Capítulo 87

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Alguns dias após a descoberta do sexo do bebê, estou arrumando nossas malas para passar uns dias no Brasil, pois no final de semana sério o aniversário do meu pai.

Estou muito nervosa e tentando disfarçar ao máximo para que John não fique preocupado, afinal, ele praticamente estava vivendo em minha função.

O que será que o meu pai ia pensar de mim? Será que pessoalmente eu ia recompensar toda a expectativa que ele tinha depositado em mim, sem que eu tivesse conhecimento da sua existência?

Eram tantas dúvidas! E a esposa? Eu tinha sido feita enquanto ele era noivo e por mais de vinte anos anos ela não sabia da sua existência, tinha o filho adotivo, ela não sabia como era a relação deles. Se realmente era de pai para filho, se ele ficaria enciumado.

Roberto tinha nos convidado para ficar na casa dele, mas graças à Deus, John recusou e iremos ficar no seu hotel em São Paulo.

Durante esse tempo em que estou morando em N.Y acabei perdendo o contato com as poucas amigas que me restaram no Brasil. Estava em dúvida se entrava em contato com elas ou não.

Já estava tudo preparado. Os seguranças já estavam colocando as malas no carro. Eu estava calada, e bem apreensiva. John percebeu, mas não falou nada.

Seguimos direto para o aeroporto, fiquei o trajeto todo em silêncio enquanto John resolvia negócios ao celular.

Chegamos no aeroporto, ele me ajudou a descer, sempre cavalheiro e gentil, seguimos de mãos dadas até o seu jatinho particular. Sentamos e acomodamos os cintos. Quando a alcançamos altura, John desafivelou meu cinto e me puxou para ele.

- O que essa princesa tem? - Ele estava cada dia mais carinhoso.

- Nada. - Fiz uma pausa- Apenas insegurança! É tudo tão novo...

- Eu estarei sempre ao seu lado princesa! Eu não vou deixar vc sozinha por nada!

- Até aparecer vários "urubus" para tratar de negócios e vc me deixar sozinha! - Ela se escondeu no peito dele.- Estamos há três meses numa felicidade tão perfeita que eu juro pra vc, eu estou com medo.

- Não é jantar de negócios amor. É um aniversário. E eu jamais deixaria minha mulher tão linda e ainda esperando minha princesinha solta, sozinha no salão.

Aquelas palavras a tranquilizaram. Várias pessoas e lembranças poderiam tirar-lhe o sossego. Ela pensou enquanto viajavam. Não tinha dormido muito, noite passada. Estava com sono.

- Vamos para o quarto, quero te mostrar uma coisa. - John disse fazendo mistério.

Eles foram até o cômodo, John abriu a porta e Ane ficou surpresa ao ver um berço lindo, todo branquinho e detalhes dourados. Ela se aproximou e leu o que estava escrito na placa toda trabalhada com uma coroa em cima com os dizeres: "Princesa Maria Laura".

Ele tinha preparado tudo para receber nossa filha na aeronave e eu sequer tinha comprado um berço para ela.

- Amor... -Estava sem palavras.

- Vc acha que quando nossa princesinha nascer vc vai deixar de me acompanhar nas viagens? Jamais! Papai preparou tudo pra gente viajar com conforto.

Ela estava encantada, não tinha dúvidas que ele seria um excelente pai. Ela ficou apreciando  todos os detalhes. Deitou ao lado do bercinho, e observou que dava para ver todo o bebê dali. Era super bem montado.

Ela cochilou... sonhou com a sua mãe na época em que viviam felizes em São Paulo, ela fazendo bolo enquanto Ane fazia as tarefas de casa. Eram coisas simples, mas eram tão felizes nessa simplicidade.

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