40 Prazer

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Will

A água quente... A água quente sempre promoveu maravilhas para minhas dores. Uma pena não poder dizer o mesmo sobre minha consciência.

Me sentei no chão do banheiro, ainda vestido, deixando a água cair sobre minha nuca, relaxando os músculos, e me fazendo ir para longe, sob aquele som tranquilizador.

"O Sangue em suas mãos o levará diretamente para o inferno"

Ele estava certo, o sangue de Wallace me condenou a um inferno, mas eu não era o tipo de homem que deixava meu inferno particular transparecer. Até... Até eu encontrar esse maldito Dilan! Não importava para mim em que nome ele se escondia, em que causa. Ele era meu alvo e não deixaria de ser, até que eu realmente soubesse a verdade, e eu sabia de quem eu a arrancaria.

— Will?

Ergui os olhos para ela, parada na porta do banheiro, e eu não sabia como eu havia saído do ar a ponto de não nota-la chegando. — O que você quer?

Notei a leve oscilação de sua respiração enquanto ela buscava as palavras. — O que está acontecendo? O que você vai fazer com o garoto? Por que está assim?

Ergui meu braço direito para o registro de água, fechando-o sem responder nada, e baixei minhas pernas, cruzando-as com os pés sob as coxas. — São perguntas demais, tem esperança mesmo que eu responda alguma?

Me encarando com aqueles olhos de pura coragem, ela tirou seus frágeis sapatos, jogando-os para o lado e entrou na área molhada pulando um pequeno degrau de piso. — Achei que tivéssemos chegado a um acordo quanto a isso.

Baixei a cabeça — Desculpe, não posso... Não posso falar agora.

Suas mãos tocaram levemente as minhas após ela se sentar comigo no chão molhado.

— Tudo bem, eu posso ficar aqui com você então?  Prometo ficar quieta.

Sorri sem conseguir me conter. — Alicia... — Suspirei, e aproveitei para puxá-la pelas mãos para perto de mim, abri as pernas e amparei sua cintura para que se sentasse encostada a mim até que eu pudesse apoiar meu queixo sobre seu ombro. — Não consigo me concentrar olhando para você. Então pergunte agora. — sussurrei em seu ouvido, sentindo-a se arrepiar. — E talvez eu responda.

— Eu... — sua respiração era um eco pesado, e apertei meus braços ao redor dela. — Eu...

— Está com medo de mim? Não vou fazer nada, só quero tê-la nos braços de forma segura. Vestido, e sem poder me mover como eu gostaria.

Senti seus ombros relaxarem quando ela soltou o ar. — O que vai fazer com o seu... Com o garoto?

Afastei seu cabelo curto delicadamente, me dando mais acesso a seu pescoço. — Vou treiná-lo. — falei calmamente enquanto roçava o queixo por sua clavícula.

— Por quê? — a pergunta saiu como um sussurro sofrido.

— Para irritar Dilan, para me divertir vendo aquele moleque tentar acompanhar os outros. Para humilhá-lo o quanto eu puder, até que eu esteja satisfeito. — beijei levemente seu pescoço, respirando em sua orelha.

— É mentira. — a voz agora era firme, e ela mal acabara de falar, antes de se virar para mim. — Você não é assim tão ruim.

Pisquei confuso, ela nem deveria estar prestando atenção nas bobagens que eu estava falando... Ela deveria estar apenas... Eu devia saber que aquilo não funcionaria com ela, ela não sabia que cada toque levava para o seguinte... Ela não conhecia a sensação.

— Se fosse assim tão perverso como quer parecer, não teria dado a comida a ele. — seus olhos me enfrentaram, sua boca era... um desafio concreto.

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