Antonella foi até a sala seguida de seu esposo, quando notou que a neta estava dormindo disse baixinho:
- Dormiu? Justamente porque viemos avisar para começarmos a nos arrumar, porque as 20:00 o pessoal vai começar a chegar.
- Não tem problema Mamma eu deixo ela dormindo enquanto a gente se arruma ela fica por último. - disse Rugge.
- É melhor mesmo, ela fica muito ansiosa de ter que ficar esperando vocês ficarem prontos. - concluiu Antonella.
Rugge pegou Lorenza do colo de Karol e a levou pra sua cama em seu quarto, ela estava com tanto sono que nem percebeu que a mudança de lugar. Atrás de Rugge veio Karol, indo direto ao closet em busca das malas separando o vestido, meia calça e sapatos para Lorenza, também começou a separar a separar a roupa de Rugge, mas ao analisar disse enquanto ele pegava toalhas:
- Aí não você de calça branca não vai dar, vai ter que ser jeans com a camisa branca.
- Depois de tanto tempo você ainda tem problema com a calça branca? - perguntou Rugge rindo.
- Eu tenho fetiche ... - respondeu sem pensar - Karol se concentra no que você esta fazendo. - disse para si mesma.
- Ah... fetiche... - disse Rugge encontrando o olhar dela e molhando o lábio inferior.
- Eu falei isso alto... - disse ela ficando nervosa e ruborizada.
Ele balançou a cabeça em acordo, contendo o riso.
Ela colocou uma das mãos no rosto e esfregando a testa disse:
- Meu Deus tenho tanta coisa na cabeça... - desvia do assunto - quem vai tomar banho primeiro? - seguiu ela.
Rugge fica pensativo fazendo movimentos lineares com o indicador e o polegar no queixo e responde a olhando com os olhos grandes, brilhantes e ficando mais próximo:
- Humm o que você acha de economizarmos água?
- É... - pigarreia - É... você quer dizer...
- Tomar banho juntos - interrompeu ele.
- Ah ... é... - tentou ela formular uma resposta sem êxito.
- Amor só tomar banho nada além disso. - deixou claro ele.
- Tá.. - olha no armário - É... - começou a dizer ela.
- Eu ja peguei as toalhas vamos? - perguntou ele.
Ela engoliu saliva e o acompanhou até o banheiro.
Depois de tomarem banho comportadamente, Karol saiu primeiro do banheiro, colocou uma camisa longa e foi pela filha enquanto Rugge terminava de se secar e colocar a roupa.
Karol sentou a lado de Lorenza na cama, a chamou mas ela seguia sonolenta, a pegou no colo, achou estranho a temperatura dela e passou a sentir com o peito da mão o pescoço e posteriormente o tronco da filha.
Rugge que ainda estava no closet as viu e foi ate elas perguntando:
- O que houve?
- Não sei, mas sente - pega a mão dele e coloca na testa da filha - ela esta quentinha, não está? - perguntou Karol.
- É esta sim, vou pegar o termômetro. - disse Rugge.
- Esta no bolso da frente da minha bolsa - informou Karol.
Ele achou e rapidamente, colocou em baixo do braço de Lorenza, esperaram um minuto, apitou, Karol alertou para esperar um pouquinho para a temperatura ser mais precisa. Passado os segundos a mais Rugge tirou o termômetro relevando que a temperatura estava elevada próximo dos 39.5:
- Ta bem alta amor - contou ele.
- Hunf... vou dar banho nela pra ver se baixa um pouco. - disse Karol.
- Da mais frio pra ajudar. Trouxemos remédio, eu vou preparar aquele de gotinha - disse Rugge pegando o remédio na bolsa de Karol.
Ela levou Lorenza pro banheiro, a colocou sentada enconstada no armário, tirou toda a roupa, a colocou em baixo do chuveiro morno pro frio, lhe deu banho rápido, a enrolou na toalha, mas Lorenza seguia meio mole e não conseguia manter os olhos muito tempo abertos, os esfregava todo o tempo, respirava fundo mas descompassado. Karol voltou pro quarto se sentando com ela no colo ainda enrolada na toalha, Rugge retornou com um copo com o remédio, entregou a Karol que com muito custo conseguiu fazer Lorenza beber. Rugge voltou a verificar a temperatura dela, havia baixado mas não o suficiente, Karol a enxugou bem, com auxílio dele a vestiu, opitou por não colocar os sapatos e acrescentou mais uma blusa, Rugge pegou uma manta azul clarinha na mala e enrolou a filha, que ja havia abertos os olhos finalmente.
- Papai... - chamou Lorenza.
- Oi princesa. - atendeu Rugge.
- Quero o tete do miau... - pediu ela com a voz rouca e falha.
- Aí pequena não tem ... - começou Karol.
- Eu comprei no mercado aquele dia - interrompeu e olhou pra filha - só não tem o copo com gatinho, tem problema? - perguntou Rugge.
Lorenza respondeu gestualmente com a cabeça que não havia problema.
- Vou fazer pra você tá, fica bem quentinha aí com a mamãe. - disse ele dando um beijinho na testa da filha e na de Karol.
Lorenza e a mãe ficaram se observando, até Karol notar que ainda não havia colocado a roupa pra ceia.
- Vou deixar você aqui um minuto só pra colocar o vestido que o papai me deu, eu vou estar ali no closet olhando você, tudo bem?
- Sim... mas não demora ... - respondeu Lorenza baixinho.
Karol a deixou bem acomodada na cama, foi até o closet, subiu na prateleira pra alcançar a sacola na parte superior do armário, desceu, tirou o vestido da sacola o analisando. Era simples mas muito bonito, era longo, com mangas longas e decote ate os ombros infinito, tinha bordados de pedrinhas bem delicadas em degrade, parecia até um vestido de noiva mais simples. Ela tirou a camisa e vestiu o vestido que serviu como uma luva, colocou os sapatos e voltou pro quarto, Lorenza quando a viu mais de perto a disse docemente e ainda baixinho:
- Só te faltam asas mami.
Karol a sorriu lhe fez carinho no rosto aproveitando para sentir se a febre havia baixado mais, parecia estar normalizando a temperatura. Rugge logo retornou ao quarto, foi entrando e dizendo:
- Filha o copo tem um cachorrinho então é o tete - olha para Karol e segue lentamente - do... au... au... que linda.
Karol gira e o diz:
- Ficou perfeito.
- Muito! - concluiu ele entregando o copo para a filha sem tirar os olhos de Karol.
Ele iria dizer mais alguma coisa, mas Lorenza os interrompeu pedindo:
- Mami... colo.
Karol se sentou imediatamente, desenrolou Lolo um pouco da coberta, a puxou para seu colo, pegou o copo com Rugge e entregou a Lorenza, que passou a tomar seu leite trocando olhares com a mãe.
Rugge se aproxima e coloca novamente o termômetro em baixo do braço da filha, para analisar quanto andava a febre. Após o aviso sonoro, esperou uns segundo a mais e verificou:
- 37.9, baixou mas ainda esta um pouco alta.
- Vou levar ela pra sala enrolada, porque o pessoal ja vai chegar. Coloca os sapatos nela amor? - pediu Karol.
- Claro. - respondeu Rugge os pegando e colocando em Lorenza.
- Como está essa mocinha? - perguntou Antonella da porta.
- Melhor, baixou a febre um pouco. Que linda que esta Nella. - respondeu e elogiou Karol.
- Obrigado! - disse sem jeito - Que bom que esta melhor! - se dirige ao filho - Rugge, Flávio acabou de chegar - informou Antonella.
- Ja estamos indo Mamma - olha para a filha - Pronto a princesa esta com seus sapatinhos, ja podemos ir ao baile!
Antonella e Karol começam a conter o riso, ele tenta entender o porque mas antes que pudesse perguntar sua mãe disse:
- Parece que o Rei esqueceu os sapatos.
- Vai passar o ano novo de meias amor? - perguntou Karol rindo.
- Nossa nem percebi, vou colocar o sapatos. - disse Rugge indo ao closet rindo.
Com todos prontos se encontraram na sala com o resto da familia que havia chego, depois do remédio, leite e carinhos da mãe Lorenza parecia muito melhor, comprimentou a todos muito educadamente, ganhou presentes dos primos de seu pai e acabou se distraindo com os filhos deles em varias brincadeiras. Com mais pessoas em casa ficou mais fácil de organizar a finalização do jantar e dar um descanso a Montse que estava bem cansada.
O ano novo se aproximava, o jantar ja estava pronto e servido, as uvas estavam nos copos distribuídas sobre a mesa, a musica estava plena e ambiente, todos conversavam alegremente, as crianças brincavam, faltando 5 minutos para a meia noite, agradeceram por mais um ano e fizeram bons votos para o que iria iniciar. Faltando 1 minuto, cada qual pegou seu copo com uvas, Karol estava distraida continuando a conversa com a Tia Silvia sobre a obra de Milão, quando Rugge pediu licença a sua tia discretamente e puxou a Karol pela cintura dando de encontro a ele.
- Oi... - disse ele a olhando nos olhos profundamente.
Ela não disse nada apenas o sorriu, ele por sua vez a beijou enquanto seu pai fazia a contagem regressiva.
- 5....4....3....2....1....Felice Anno Nuovo!!
Rugge se soltou de Karol e a sussurrou:
- Começamos e terminamos o ano da melhor forma!
- Não esqueçam das uvas - lembrou a todos Antonella.
- Aí meu deus as uvas - disse Karol virando o copo colocando todas as uvas de uma vez na boca.
- Amor! O que você ta fazendo, vai se afogar doida! Se come uma de cada vez! - alertou Rugge.
- Humm - engole - não me chama de doida! - brandou Karol.
- Mami! - chamou Lorenza indo em direção a eles.
- Oi pequena! - atendeu Karol.
- Eu não gosto de uva - disse Lorenza entregando o copo de uva a mãe.
- Você ja provou uma baguncerinha? - perguntou Rugge a pegando no colo.
- Não Pá, mas eu não gosto. - respondeu Lorenza.
- Você só vai saber se não gosta comendo filha. - disse Karol pegando uma uva e levando próximo a boca de Lorenza.
- É filha prova um pedacinho, se você não gostar nós vamos entender. - disse Rugge.
- Esta bem. - concordou, prova um pedacinho - É bom! - exclamou Lorenza.
- Viu só! Agora me da um abraço. - abraça - Feliz ano novo Lolo! - disse Rugge.
Karol se juntou ao abraço, logo os demais familiares vieram confraternizar também pelo novo ano.
A ceia estava caprichada, a mesa longa repleta de familiares, lembrava um pouco a casa de Navarro, Karol teve uma breve saudade de sua mãe, irmão, tios e cia, aproveitou a lembrança para enviar mensagens com bons votos a eles, assim que terminou de enviar as mensagens sua mãe a ligou, ela saiu discretamente da mesa para ouvir melhor, ja que todos conversavam a mesa, além da musica de fundo e do bater de talheres. Enquanto Karol estava no telefone, Flávio primo de Rugge conversava com ele:
- Então primo, ja vai completar 8 anos de casado, planejou alguma coisa?
- Na verdade não, voltamos pra uma reunião ja no dia 05, acho que não vai dar tempo de ter ferias de novo. - respondeu Rugge.
- De novo, vocês são os donos da empresa, precisam tirar umas férias. - disse Flávio.
- Não é tão simples, mas confeço que faz muito tempo que não temos tempo pra nós dois e bom... - começou Rugge.
- É isso aí primo, precisa organizar alguma coisa, mesmo que sejam poucos dias, sem filho, sem empresa, sem compromissos, ou você vai querer passar mais um aniversario de casamento fazendo um jantar rápido e acabou? - questionou Flávio.
Antonella e Bruno que estavam a frente deles ouvindo de relance a conversa se intrometeram:
- Sabe que seu primo tem razão filho. - disse Bruno.
- Concordo filho, vocês vivem só pelo trabalho e pela Lolo, tem pouco tempo um pro outro, precisam desestressar, sair da rotina. - complementou Antonella.
- Eu estou de acordo com o Flávio você precisa organizar alguma coisa. - disse Bruno cortando mais um pedaço de pernil.
- Eu tive uma ideia, porque não deixam Lorenza aqui por uns dias e vocês dois vão viajar pra algum lugar, depois a levamos a Navarro. - sugeriu Antonella.
- Isso filho, vão vocês pra Argentina, deixem ela conosco ela vai ficar bem ... - começou Bruno.
- Porque você não aluga um trailer e não faz um tour pela costa argentina me falaram que é muito bonito e tem praias remotas. - sugeriu Flávio interrompendo.
- Olha aí filho uma super ideia, eu acho valido. - disse Bruno.
- Eu também, vai fazer bem pra vocês, esse ano ja esta cheio de coisas, a obra de Milão, a agenda de vocês lotada de shows, álbum novo, Lolo indo pro primeiro ano, acho que vai ser bom vocês renovarem os laços e esquecerem um pouco a rotina. - falou Antonella.
- Eu acho uma boa ideia só não sei se a Karol vai gostar de ficar longe da Lolo... - começou Rugge.
- Ah filho só por uns dias, vocês vão dia 2, a reunião é dia 5, vocês viajam e eu levo Lolo de volta no dia 10. - propôs Bruno.
- Não sei pai... - começou Rugge.
- Ah pelo amor de Deus Ruggero, vai passar um tempo com a Karol, eu o Leo e seus pais cuidamos da Lolo. - disparou Montse do outro lado de Bruno.
- Gente eu estou de acordo eu só não sei se a Karol e a Lolo vão concordar. - disse Rugge.
- Deixa que com a minha prima eu converso. - deixou claro Montse.
- E nós conversamos com a Lolo, certo Nella. - disse Bruno.
- Isso mesmo filho. - concordou Antonella.
- O que vocês estão falando de mim? - perguntou Lorenza que estava passando por ali brincando de esconde esconde com os filhos dos primos de Rugge.
- Que queremos que você fique uns dias aqui com os Nonos! - disse Bruno.
- Aiii Simmm eu quero ficar sim! - disse Lorenza animada.
- Mas a mamãe e o papai vão pra Argentina e você vai ficar. - disse Antonella.
Lorenza fica pensativa, mas diz:
- Eu posso ficar papai? Ou você vai sentir minha falta?
Eles riem da pergunta e Flavio diz rindo:
- Ela resumiu hehehe é você que vai sentir falta dela.
Rugge ri também, mas vira para Lorenza e responde.
- Se a sua mãe concordar por mim tudo bem.
- Ela vai sim pá! - responde diretamente Lorenza, roubando uma batata cozida do prato do pai e indo procurar os priminhos.
- É primo, acho que vamos organizar uma viagem, deixa eu procurar aqui um itinerário legal. - disse Flávio.
- Eu vou procurar aluguel de trailer. - disse Bruno mexendo no celular.
- Que bom que a Lolo melhorou. - disse Karol voltando pra mesa.
Rugge engoliu seco, olhou pros pais, Montse e Flavio, implorando a eles que não falassem nada, pelo menos por enquanto, pra quebrar o silêncio ele respondeu:
- Sim amor, mas me conta como esta nossa família mexicana?
- Estão todos bem, passaram bem, todos na casa da Tia Ana, ah Montse seus pais mandaram abraços, vão te ligar amanhã.
- Eles ligam todo dia... - disse Montse revirando os olhos.
- Ah estão só preocupados com você prima e com a neta deles. - disse Karol.
- Por falar nisso, vocês dois não pensam e ter outro filho? - perguntou Flávio ainda fazendo buscas no celular.
Rugge o da uma cotovelada e o olha levemente enfurecido, Flávio fica meio sem entender, mas Karol responde com muita segurança:
- Não, não, uma esta ótimo Flávio, sobretudo não temos muito tempo, ja é muito triste não poder participar de todos os momentos importantes da Lolo, não quero ter mais um e acabar não dando atenção a nenhum dos filhos, nem ao marido e nem ao trabalho direito. Acho que em time que está ganhando não se mexe.
- É isso primo. - concordou Rugge, mesmo que por dentro ele pensasse o oposto.
- Vocês precisam mesmo dessa viagem. - sussurrou Flávio a Rugge.
Depois da sobremesa da ceia, o sono foi pegando um por um como picada de mosquito, os primos se despediram, agradeceram pela comida e recepção e foram embora. Antonella e Bruno recolheram a louça, Léo e Rugge arrumaram os móveis novamente no lugar, Karol levou Lorenza que havia apagado de sono no sofá para dormir no quarto, retornou para ajudar Montse a tirar a toalha e limpar a mesa.
Mais tarde quando todos ja haviam ido dormir ou pelo menos se acomodarem em seus quartos, Rugge levou Karol a sala que o acompanhou sem entender, ele se sentou no sofá e ela logo em seguida ao seu lado, ele segurou as mãos dela e começou:
- Precisamos conversar...
- Eu falei alguma coisa errada na ceia, o que houve? - perguntou ela um pouco apreensiva.
- Não amor é sobre mais cedo, acho que você esqueceu de um dos nossos combinados. - seguiu ele.
- Ah... - entendeu ela.
- O que combinamos? Que sempre conversariamos quando algo dentro ou fora de nós estivesse estranho, certo?
- Sim... - suspirou e respondeu ela.
- Então porque você não me contou, não conversou comigo? - questionou ele.
- Achei que saberia lidar ... e não queria incomodar você. - respondeu ela.
- Incomodar? Amor, sério, seus problemas são meus problemas, as vezes não enxergamos as coisas e precisamos e outro ponto de vista, sempre funcionou, sempre damos direção um pro outro, agora não seria diferente. - recordou ele.
- Eu sei, mas ... Acho que eu mesma fiquei insegura... não sei explicar... - tentou dizer ela.
- Tudo bem... só me promete uma coisa... - começou ele.
- O que? - perguntou ela.
- Que nunca mais vai se sentir abandonada e vai seguir o combinado. - deixou claro ele.
- Uhum... - confirmou ela.
- Agora vem aqui. - disse ele a puxando e a abraçando forte lhe dando um beijo na testa.
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Boomerang - 2 temporada
FanfictionAlguns anos se passaram, Lorenza cresceu, Karol e Rugge seguindo suas carreiras enquanto cuidam da educação e da filha. Muitas surpresas o destino vai trazer e embora eles vão por seus compromissos sempre voltam um para o outro!