Capítulo 32: A ajuda do amigo

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Ela saiu de madrugada sem rumo, chorando, soluçando. Mas naquele momento essa era a única decisão que ela julgava correta. Pegou o carro de John colocou todas suas coisas e saiu, sem saber ao certo que ia fazer. Ligou o som do carro, mas todas as músicas lembravam algum momento deles, ela gritou! Gritou muito alto, com toda a força de seu pulmão, parou no acostamento, e gritou novamente ! Ela tinha que fazer isso senão ia sufocar! Ela se debruçou sobre o volante e chorou, chorou e chorou! Caralho! Essas lágrimas nunca se acabavam? Nem a dor insuportável no coração, rasgando, dilacerante!

Se acalmou e seguiu viagem, ligou o GPS , procurou um shopping 24 horas e continuou seu trajeto.  Em poucos minutos, com o trânsito calmo da madrugada ela estacionou num shopping da cidade.

E agora o que eu vou fazer? Eu preciso ir para algum lugar que ele não me encontre. Pensou em tanta coisa, até que lembrou da única pessoa que poderia lhe ajudar Paul.

Olhou o horário era cinco horas da manhã. E se ele estivesse acompanhado? Mas ela ia tentar mesmo assim. Não sobrava muitas alternativas. Ela desceu do carro, foi a uma loja comprou um celular novo e um chip. Quando terminou todo o processo já passava de cinco e meia, ela tinha que agir rápido. Ligou para Paul.

#Ligação On 🔛

- Alo Paul! Sou eu Ane! Desculpa te ligar a uma hora dessas. Mas eu preciso de vc amigo. - Caramba ela ia chorar de novo? Ela mesma já estava com raiva de si.

- Ane? O que aconteceu? Onde vc está? - Ele falou do outro lado da linha muito nervoso.

- Eu, eu... - Droga! Não parava de chorar!

- Você está me deixando assustado? Onde vc está? Eu estou indo aí agora! Fale Ane! Ele gritava assustado do outro lado.

- Eu estou bem! Eu só preciso de vc agora! Eu estou num shopping! - Ela passou o endereço para ele.

- Eu chego em meia hora! Me espere, não saia daí! Me espere! Ele desligou e eu fiquei parada! Morta por dentro!

Eu tinha que me livrar de tudo que podia fazer ele me encontrar. Deixei o carro , os cartões de créditos que ele tinha me dado, talão de cheque e por fim dei uma última olhada no visor do celular que ele tinha me dado, as lágrimas rolaram, eu o amava tanto, seria muito difícil para mim. Desliguei o aparelho e deixei tudo no porta-luvas.

Eu resolvi tirar minhas coisas e procurar um lugar onde a câmera não pegasse. Puta merda. Estava cheio de câmeras ele ia conseguir me achar. Liguei novamente para Paul ele estava na metade do caminho. Disse pra ele me esperar lá, peguei um táxi na frente do shopping e fui, parei próximo onde ele estava e deixei o taxista seguir em frente. Nesse ano que passei com John, vi o quão poderoso ele era. Achavam tudo muito rápido, tinha contatos com a polícia do mundo inteiro. O lugar que eu fiquei não tinha câmeras. Caminhei apressada até o carro de Paul que saiu para me encontrar, ele me abraçou forte. Me olhou nos olhos mas não disse nada. Pegou minhas coisas colocou no porta-mala e saímos em silêncio até o seu apartamento.

Ele morava num prédio muito luxuoso. Pegamos o elevador e eu parecia uma criança, continuava chorando, eu não conseguia controlar, era mais forte que eu. Ele me abraçou de um jeito tão carinhoso, como ele estava musculoso, nem de longe lembrava aquele homem magro que ela conheceu no Brasil.

Entramos no apartamento grande e espaçoso. Também era duplex. Ela não reparou muito nos detalhes. Só queria uma cama quentinha para deitar e pensar no que ia fazer da vida. O dia estava raiando, ela olhou pela sacada do apartamento os primeiros raios solares.

- Ei menina, fique tranquila! Eu vou te levar ao seu quarto. Terei que viajar daqui a pouco, mas farei de tudo para voltar o mais breve possível!

Ela apenas assentiu com a cabeça, deu graças à Deus por ele ter que viajar. 

- Obrigada Paul, por tudo! Eu preciso de pouco tempo.

- Vc pode ficar quanto tempo quiser! Não se preocupe! Eu quero ver vc bem!

Deu um abraço longo nele, entrou no quarto e se jogou na cama quente e macia e chorou tudo oque tinha pra chorar! Tinha perdido seu grande amor.

John acordou de manhã e passou a mão na cama à procura do seu amor. Estranhou por ela não estar lá, ela sempre dormia até tarde.

Levantou foi ao banheiro e não a viu. Onde estaque ela estava?

-Ane? Cadê vc amor? - Não teve resposta.

Olhou no relógio sete horas da manhã. Era domingo, ela sempre dormia até tarde. Vestiu uma calça e desceu à procura dela. Procurou pela cozinha, academia e nada. Começou a ficar preocupado. Subiu para o quarto novamente para pegar uma blusa, quando passou pelo closet dela e viu tudo bagunçado. Sentiu uma dor no peito e todo o sangue sumir do seu corpo. Não podia ser o que ele estava pensando.

Ele desceu correndo e foi até aos seguranças

- Cadê a minha mulher? - Falou gritando!

Eles responderam que não sabiam!

- Como assim vcs não sabem? Para que eu pago vcs seus incompetentes que não sabem quem saiu dessa casa? - Estava furioso e ligou para portaria.

O porteiro avisou que a Ane tinha saído por volta das cinco horas. Ele ficou assustado! Sem chão, ela não podia, ela não podia ter lhe abandonado!

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