar no lado do motorista.

Tenho certeza que pela velocidade e o mínimo de tempo que Meliodas usou para chegar no hospital, ele deve ter ganhado várias multas.

Meu nervosismo pela contração que senti deixou tudo pior e eu nem sequer me lembrei de quê estou furiosa com o loiro que me pega no colo novamente.

                        ★★

Observo o teto do hospital enquanto espero ser atendida na sala de emergência e evito contato visual com Meliodas que me fita intensamente.

Suspiro aliviada quando uma enfermeiroa entra na sala e lê minha ficha médica.

- Contrações? - Ela questiona e põe as luvas de látex - Preciso ver se está dilatando senhorita Elizabeth.

Assenti, afinal minha roupa já havia sido trocada por uma camisola hospitalar há algum tempo e eu estou sentada na maca pronta para o caso de ter que ir para a sala de parto apesar do meu nervosismo.

A enfermeira termina de por as luvas e encara Meliodas por alguns instantes.

- Senhor eu preciso que se retire da sala.

- O quê? - Meliodas se espanta.

- É um exame desconfortável para ela, e tendo o namorado ao lado pode deixá-la mais desconfortável ainda.

Meliodas me olha sem expressão e eu desvio o olhar constrangida, ele suspira alto e sem falar nada saí da sala.

Tento não pensar no quanto é vergonhoso e constrangedor ter aquela enfermeira me tocando para saber se estou dilatando.

- Como pensei - Ela murmura e se afasta retirando as luvas e as joga no lixo.

Observo-a ir até a porta e abri-la para chamar Meliodas novamente.

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora