Ane saiu chorando, desesperada e sem rumo pela estrada. Lágrimas quentes caiam em rosto descontroladamente. O coração parecia estar em pedaços.O que os irmãos de John pensavam dela era dolorido demais! Interesseira, oportunista, morta de fome, se ela demorasse mais um pouco ouvindo a conversa com certeza escutaria os irmãos de John a chamarem de prostituta também.
Tudo aquilo era demais para o seu coração. Andou sem rumo pela cidade por um tempo até ir parar na praia do Brooklyn. Sim! Apesar de serem pouco conhecidas existe sim praia em Nova York! O clima estava agradável no final do dia e algumas pessoas passeavam pelo local.
Ane estacionou e desceu do carro, tirou os sapatos e caminhou sem rumo em direção ao mar. Parou e sentou-se na areia fofa, olhando para o horizonte, procurando uma resposta, um rumo para sua vida.
Quando tudo parecia bem, eis que o destino bagunça tudo! Era inegável que John estava louco e apaixonado por ela, mas até quando duraria essa paixão? Eles estavam passando por sérios problemas financeiros e a única salvação era o casamento entre ele e Sharon. Só de pensar nisso sentia uma dor tão forte no peito, que ela nunca tinha sentido na vida, e olha que de dor emocional ela entendia bem.
Passou tempo pensando e chegou a duas prováveis hipóteses:
Primeira, ela ficava com ele e no começo ele lutaria contra tudo e todos e com o passar do tempo, quando caísse a ficha dos patrimônios que ele tinha perdido por ter escolhido ela e não Sharon, ia passar tudo na cara dela por qualquer coisa, por qualquer briga.
Segunda, se afastava e deixava ele viver a vida dele. No começo ele sofreria um pouco e depois sua vida retornaria ao normal, e o amor deles ficaria como uma lembrança do passado.
Nas duas alternativas ela sofria demais. Colocou as mãos no rosto e começou a chorar copiosamente. Como doía. Ela não ía mais tê-lo, era o mesmo que morrer por dentro. Por que a vida era tão injusta? Ela encontrava o amor, recebia todo o amor e carinho de volta e depois queria tomar-lhe tudo. Não era justo! Não com ela! As lágrimas invadiram seu rosto com força total.
Os soluços tremiam seu corpo, ela estava em desespero. Nunca sentira algo parecido assim. As pessoas começaram a olhar, mas ela não estava se importando, o que ela estava perdendo era simples e unicamente o amor da sua vida, o único homem que se importou com ela. Por que? Por que? Por que? Ela só conseguia pensar nisso!
O celular começou a vibrar no bolso da calça jeans, ela viu pelo visor que era John. Seu coração já não obedecia mais. Ele era tão perfeito! Em tudo. Não atendeu, apenas ficou olhando a foto dele sorrindo, na última viagem que eles fizeram para os Alpes suíços. Ela jogou uma bola de neve nele e ele sorriu, ela ficou registrando o momento dos dois, o cabelo loiro escuro cortado, o rosto liso sem barba, ela tinha achado tão maravilhosamente lindo que colocou como papel de parede. O celular tocou inúmeras vezes. Ela não atendeu! Até que ele parou de ligar. Destravou o celular e as mensagens começaram a chegar. Ela não as abriu mas podia lê-las pelas notificações.
#Mensagens
John:"Princesa atende!"
"Onde vc está? Não está na loja, não atende o celular. Estou ficando preocupado!"
"Ane pelo amor de Deus, me dá notícias!""Sei nem o que fazer da minha vida John". Ela pensou. Ela tinha que sair dali antes que ele aparecesse, toda a família Roberts inclusive ela, andavam com o celular e carro rastreado, uma medida anti-sequestro. Tinha que ser mulher e tomar a melhor decisão para todos. Levantou, sacudiu a areia e caminhou de volta ao seu carro, aliás de John, o Mercedes esportivo que ele dirigia no primeiro encontro dos dois. Puta que pariu! Quando ela ia parar de chorar? Eram tantas lembranças, naquele carro mesmo, foi quando ela sentiu ele pela primeira vez!
Tentou organizar os pensamentos, ele ia fazer chuva de pergunta. Ela não poderia dizer que ouviu tudo que a confusão ia ser bem maior.
Limpou o rosto. Passou bastante maquiagem para disfarçar a cara de choro e voltou para a mansão. A movimentação estava grande, tinha dois carros parados que ela não reconheceu.
Parou o carro longe e foi devagar para ver do que se tratava. Ela começou a ouvir uma mulher chorando e gritando, quem seria? Ela não reconheceu a voz. Aproximou-se da porta e viu um homem por volta de cinquenta anos muito bem vestido, alto, muito loiro falando:
- Você tem um prazo John! Vai pagar cada lágrima que fez minha filha chorar. - Ele estava falando furioso.
- Vc não manda em mim! Saiam da minha casa agora! Quem vcs possam que são para vir aqui na minha casa me ofender? - Nunca tinha visto John tão furioso.
O pai e a filha saíram e passaram por ela e diminuíram o passo. Sharon passou as mãos no rosto enxugando as lágrimas e o pai falou bem baixinho para que John não ouvisse:
- É por essa vagabunda que ele te deixou minha filha?- Olhou Ane de cima a baixo, e Sharon afirmou com a cabeça.- Muito linda, mas não tem nada a oferecer. Deve ser muito boa na cama para aquele idiota tá de quatro por ela.
Ane ficou paralisada, muda, nunca tinha sido tão ofendida na sua vida. John a viu parada na porta e ficou pálido e correu em sua direção.
- Meu amor onde vc estava. - Ele a abraçava com força, como se tivesse medo de perdê-la.
- O que significa isso John? - Foi tudo que conseguiu dizer.
- Nada amor! Nada! - E não soltava o abraço.
- Quando vc vai me dizer que vai casar com essa moça?
Ele se afastou dela e ficou olhando por um tempo.
- Eu não irei me casar com ela.
- E esse circo que foi armado aqui? Como se eu fosse uma puta que tivesse tirado o príncipe da princesinha abandonada?
- Não! Não diga isso! Eu amo vc! Vc sabe disso!
Ela não suportou e desabou em lágrimas. Ele a beijou por todo o rosto pedindo que ela não chorasse.
A levou para o quarto que tinham na mansão e rasgou a blusa dela em desespero, arrancou a calça jeans com calcinha e tudo e caiu de boca na boceta dela, ela gemia e chorava ao mesmo tempo.
-Eu amo essa boceta, esse cu, esses seios, o seu corpo todinho meu amor! Seu rosto de princesa! Eu sou apaixonado por vc, eu nunca vou te deixar.
Ele estava num desespero louco, começou a beija-la e enfiou o pau, sem pena, fodendo-lhe gostoso e dizendo que a amava. Ela também retribuía todo o amor que ele lhe dera. Dizendo que também o amava. Mas para ela aquele sexo era de despedida.
Sentou em cima dele, começou a rebolar e ele se contorcia de desejo, como ela poderia ficar sem ele? E com mais força ela sentava fazendo-o ir à loucura.
Gozaram juntos várias vezes. Se amaram em todas posições possíveis e imagináveis. Estavam exaustos quando acabaram de madrugada. Ane cochilou, acordou e viu que John estava num sono profundo, como ele era lindo!
Levantou, se lavou rapidamente, pegou todos seus pertences pessoais e colocou numa bolsa grande. Colocou vários pares de roupas numa mala bem grande, tentou fazer o mínimo de barulho possível.
Saiu devagar, abriu a porta do quarto lentamente, deu uma última olhada naquele homem tão perfeito, uma lágrima caiu em seu rosto, seu coração estava em mil pedacinhos, mas era necessário fazer isso para o bem de ambos.
E partiu...
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Desencontros da Paixão
RomanceMariane Cavalcante é uma jovem brasileira que fugiu do noivo, no qual tinha um relacionamento abusivo no Brasil. Em Nova York ela tenta recomeçar sua vida novamente. Numa boate ela conhece um homem que irá revirar sua vida ao avesso! Eles viverão um...