7. Viajando para Bizâncio

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Aquela não é terra para velhos. Gente jovem, de braços dados, pássaros nas ramas - gerações de mortais - cantando alegremente, salmão no salto, atum no mar, brilho de escamas, peixe, ave ou carne glorificam ao sol quente tudo o que nasce e morre, sémen ou semente. Ao som da música sensual, o mundo esquece as obras do intelecto que nunca envelhece.

Um homem velho é apenas uma ninharia, trapos numa bengala à espera do final,
a menos que a alma aplauda, cante e ainda ria sobre os farrapos do seu hábito mortal;
nem há escola de canto, ali, que não estude monumentos de sua própria magnitude.
Por isso eu vim, vencendo as ondas e a distância, em busca da cidade santa de Bizâncio.

Ó sábios, junto a Deus, sob o fogo sagrado, como se num mosaico de ouro a resplender,
vinde do fogo santo, em giro espiralado, e vos tornai mestres-cantores do meu ser .
Rompei meu coração, que a febre faz doente e, acorrentado a um mísero animal morrente,
já não sabe o que é; arrancai-me da idade para o lavor sem fim da longa eternidade.

Livre da natureza não hei de assumir conformação de coisa alguma natural,
mas a que o ourives grego soube urdir de ouro forjado e esmalte de ouro em tramas,
para acordar do ócio o sono imperial; ou cantarei aos nobres de Bizâncio e às damas,
pousado em ramo de ouro, como um pássaro, o que passou e passará e sempre passa.

~ William Butler Yeats

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