39 Queda

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Will

Com muito esforço, me acalmei depois de alguns minutos, e da janela do quarto, assisti a movimentação das pessoas chegando, em pequenos grupos, algumas desconfiadas, outras até mesmo vestindo roupas típicas de um velório. Alicia estava parada ao meu lado, olhando atentamente.

— Está nervosa. — constatei.

— Não gosto de tanta gente reunida, não gosto daquele palco, e não confio em Guardião.

Sorri me virando para ela, afagando seu rosto — Quer ficar aqui? Não precisa estar lá se isso não lhe agrada.

— Não vou deixar você sozinho. — ela ergueu a blusa mostrando um coldre pequeno atado a cintura, sorrindo. — Presente do Gael.

Ergui seu queixo para mim — Agora me sinto imensamente mais seguro, matadora de porcos. — gargalhei.

— Pode rir, mas saiba que eu estou me garantindo mais do que seus braços remendados.

Fechei os olhos mordendo o lábio para conter meu desejo, aquela garota confiante, corajosa era... Sua melhor e mais tentadora versão.

— Quero que fique perto de Maria, se tudo correr como o planejado, será rápido e sem incidentes. Mas se algo der errado, quero que corra para o quarto. — ela ameaçou falar, mas a impedi — Não estamos abertos a discussões, se eu mandar, você corre, e não olha para trás.

— Não vou deixar você para trás nunca, e isso... Não está aberto a discussões. 

Apenas me voltei para a janela, suspirei e me virei para sair do quarto. Pensei por um segundo se valia a pena tranca-la ali, mas ponderei, e não queria ouvir falatórios depois. Então permiti que ela caminhasse atrás de mim como uma verdadeira guarda costas.

Encontrei todos na sala, me esperando, já sabendo suas posições, e o que fazer. Assenti para eles, e parei ao lado de Dilan. — Nem pense em fazer alguma gracinha, graças a você estou de péssimo humor, e te matar, alegraria muito meu dia.

— Não tenho planos de te aborrecer Willian. Tudo vai sair como o seu planejamento.

Sorri tocando seu ombro — Ótimo. Agora sorria, e vá enganar seu povo como sempre.

Ele nem se deu ao trabalho de responder, apenas começou a caminhar, levando com ele toda a nossa posição até o palco do lado de fora.

Vi até mesmo algumas pessoas chorarem de felicidade ao verem que ele estava vivo. Eles gritavam e se espremiam perto do palco, erguendo os braços como se aquele ali, fosso algum tipo de santo.

Sorrindo, ele se curvou em agradecimento, antes de começar a falar.

— É muito bom vê-los, meus irmãos. Como souberam, e alguns até presenciaram, sofremos um atentado — ele baixou a cabeça embargando sua voz — Não foi o primeiro, e dificilmente será o último, mas... Eu juro que estou me empenhando ao máximo, para garantir a segurança e a paz que construimos tão arduamente.

Cruzei os braços quando ele parou de falar, não iria escapar de terminar aquilo. Rapidamente, ele olhou para trás avaliando minha expressão.

— A minha primeira medida, decidida em conjunto com nossos melhores homens é a de que a segurança de nosso oásis será assumida por Willian. — o povo começou um estardalhaço, alguns se olhavam confusos, outros começavam a praguejar. Ele ergueu as mãos tentando apaziguar os ânimos — Amigos, eu sei que estão receosos, que estão com medo das mudanças do futuro, mas eu me comprometo, que assim como ele me salvou com um plano brilhante, ele salvará a vocês todos, reforçando nossas defesas.

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