Você se lembra?

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Exausto assino meu nome em um documento importante enquanto tento não me estressar com as batidas do som extremamente alto no andar de baixo.

Coloco a caneta no lugar onde ela estava e fecho a pasta preta que permanece sobre a mesa, desvio a atenção para o relógio preso em meu pulso e me levanto da cadeira resmungando palavrões.

Maldita hora em que não liguei para as multas de trânsito e agora sem minha carteira de habilitação ficarei sem dirigir por mais quatro meses.

- Perfeito Meliodas, seu babaca. - Resmungo para eu mesmo e tranco a porta do meu escritório.

Desço as escadas e empurro a porta que abafava um pouco do som ensurdecedor de uma música eletrônica. Respiro fundo e olho em minha volta, o mesmo costume que me fez notar Elizabeth me observando a quase um ano atrás, sorrio fraco e passo pelo bar onde Escanor está rodeado por mulheres flertando com ele.

Na pista de dança Arthur e Merlin estão em um mundo só deles, sem deixar de se agarrarem; passo entre a multidão de pessoas rindo e bebendo sem muito problema e empurro as portas da entrada, o vento morno da madrugada choca contra meu rosto e eu cumprimento Twigo que até então mexia despreocupado em seu celular.

- Achei que tinha morrido lá dentro - Zeldris grunhe irritadiço apoiado contra seu carro.

- Eu nem sabia que você estava aqui - Rebato e ele revira os olhos.

- Eu gostaria de estar em casa com a minha mulher, mas meu irmão babaca está sem carro e minha cunhada pediu para que eu levasse você até sua casa.

Pisco surpreso pela rapidez em que Zeldris me responde e em seguida sorrio cruzando os braços sobre o peito.

- Acabou de sair do plantão?

- Sim, agora vamos.

Espero ele entrar no carro para me acomodar no banco do passageiro, o trajeto até minha casa é feito em silêncio, porque assim como Zeldris, estou cansado demais para provocá-lo.

- Obrigado pela carona - Sorrio para ele que faz careta.

- Eu só fiz isso pela Elizabeth, agora vai embora.

Concordo em silêncio e bato a porta do carro, com a chave de casa nas mãos subo as escadas e destranco a porta. Cuidadosamente giro a chave na fechadura e tiro meus sapatos sem fazer barulho, deixo meu celular, carteira e chave da casa sobre o aparador no hall de entrada e subo as escadas para os quartos.

Empurro a porta entreaberta e entro no quarto dos gêmeos para verificar se eles estão bem, pelo abajur apagado e a falta da babá eletrônica deduzo que eles estão com a Elizabeth em nosso quarto. Entro no cômodo ao lado e sorrio ao me deparar com Elizabeth dormindo mesmo com Nicolas mamando em seu peito, me aproximo da cama e seguro na mão de Alice que está bem acordada olhando para os lados sem deixar de chupar sua chupeta pink.

Hawk deitado aos pés da cama ergue a cabeça e me encara desconfiado, porém não late ou rosna; cuidadosamente solto a mão de Alice que começou a cochilar e sigo para o banheiro.

Dez minutos depois saio ajustando o cós da calça de moletom e paro sorrindo fraco para Elizabeth que coça os olhos ainda grogue de sono, os gêmeos estão deitados confortavelmente no berço.

- Te acordei? - Pergunto em um sussurro e ela nega puxando o edredom para que eu me deite ao seu lado.

Arrumo meu travesseiro e ela boceja discretamente depois de deitar a cabeça em meu peito.

- Você chegou tarde - Ela murmura baixo.

- Foi o Zeldris quem me trouxe, eles não estava com o melhor dos humores.

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora