- Um irmão? - recordou da noite - agora faz sentido o porque da pergunta de ontem. - disse Rugge sentando ao lado dela.
Karol levava uma das mãos ao rosto, era algo que ela jamais havia imaginado que Lorenza pediria.
- O que vamos fazer? - pergunta ela.
Ele fica pensativo, mas logo responde:
- Vamos comprar um patins pra ela, já que tem pedido a alguns meses e vamos escrever uma carta resposta do papai Noel.
- Como uma carta resposta Baloo, falando o que? - Retornou Karol.
- Que... ele não pode ajudar, que ela precisa fazer o pedido para a cegonha, que é a responsável. - disse Rugge.
- Será que vai funcionar? - continuou ela.
- Vai sim amor, você vai ver! - disse ele confiante.
Karol dobra a cartinha a recolocando no envelope e o fechando.
Batem na porta e a abrem, era Antonella que disse:
- Oi desculpa incomodar, Lolo está dormindo ainda, pensei em começarmos a preparar o jantar, alguma sugestão?
- Imagina Nella você nunca incomoda, agora sobre o jantar... podíamos fazer alguns tacos? - disse Karol meio nervosa.
- Acho que me recordo como se faz, a Eli me ensinou o truque da tortilha só preciso acertar o ponto, acho que temos todos os ingredientes. Filho você pega na horta, alface e cebolinha? - seguiu Antonella.
- Pego sim Mamma. - disse Rugge se levantando indo em direção a sua mãe.
- Você vem Ka? - perguntou Antonella antes de seguir pra cozinha.
- Vou sim, já encontro vocês lá. - respondeu Karol.
Rugge e Antonella seguiram pra cozinha, Karol ainda admistrava o pedido de Lorenza de natal. Ela se levantou do sofá, saiu da sala acústica e foi até o escritório guardar a cartinha da filha.
Rugge foi até a horta colheu as hortaliças e voltou a casa, entrando na cozinha deixou o que colheu dentro da pia com água e se virou para ver sua mãe misturando os ingredientes das tortilhas, reparou que Karol não estava na cozinha e perguntou:
- Ué Karol não veio pra cá?
- Ainda não filho e preciso dela por conta do ponto da massa. - respondeu Antonella.
- Que estranho, vou ver onde ela esta. - disse Rugge saindo da cozinha.
Ele deu uma passada na sala de Tv, Lorenza seguia dormindo, passou na sala acustica, mas estava vazia, resolveu ir até o escritório, poderia ser que alguém tivesse ligado e Karol tivesse ido atender. Ao abrir a porta a viu, de frente para a janela, com o braços cruzados, os olhos fechados, quando se aproximou dela percebeu que ela estava chorando, ele colocou a mão nas costas dela e disse:
- Hei, o que foi?
Ela o abraçou forte e chorando lhe disse:
- Eu não posso dar o que ela quer...
- Ka... você realmente ficou mexida com isso...- começou ele.
- Pelo menos não agora, estou cheia de coisas, shows, a escola, a obra de Milão, eu não posso ter outro... - dizia ela.
- Amor - a soltou do abraço e a fez olhar pra ele - eu sei disso, não se preocupe, vai dar certo a resposta do papai Noel e se mesmo assim ela insistir, contamos a ela que agora não é possível.- disse ele lhe dando um beijinho na testa e a abraçando novamente.
Ela se acalmou um pouco, ele repetiu a ela que tudo ficaria bem e que ela não se preocupasse tanto, a conduziu para o corredor, foram ajudar Antonella com o jantar. Karol se distraiu auxiliando sua sogra a fazer as tortilhas enquanto Rugge preparava os recheios. Estavam começando uma linha de produção de tacos, quando escutaram um choro vindo pelo corredor e entrando na cozinha.
- Papai ... - chamava Lorenza chorando.
Rugge foi por ela a pegando no colo.
- O que foi minha princesa? - perguntou ele.
- E-eu t-ti-v-e um-um p-pesadelo - respondeu ela seguindo com o choro.
- Shhh minha pequena, foi só isso um pesadelo, já passou. - disse Rugge zelando por ela.
Ele foi pro fogão com ela no colo para ver como estava a carne com chili, ela se virou e perguntou olhando pra panela em meio a soluços:
- O-o qu-que que v-você ta-ta fazendo pa-pai?
- Estou fazendo carne com chili pro recheio dos tacos que estamos fazendo pro jantar pequena. - respondeu Rugge.
- Hum...- respondeu Lorenza encontrando os olhos de sua mãe por cima do ombro de Rugge.
Karol a olhava preocupada, Lorenza pediu a seu pai que a colocasse no chão, assim que o fez, ela correu para sua mãe a abraçando forte pela cintura, voltando a chorar baixinho.
- Pelo jeito você estava no pesadelo Ka. - disse Antonella baixinho.
Karol levou Lolo junto de si, para sentar em uma das cadeiras a pegou no colo, sua filha se agarrou a ela escondendo o rosto.
Vendo que Lorenza não se acalmava e que demoraria um pouco mais para terminar de preparar o jantar ela disse:
- Eu vou dar um banho nela, já voltamos.
- Melhor amor, assim ela se acalma. - disse Rugge recheando alguns tacos com o chili.
Karol subiu com Lorenza, então Antonella disse:
- Desde bebê ela sempre relaxa com um banho.
- Sim Mamma, não é a primeira vez que ela tem pesadelos, mas ultimamente ela anda tendo bastante e me parece ser o mesmo, acho que vou ter que conversar com ela. - respondeu Rugge pensativo, colocando alface e queijo nos tacos.
- Sim filho, tente descobrir o que tem nesse pesadelo que a assusta tanto. Mas mudando de assunto, já descobriram o que ela pediu ao papai Noel? - perguntou Antonella organizando os tacos prontos em uma bandeja.
- Pois é, o pedido dela mexeu muito com a Ka, mais do que imaginei...- começou Rugge.
- Nossa! O que ela pediu? - indagou Antonella.
- Um irmãozinho, foi o que ela pediu. Ka estava no escritorio chorando, por isso não tinha vindo pra cá. Fazia um tempo que não a via assim. Desde que a Lolo começou a ficar mais independente, que nos tornamos donos da produtora, que ela começou com o projeto das escolas de talentos, ela estava segura de si... na verdade essa reação dela me deixou um pouco preocupado. - respondeu Rugge terminando os últimos tacos.
- Bom filho, ela deve ter se lembrado de quando estava gravida e ter outro bebê agora envolve muito mais coisas do que quando ela teve a Lolo, você mesmo acabou de citar algumas delas, e quer queira quer não, gravidez não é doença, mas é uma condição de saúde bem complicada. Eu sei que você ficaria muito feliz em ter outro pequeno correndo pela casa, mas nesse momento você deve apoiar o que sua esposa preferir. - disse pacientemente Antonella.
- Faz sentido Mamma, creio que seja isso mesmo, mas não sei, tenho medo que na realidade a Ka não queira mais ter filhos. Eu queria pelo menos mais um, mas eu a amo mais do que tenho essa vontade, por isso vou apoia-la no que ela decidir. - concluiu Rugge.
No andar superior, Karol levou Lorenza para tomar banho na banheira de seu quarto, levou alguns brinquedos pra filha se distrair, mesmo contra a vontade da filha. Karol ficou sentada no banquinho ao lado da banheira observando a filha que acabou se rendendo aos brinquedos pois esguichavam água, ela mal se lembrava quando tinha sido a última vez que tinha tomado banho com eles. Karol esperou um tempo, mas acabou perguntando:
- Filha... você quer me contar seu pesadelo?
Lorenza parou de brincar, olhou nos olhos da mãe, abaixou a cabeça a balançando em sinal de negação.
- Alguém te machuca no pesadelo? - insistiu Karol.
Lorenza seguiu negando com a cabeça.
- Eu estou nele? - seguiu Karol.
- Sim... - respondeu Lorenza baixinho e ficando bem introvertida.
- Porque você não me conta...- tenta seguir Karol.
- É como o papai disse, foi só um pesadelo... - interrompeu Lorenza.
- Tudo bem minha pequena, mas quero que você saiba que se quiser me contar, estarei aqui pra te ouvir. A propósito já enviamos sua cartinha pro papai Noel. - disse Karol.
- Sério? - mudou de feição - tomara que ele possa atender o meu pedido, porque eu quero muito, muito mesmo! - disse Lorenza.
Karol respirou fundo, tentou não esboçar nenhuma reação, logo disse:
- Tomara filha, mas você está começando a ficar enrugada, está na hora de sair e o jantar já deve estar pronto.
- Ah mamiiii! - exclamou Lorenza chateada.
- Nada de "Ah Mami", vamos, vamos! - disse Karol recolhendo os brinquedos e pegando a toalha para enrolar Lorenza.
Karol enrolou a filha na toalha, quando foi levanta-la para a tirar da banheira, Lorenza bateu os pés e molhou Karol bastante.
- Lolo!! - exclamou ela colocando a filha no chão.
Lorenza riu, Karol não se conteve e acabou rindo também. Ela enxugou a filha a enrolou na toalha novamente e disse:
- Vai correndo colocar o pijama, enquanto eu tomo banho ja que alguem me molhou toda!
- Huhuhu, qual pijama você escolheu? - perguntou Lorenza rindo.
- O de coala, esta em cima da minha cama, vai colocar de pressa! - brandou Karol contendo o riso.
Lorenza seguiu as ordens da mãe, foi até o quarto, se vestiu, colocou as meias e por fim pendurou a toalha no secador de toalha ao lado da pia. Karol saiu do banho, se enxugando foi rumo ao quarto, verificando que a filha tinha seguido seu pedido e estava sentadinha sobre a cama a aguardando. Enquanto Karol se vestia, Lorenza a observava, quando Karol começou a colocar as calças do pijama Lorenza disse:
- Você é tão bonita mami!
- Obrigado - respondeu Karol envergonhada.
- Deve ficar mais bonita com um bebe crescendo ai dentro - disse Lorenza sorridente.
Karol que estava de costas abaixada pegando uma meia no gaveteiro, fica ereta, segura o ar e raciocina uma resposta. Ela vira coloca um sorriso no rosto e diz:
- Hummm o que você está querendo dizer com isso mocinha, ontem mesmo você já veio com uma pergunta referente a isso??
- Nada ... é ... que na peça da escola eu faço a Maria e... - começa Lorenza.
- Aha e?? - questiona Karol.
- E eu cuido do menino jesus que acabou de nascer, eu tava pensando nisso e nao me lembro de ter visto uma foto sua de quando me esperava... só isso... - contornou Lorenza.
- Hum, acho que tem um álbum com fotos, ou um porta retrato no armário da sala de TV podemos ver depois do jantar se você quiser. - disse Karol
- Oba! - exclamou Lorenza.
- Muito bem, agora vamos descer porque os tacos já devem ter esfriado, e você sabe que a sua Nonna não gosta que comam comida fria. - disse Karol, tirando a filha da cama e a puxando pela mão rumo ao corredor.
Rugge e sua mãe já haviam posto os pratos, copos e feito suco, estavam se sentando a península para começar a comer quando escutaram descerem a escada rapidamente.
- A julgar pelo terremoto, alguém superou o pesadelo. - disse Rugge pegando um taco e dando uma mordida.
Em segundos Lorenza e Karol já estavam na cozinha, Lorenza se sentou entre sua Nonna e seu pai e Karol se sentou do outro lado de Rugge ganhando um beijinho dele na bochecha.
Enquanto todos saboreavam os tacos, Rugge perguntou a filha:
- Já sabe que filmes vamos ver hoje??
- Simmmm!!! Valente, Bela e a Fera e Princesa e o Sapo! - exclamou Lorenza.
- Não sei nem porque eu pergunto. Mas podíamos assistir outro no lugar de Princesa e o Sapo, porque não Hércules? - seguiu Rugge.
- Família do Futuro!! - disse Lorenza.
- Ah melhor hein, gostei! Fazemos assim assistimos Valente, Familia do Futuro e por ultimo a Bela e a fera, pode ser? - retornou Rugge.
- Perfeito papai urso! - exclamou Lorenza.
Rugge terminou de comer, se levantou e disse:
- Vou tomar banho e colocar meu pijama de papai coala, não comecem sem mim hein!
Antes de subir deu um abraço pelas costas de Karol, a sentiu um pouco rara e a perguntou:
- Você tá bem Moglito?
- Estou sim... - respondeu ela olhando pra ele.
Ele percebeu que os olhos dela diziam o contrário, então disse colocando o cabelo dela para trás e depois saindo da cozinha:
- Mais tarde a gente conversa.
Elas seguiram jantando, os tacos haviam ficado muito parecidos com os vendidos na barraca do Tio de Karol o que a deixou um pouco nostálgica.
- Aí tô entupida! Tava muito bom Nonna! - disse Lorenza se recostando na cadeira.
- Dios mio, bambina quantos você comeu? - perguntou Antonella vendo a bandeja em frente a Lorenza vazia.
- Uns 10 eu acho Nona. - respondeu Lorenza.
- Bom sua mãe comia 10 tacos em uma sentada, mas você é pequena ainda pra comer tudo isso. - disse Antonella.
- É que tava muito bom - olha pra mãe - Não estão mami? - perguntou Lorenza.
Karol saiu do transe que seus pensamentos a haviam levado e no susto disse:
- O que?... Oi?
- Os tacos mami não estão bons? - repetiu Lorenza.
- Ah sim estão ótimos, a massa ficou perfeita Nella. - respondeu Karol.
- Só consegui com sua ajuda. Acho que vou subir, tomar um banho... a vovó coala precisa dormir. Deixa que amanhã eu lavo a louça - disse bocejando Antonella colocando as bandejas na pia.
- Tudo bem Nella, tenha uma boa noite! - disse Karol.
Lorenza se levantou, abraçou a avó e lhe disse:
- Boa noite Nona!
- Boa noite mi nipotita! Bons filmes e não vão dormir muito tarde hein! - disse Antonella indo em direção a sala.
- Vamos pra sala de TV mami!!! - exclamou Lorenza eufórica.
- Vamos. - confirmou Karol se levantando colocando os pratos na pia e seguindo a filha até a sala de TV.
Lorenza senta no sofá, cantando " Hoje é sábado", pega o controle liga a Tv, Karol iria se sentar mas viu uma foto no alto da estante e disse a Lorenza:
- Hei vem aqui, quero te mostrar uma coisa.
- O que mami? - pergunta Lorenza indo até ela.
- Vem aqui - pega Lorenza no colo - esta vendo a foto nesse porta retrato ai em cima? - pergunta Karol.
- Sim! - responde Lorenza.
- Quem está na foto? - retorna Karol.
- Papai, você e... eu? - diz Lorenza analisando a foto.
- Sim e você, faltavam algumas semanas pra você chegar. - explicou Karol.
- Viu eu disse. - começou Lorenza.
- O que? - Questionou Karol
- Que você ficava mais bonita ainda. - respondeu Lorenza.
Elas logo foram interrompidas por Rugge se juntando a elas.
- O que vocês estão fazendo? - perguntou ele.
- Mamãe está me mostrando a foto de quando ela estava me esperando. - respondeu Lorenza.
- Ela me pediu pra ver mais cedo.- contou Karol.
- Hum...linda Não é? - perguntou Rugge a Lorenza.
- Sim, muito! - concordou Lorenza.
- Hunf... e como você mexia, era baguncerinha desde a barriga.- disse Rugge fazendo cossegas na filha.
Ele notou que Karol voltou a ficar distinta, então descontraiu pegando Lorenza de seu colo e dizendo:
- Mas hoje é sábado e Valente nos espera.
Os três se acomodam no sofá, assistem Valente primeiro, com Lorenza cantando todas as músicas a plenos pulmões, depois assistem Família do Futuro, mas quase no fim do filme as duas ficam sonolentas, começa Bela e a fera e ambas adormecem, ele espera um tempo, depois se levanta, pega a filha, a leva pro quarto a deixando bem confortável na cama junto de seu amigo fiel coelho de pelúcia.
Ele volta a descer, acorda com cuidado Karol, a segurando pela cintura a ajuda a subir as escadas, chegando no quarto ela se senta na cama perdida com seus pensamentos, enquanto Rugge escova os dentes.
Ele volta pro quarto, se senta de frente a ela, a olhando nos olhos e sem delongas diz:
- Faz tempo que eu não te vejo assim amor.
- Assim como? - pergunta ela.
- Insegura. - responde ele.
- Ah... - diz ela.
- Amor vamos combinar uma coisa. - começa ele.
- O que? - questiona ela.
- Deixa eu falar, eu já te conheço o suficiente pra saber que você está com medo, mas é só uma carta amor, nada de mais, não quero que você se sinta pressionada. Façamos assim, quando as agendas se acalmarem, e se voce quiser, nos planejamos ter outro filho, mas só se voce quiser. Até la vamos abstrair o pedido da Lolo. - disse Rugge.
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Boomerang - 2 temporada
FanfictionAlguns anos se passaram, Lorenza cresceu, Karol e Rugge seguindo suas carreiras enquanto cuidam da educação e da filha. Muitas surpresas o destino vai trazer e embora eles vão por seus compromissos sempre voltam um para o outro!