50 Principe Willian

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Will

Acordei com o sol entrando pela janela, eu nem sabia que horas eram, mas já ouvi o som do treinamento abaixo. Me mexi na cama sentindo meu braço formigando. O braço que ela usava de travesseiro.

Passei alguns minutos olhando para ela, aproveitando o leve arfar de seu peito, em um sono tranquilo.

Mesmo sentindo meus dedos tremendo, não consegui não avançar minha mão para recuar alguns fios de cabelo que cobriam seus olhos. E notei um sorriso se formar em sua boca.

— Acordei você? — sussurrei afastando a mão.

Seus olhos se abriram — Não... Estava tentando criar coragem para me mexer. — sorriu ela.

Tirei meu braço de debaixo dela e me apoiei sobre o cotovelo, ficando ao seu lado, avaliando cada pequena expressão em seu rosto. Cansaço...

— Você está bem? — perguntei baixinho.

Ela assentiu — Mais do que bem... Estou feliz. — sorriu ela.

Suspirei, sentindo meu peito doer. Doer de uma forma que quase me contorcia, vendo-a daquele jeito. Inocente...

Baixei os olhos para tocar a ponta de uma mecha de cabelo e não encará-la — Que bom. Eu... Preciso descer, tenho que... Que falar com Guardião.

Me afastei, me levantando da cama e indo para o banheiro. Não olhei para trás, apenas tentei me lavar, e trocar de roupa o mais rápido possível. Eu estava enlouquecendo. Eu só podia estar completamente louco por sair dali daquela forma.

— Se quiser ficar na cama, tudo bem, não precisa treinar hoje. — falei fechando minha calça, parado na porta, e saí antes que ela pudesse me responder.

Não havia ninguém no café da manhã, e passei direto por ali indo para o escritório. Abri a porta encontrando Guardião e Leon em uma conversa acalorada.

Entrei e me sentei ao lado de Leon, depois que os dois se calaram. — Não se incomodem, podem continuar, finjam que nem estou aqui.

Dilan me encarou — O que foi aquilo que escreveu?

Ergui uma sobrancelha para ele — Um aviso. Não meu, do Wallace. — Seu rosto ficou pálido e ri — Não se preocupe Dilan, somos grandinhos demais para acreditar em fantasmas, não é? Mas eu sou louco o suficiente para ouvir a voz de meu irmão morto sempre que estou entediado. É um carma, tanto faz, ignore-o, ele tem um péssimo senso de humor...

— Uma profecia de morte a todos, não é bem o que eu esperava de você. Não com seus discursos atuais — resmungou ele, e fechou os olhos com irritação — O que você quer?

— Vim conversar. Quero saber a que distância está sua segunda base.

— Por quê?

— Porque sei que Iori está lá, e vou  matá-lo. 

— Quando? — Leon se virou para mim.

— Agora! — falei simplesmente.

Leon bufou ao meu lado — Você só pode estar ficando maluco, não vai sair daqui assim, sem um plano, sem estudarmos as chances...

— Estarão melhor sem mim aqui.  — me virei para Leon — Você ouviu o garoto no jantar, enquanto eu estiver aqui, toda a filosofia desse lugar não faz sentido. Como seria um lugar de paz, abrigando o Algoz?

— Eu concordo. — Dilan interrompeu a conversa.

— O que? — Leon protestou encarando-o. — Will é nossa única chance!

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