Duas partes do meu coração

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Olho para o loiro e tento sorrir para acalmá-lo, porém olho para baixo surpresa ao sentir ao quente escorrer por minhas pernas e o cimentado debaixo dos meus pés fica molhado.

Minha bolsa estourou!

- Meliodas! - Exclamo surpresa e o mesmo olha para baixo notando a água que escorrera nas minhas pernas - Minha bolsa estourou!

Ele parece perdido por alguns segundos e em seguida levanta a cabeça rapidamente.

- Me leva para o hospital - Peço ao sentir dores novamente - Rápido

                        ~✓~

Meliodas saí de seu estado de torpor assim que agarro em sua roupa chamando-lhe atenção. Ele não pode entrar em pânico agora, não no momento em que mais preciso dele. 

- Meliodas - Digo seu nome com seriedade e ele pisca algumas vezes, sua expressão se tornando mais assustada.

- Porra eles vão nascer! - Ele exclama alto agarrando em seus cabelos loiros.

Sorrio e confirmo balançando a cabeça concordando, apesar do meu medo e das pontadas doloridas que vêm e vão de tempo em tempo, não poderia não sorrir com a reação de Meliodas.

Passamos quatro longas semanas nos preparando para que esse momento não nos pegasse de surpresa. Entretanto Meliodas parecia ter esquecido tudo aquilo que já havia repetido várias e várias vezes para mim.

Você entrará em trabalho de parto e eu te levarei para o hospital. "

Aumento a força com que agarro seu paletó sentindo uma nova onda de contrações. Meliodas avança pegando-me no colo sem reclamar e caminha apressado para longe do jardim onde estávamos, observo a mancha que ficou onde eu estava que aos poucos secava.

- Está sentindo muita dor? - Meliodas questiona preocupado quando fico tensa em seus braços.

Continuo fitando minha mão agarrada em seu paletó, o silêncio continua enquanto ele anda rapidamente e eu travo meu maxilar negando-me a soltar qualquer lamúria de dor.

- Essas contrações... São pra valer mesmo - Resmungo pausadamente.

Meliodas atravessa o estacionamento até onde o Veloster está estacionado e abre a porta do carro com um pouco de dificuldade antes de por sentada no banco de couro.

Incomodada ajusto o banco para trás em uma posição mais confortável e o loiro entra no lado do motorista e liga o carro.

- Vamos para casa primeiro - Afirmo e ele nega.

- Para o hospital.

- Meliodas eu preciso das malas - Falo séria - Meus documentos estão lá.

Ele assente e tira o carro da vaga dirigindo até a saída do estacionamento, estico meu braço e puxo o celular no bolso interno do paletó do loiro, a tela do aparelho acende e eu olho as horas, exatamente 21:15 suspiro ao notar que estou com as pequenas contrações desde às 8 da manhã, hora que acordei.

Meliodas reclama e bate as mãos no volante ao ver o trânsito parado a nossa frente.

Tudo que não precisávamos.

                          ★

- Chegamos - Meliodas desce do carro apressadamente antes de dar a volta e me ajudar a sair também.

Não o deixo me pegar no colo e caminho o mais rápido que posso sentindo mesmo dores, suspiro aliviada assim que entramos em casa e ando até a sala para me sentar no sofá.

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora