Com a Mamãe

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Rugge se levantou da cadeira com Lorenza no colo, ela dormia profundamente, o que de certo ponto era bom, porque ela poderia ter delírios por conta da febre alta.
- Vou ficar com ela na sala de TV Mamma. - avisou sua mãe, Rugge.
- Sim filho, eu também vou pra lá daqui a pouco, só vou terminar aqui e vou te fazer companhia. - falou Antonella.
Na sala de TV ele se sentou no sofá, puxou a manta sobre a filha para deixá-la mais aquecida, ligou a TV e passou assistir o jornal local, minutos mais tarde sua mãe veio se sentar ao seu lado, aproveitou para colocar o termômetro em Lorenza e verificar a quanto andava a febre.
No hotel em Cordoba, Karol tentava dormir, mas rolava de um lado a outro na cama, pensando se Lolo estava melhor, " Deus! Ela pedia por mim...", se recordava da ligação com Rugge.
- Basta! - disse ela em voz alta.
Ela se levantou, trocou de roupa e foi até o quarto de Alvarenga na esperança de que ele ainda estivesse acordado. Bateu na porta 3 vezes e o chamou, ela ouviu alguém virar o trinco da porta que logo se abriu.
- Karol o que aconteceu, precisa de alguma coisa? - perguntou Alvarenga coçando os olhos.
- Preciso Alva, preciso ir pra casa no primeiro vôo que houver. - disse ela em tom desesperado.
- O que houve, algum problema com o seu quarto, posso pedir pra mudarem você... - dizia Alvarenga.
- Não Alva, preciso ir pra casa, porque minha filha não está bem e precisa de mim. - esclareceu Karol o interrompendo.
- Ah certo! Vou ver o que consigo e te aviso. - disse Alvarenga compreenssivamente.
- Obrigado Alva, de verdade. - agradeceu Karol.
- Imagina, eu sei como são essas coisas, mas vai pro seu quarto descansar, se eu conseguir algo bato na sua porta. - disse Alvarenga.
- Tudo bem... - disse ela dando meia volta em retorno ao seu quarto.
Ela não conseguia descansar, resolveu arrumar as malas e deixar tudo pronto, sua intuição lhe dizia que Alvarenga conseguiria um vôo em pouco tempo. Quando ela terminou de fechar a mala, escutou baterem na porta, ela foi afoita atendê -la.
- Consegui um vôo para daqui 30 min, você precisa ir já, o hotel disponibilizou o serviço de leva e traz, estão te aguardando la em baixo. - foi falando Alvarenga.
Karol não lhe disse nada, apenas virou de costas, pegou a mala e a bagagem de mão e foi em direção a porta apressada, deu um abraço em Alvarenga o agradecendo ilimitadamente.
- Vai logo, a Lolo precisa da mãe dela! - disse Alvarenga a soltando do abraço e a conduzindo pro elevador.
Ela tornou a agradecer inúmeras vezes enquanto a porta do elevador fechava, desceu, atravessou o hall do hotel apressada mas ainda sem deixar a gentileza de lado com os funcionários, entregou as malas para o motorista e se sentou atrás do carro que já estava a sua espera.
Em Navarro, Rugge notou sua mãe fazer esforço para não dormir, não suportando ve-la daquele modo disse:
- Mamma sobe, vai dormir, deixa que eu fico cuidando dela, ademais ela está tranquila e a febre deu uma baixada, então suba para descansar.
Devido ao sono, Antonella apenas se levantou sem contestar, deu um beijo na testa de Lorenza, fez um carinho no filho e subiu as escadas rumo ao seu quarto para enfim dormir.
Rugge estava com dor nos braços de segurar Lorenza, então a deitou no sofá, deixando a cabeça dela apoiada em sua perna lhe fazendo cafuné delicadamente para não acorda-la. Zapeava pelos canais de teve em busca de algo que não lhe desse sono, encontrou uma comédia muito boa e passou a assisti-la.
No aeroporto de Cordoba, Karol estava acomodada dentro do avião, mas sua cabeça estava em sua filha em casa e em Rugge. Seus pensamentos foram interrompidos pela fala do piloto, informando que as condições do vôo estavam boas e que chegariam ao aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires em aproximadamente 1 hora e 15 minutos. Ela fechou os olhos se encostou bem na poltrona e pensou " 1:30 e estarei em casa".
Rugge seguia assistindo o filme na sala, quando foi olhar pra Lorenza percebeu que ela estava acordada assistindo também.
- Acordou princesa?
Ela balançou a cabeça em sinal de sim. Alguns minutos depois ela vira para olhar para seu pai que a retribui, então ela pede, esfregando o rosto com a manta:
- Papai quero Tetê do miau.
- De novo? - questiona ele docemente.
- Sim... por favor... - confirmou Lorenza.
Era impossível ele negar algo para aquele " por favor". Ele se levantou cuidadosamente e foi até a cozinha preparar a fórmula mais uma vez. Retornou a sala rapidamente, se sentou ao lado da almofada em que sua filha estava deitada e lhe deu o copo com o leite. Enquanto tomava, Lorenza tateava acima de sua cabeça em busca da mão de seu pai, ao encontrá -la a entrelaçou a sua e seguiu tomando seu leite e assistindo o filme.
Karol finalmente havia chego em Buenos Aires, desembarcou, fez check-out, atravessou o aeroporto, do lado de fora encontrou um táxi providencialmente e dali partiu rumo a Navarro, a sua casa.
Sem trânsito na estrada ela chegou rápido ao distrito e em minutos no portão de casa, pegou suas malas, agradeceu ao motorista que logo partiu em retorno ao centro. Ela procurou as chaves, ao encontra-las, abriu o portão com cuidado para não fazer muito barulho, desceu o declive para a garagem abrindo a porta para a cozinha em seguida.
Na sala de TV Rugge escuta barulhos na cozinha e Lorenza também que se senta no sofá e pergunta:
- Quem está na cozinha pá?
- Deve ser a Nonna filha... - respondeu ele ainda que curioso.
Antes que ele pudesse fazer mensão de se levantar para ir até lá ver, viu os olhos de Lorenza brilharem seguidos de uma carinha de choro, ela saltou do sofá dizendo:
- Mamãe!!
Ela correu abraçar a sua mãe, Karol a pegou no colo de imediato, lhe dando beijinhos e a repetindo:
- Estou aqui, aqui com você pequena...
Rugge ficou incrédulo ao ver Karol chegar em plena madrugada, mas sabia que ela era teimosa e não iria lhe dar ouvidos quando ele disse pra ela não pegar o primeiro vôo de volta, mas ele sabia que a família sempre falava mais alto.
- Senti muito sua falta mami, muito muito! - disse Lorenza agarrada a sua mãe.
Karol se sentou com ela no colo, a soltou um pouquinho para olhar em seu rosto, enxugou as lágrimas, a olhou nos olhos, depois olhou para Rugge a seu lado e afirmou:
- Não vamos mais ter agenda no final de ano, vamos começar as férias antes.
Rugge concordou com a cabeça, Lorenza voltou a se abraçar a mãe, mas sem choro, apenas ficou ali quietinha com os olhos fechados, aproveitando o carinho e amor de seus pais.
Quando Lolo pegou no sono, Karol subiu com ela nos braços com Rugge bem atrás, se acomodaram na cama do casal os 3, deixando a filha no meio, para que se sentisse segura e protegida. Pela manhã, Karol sentiu alguém lhe fazer cafuné, semicerrou os olhos, percebeu que era Rugge que estava olhando para ela e lhe fazendo carinho. Por alguns instantes Karol havia esquecido que já havia retornado para casa.
Ela abriu os olhos completamente, encontrando os dele, que a disse suavemente:
- Bom dia Moglito.
Ela o sorriu em retorno, olhou para baixo e viu Lorenza dormindo profundamente abraçada a ela e segurando uma das mãos do pai.
- Ela parece melhor. - sussurrou Karol.
- Quem não se sente melhor com você por perto? - sugeriu ele.
- Eu sei que você também sentiu minha falta. - continuou baixinho ela.
- Muita, do minuto que carro saiu daqui, eu já estava sentindo sua falta. É estranho você não estar aqui pra eu me apaixonar por você pelo menos uma vez no dia. - disse ele complacente.
Ela lhe sorriu, o que o fez dizer:
- Hunf... Já foi...
- O que? - perguntou ela sem entender.
- Seu sorriso, me apaixonei. - respondeu ele seguido de risinhos.
- Mami... - chamou a atenção de Karol Lorenza.
- Oi minha pequena, como você está? - perguntou Karol.
Lorenza acena com a cabeça que bem e retornou :
- Você vai ficar comigo hoje?
- Nós vamos ficar filha - se antecipou Rugge.
- Sim minha pequena, vamos ficar grudadinhos hoje, os 3. - respondeu Karol.
- Papai não vai trabalhar? - seguiu Lorenza.
- Não princesa... - respondeu Rugge a fazendo cafuné.
Karol sente a temperatura tocando o rosto de sua filha, olha pra Rugge e o diz:
- Ela está um pouco quentinha...
- Mas me sinto bem mami! - exclamou Lorenza
Rugge a fez sinal com os olhos, dizendo que era um restinho de saudade, ela contraiu os lábios sorrindo, ele lhe retribuiu e os dois abraçaram Lorenza bem apertado.
- Hun.. tô ficando sem ar - disse Lorenza seguido de uma risada.
Eles a soltaram, os três riram muito, o que chamou a atenção de Antonella, que foi averiguar o que estava acontecendo, sendo que quando ela foi dormir sua neta ainda tinha febre, ela abriu a porta do quarto do filho e viu os 3 na cama e exclamou:
- Karol!!
- Bom dia Nella! - respondeu Karol rindo.
- Chegou que horas? - perguntou Antonella se aproximando da cama e sentando na beirada.
- Ela chegou ontem perto das 3 da manhã a teimosa! - disse Rugge.
- Eu vim no primeiro vôo disponível Nella, primeiro porque fiquei preocupada com a Lolo e segundo porque já não aguentava de saudade. - vira para Rugge - Você sabe que eu sou teimosa, ainda mais se for pela familia! - respondeu Karol se sentando e puxando a filha no colo.
- Nonita... - chamou Lorenza.
- Sim mia bambina - atendeu Antonella.
- Pode fazer Tetê do miau? - seguiu ela
Karol e Rugge trocaram olhares, mas Antonella se antecipou se levantando e saindo:
- Faço sim, vou aproveitar e trazer o café da manhã, porque já vi que vão ficar na cama hoje.
Após Antonella sair, Rugge faz cosquinhas em Lorenza que o revida, eles param um pouco para respirar, ela olha para seus pais e pergunta:
- Agora vamos ficar juntos ate o ano novo?
- Sim filha - ambos respondem.
- E vamos passar o Natal onde? - seguiu ela.
- Onde vamos passar mamãe? - colaborou Rugge.
- Hummm passamos o Natal no México e o Ano Novo na Itália? - deu a opção Karol.
- Não queria viajar... - diz Lorenza
- Façamos assim, mais tarde o papai vai ligar pra toda a família e ver se eles podem vir pelo menos passar o Natal aqui, pode ser? - retornou Rugge.
- Sim!!! Por favor, quero ver todos juntos e não separados como nos últimos anos - concordou com o pai Lorenza.
Eles seguiram conversando, Lorenza imaginando a ceia de natal e a casa cheia, quando Antonella retornou ao quarto com uma bandeja com frutas, torradas, leite, suco e o leite especial de Lorenza.
- Do que estão falando? - perguntou Antonella pousando a bandeja sobre a mesa e entregando o copo de suco ao filho.
- Lolo quer que a família venha passar o Natal aqui Nella. - respondeu Karol
- Precisa ver com seu irmão filho, seu pai sei que vem, mas o Léo está com treinos marcados. - disse Antonella.
- Eu vou ligar mais tarde pra todos pra ver isso Mamma. - esclareceu Rugge.
Antonella e Rugge seguiram conversando, enquanto Lorenza pegava seu copo e deitava no colo de Karol, com um uma mão segurava seu leite e com a outra fazia carinho no rosto de sua mãe a olhando fixamente.
Lolo terminou seu leite, bem como seus pais tomaram o café, no entanto ela seguiu no colo de sua mãe apenas a observando conversar com seu pai e sua avó.
- Bom temos que começar a preparar o almoço. - disse Antonella.
- Sim Mamma, vamos descer todos ou você - aperta o nariz dela com o indicador - quer ficar aqui com a mamãe? - perguntou Rugge.
Mais do que rápido Lorenza respondeu:
- Com a Mamãe!
Ele sorriu, mas Karol disse:
- Daqui a pouco a gente desse.
Rugge deu um beijinho na testa de sua filha, que ainda estava um pouco quentinha, um selinho em sua esposa e acompanhou sua mãe até o andar inferior para preparar o almoço.
Karol ficou com Lorenza em seu colo em baixo das cobertas, ela olhava sua filha em cada detalhe, como havia crescido, cada dia mais parecida com ela ainda que tivesse um "q" do pai, ela era muito mais parecida com Karol.
- Mami... - começou Lorenza.
- Hum? - atendeu Karol.
- Eu te amo muito sabia? - perguntou Lorenza.
- Ah minha pequena, eu sei e também te amo muito, muito! - respondeu Karol,  seguido de beijinhos.
Na cozinha enquanto Rugge ajudava sua mãe a preparar um belo peixe assado com batatas e legumes, ele falava ao telefone com a família sobre o Natal. Por sorte seu pai e Léo, já haviam confirmado que viriam, Caro e Miguel também bem como Montse e sua mãe, só  faltava Maurício dizer que sim e finalmente Rugge poderia dar a boa notícia a sua filha.
Mais tarde Karol e Lorenza finalmente desceram para almoçar, atraídas pelo cheiro, chegaram na cozinha, Rugge estava pondo os pratos e talheres e sua mãe arrumando as travessas.
- Ah! Já estava quase chamando as mocinhas! - disse Rugge.
- Fomos atraídas pelo cheiro. - disse Karol puxando a cadeira para Lolo se sentar e se sentando em seguida.
- Está realmente bom, Rugge caprichou nos temperos. - disse Antonella também sentando e começando a servir.
- Hummm papai arrasa! - disse Lorenza.
- Eu arraso, viu só! - se gabou Rugge se sentando também.
- Ih la vem o presumido... - disse Karol revirando os olhos.
- O presumido que você ama. - disse ele olhando pra ela.
Karol o olhou, ele piscou pra ela que mordeu o lábio inferior e disse:
- Não vou negar ...
- Filho vai contar já? - perguntou Antonella.
- Contar o que nonita? - perguntou curiosa Lorenza.
Karol o olhou curiosa mas sem entender, ele respondeu:
- Liguei pra família, tanto italiana, quando a mexicana, falei sobre o Natal ser aqui dessa vez, porque uma baguncerinha pediu e eles me disseram... rufem os tambores Karol...
Karol imitou o som de tambores.
- O que papai?? - perguntou ansiosa Lorenza.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora