Verde esmeralda

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Nervosamente seguro meu lábio inferior com os dedos e o mordisco com certa força, deixando-o formigando.

Pela milésima vez olho para meu Notebook sobre a mesa e respiro fundo tentando amenizar meu nervosismo.

Quando se está com medo que algo, nunca procure as reações na internet.

Bato a ponta da caneta esferográfica sobre um pedaço branco de papel repetidas vezes, criando uma forma estranha de um sorriso deformado.

- Elizabeth... 

Assustada abaixo a tela do computador com força demais, e um ruído alto ecooa no cômodo.

- O que foi? - Ergo o olhar.

Elaine ergue a sobrancelha direita e segura nas mãos um tablet com capa de couro preto.

- Eu... Interrompi algo? - Ela pergunta hesitante.

- Não, por que acha isso?

- Pela forma que você bateu seu computador - Ela aponta para o Notebook e em seguida estreita o olhar em minha direção. - Você não está assistindo aqueles filmes ridículos que a Diane assiste, está?

- O quê? - Olhou-a espantada - Não! Não, meu Deus, não.

Elaine balança a cabeça em negação e ri baixo tocando algumas vezes na tela sensível de seu tablet.

- Você tem uma agenda bem cheia hoje.

- Sério? - Questiono sem desviar o olhar de meu rabisco na folha de papel - Eu não me lembro de nenhum compromisso hoje.

- Você nunca se lembra. - Ela resmunga e puxa a cadeira em frente minha mesa e se senta.

- Uh, isso é verdade - concordo.

- Bem, você tem que ir no ensaio fotográfico das modelos que irão desfilar com suas criações novas e... É só isso hoje. - Ela larga o tablet sobre minha mesa.

- Eu estou com tanta preguiçosa de ir lá - Choramingo jogando-me de costas para descansar contra o encosto da cadeira de couro.

- É só por algumas horinhas, Ellie. E você com certeza vai adorar o fotógrafo. 

- Como pode ter tanta certeza? - Olho desconfiada para a loira.

- Sempre tenho - Ela encolhe os ombros e em seguida seu olhar se torna firme - Eu tenho novidades para te contar!

Elaine ri  contente batendo palmas e eu ergo as sobrancelhas.

- Onde você acordou desta vez, depois da balada?  - Questiono e a alegria da mulher se esvaí totalmente.

- Eu fiquei bem sóbria desta vez - Ela joga o cabelo loiro por cima do ombro e sorri orgulhosa.

- Isso é raridade. - Gargalho para irritá-la.

- Eu só fiquei sóbria porque o Ban me levou para todos os lugares naquela boate.

- Para fazer o quê? - Ergo as sobrancelhas sugestivamente para ela que fica rubra instantaneamente.

- Não pense besteiras Elizabeth! - Ela exclama envergonhada - Ban estava me mostrando a boate que está sob o comando de um novo dono.

- Não sabia - Murmuro espantada.

- É, o novo dono é bem conhecido, como é o nome dele mesmo? - Elaine esfrega a testa e olha para baixo por alguns instantes - Que merda, não consigo lembrar.

- Não tem problema - Balanço a mão em descaso - Não é como se o dono da boate fosse fazer a diferença na minha vida.

- Verdade. - Ela suspira e olha para seu tablet - Você vai perder o horário do ensaio, mulher! 

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora