- Ele faz questão de gritar para qualquer vagabunda que a se aproxima dele, que pertence apenas à uma mulher, você.
Balanço a cabeça e desligo a ligação para jogar meu celular de lado. Dentro de mim um turbilhão de emoções diferentes surge e eu me encosto nos travesseiros enquanto faço carinho em minha barriga.
- Ele está sofrendo, mas eu também estou - Murmuro - E eu não tenho intenção de voltar para Liones tão cedo assim.
Olho para o teto branco do quarto de hotel e fecho meus olhos com força.
- É frustrante saber que ele está tão mal assim, eu o amo demais para não sentir nada - Me reviro na cama e começo a chorar silenciosamente - Eu não quero sentir essa dor no peito, eu não quero me sentir culpada eu não quero mais sofrer eu não quero mais amá-lo!
★★★
Fico em um silêncio confortável observando minha barriga e os movimentos que se alteram entre suave e forte o bastante para causar pequenas ondulações.
- Deve ser apertado aí dentro para vocês dois - Murmuro.
As 26 semanas chegou rápido o bastante para me deixar levemente assustada, o último trimestre da minha gravidez está chegando e eu ainda nem sei como irei fazer estando sozinha.
- Como vou fazer quando vocês nascerem? - Questiono - Vai ser trabalho em dobro para mim que mal sei cuidar de mim mesma.
Suspiro pesadamente e arrumo meus travesseiros pronta para descansar novamente.
- Pelo menos a Diane irá me ajudar quando chegar aqui - Murmuro contente em saber que minha amiga está vindo.
Fecho os olhos e respiro fundo, fazendo o exercício de respiração para conseguir dormir.
★
- M-meliodas... - Gemi e puxo minhas mãos que estão presas por uma gravata azul Royal - V-vão nos o-ouvir.
- Não se gemer baixinho - Ele responde e desliza as mãos por minhas coxas.
- É errado! - Sussurro e gemi alto quando ele desliza seus dedos hábeis para dentro de mim - Nós estamos no carro enquanto minha irmã está se casando.
- Se parar de reclamar irá mais rápido - Ele murmura e abre o botão e o zíper da sua calça social.
Mordo meu lábio inferior excitada e ele me beija com paixão e segura em meus quadris.
- Você pertence à mim, meu amor - Ele murmura em meu ouvido.
~✓~
- Ugh que cansaço - Resmungo enfregando meus olhos.
Mais devagar que o necessário entro em um vestido vermelho até a altura dos joelhos e coloco um casaco preto por cima, ando até a cama e aproveito para me sentar enquanto calço minhas sapatilhas.
- Por que ninguém me disse que eu não ia conseguir por meus sapatos? - Resmungo e me levanto arrumando o tecido que subiu em minha barriga. - Quando Margaret falar que quer ter filho, vou fazer questão de dizer o quanto é desconfortável.
Resmungando pego meu celular e carteira e coloco dentro da minha bolsa tiracolo. Imediatamente recordo do dia que fiz o teste de gravidez e o joguei dentro da bolsa quando me arrumava para ir na pizzaria. Agora estou arrumando a bolsa para ir comprar coisas de bebê.
Coloco bolsa no meu ombro e saio do quarto andando tranquilamente, aperto o botão do elevador e espero pacientemente as portas se abrirem antes de entrar e apertar para o térreo.
- Boa tarde senhora - A recepcionista sorri simpática para mim.
- Boa tarde - Respondo e empurro as portas de vidro do lobby.
O barulho das ruas movimentadas de Camelot ensurdecem por alguns segundos e eu olho para os lados observando a movimentação dos pedestres. O clima fresco me faz sorrir e eu encolho os ombros quando o ar gela minhas bochechas.
- Vou comprar algumas coisas para quando a Diane chegar.
Caminho tranquila até o parque próximo ao hotel e observo algumas crianças brincando em uma caixa de areia, sigo até os balanços e me sento em um deles.
A calmaria do parque me faz imaginar o Nicolas e a Alice brincando alí e eu sorrio satisfeita.
Logo meus bebês estarão aqui, apenas eu e eles.
Depois de quase meia hora sentada alí me levanto do balanço e caminho em direção ao supermercado.
Empurro um carrinho de compras pelos corredores enquanto pego algumas coisas como doces e um dos salgadinhos que eu experimentei há alguns dias.
Enquanto pago minhas compras tenho a impressão de ver os cabelos loiros tão conhecidos e viro para me certificar se é realmente o Meliodas, mas não consigo mais ver a pessoa e volto minha atenção para o que estou fazendo. Pego minhas sacolas e saio para a rua novamente, olho por cima do ombro procurando por qualquer pessoa que me pareça suspeita porém percebo o quão ridículo isso é, e volto a caminhar tranquilamente.
A cor azul Royal do sonho que tive parece gravada em minhas pálpebras e eu suspiro alto, a voz rouca de Meliodas parece sussurrar em meu ouvido e eu balanço a cabeça.
- Você pertence à mim, meu amor.
Viro a curva e me aproximo do parque o de passei algum tempo, minhas pernas travam e eu solto o ar em pequenas quantidades ao vê-lo alí na minha frente encarando das crianças brincando nos balanços.
Os cabelos loiros mais bagunçados que o normal por causa do vento e ele coloca as mãos nos bolsos do seu casaco preto, mas o que me chama a atenção e o lenço azul Royal em seu pescoço. Abaixo minha cabeça e ando rapidamente para passar por ele que perdido em pensamentos parece nem me notar.
- Nós precisamos conversar, Elizabeth - Ele diz alto e eu ergo meus ombros e tento apressar o passo.
- Vá para o inferno - Grunhi - E me deixe em paz.
Olho por cima do ombro e me irrito ao ver que ele me segue sério.
- Vai me acusar de estar transando com seu irmão novamente? - Resmungo e sua expressão fica ainda mais séria - Volte para Liones, Meliodas.
Ele nega e eu começo a andar novamente.
- Se continuar me seguindo irei gritar - Reclamo e ele pisca algumas vezes tentando não parecer surpreso.
Balanço a cabeça decidida e dou mais um passo apenas para derrubar minhas sacolas e tento segurar em gemido alto de dor.
- Elizabeth! - Meliodas exclama e me segura pela cintura - Você está bem?
A contração continua por mais alguns segundos e eu fico assustada.
- C-contração - Murmuro e ele arregala os olhos.
- O quê?! Agora?!
- E-eu não posso - Gaguejo e meus olhos se enchem de lágrimas - É muito cedo.
Eu não quero perdê-los.
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Uma ressaca de nove meses
Fanfiction- Vamos Elizabeth - Diane segurou minha mão e olhou-me com carinha de choro. - É só uma balada. - Eu não quero ir, Diane - Resmungo - Eu não gosto de festas, nem de barulhos ensurdecedores. - Não é barulho. É música - Diane revira os olhos. - É uma...