Transbordar

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- Como assim?? - perguntou surpresa Karol.
- Foi o que mia mamma acabou de avisar que Anto nasceu e está tudo bem, amanhã ela nos envia uma foto ou faz vídeo chamada, mas elas estão bem. - explicou Rugge.
- Minha prima e seu irmão se tornaram pais... que loucura! - exclamou Karol.
- E nós Tios... - lembrou Rugge voltando a se abraçar a esposa.
Karol riu discretamente, retornando a fazer carinho nele, lidando com a ideia de serem tios. Seus pensamentos foram interrompidos por uma garotinha entrando no quarto:
- Ah vocês estão aí!! Estou com fome! - disse Lorenza.
- Baloo tem alguém com fome. - sussurrou Karol a Rugge.
- Pá, você tá bem? - perguntou Lorenza vendo o pai no colo de sua mãe.
- Aconteceram algumas coisas que fizeram seu pai ter um dia ruim filha, ele só precisa ficar aqui um pouquinho. - entrega o celular a filha - escolhe alguma coisa no aplicativo pra gente pedir? - explicou e pediu Karol.
- Fica bem Pá... - disse Lorenza colocando a mão sobre as costas do pai.
- Eu já estou bem princesa, só preciso da sua mãe um tempinho. - a tranquilizou Rugge.
- Má posso pedir comida japonesa? - perguntou Lorenza.
- Pode sim filha, escolhe um combo que tenha o que a gente gosta, deixa que a mamãe finaliza a compra tudo bem? - direcionou Karol
- Uhum! - concordou Lorenza já procurando o restaurante no aplicativo.
- Um dia eu vou descobrir o que você tem... - disse Rugge baixinho.
- Como assim? - estranhou Karol.
- Porque é incrivel o que o seu abraço faz... - respondeu ele.
- É o melhor abraço do mundo! - exclamou Lorenza dedilhando o celular com destreza em busca do que comer.
- Talvez seja o amor que sinto por vocês... - sugeriu Karol.
- É isso também amor, mas a energia é que faz a diferença... Eu diria que você é medicinal... - explicou Rugge baixinho.
Karol reagiu com ternura a colocação de seu esposo, no entanto Lorenza se aproximou lhe entregando o celular perguntando:
- Vê se tá bom Má?
- 1 combo de sushi e sashimi, 2 Temakis, 1 yakisoba família e 1 yakimeshi... Acho que está bom, o que você acha Baloo? - conferiu e pediu confirmação Karol.
- Tá faltando doce aí, pede uns harumakis doces... - sugeriu Rugge.
- Quantos vocês querem? - retornou Karol.
- Eu quero 5... - disse Rugge.
- Eu 3 Má - completou Lorenza.
- 13 então... melhor pedir 14, 14 de doce de leite... E finalizando o pedido, realizando o pagamento.... pronto! Agora é só esperar! - disse Karol.
- Vou descendo pra esperar o entregador. - informou Lorenza.
- Sim filha, mas é só pra atender o interfone, não é pra abrir o portão e nem sair, okay? - advertiu Karol.
- Sim Má! Okay, okay! - concordou Lorenza saindo do quarto.
Após Lorenza sair, Rugge se sentou ao lado de Karol ainda a abraçando,  lhe dando beijinhos no pescoço a perguntou:
- Eu já disse que te amo?
- Já sim... - respondeu ela retribuíndo com beijinhos perto da orelha dele.
- Que bom, porque eu não quero que você diga que ninguém disse que te ama hoje... - disse ele a segurando no rosto e a beijando.
Entre beijos, selinhos e beijinhos de esquimós ela o disse:
- Vou sentir sua falta...
- Eu também vou, mas sexta de manhã estou aqui... - retornou ele voltando a beija-la.
Se soltando dos labios dela, passou a olha-la fixamente, passado alguns minutos voltou a dizer;
- Você ainda tem a Lolo pra te fazer companhia, eu preciso levar um blusa sua e vestir um travesseiro pra dormir abraçado pra não sentir tanto.
- Hunf... já estou com ciúme desse travesseiro... - disse Karol se fazendo de brava.
- Moglito!! - Brandou ele rindo lhe dando mais um selinho.
O momento foi interrompido pelo soar da campanhia, avisando que o entregador havia chego.
- Hunf - selinho - sempre assim... nossos momentos cheios de interrupções... no momento justo desde 2015... - declarou Rugge se levantando meio a contragosto, por ele passaria o resto do dia todo ali abraçado a Karol.
- Não seja mentiroso porque quando estávamos na praia não fomos interrompidos. - Brandou Karol também se levantando indo atrás dele.
- Exato amor, estávamos na praia, aqui em casa a história é diferente... - segura na mão dela seguindo pelo corredor - Mas é bom pra valorizarmos os momentos juntos. - concluiu ele descendo as escadas com ela.
Após um jantar bem oriental e um pouco de tv, Rugge subiu com Lorenza no colo bem sonolenta para colocá-la na cama e faze-la dormir, Karol continuou no térreo arrumando algumas coisas na mochila de Rugge, depois subiu direto pro banho. Durante o banho ela foi surpreendida pelo marido na porta do box:
- Tem lugar pra mais um aí? - Perguntou Rugge.
- Aí me assustou! - tenta controlar a respiração - Porque você faz isso? Enfim... tem lugar sim, vem logo, só sem sustos okay? - advertiu Karol.
- Tá bom... - disse ele rindo entrando no box.
Ele ficou tranquilo ali absorvendo o vapor do calor do chuveiro, enquanto ela terminava de se enxaguar, assim que ela virou de frente ele se aproximou a abraçando e beijando, mas ela logo o interrompeu brandando e lhe batendo nos braços:
- Rugge!! Eu já tomei banho e você não... Eu vou ter que tomar banho de novo!
Ele reduziu mais o espaço entre eles a apertando contra si, lhe dando mais um beijo e entre mais um lhe disse:
- Que dramática...
A levando novamente perto do chuveiro sentindo a água esguiar pelo corpo, ele a deu mais alguns beijos e ainda abraçado encostou a testa na dela, ambos fecharam os olhos, após minutos ela o perguntou baixinho:
- Ela dormiu?
- Uhum... - respondeu ele em mesmo tom.
- Você está melhor? - seguiu ela.
- Muito... O que seria de mim sem minha recarregadora de energia? - retornou ele.
- Hunf... - manifestou ela.
- Te amo Moglito. - disse ele gentilmente.
- Não queria você viajasse... - exteriorizou ela.
- Eu também não queria ir, mas você sabe como funciona. - disse ele.
- Coloquei seus documentos na mochila e uns lanchinhos pra você comer na espera pro embarque. - informou ela.
- Uma pena que não posso levar o essencial... - falou ele em tom chateado.
- O que você não pode levar? - perguntou ela intrigada.
- Você. - respondeu ele docemente voltando a beija-la.
Alguns beijos mais tarde, Karol o lembrou que precisavam dormir cedo porque o dia seguinte seria muito corrido como geralmente era em dia de viagem. Sem demora terminaram o asseio noturno e se deitaram abraçados aproveitando cada segundo juntos até o sono chegar e os embalar ao descanso do corpo e da mente.
Na manhã de terça, tomaram café, Karol arrumava Lorenza, pois ela teria aula de Ballet, enquanto Rugge colocava sua mala, mochila e pasta de partituras no carro. De casa saíram deixando Lorenza na escola, que se despediu de seu pai até a campanhia soar anunciando o horário de entrada para as aulas.
- Por favor pá se cuide!! - pediu Lorenza uma última vez.
- Pode deixar princesa, eu ligo a noite! Agora vai pra sua aula, antes que a professora feche a porta. - se despediu e orientou Rugge.
Da escola primária de Navarro, partiram pela estrada em direção ao centro da cidade autônoma de Buenos Aires rumo a empresa. No caminho Karol não conseguia olhar para a paisagem como de costume, seus olhos estavam fixos em Rugge, mais uma vez ele partiria e desde a última vez ela ainda estava um pouco mexida com viagens, mas era algo que ela precisava superar, pois a vida profissional de ambos exigia vôos e não era uma opção.
Chegando na KSP, Rugge estacionou na garagem, ambos desceram, ela seguia o observando detalhadamente, o ajudou a pegar seus pertences, subiram de elevador até o térreo encontrando todo o pessoal da produção aguardando no saguão a chegada de Rugge e do veículo que os levaria até o aeroporto. Ele cumprimentou todos, foi direto conversar com Alvarenga que estava conferindo os documentos: dos músicos, staffs e equipe, Rugge ficou ali conversando com o pessoal até que a van chegou, logo foram carrega-la com os materiais e se organizarem nos assentos, antes que subisse no veículo Alvarenga fez sinal a Rugge com a cabeça indicando uma moça encostada na mureta ao lado da porta os observando, ao ve-la, ele entendeu a mensagem e foi até ela a abraçando.
- Fica bem amor, eu ligo a noite. - disse ele.
Mas Karol se aninhou ao abraço dele o apertando firme. Ele sabia que o que havia acontecido da última vez com o avião ainda mexia com ela, até porque era recente. Com Alvarenga o alertando sobre a hora ao longe, Rugge a soltou, a olhou bem, arrumou o cabelo dela para traz, segurou seu pescoço com uma das mãos e a beijou suavemente lhe dizendo em seguida:
- Fica tranquila, sexta de manhã estou aqui inteiro só pra você! Não se preocupe amor eu já te disse eu faço o impossível pra ver esses olhos verdes outra vez.
- Eu te amo... - disse Karol em retribuição.
- Eu mais... nos falamos a noite! - concluiu ele lhe dando mais um beijo e indo pra van a olhando até entrar.
Eles partiram e Karol entrou no prédio subindo até seu andar, verificou com Amélia a agenda e foi pra sua sala começar mais um dia de trabalho.
Enquanto verificava uma proposta de produzir uma propaganda em frente a LPS Argentina e alguns detalhes da obra de Milão, Karol recebeu mensagens de sua prima, lhe avisando que estava bem que já estava indo pra casa e que ela mandaria outra mensagem mais tarde. Por um momento Karol havia se esquecido desse fato, de que tinha se tornado Tia, era uma loucura talvez não tanto quanto ser mãe, mas igualmente gratificante.
Karol seguiu com seu trabalho, ainda que seus pensamentos se perdessem no esposo viajando, ela falava consigo mesma para se manter centrada.
Pouco tempo depois voltou a receber notificações de Montse, em uma delas recebeu uma foto que a encheu de ternura por finalmente conhecer sua sobrinha, a pequena Anto.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora