Fim...

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O dia tinha começado estranhamente quieto dado as circunstâncias que temos duas crianças de três anos em casa. Desde o aniversário de dois anos dos gêmeos, era difícil um dia sequer não sermos acordados por duas crianças contentes que subiam na cama e deitavam sobre nós, nossa rotina um tanto quanto divertida, Meliodas pegava Nicolas e Alice e corria para fora do quarto arrancando risos histéricos de ambos.

Mas hoje estava tudo quieto, os gêmeos estavam na casa do tio Zeldris, companhia para as brincadeiras com o  Gabriel.

Sorri ao notar que eu estava encarando meu marido há, exatamente, uma hora inteira. A expressão serena de quem dormia profundamente era incrivelmente bonita e Meliodas estava deitado de bruços abraçado a um travesseiro, inclinei-me sobre seu corpo e carinhosamente beijei sua bochecha, a barba por fazer à dias  coçando meu rosto no processo.

Um sorriso fraco adorna os lábios levemente inchados pelo sono e Meliodas abre os olhos, o verde das íris destacava-se graças aos poucos raios de luz que entravam pela fresta da cortina.

- Bom dia, baby. 

Sorrio abertamente para ele e novamente beijo sua bochecha, fazendo-o sorrir embriagado de sono.

- Há quanto tempo não temos uma manhã calma assim? 

Fico em silêncio por alguns segundos e dou de ombros.

- Desde quando nossos filhos aprenderam a descer da cama deles e a vir até nosso quarto.

- Muito tempo. 

- Sim - respondo e praticamente deito sobre as costas quentes do loiro.

- Podemos ficar a manhã inteira aqui?

- Sim, mas isso arruinaria com os planos que tenho para nós.

- Você fez planos? - Meliodas questiona rouco e eu concordo baixinho interessada em ouvir seu coração batendo forte - vai me dizer quais são?

- E estragar a surpresa? Jamais.

Ele resmunga alto e eu rio ao me sentar no colchão macio, o lençol de seda que estava enrolado no meu corpo escorrega e fica apenas em meus quadris.

- Não! - exclamo risonha quando Meliodas beija meu pescoço e involuntariamente arrepio, ele sorri e me agarra pela cintura derrubando-me deitada novamente - você sabe que aqui é meu ponto fraco.

- Eu sei - ele responde sorrindo de lado e desliza as mãos pelas laterais do meu corpo completamente nú, minhas reclamações somem quando me vejo refletida no brilho de seus olhos.

A expressão de um bobo apaixonado que ele sempre faz ao me ver todas as manhãs, aquece meu coração.

- Você é tão linda, sou tão sortudo em ter você.

- Vai me amar mesmo quando eu  ficar chata?

- Você é chata toda vez que menstrua, meu amor.

Faço careta e belisco seu braço com força, arrancando um grito estrangulado dele.

- Estou falando sério! Você vai me amar mesmo quando eu ficar velha e chata?

- Claro, meus planos é envelhecer ao seu lado, baby. 

Sorrio e lhe puxo para um abraço, ele cede parte de seu peso sobre meu corpo e eu ofego desesperada por ar.

- Você tá me sufocando!

- Estou aqui dando todo meu amor e carinho e você diz que estou te sufocando? Sua ingrata! - fingindo-se de ofendido Meliodas tenta se afastar, porém mantenho firme minhas pernas entorno de seu quadril.

Uma ressaca de nove mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora