52 Só eu sei o que me quebra

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Will

— Acorde Alicia! — chamei rispidamente, vestido e pronto.

Ela se esticou na cama, se espreguiçando e sorrindo para mim.

— Vai dar treinamento hoje? — disse ela esfregando os olhos analisando minhas roupas.

Sorri de lado puxando-a para a beirada da cama pelos calcanhares, para falar próximo a seu rosto — Só para você hoje, se apresse, vamos sair. — beijei-a rapidamente e saí pela porta.

Passei pelo quarto de Maria, mas não tive coragem de acordá-la de seu sono tranquilo.

Apenas me virei e parei no balcão da cozinha tentando encontrar qualquer coisa rápida para comer, mas falhei miseravelmente, então apelei para um copo de leite puro e preparei um bem adoçado para Alicia.

Ela desceu logo depois com sua roupa habitual de treinamento, empurrei o copo a ela, que bebeu sem reclamar.

Parei do lado de fora, preparando os cantis e minha mochila com as armas.

— Não vamos ficar aqui?

Neguei com a cabeça enfiando dois estojos de facas de arremesso na mochila. — Vamos para nosso antigo campo hoje.

— Já avisou Juan?

— Ele não vai.

Ela segurou meu braço — Will... Quer me contar o que está acontecendo? — Passei a língua pelos lábios — É sobre o prazo? Você...

Me virei para ela segurando seu rosto. — Eu quero dar a você uma chance a mais. Uma coisa que não posso dar a eles. O que na verdade é justo, já que em uma luta corpo a corpo, eles sempre terão vantagem em relação a você. Mas não podem saber, ou me questionariam.

— Você...

Parei de arrumar a mochila e me virei para ela — Você não quer?

Seus olhos se arregalaram — Eu... Claro que quer! Quero aprender qualquer coisa Will, mas...

— Então não tem mas, vou passar as atividades deles para Gael e você vai me acompanhar.

Ela finalmente assentiu concordando.

Coloquei a mochila em suas costas e mandei que me esperasse nos portões.

Fui ao escritório, pedir que Gael supervisionasse os treinos e deixei Leon a par de que contaríamos sobre o prazo durante o jantar daquela noite, nada deveria ser mencionado antes da hora, eu precisava escolher bem as palavras que usaria, ou os problemas começariam ali.

Determinado na ideia de treinar somente com Alicia, tive que fazer força para ignorar a ideia tentadora quando vi Erick parado ao lado dela, conversando no portão. Mas não o levaria, a boca dele não ficaria fechada.

— Já devia estar no campo fofoqueira! — tentei falar sério enquanto passava por ele.

— Não tem ninguém ainda. — ele resmungou.

— Então aproveite, e faça algo de útil, molenga.

— Como o que? — sua raiva fazia sua voz vibrar e falhar, porque estava na idade da mudança, o que deixava nossas discussões mais divertidas, para mim.

— Coma um pouco da grama, está precisando ser aparada mesmo. — sorri.

— Will! — Alicia me olhou indignada, e afagou a cabeça dele — Não ligue para ele Erick.

Revirei os olhos e puxei-a pela mochila — Vamos logo!

— Não pode tratar uma mulher assim, seu estúpido! — parei meus passos e me virei para ele, a tempo de vê-lo engolir em seco.

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