26. Magos negros

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Vim a descobrir mais tarde que o guitarrista Jimmy Page foi influenciado por um ocultista do início do século passado chamado Aleister Crowley (1875-1947).

Page, dono de um estilo musical inconfundível, havia comprado sua casa em Boleskine, às margens do Lago Ness, Escócia. Sempre aparecia vestido de preto, com estampas de estrelas e lua. Suas músicas falavam na Escada para os Céus, no tantra orgásmico, no exotismo dos templos do oriente, na lenda judaica do monstro de barro. Era tudo muito curioso, instigante e temeroso. Parecia mexer com forças do mal.

Referências escritas recomendavam se afastar de tudo o que tivesse esses tons. Espíritas não se aproximam de despachos de macumba. Católicos falam em exorcismo e no fogo do inferno. Reportagens de revistas davam também a entender que aquilo era algo a se evitar, pois envolvia tragédias.

Aquilo dava medo de fato, mas fascinava. Quanto mais evitva, mais aquilo se aproximava. As referências estavam em todos os lugares: na música, nos livros, nas pichações de paredes. Para quem apura seus sentidos, aquilo está por todo lugar.

Muita gente se embrenha por esses caminhos sem tentar compreender. Não era meu caso. Minha curiosidade por influências ocultistas extrapolava atitudes passivas.

Comecei pelas bordas. Primeiro, estudei a mitologia greco-romana. Depois, o Espiritismo Kardecista, as magias tibetana e egípcia, a Teosofia. Ao me mudar para a Inglaterra, inspiraram-me os poetas malditos que rejeitavam a sociedade aprisionada em regras e ideologias. A desobediência não era algo meramente infantil, mas um conceito moral.

Mais coisa viria depois.

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