102. A Abadia

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Hoje, a Abadia de Glastonbury se apresenta como "tradicionalmente a igreja cristã mais antiga do mundo".

Acredita-se que a Abadia de Glastonbury tenha sido construída de acordo com a mesma geometria de Stonehenge. O Sol nasce exatamente em linha com Avebury, a cerca de 40 quilômetros de distância.

Diz a lenda que José de Arimatéia, o homem rico que envolveu o corpo de Jesus e levou-o ao seu túmulo, chegou mais tarde a Glastonbury e construiu a primeira igreja cristã da Inglaterra, "a Igreja Velha", abaixo do Tor. O Rei Ine teria fundado um mosteiro no local, por volta de 705, que se tornou uma casa beneditina no século X. São Patrício teria vivido entre os monges e foi enterrado lá. As ruínas atuais seriam da estrutura construída no século XIII ou XIV.

Os terrenos da abadia também são os supostos locais de enterro do Rei Artur e da Rainha Guinevere. A abadia foi destruída pelo fogo em 1184; durante a reconstrução, os monges procuraram os restos de Artur e Guinevere. Em 1190, eles alegaram tê-los encontrado em um caixão oco de nove pés abaixo de uma laje de pedra. O homem mediu oito pés de altura e tinha um crânio danificado; um pouco de cabelo loiro foi encontrado com os restos da mulher. Uma cruz de chumbo foi inscrita, "aqui jaz enterrado o renomado Rei Artur na Ilha de Avalon." Os ossos foram enterrados em 1278 em um túmulo de mármore preto. Embora as investigações no século XX tenham confirmado a descoberta das sepulturas, foi impossível identificá-las conclusivamente como as de Artur e sua rainha. Diz-se que no século XII, monges que queriam arrecadar dinheiro para a abadia desenterraram dois conjuntos de ossos - presumivelmente de Artur e Gwynevere - daquele local e os levaram para a abadia a fim de atrair peregrinos.

Sob o reinado de Henrique VIII, a abadia foi suprimida pela Dissolução dos Monastérios, provavelmente a maior atrocidade cultural já ocorrida na Inglaterra. O abade foi morto de forma sanguinária e seu corpo esquartejado foi exposto no alto do Tor; a livraria da Abadia foi queimada, os ossos de Artur e Guinivere perdidos; os monges foram dispersos e as paredes da abadia explodidas.

Por centenas de anos Glastonbury permaneceu num estado de animação suspensa, até que em 1908 a Igreja da Inglaterra passou-a ao arqueologista e ocultista Frederick Bligh Bond. Seu trabalho não recuperou as peças originais, mas colocou a abadia lado a lado com Notre Dame e Chartres como eternos raios do esoterismo cristão.

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