Desencontros da Paixão

Capítulo 40: A festa dos empresários

Capítulo 40: A festa dos empresários

Depois que soube do noivado de Ane me entreguei de corpo e alma ao trabalho, estava conseguindo quitar nossa dívida com o banco da pai da Sharon, em compensação não me sobrava quase nenhum tempo para ela. O que me dava um alívio. Eu não estava feliz, aliás, eu estava péssimo nesse casamento!

Estávamos numa crise horrível, tínhamos feito 5 meses de casados, e sete que a Ane tinha me deixado, estávamos no mês de novembro, próximo as festas de final ano. Eu me sentia péssimo, derrotado, como eu um homem inteligente e rico conseguia tirar uma rede de hotéis imensas da crise e não tinha a capacidade de esquecer uma mulher?

A única notícia que eu soube é que ela realmente tinha noivado, mas ainda não tinha casado. Mandei uma mensagem para ela e ela sequer teve coragem de responder. Eu não sabia se tinha mais ódio dela ou de mim, por amá-la tanto.

Em uma de minhas viagens fui para um de nossos resorts no Brasil, era no Nordeste, eu lembrei tanto dela, até peguei algumas brasileiras para ver se conseguia esquecê-la, mas não adiantou nada, só me restou uma ressaca moral de ter traído Sharon, apesar de não amá-la, ela não merecia ser traída.

Ainda nessa viagem, teve uma celebração de casamento de um empresário amigo meu, ele é brasileiro, como eu estava no local resolvi ir, apesar de odiar casamentos, eles não me traziam boas lembranças. Tudo estava muito bonito, durante a festa entrou um dupla sertaneja, uma dessas que Ane adorava ouvir.

A desgraçada sempre dizia, quando ouvir essas músicas lembre-se de mim amor, eu nunca tinha dado bola para essas maluquices dela, até achava bonitinho ela cantar para mim, ela tem uma voz linda, e no final da música sempre terminava em sexo, muito sexo! Como eu sentia falta dela...

O fato é que a porra da dupla estava lá cantando todas as músicas que ela cantava para mim. Mas uma, chamou minha atenção em especial porque refletia tudo que eu estava passando sem ela.

🎵"...em uma relação sei
Que não vai ser fácil amar outro alguém
E hoje mesmo separados sinto
Que o seu corpo ainda é meu
Às vezes me escondo
E faço de tudo pra ninguém notar que eu
Vivo e morro por ti
Tem semana que as vezes sofro e vem as recaídas
Às vezes eu queria ter o poder de poder
Te apagar da memória
E nessa fraqueza ter força pra fazer
Com que essa nossa história não passe
De passado e fique da porta pra fora
Se eu pudesse te apagar da minha mente
Apagaria agora
Mas toda vez que eu me lembro de nos dois
Meu coração sempre chora, e é sempre a mesma história..." 🎵

Agora minha noite tinha terminado de vez! Que malditos filhas da puta! Descreveram tudo o que eu estava sentindo! Às vezes penso que ela fez tudo de caso pensado. Enchi a cara e terminei a noite cheio de mulheres! Foda-se o mundo eu queria achar uma maneira de esquecer tudo o que eu estava passando.

#Ane

O tempo passou tão devagar! Fazia sete meses que tinha saído da vida de John! Mas parecia que tinha sido ontem. Minha mãe costumava dizer que o tempo curava toda dor e a saudade, mas ela esqueceu de dizer quanto tempo seria necessário! Às vezes eu achava que nunca ia conseguir tirá-lo da minha cabeça.

Paul estava me pressionando para marcar a data do nosso casamento, mas eu ficava adiando. Eu não conseguia engravidar, e eu queria muito aquele filho, parecia uma ideia idiota, mas naquele momento de dor, era tudo que eu precisava. Eu tinha feito todos exames e não deu nada, Paul também estava fazendo, mas ainda não tinha saído os resultados.

Ele passava um longo tempo fora, agora mesmo ele estava chegando de viagem e teria que comparecer a uma festa para representar a empresa que ele era vice-presidente, e em seguida ele teria que viajar. Provavelmente não teríamos tempo nem para transar, o que para mim era um alívio.

Ele era tão sem inciativa, se fosse o John, transaríamos no carro, na festa, onde desse certo, mas ele jamais chegaria de viagem e voltaria sem que transássemos! Sentia tanta falta disso, meu corpo chegava a ficar arrepiado e cheio de tesão!

Estava agora me olhando no espelho, fiquei admirada com quem estava vendo, usava um lindo vestido preto brilhante e longo, com uma grande fenda mostrando minha perna, ele era perfeito, fazia algum tempo que não ia a festa! Iria acompanhar Paul, apesar de tanto trabalho ele estava muito feliz. Não custava nada fazê-lo um pouco feliz.

Encontrei com ele, no interior da festa, ele tinha ido direto para a recepção. Sentei-me ao lado dele, e fiquei calada, pois era um bando de homens chatos e mulheres mal-amadas que estavam sentadas à mesa. Agora sim minha noite estava boa! Caramba eu mereço!

A festa era também em homenagem a um brasileiro, o dono da empresa que eu trabalhava no Brasil! Paul me apresentou ao dono da empresa, era um senhor bem bonito e bem cuidado, ele aparentava ter uns cinquenta anos, era grisalho, magro e tinha os olhos da mesma cor dos meus.

- Essa é Mariane Cavalcante, minha noiva!

- Muito prazer, Roberto Guimarães! Muito linda sua noiva, teve muito bom gosto Paul.

Os dois agradeceram, mas Ane ficou incomodada com os olhares dele, a esposa estava bem estressada com isso.

Tinha muita gente na festa, os grandes empresários de Nova York estavam lá. O que era para ser uma noite agradável estava na verdade um tédio. Ane abusou da bebida, para aguentar a conversa chata do grupo.

De repente o grupo musical começou a tocar umas músicas animadas bem brasileiras, alguns jovens se levantaram para dançar. Ane, encorajada pela bebida foi para o salão dançar! Ela se soltou e deu um show junto com outros jovens.

Olhou no rosto de Paul que ele não estava nada satisfeito, mas ela não estava se importando com a opinião dele. Ao som do funk, ela mostrou todo o seu gingado brasileiro e recebeu uma chuva de aplausos no final da apresentação!

Caramba! Ela fez merda! Dane-se! Ela tinha que viver o auge dos seus 22 anos. Meio sem graça, ela saiu para retocar a maquiagem e sumir um pouco daquela festa.

Não tinha muito movimento em direção ao banheiro, que era um pouco afastado da festa, ela foi caminhando lentamente quando sentiu um braço forte segurar sua cintura, nem precisava se virar para ver quem era. Ela conhecia tão bem aquele braço, que seu corpo todo deu sinal de vida, estremeceu e o coração bateu tão forte como se fosse saltar pela boca caso ela abrisse.