As estratégias haviam vingado. O grupo de Gael levou duas semanas para traçar a melhor rota até a entrada da fronteira, e voltaram com boas expectativas. A ideia era começar a tirar as pessoas da vila assim que possível, em pequenos grupos, e apenas quem desejasse realmente uma rota para voltar, ou definitivamente ir embora do continente, porque o acordo era que só poderiam passar, quem não desejasse ficar.
Enquanto isso, passei a sair por rondas com os meus, planejando posicionamento como um tabuleiro de xadrez. Era fácil visualizar a formação que precisávamos para interromper um possível avanço. Após o monumento de pedra, nenhum veículo passaria e até aquele ponto, teríamos que matar todos antes que avançassem.
Fiz dos jantares com eles, uma coisa frequente na fortaleza, estreitarmos laços e trouxemos mais homens dispostos a treinar sob o selo de Guardião, e sob minhas ordens. Por mais que a ideia fosse repugnante no começo, ser o "filho" dele servia bem quando o intuito era gerar empatia. E aquele povo precisava disso, tanto quanto precisava de água ou comida. Precisavam ver que eram como todos nós, não existiria hierarquia na hora de morrer. E os primeiros a entender, foram meus homens.
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Era final da tarde quando entrei com eles correndo pelos portões da fortaleza. A mesa de jantar agora ocupava o palco e foi estendida para que acomodasse todos, os vinte e os que moravam na casa.
Erick parou na escada se apoiando nos joelhos, cansado pela corrida, e passei por ele depois de lhe dar um chute na bunda ⸻ Proteja a retaguarda, anão! ⸻ sorri.
Ele me olhou com aquela mesma cara zangada de sempre. Miguel riu indo comigo até a geladeira dentro da casa, me olhando atentamente enquanto eu entornava a garrafa.
⸻ O senhor gosta do garoto, não é?
Tomei mais um gole de água observando Erick se sentar ao lado do pai à mesa ⸻ Ele acha que não.
Miguel deu de ombros ⸻ Se me permite dizer, o senhor tem uma forma estranha de demonstrar que gosta de alguém, a senhora Alicia que o diga... Mas sobre ele, adolescentes são insuportáveis Senhor. Vai ver quando seu filho chegar a essa idade.
Sorri dando as costas para eles e me focando em Miguel ⸻ Não estou ansioso por essa fase, mas por todas as outras. Queria que não houvesse riscos aqui quando ele chegasse. Mas os movimentos estão quietos.
⸻ Acha que é um mau sinal?
⸻ Pelo contrário, acho que não é sinal nenhum, e isso realmente me preocupa.
Me apoiei em um dos armários, sentindo meu braço irradiar dor até o meu quadril em ondas elétricas que latejavam incessantemente sem uma alta dose da mais forte das misturas que Gael preparara de meu medicamento.
Miguel fez menção de se aproximar, mas ergui a mão direita em um aviso para que ficasse longe.
⸻ O senhor tem que falar com Gael sobre isso... Está piorando, e posso ver.
Balancei a cabeça negativamente, engolindo em seco para amenizar a dor ⸻ Ainda não é a hora amigo. Ainda não. ⸻ olhei ao redor, mas Gael ainda não havia voltado do centro, e Alicia estava entretida com Leon servindo os garotos. Peguei o braço dele e me apoiei. ⸻ Vamos até meu quarto.
Ele assentiu, e subi as escadas atrás dele segurando meu braço latejando.
⸻ Abra a gaveta da pia, tem seringas e um frasco de cor azul. Traga aqui.
Me sentei na cama, e ele surgiu do banheiro com as coisas na mão.
Engoli em seco ⸻ Coloque até a metade.
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Algoz
Romance(+18) Will é um soldado rebelde com um passado sombrio e repleto de traumas. Junto a seu grupo, ele é recrutado para a América do Sul, onde se instaurou uma guerra civil. Capturado em uma armadilha, ele se vê refém, em uma vila isolada do mundo ond...