Nas trilhas de Avalon

106. O Rei

Dizem que Artur e Guinevere foram enterrados atrás da Abadia de Glastonbury.

A lenda é muito forte, ainda que haja provas na história de um rei Artur de verdade que morava em um lugar chamado Camelot. Ainda assim Artur Pendragon é bastante popular. Pendragon significa "cabeça de dragão" ou "cabeça de serpente". As serpentes eram os sábios mestres espirituais dos tempos antigos, e assim Pendragon é mais um título de ofício do que uma pessoa. Artur significa Grande Urso, como a constelação da Ursa Maior, que pode ser vista frequentemente sobre Glastonbury Tor. Em outras palavras, Artur Pendragon é um personagem fictício em uma história de ensino metafórica sobre processos cosmológicos.

O Rei Artur teria liderado a defesa da Grã-Bretanha contra os invasores saxões no início do século VI. Os detalhes da história são compostos principalmente de folclore e invenção literária, e sua existência histórica é debatida e disputada pelos historiadores modernos. Em contos mais antigos Artur defende a Grã-Bretanha de inimigos humanos e sobrenaturais. No folclore é figura mágica associada ao Outro Mundo Galês, Annwn.

O interesse internacional em Artur vem em grande parte da narrativa de Geoffrey of Monmouth do século XII, descrevendo um império sobre a Grã-Bretanha, Irlanda, Islândia, Noruega e Gália. Elementos incluem o pai de Artur, Uther Pendragon, o mago Merlin, a espada Excalibur, o nascimento de Artur em Tintagel, sua batalha final contra Mordred em Camlann e o repouso final em Avalon. Pouco depois o escritor francês Chretien de Troyes acrescentou Lancelot e o Santo Graal à história, iniciando o gênero do romance arturiano que se tornou uma vertente significativa da literatura medieval. O foco narrativo muitas vezes mudava do próprio Artur para outros personagens, como vários Cavaleiros da Távola Redonda.

O retorno do Rei Artur como um messias para salvar seu povo é um aspecto importante de sua lenda, que inclusive chegou a ser invocada politicamente por Eduardo I (1284), Henrique VII (1485) e até por Jacqueline, viúva do Presidente John. F. Kennedy. A carreira de Artur chegou a fornecer evidências de supostos direitos históricos em casos legais que perseguiam os interesses da coroa.

Essa idéia provou ser atraente para vários escritores modernos, histórias em quadrinhos e romances. A lenda continua viva, não apenas na literatura, mas também em adaptações para teatro, cinema, televisão, quadrinhos e outras mídias.

Os ingleses, realmente, são imbatíveis contadores de histórias.