Tudo que ele lembra são flash...
Os flash mais horríveis de toda a vida dele...
A ambulância chegou e os paramédicos tentando reanimar Ane, e ele com a criança no colo chorando, não queria dá-la para ninguém.Os olhos estavam firmes na esposa que estava agonizando bem ali na sua frente. O chefe Calvin o olhava sério:
- Sua filha precisa de ajuda médica, entregue-a aos paramédicos! - Ele não conseguia soltar a criança.
- Patrão! - Smith o balançou e olhava fixamente para ele- Entregue a criança! O senhor precisar ir com a senhora Roberts!
Ele saiu do estado de choque e entregou a criança, que estava calma em seu colo, quando foi para o colo do paramédico ela acordou aos berros.
- Cuidado com a minha filha! - Berrou.
Ele entrou em seu carro, e Smith saiu seguindo a ambulância. Ele estava apavorado com a ideia que pudesse perdê-la! Aquilo era tão injusto! Mas ela ia ficar bem. Ele tinha certeza.
- Senhor quer que eu ligue para alguém da sua família?
- Quem Smith? Meu pai já está idoso demais para suportar tanto sofrimento! Meus irmãos... - balançou a cabeça - Sem comentários. Avise o pai dela. Ele irá me odiar, pois não consegui cumprir a promessa que eu fiz. Mas ele não vai me odiar mais do que eu estou me odiando esse momento.
- Senhor, tenha fé, tudo vai se resolver. A senhora Roberts irá ficar bem. A filhinha de vcs é linda! - O segurança tentava acalma-lo.
Ele lembrou da filha. A emoção de ajudar trazê-la ao mundo era inenarrável. Seu coração se encheu de amor. Ela era perfeita...
Mas seu coração ainda estava triste, pesado, sufocado com o estado de saúde da mulher.
Eles chegaram ao hospital, por uma feliz coincidência a Dra Portman estava de plantão e imediatamente foi para a ambulância socorrer sua paciente, uma equipe de pediatras também estavam a postos para atender sua filha.
- Não deixe a minha esposa morrer!
- Nós faremos todo o possível para salvá-la John!
- Eu quero o impossível viu! Eu pago todo o dinheiro que tenho, mas eu a quero viva!- Ele berrava pelo hospital como um animal raivoso.
Ele entrou desesperado no hospital, porém, mais uma vez foi barrado naquela maldita porta. A sensação de impotência era enorme!
- Senhor, controle-se! A sua esposa vai sair dessa! - Smith tentava consola-lo.
Ele estava inconsolável arrasado! Eles estavam felizes de manhã... agora estava ali no hospital com a vida da esposa por um fio.
Foi chamado até a pediatria para preencher os dados da criança. Ele não tinha cabeça para nada. Smith tinha pegado a bolsa de Ane e entregou os documentos aos responsáveis. Ele não ouvia nada. Estava consumido pela sua dor.
- Como minha filha está? - Perguntou ao médico responsável.
- Ela está bem, não precisou ficar na incubadora, é uma menina enorme. Pesou pouco mais de três quilos e meio. Daqui a pouco ela estará no berçário e o senhor poderá vê-la.
Ele virou-se para traz e encontrou as pessoas menos prováveis que ele imaginou nesse momento. George e Lara. A cunhada estava com uma bolsa de bebê, os dois estavam com os rostos preocupados. Embora a situação não fosse propicia, ele se sentiu melhor ao ver rostos conhecidos.
O irmão e a cunhada se aproximaram, ela deu um abraço apertado no cunhado e falou com a enfermeira.
- Eu trouxe as roupinhas da bebê que acabou de chegar Maria Laura Roberts.
Ele ouviu a cunhada falar e desabou no choro, como eles tinham imaginado o nascimento da filha e nem nos seus piores pesadelos imaginava uma situação dessas. A bolsa que Ane tinha preparado, cheia de roupinhas, casaquinho, sapatinhos, luvas, tudo milimetricamente escolhido por ela.
George abraçou o irmão e deu-lhe um abraço forte e sincero.
- Eu sei meu irmão que não sou a pessoa mais indicada para lhe dá palavras de conforto. Mas saiba que do fundo do meu coração, que eu torço para que tudo ocorra bem.
John continuava abraçado ao irmão. A dor rasgava seu peito, tinha que ter pensamentos positivos, mas estava difícil, ele só lembrava dela desmaiando...
Algum tempo depois a Dra Portman entrou na sala que eles estavam. O rosto dela não era nada bom.
- Diga-me doutora! A minha esposa vai ficar bem?
- Bom John... - Meu coração começou a esfriar com essas palavras- Ela teve um parto muito traumático, perdeu muito sangue... - Fez uma pausa, meu irmão baixou a cabeça, ela não podia falar. - A pressão dela não consegue baixar ... está muito alta! Estamos fazendo o impossível! Mas ela ... entrou em coma.
- Como assim entrou em coma? - Meu coração estava quase parando
- Estamos fazendo de tudo para que a pressão dela normalize. Nós a induzimos ao coma para que o cérebro dela não sofresse danos.
- Vc não pode deixar minha mulher morrer!
George segurou John que estava muito alterado.
- Calma irmão!
- Calma uma merda! É a minha mulher que está morrendo! Doutora não deixa minha esposa morrer. - Eu falava misturado com ódio e súplica ao mesmo tempo.
- John, estamos fazendo o possível! Vá para a casa descansar. Depois volte.
- Eu não irei a lugar nenhum sem ela!
A doutora Portman se retirou e eu fiquei surtado. Meu irmão tentava me consolar! Mas eu não ouvia nada! Eu queria quebrar aquele hospital inteiro! Porque o idiota do Paul eu já tinha matado. Podia ter descarregado a arma inteira nele! Desgraçado! Maldito!
Nesse momento minha cunhada apareceu e disse:
- O médico liberou para que a gente pudesse ver a princesinha.
Maria Laura, esse é o único motivo de eu não ter surtado de vez!
- Vamos John! Vc precisa vê-la, afinal, além de pai, ainda auxiliou no nascimento dela. Estou louca para conhecê-la.
John reuniu os cacos que estava seu coração e seguiu em silêncio até o local onde a filha estava.
Através do vidro, pode ver a filha agora, limpinha, vestida, dormindo como um anjo...
Ela era linda. Apesar de ter nascido algumas semanas antes do previsto, ela era grande e bem gordinha. Sua pele era branca como a neve, as bochechas coradas, a boca bem desenhada... tinha poucos cabelos... ela era perfeita.
- Ela se parece com os bebês da nossa família! Que sangue forte essa família tem. - Lara falava encantada. - Desculpa John, estou muito triste com tudo isso que aconteceu, sei que Ane vai sair dessa, ela forte, ela vai lutar pela vida. Mas não posso evitar em dizer, que estou apaixonada por essa criança!
A menina realmente era encantadora. A filha se parecia muito com ele. Mas ele não parava de pensar na mãe dela. Ele tinha que se agarrar a toda fé que ele poderia ter. Ele não poderia perder o grande amor da sua vida.
Tá acabando! Adicionem o próximo livro na lista de leitura de vcs!
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Desencontros da Paixão
RomanceMariane Cavalcante é uma jovem brasileira que fugiu do noivo, no qual tinha um relacionamento abusivo no Brasil. Em Nova York ela tenta recomeçar sua vida novamente. Numa boate ela conhece um homem que irá revirar sua vida ao avesso! Eles viverão um...