Capítulo 35: O casamento

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Passados dois meses que ela aquela desgraçada me abandonou, estou aqui na beira de um altar casando com uma mulher linda, loira, olhos azuis, alta, rica, apaixonada por mim e era para eu ser o homem mais feliz e realizado do mundo. Mas por que eu só penso naquela demônia? Como eu a odeio com toda a força do meu ser, e mesmo assim não consigo tirá-la da minha cabeça.

A marcha nupcial começa a tocar, a noiva entra com o pai no jardim da casa deles, muito bonito e bem cuidado. Eles queriam um casamento tradicional, na igreja e eu disse que não! Queria uma cerimônia simples. Depois de muita discussão os pais da noiva organizaram o casamento no jardim da mansão deles.

Também me recusei que algum padre ou pastor celebrasse o casamento. Queria apenas o juiz de paz. Eu não estava casando por amor. Depois de tudo que Ane fez comigo eu decidi que ia esquecê-la, resolvi casar com Sharon, assim o pai dela facilitaria a nossa dívida e eu a usaria para esquecer Ane. Mas porque não estava dando certo? Por que toda vez que ia para cama com Sharon pensava naquela brasileira incrível, deliciosa e boa de cama! Puta que pariu! Ele nem conseguia olhar para o rosto lindo de Sharon.

Certa vez, ele foi transar com a noiva e tinha bebido demais, a bebida fez com que ele enxergasse Ane no lugar de Sharon, ele a amou como se fosse sua princesa. Quando foi gozar a chamou de Ane. Foi uma briga horrível! Sharon ficou magoada e com razão e desde esse dia ele não tinha tocado nela, deixou para a lua-de-mel.  E já havia se passado um mês desde o ocorrido. Ela tinha tentado algumas vezes, mas ele preferiu dar um tempo. Talvez o tempo o fizesse esquecer, mas até agora nada tinha mudado. Lá estava ele no seu casamento, tão feliz como um condenado a forca.

Ele olhava para Sharon e só conseguia lembrar de Ane, do "casamento" deles no Havaí. O anel que ela lhe deu ainda estava lá no seu dedo, várias vezes em seus ataques de fúria ele o jogara na parede, mas logo em seguida pegava de volta e colocava no dedo. Era como ela ainda estivesse ali com ele, como se ainda não tivesse acabado de vez. "Idiota John! Um perfeito idiota! Isso que vc é! Ama uma mulher que não está nem aí pra vc!" Olhou para a pedra do anel e lembrou daqueles olhinhos brilhantes, sorrindo felizes quando caminhavam na praia. Das vezes que a jogava na areia e queria amá-la ali mesmo e ela negando, mas deixando ele tão excitado a ponto de melar a cueca. Ele tinha sido o homem mais feliz do mundo naquela época, não podia negar.

Foi despertado dos seus pensamentos pelo juiz o chamando:

- ... vc a aceita como sua legítima esposa? - O juiz perguntava.

Despertando do transe ele falou:

- Sim.

- vocês trouxeram os votos?

- Desculpa! Eu esqueci. - John falou sem graça

- Amor! Como vc é distraído! Sharon disfarçou.

Ela começou a falar seus votos,  e John viajou no tempo, lembrando de Ane fazendo seus votos: " John Roberts, eu te aceito como meu esposo, e na frente desse mar lindo e essa lua brilhante que Deus fez e na sua presença que é o único homem que eu amei, eu prometo te amar incondicionalmente por todos os dias da minha vida, enquanto eu viver, saiba que eu estarei pensando em vc! Mesmo que a vida um dia nos separe, vc nunca, jamais deixará de ser o grande amor da minha vida. Esse anel simboliza o nosso amor, enquanto nós usarmos o nosso amor continuará vivo em nossos corações." Ele ainda lembrava de cada palavra que ela falou, como era dissimulada e mentirosa! Mesmo assim não conseguiu se separar a aliança que ela lhe dera e a frase que ela falava ainda estava gravada na sua mente: "Mesmo que a vida um dia nos separe, vc nunca, jamais deixará de ser o grande amor da minha vida"
Será que nessa época ela já pensava em abandoná-lo?

Ele não ouviu nada que sua noiva falou! Deu um beijo nela e saíram para o jantar embaixo de uma chuva de arroz e pétalas de rosas. 

Durante a festa ele permanecia calado e pensativo.

- Quanta tristeza para uma pessoa que acabou de se casar! - Lara sua cunhada, esposa de George falou em seu ouvido.

Ele sorriu sem graça, apesar das desavenças com o irmão, John amava a cunhada e os dois sobrinhos adolescentes, que estudavam em um internato por decisão do pai.

- Você está pensando nela né?

- Ela não merece nada, nada meu! - Falei magoado.

- Ela deve ter tido seus motivos John, era inegável como vcs eram apaixonados um pelo outro. Se olhavam como se não existisse ninguém ao redor, me dava até uma pontinha de inveja. Ela o ama sim, alguma coisa fez com que a afastasse  de vc.

- Não minha cunhada, ela apenas quis se afastar, ela mesma me disse. Eu faria tudo para estar ao lado dela, ela que preferiu me deixar.

- Você está usando essa moça John! Vc vai destruir o coração dela! Vc passou a cerimônia todo apático. Todos perceberam, seu pai até chorou, não de emoção, mas de tristeza ao ver seu rosto.

- Acabou Lara! Um dia eu tiro ela da minha cabeça.

Ela se despediu e eu fiquei pensando na minha vida. Acho que estava virando um "gay", vontade da porra de chorar. Mas isso eu não fazia. Fiz a festa acabar mais cedo. Queria partir logo para lua de mel. Eu tinha que esquecer aquela maldita!

Despedimos de todos e saímos, Sharon percebeu que eu não estava muito bem, mas fingiu que tudo estava perfeito.

Embarcamos no meu jatinho, ela ainda estava vestida de noiva. Estava feliz e cansada, encostou a cabeça no meu ombro e adormeceu, como ela diferente de Ane , que a essa hora já estava nas preliminares me deixando louco chupando meu pau! Porra! Para de pensar nessa mulher! Ele dizia a si mesmo!

Ele bebeu durante todo voo, Sharon permanecia dormindo.  Chegaram na Grécia, ele a acordou, ela percebeu que ele estava muito bêbado mas não disse nada! Foram para o resorts que eles tinham Mykonos! Era um lugar belíssimo! Entraram na suíte presidencial e imediatamente lembrou deles dois se amando a noite toda!

- Vou trocar querido! Sharon foi para o banheiro.

E ele ficou olhando para cama, acho que ele tinha a levado em todos os Hotéis Roberts, era impossível não lembrar dela, caminhou até a janela que ela sempre gostava de ir para admirar o mar, como ela amava o mar. Como queria que fosse aquela filha duma mãe que estivesse ali com ele.

Caminhou até a cama e deitou. Estava bêbado demais, os olhos começaram a pesar e ele caiu no sono...

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