- Você é minha entendeu? Minha mulher e eu quero você bem longe desse menino.
- Meliodas - chamo seu nome para tentar tirá-lo do estado de espírito que ele ficou - Eu não gosto do Simon, ele é como um irmão para mim. Eu gosto de outra pessoa.
- O quê? - Meliodas me olha bravo - Quem é o estúpido?
Gargalhei.
Gargalhei alto, tão alto que deixou-o mais irritado do que já estava e me surpreendo quando Meliodas rosna e pula para trás, saindo de cima de mim e bufando como um touro sai do quarto e bate a porta com força.
Aquilo tinha sido uma cena de ciúmes?
Estremeço ao lembrar da intensidade com que ele me olhou e por um momento penso que frustrei com tudo que poderia acontecer se eu não tivesse feito uma brincadeira boba. Aos poucos meus olhos se enchem de lágrimas e eu me empenho em não as deixar cair.
- Droga - Resmungo e me sinto a pessoa mais idiota do mundo, afinal nem há motivos para meu choro - Hormônios de gravidez estúpidos.
★★★
Acordo assustada ao ouvir a porta da sala bater e viro-me na cama para acender a luz do abajur e bocejo sonolenta.
- Meliodas? - pergunto e minha voz saí rouca de sono.
O silêncio em resposta me faz estranhar e esfrego meus olhos para desembaça-los e noto que eu ainda estava chorando mesmo dormindo.
Um papel branco pequeno deixado sobre o criado-mudo atraí minha atenção e eu me inclino e pego para ler.
Não espere por mim para jantar.
Meliodas.
- Merda - fungo e sinto vontade de chorar novamente - Que merda eu fiz?
Empurro os cobertores para o lado e deslizo para fora da cama arrumando minha roupa que se amassou enquanto eu dormia, ando para o banheiro.
Depois de tomar banho e me vestir volto para o quarto e coloco as mãos na cintura, olhando em volta.
- É isso - suspiro e ando até o closet para buscar minha mala de viagem e saio de lá puxando carregando algumas roupas e a mala.
Depois de arrumar minhas roupas respiro fundo e pego o papel que Meliodas deixou o recado para mim e escrevo um bilhete antes de sair do quarto puxando minha mala.
Desço as escadas devagar e paro em frente a porta da cozinha, onde Hawk me olha com os olhinhos caídos. Meu peito dói e eu me agacho para fazer carinho entre as orelhas do Pug que começa a se esfregar como um gato em minha perna.
- Desculpe, tenho que ir - Murmuro para o cachorro e me levanto, seguindo para a porta da sala pego as chaves do meu apartamento e do meu carro.
- Elizabeth? - Elaine atende a ligação depois do segundo toque - Está tudo bem?
Sorrio, a voz calma e doce dá loira acalma um pouco a dor em meu peito.
- Como você considera o "tudo bem"? - Pergunto.
- Bem... Mesmo que você disser que está tudo bem eu vou ter que desconfiar. - Ela comenta - Já que você está me ligando as onze da noite.
- Bem observadora - Digo e troco a marcha do carro depois de passar por um obstáculo.
- Eu tenho bastante tempo livre - A voz de Elaine soa alto em todo o carro - Pode começar a falar...
Piso fundo do freio quando um cachorro de rua passa correndo na frente do carro e exclamo irritada.
- Você está dirigindo, Ellie?
- Sim - respondo - Estou indo para minha casa.
- Oh-oh - Elaine estala a língua - o que aconteceu?
- Tantas coisas.
- Quer vir aqui em casa? - ela pergunta e eu encolho os ombros mesmo que ela não veja.
- Eu vou para minha casa, preciso de silêncio.
- E de conselhos?
- Obviamente - Resmungo e viro o volante para o lado esquerdo, dirigido para o mercado.
- O que aconteceu?
- Eu acho que estraguei tudo - Falo tão rápido que me surpreendo ao não me embolar nas palavras.
- Estragou o quê? - A ligação chia e eu reviro os olhos.
- Acho que eu deixei o Meliodas muito, muito irritado.
- Uh - Elaine fica em silêncio por alguns segundos - Você negou sexo?
- O quê?! Não! - Olho para meu celular conectado por um cabo USB no painel do carro.
- Então foi o quê?
- Acho que eu fiz uma brincadeira no momento errado.
- Oh Deus... - Ela prende a respiração - o que você aprontou?
- Eu juro que foi apenas uma brincadeira - Exclamo e estaciono meu carro em frente ao supermercado - Meliodas estava fazendo cócegas em mim, de repente eu já estava em cima dele e nos estavamos conversando. Eu comecei a falar sobre uma sensação estranha que ele disse ser indícios de uma paixão...
- Ellie, você está se apaixonando pelo Meliodas?!
- Acho que sim - Murmuro - Mas eu acabei brincando que eu estava me apaixonando pelo Simon e ele ficou muito irritado.
- Irritado ou enciumado?
- Enciumado - falo - depois que disse que era brincadeira e que eu gostava de outra pessoa ele ficou pior e saiu furioso.
- Ellie, Ellie, minha menininha - Elaine murmura - Você não deveria ter brincando com isso.
- Eu sei - gemo em pavor e apoio minha cabeça no volante - estou tão arrependida, ele não falou comigo apenas saiu e só me deixou um recado no criado-mudo.
- E você saiu da casa dele?
- Sim.
- Oh misericórdia - Elaine choraminga - Você está ferrada.
- Obrigada por me ajudar, Elaine - reclamo - Vou comprar algumas coisas e vou para casa.
- Se precisar de ajuda, eu estou aqui.
- Vou me lembrar - Resmungo e desligo a ligação.
~✓~
- Lar doce lar - Murmuro e giro a chave na fechadura abrindo a porta do meu apartamento.
Acendo a luz da sala e entro empurrando minha mala e no braço direito carrego algumas sacolas do supermercado com guloseimas, viro-me e tranco a porta respirando fundo caminho até a cozinha e deixo sobre a mesa as minhas chaves e as sacolas. Puxo de lá uma barra de chocolate e volto para a sala jogando-me sobre o sofá pego o controle da televisão esquecido entre minhas almofadas e a ligo.
Suspiro e apoio a embalagem sobre meu peito enquanto observo o símbolo da Netflix aparecer apoio minha mão sobre minha barriga e olho para ela.
- Agora é só nos três - sussurro e seleciono um filme para assistir.
Mesmo tentando me distrair assistindo filmes e séries, a imagem de Meliodas parecem gravada em minhas pálpebras.
Meu celular sobre a almofada nas minhas pernas apita e eu desbloqueio a tela e automaticamente o aplicativo de mensagens se abre e me surpreendo ao ver a imagem do recado que escrevi para ele.
Adeus. Elizabeth.
Meliodas:
Onde você está, Elizabeth?
Encolho os ombros e bloqueio meu celular jogando-o sobre o sofá novamente.
Cinco minutos depois meu celular apita novamente e eu reviro os olhos deixando que ele toque a vontade e me concentro no filme passando na televisão.
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Uma ressaca de nove meses
أدب الهواة- Vamos Elizabeth - Diane segurou minha mão e olhou-me com carinha de choro. - É só uma balada. - Eu não quero ir, Diane - Resmungo - Eu não gosto de festas, nem de barulhos ensurdecedores. - Não é barulho. É música - Diane revira os olhos. - É uma...