Aparecendo

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As semanas passaram cheias de trabalhos, Lorenza com provas e ensaios para uma apresentação do Ballet, Rugge com um show case sendo organizado em Miami, porém ele seguia tendo alguns momentos de superproteção com Karol, mais contido para evitar perguntas, mas não menos intenso.
Depois de um final de semana um pouco corrido por conta dos ensaios de Lorenza e de Rugge, a segunda começou até que tranquila. Rugge acordou antes do despertador, ficou obervando Karol dormindo, serena, com um tom de pele rosadinho, parecia uma princesa adormecida. Sua admiração por sua esposa foi interrompida pelo som estridente do alarme que soou, ele se virou rapido para desliga-lo, ao voltar para a posição que estava deu de cara com aqueles olhos verdes, um pouco azulados e brilhantes, foi quando sem excitação disse baixinho:
- Bom dia!
- Bom dia! - retribuiu Karol sorrindo ternamente.
- Tudo bem? - perguntou ele se sentando.
- Uhum. - respondeu positivamente ela se espreguiçando.
- Como esta o nosso bebê? - seguiu ele sussurrando.
- Esta bem... - respondeu ela também se sentando esfregando os olhos.
Ele a deu um beijinho na bochecha colocando a mão brevemente em seu ventre lhe dizendo:
- Vou descer preparar o café...
- Ta bom, vai lá ... - concordou ela.
Ele se levantou, fez sua higiene rapidamente e saindo do quarto informou:
- Ja vou acordar a bagunceirinha no caminho, então levanta e se troca bem tranquila... vou fazer pãozinho com queijo e rúcula pra você.
Karol não disse nada, apenas lhe jogou um beijo, que ele pegou no ar e levou até a própria boca saindo do quarto em seguida.
Rugge acordou Lorenza, a ajudou a se vestir pra escola, a princípio ela não estava muito falante, mas foi colocar o uniforme para ela desatar a falar e fazer perguntas, quando estavam saindo do quarto ela o questinou:
- Pá você disse a 2 semanas que ja estava vendo sobre a minha cama nova e até agora nem sinal dela, quando ela chega?
- Vou ser sincero filha, papai viu varias, mas vou ver com a sua mãe hoje 3 opções pra você escolher. - respondeu Rugge.
- Mas eu achei que ela ja estava chegando e você nem escolheu ainda, não iria ser uma cama de carrosel de princesa?? - retornou ela.
- De dossel filha, dossel, carrossel é aquele brinquedo com cavalinhos que tem parque de diversão. - corrigiu ele rindo.
- Que seja, isso não muda o fato de que você nem comprou a cama ainda! - brandou ela.
- Eu vou resolver isso hoje filha prometo, mas agora você me ajuda a fazer o café? - contornou ele.
- Tudo bem... eu ajudo. - disse Lorenza.
Os dois chegaram na cozinha, Rugge preparou a cafeteira, pediu a Lorenza pra cortar os pães com cuidado, pegou os ingredientes na geladeira e passou a preparar os sanduíches, Lolo o ajudou com o leite que iriam tomar, arrumou o jogo americano, colocou os talheres e guardanapos, levou os pratos para o pai, que logo serviu os sanduiches neles, enquanto ela pegava algumas maçãs pra complementar o café e colocava um iogurte em sua lancheira.
Com o café pronto, Rugge achou estranho que Karol não havia descido ainda, indo por ela, deixou Lorenza na cozinha comendo cereal.
Ele subiu as escadas, foi ate o final do corredor, entrou no quarto, foi a caminho do closet e antes de chegar ouviu Karol fazendo alguns gemidos e correu até ela:
- Amor você ta bem?? - perguntou ele afoito.
Ela se virou pra ele segurando a calça e respondeu:
- Não consigo fechar a calça e ja é terceira que eu tento.
- Ai Ka você me assustou, pensei que estava passando mal... - exteriorizou ele.
- Desculpe, eu to bem, só não consigo achar uma calça que feche, me ajuda? - pediu ela.
- Ja tentou aquela jeans clara de cóz baixo? - procura - Eu sei que você não gosta muito dela - encontra, a entrega - mas quem sabe sirva. - disse ele a ajudando.
Ela coloca a calça no ombro, tira a que esta vestindo, veste a que ele sugeriu e ela fecha, ela olha pra ele animada, mas ele a esta olhando fixamente na altura da calça, ela olha si mesma, volta a olhar pra ele que segue da mesma forma e o pergunta:
- Que foi Baloo, não ficou boa?
- Ficou sim amor, é só que ja da pra ver... - responde ele.
- Pra ver o que? - questiona ela.
Ele a puxa até a frente do espelho, a vira de lado lhe apontando e diz:
- Ja da pra ver que você esta carregando alguém aí.
Ela se olha e nota que ele tem razão, seu lunar esta mais arredondado e protuberante, ela sorri olhando pro espelho, Rugge a abraça pelas costas colocando as mãos sobre o ventre dela e a diz baixinho:
- Por isso não conseguia fechar as calças, porque nosso bebê esta crescendo e começando aparecer.
Eles ficam ali a observando por uns minutinhos, mas Karol acaba por perguntar:
- Baloo... você prefere que seja menino ou menina?
- Tanto faz amor, você ficando bem e ele ou ela vindo com saúde está perfeito pra mim.
Ela o sorri, mas ele logo lembra:
- Melhor descermos antes que a Lolo suba pra ver porque ainda estamos aqui.
- Sim vamos... - concordou Karol se soltando dele e indo pra porta.
- Hei! - a chama.
- Que? - questiona ela.
- E... rum... vai sem blusa? - perguntou ele.
- Ai meu Deus! - exclama ela rindo voltando para procurar algo pra vestir.
- A distraida Sevilla! - riu ele.
- Não! - aponta o indicador a ele - Pasquarelli... ja não sou só sevilla a 8 anos se me lembro bem! - olha pros cabides - Não sei o que vestir.
- Sim senhora Pasquarelli, eis posso ajuda-la. - disse ele modulando a voz.
- Senhor a quanto tempo não te vejo por aqui! - interpretou ela.
- Humm deixe me ver... - passa pelos cabides e escolhe uma peça - Esta aqui vai lhe cair bem senhora, vai combinar com seu jeans e com este sapato aqui. - diz ele se abaixando e pegando um sapato na sapateira.
- Sempre de bom gosto! - exclamou ela.
Ele a ajuda a colocar a camisa branca soltinha que havia escolhido, ajeitando a gola e fazendo um nozinho ao invés de abotoar os ultimos botões, ela observa a atenção que ele lhe dá, sempre foi muito cuidadoso com ela, era algo dele que a fazia se sentir acolhida e respeitada. Por fim ela calçou os sapatos, passou os braços em volta do pescoço dele o olhando fixamente, lhe dando alguns beijinhos suaves até escutarem Lorenza os chamando do andar de baixo.
- Pronta? - indagou ele.
- Sim. - respondeu ela.
- Então melhor decermos antes que ela suba. - disse ele a dando um selinho.
Os dois desceram direto para a cozinha, ao irem se sentar, Lorenza os questionou:
- Porque demoraram tanto??
- Porque eu estava com dificuldade de escolher uma roupa... - começou Karol.
- E então o estilista pessoal da sua mãe apareceu e resolveu o problema.
- Quem é o estilista da mamãe? - estranhou Lorenza.
- É o seu pai, é uma brincadeira nossa. - respondeu Karol baixinho pra menina.
Lorenza levou a mão sobre o peito, fez cara de chocada e disse:
- Rogelio estava aqui e ninguém me avisou?
Karol desatou a rir, enquanto ela ria Ruggero seguia:
- Sim Rogelio - segura a risada - esse mesmo.
- Ai ele é tão bonito e charmoso. - continou Lorenza.
- Mas ele é casado... - disse Karol em uma trégua de seu ataque se riso.
- Ai eu sei, ela é maravilhosa, eles tem uma filha sabe, eu brinco com ela as vezes ... - disse Lorenza muito expressiva.
- Eu amo vocês... - ri, suspira, tosse e ri outra vez - mas temos que ir antes que alguém chegue atrasada. - alertou Rugge superando o momento icônico.
Com a rotina matutina seguindo, após Lorenza ficar na escola, Rugge e Karol seguiram para Buenos Aires, como em alguns dias anteriores, Karol pediu para Rugge encostar o carro, o enjoo sempre aparecia de manhã ou na saída de Navarro ou nas proximidades da cidade autônoma. Rugge sempre preocupado, passou a manter um bolsa térmica com água gelada dentro do carro para ajudar Karol nesses momentos. Com ela tomando a água em golinhos ele a perguntou:
- Esta passando?
Ela apenas confirmou com a cabeça tomando mais um gole de água.
- Pelo menos você não esta vomitando. - constatou ele.
- Por enquanto ... - exteriorizou ela.
Com Karol se sentindo melhor, foram até a empresa com tranquilidade.
Seguiram suas programações da manhã e no almoço se encontraram no térreo para irem almoçar. Resolveram ir a um restaurante próximo que poderiam ir caminhando, eles sairam enganchados um no outro, antes de chegarem no local Rugge começou:
- Que bom que saimos um pouco...
- É ... - interrompeu Karol sarcástica.
- Porque essa reação? - questionou ele.
- Ruggero! No último almoço na empresa, se Amélia não te segura e contorna você iria gritar na frente de todo mundo que eu precisava comer mais verduras roxas porque são ricas em alguma coisa e eu precisava por causa do bebê! - brandou ela ao responder.
Ele levou a mão a testa e pediu:
- Desculpe amor, é que ... é mais forte do que eu, tento controlar, mas ...
- Eu sei que você quer me ver bem e quer nos proteger, eu aprecio isso Baloo, mas você precisa se conter mais uma semana, só uma semana, ta bom? - interrompeu Karol.
- Ta bom ... - a da um beijinho na testa - eu vou me conter... - concordou ele.
Após o almoço retornaram a KSP, Rugge foi com Karol até o ultimo andar se despedindo dela com um beijo e pedindo antes de voltar ao elevador:
- Fica bem ta.
- Uhum - concordou ela, que o seguiu com o olhar até a porta do elevador se fechar.
Mais tarde, Karol estava com Karla a arquiteta discutindo possibilidades de fachadas para o prédio da obra de Milão, como Karol havia decido, ela só iria querer saber do empreendimento quando fosse para tomar decisões sobre o design e acabamentos, assim vinha cumprindo e evitando o estresse.
As duas estavam concetradas afunilando as possibilidades para três desenhos, quando Amélia as interrompeu pedindo licença e informando:
- Karol perdão, mas Alva interfonou e disse pra você descer.
- Agora? Estou ocupada aqui. - questionou Karol.
- Ele disse que era urgente. - seguiu Amélia.
Karol pediu licença a Karla e desceu o mais rapido que pode até o quinto andar, la deu de cara com Alvarenga que logo a disse:
- Ele não esta bem Karol, faz 10 minutos que esta vomitando!
- Ele esta no banheiro? - perguntou ela.
- Sim venha!! - respondeu Alvarenga.
Ao chegarem no banheiro, Rugge estava sentado no chão ao lado do vazo, meio palido, Karol se ajoelhou ao lado dele, constatando que ja o haviam levado água gelada, quando ela foi dizer algo ele se debruçou no vazo vomitando mais uma vez, Karol virou para Alvarenga o pedindo:
- Alva pode nos deixar um pouquinho?
- Claro, qualquer coisa chame. - concordou Alvarenga.
Karol assentiu, Alvarenga saiu fechando a porta e ela colocou toda sua atenção a Rugge que havia retornado a se encostar na parede, ela o induziu a tomar um gole da água, ele tomou um pouco e passou a olhar pra ela ainda que lacrimejasse muito, ela colocou uma das mãos sobre a bochecha dele o olhando com muito carinho, o que o fez dizer:
- Pelo menos ... fui... eu que fiquei com a pior... parte ... desse período.
- Hunf... - expressou ela com o olhar preocupado.
- Prefiro que seja eu... - seguiu ele.
- Toma mais um pouco de água que vai passar... - sugeriu ela sentindo o rosto dele um pouco quente.
Ela ficou ali com ele por quase meia hora, o fazendo carinho, quando percebeu que o estomago dele havia parado de fazer barulho, que a temperatura também havia baixado, ela o perguntou:
- Melhor?
- Sim... - respondeu ele.
- Consegue levantar pra lavar o rosto e a boca? - retornou ela.
- Aham... - respondeu ele dobrando os joelhos pra se levantar.
Karol o ajudou a ficar em pé e o amparou até a pia, onde ele lavou o rosto, enxagou a boca algumas vezes, ela o alcançou papel toalha para que ele pudesse se enxugar, ao faze-lo ele a olhou e pediu:
- Quero ir pra casa...
- Ta bom, eu só preciso subir pra resolver uma coisa com a Karla, mas é só uma coisa mesmo e nós vamos. - concordou e informou ela.
- Eu posso ficar com você la em cima até a gente ir? - pediu ele.
- Claro Baloo... vem... - diz ela o puxando.
Eles subiram, assim que Karol saiu do elevador e Amélia a viu lhe perguntou:
- Ah Karol, Alva me contou, como Rugge esta?
Karol ajudou Rugge a sair do elevador, parecia um pouco tonto ainda, ela sentiu a temperatura dele o tocando no rosto e testa, respondeu e induziu:
- Parece melhor Amélia. - fala para Rugge - Vem vamos la pra minha sala.
- Não amor, vou ficar aqui sentado na companhia da Amélia, assim não te atrapalho. - disse ele indo em direção e se sentando na cadeira de frente a mesa de Amélia.
- Tudo bem, eu vou rapidinho. - concluiu Karol.
De fato Karol foi muito ágil, em poucos minutos saiu de sua sala junto a Karla se despedindo dela. Com Karla utilizando o elevador para descer, Karol verificou como estava a temperatura de Rugge uma vez mais, ele estava bem, parecia mais ligado. Eles se despediram de Amélia e desceram para a garagem em seguida, dali sairam rumo a Navarro com Karol dirigindo. Ao chegar na estrada ela teve um leve enjoo, mas conseguiu conter antes que Rugge percebesse. Chegaram em casa em 20 minutos por não ser horario de rush, Karol quis sair do carro rapido para poder ajudar Rugge a descer, mas antes que ela saisse ele a segurou dizendo:
- Estou bem, tranquila, eu desço sozinho.
Assim ele o fez, desceu, contornou o carro, se juntando a ela para entrarem em casa, foram direto a sala de tv, onde Rugge se jogou no sofá puxando a Karol para se deitar junto a ele, ela o abraçou de lado para caberem os dois no estofado, depois de alguns minutos em silêncio ele a deu um beijinho na testa dizendo baixinho:
- Mais grávidos impossível...
Karol riu com ternura, o momento foi brevimente interrompido por um trovão, o dia estava com sol mais entre nuvens muito fofas tipo cumulo nimbus, certamente iria chover, o que não demorou muito para acontecer. Depois de um tempo chovendo, os dois ainda permaneceram em silêncio até Rugge a abraçar firme e exteriorizar:
- Não existe nada melhor do que barulho de chuva e podermos ficar só nós dois aqui abraçados.
Ela ergueu a cabeça para olhar pra ele lhe fazendo bico, o que o fez perguntar:
- Que?
- Não estamos só nós dois. - respondeu ela com doçura.
- É verdade ... - faz carinho sobre o lunar dela - Nós e o nosso bebê. - diz ele.
Karol o sorri e boceja, Rugge olha no relogio da estante e sugere:
- Faltam 2 horas pra irmos buscar a Lolo, que tal dormirmos um pouco?
- Vai ser bom, mas vou colocar o celular pra despertar as 17:00, porque vai que durmamos profundamente. - concordou Karol puxando o celular do bolso de traz da calça ajustando o alarme.
Com o barulho da chuva os dois acabaram adormecendo profundamente, o alarme que Karol programou foi providencial aquele dia.
O tempo parecia correr os dias pareciam ter menos de 12 horas, Karol resolvendo detalhes arquitetônicos com Karla, Rugge em ensaios continuos para o showcase. A sexta chegou com Rugge muito apreenssivo, ao deixar Lorenza na escola pediu muitas vezes a filha que cuidasse da mãe enquanto ele estivesse fora, a menina o abraçou firme em despedida lhe dizendo:
- Vamos ficar bem Pá... é só você se divertir lá e voltar pra nós!
- Eu vou voltar! - afimou Rugge lhe dando um beijo na bochecha e a soltando.
Da escola primaria de Navarro, foram direito a empresa no centro de Buenos Aires fazendo apenas uma parada devido ao enjoo de Karol. Contudo Ruggero estava estranho, parecia apreenssivo, beijou a esposa até chegar no último andar do prédio, posteriormente indo para seu andar para ajustar tudo para viagem no período da tarde.
Os dois almoçaram juntos, Rugge seguia muito estranho, no entanto Karol tinha uma reunião com a addnice por video e ele precisava ajudar a alocar tudo na van e conferir.
Perto das 14:00 Rugge abriu a porta da sala de Karol sorrateiramente, pois ela ainda estava em reunião, ele ficou ali a observando, até ela terminar a chamada e perceber sua presença.
- Baloo! A quanto tempo esta ai? - perguntou ela se levantando.
- Não muito... vão gravar outra propaganda na LPS? - respondeu e perguntou ele.
- É vão sim... - respondeu ela o abraçando pela cintura o olhando.
- Hunf que bom... - respondeu ele em tom ameno e um pouco triste.
- O que você tem? Esta estranho desde de manhã. - questionou ela.
Ele encostou a testa na dela, olhando pra baixo pensativo, suspirou fundo, o que a fez insistir:
- O que esta acontecendo Baloo?
- Eu... eu não quero deixar você... - respondeu ele.
- Baloo... - disse Karol o fazendo carinho no rosto.
- Eu não consigo... - disse ele.
- Consegue sim, como você faz sempre, segunda você esta de volta. - o lembrou ela.
- Não quero deixar você sozinha... - continuou ele pondo pra fora suas preocupações.
- Não vou estar sozinha, vou estar com a Lolo e...
- Eu vou estar cuidando dela Rugge. - interrompeu Amélia entrando na sala.
Rugge viu Amélia, mas voltou a olhar para Karol que o dizia com os olhos que tudo ficaria bem, ele a beijou uma vez mais e a disse:
- Se cuida por favor!
- Eu vou me cuidar fica tranquilo e a noite você me liga, vai ver, vamos estar bem. - concluiu Karol o dando um ultimo beijo.
- Rugge, Alva esta esperando. - Alertou Amélia.
- Estou indo... - disse ele dando um bejinho na testa de Karol e fazendo carinho em seu lunar.
Ele foi saindo da sala a olhando, quando passou por Amélia a pediu baixinho:
- Fica de olho nela pra mim.
- Pode deixar. - concordou Amélia.
Ao passar pela porta ele olhou a esposa mais uma vez e a disse gesticulando:
- Te amo.
Ele seguiu para o aeroporto rumo a Miami, Karol no fim do dia foi buscar a filha na escola juntamente com Amélia que passaria o final de semana com elas em casa.
Sábado de manhã, depois de terem ficado em chamada com Rugge até tarde, Karol e Lorenza desceram pra tomar o café, com Amélia em casa as refeições pareciam de hotel, após terminar de tomar seu café da manhã Lolo pediu:
- Mami posso brincar la fora?
- Pode sim pequena, o dia esta lindo, só nada de bicicleta, patinete ou patins perto da piscina. - respondeu e alertou Karol.
- Sim Má! - acatou Lorenza, saindo para o jardim.
Karol ficou ajudando Amélia com a louça, ao terminar de guardar, ela se encostou na bancada respirando fundo e levando as mãos sobre a barriga.
- Tudo bem ai? - perguntou Amélia guardando coisas na geladeira.
- Tudo, é só um pouco de cólica. - respondeu Karol.
- Esta fazendo xixi com frequência? - voltou a perguntar Amélia fechando a geladeira e olhando para Karol.
- Estou sim... - respondeu Karol.
- Nossa! Como cresceu! - notou Amélia.
- Hunf... - sorriu Karol.
- Esta aparecendo bastante, Lolo não notou? - retornou Amélia.
- Estou sempre de blusas mais soltinhas, ela ainda não percebeu. - respondeu Karol.
- Bom do jeito que esta crescendo logo ela vai perceber. - disse Amélia.
- Provavelmente na terça vamos contar a ela depois do exame... - disse Karol meio preocupada.
Amélia notou e questionou:
- Porque esse tom de preocupação?
- Na terça além de fazer o exame padrão, vou fazer o exame morfológico... e admito estou um pouco nervosa... - respondeu Karol.
- Vai estar tudo bem, fique tranquila, o nervosismo pode chegar ao bebê, se é que não é por isso que esta te dando cólica. - disse Amélia.
- Talvez seja por isso, eu vou tentar me distrair do exame. - chegou a conclusão Karol.
- Acho que é o melhor a fazer, porque não vai brincar com a Lolo um pouco enquanto preparo o almoço? - sugeriu Amélia.
- Tem razão... eu vou ... qualquer coisa me chame. - disse Karol.
- O mesmo para você carinho. - concluiu Amélia.
O final de semana passou tranquilo, ainda que Karol tivesse que cuidar muito para que Lorenza não percebesse que sua barriga estava um pouco maior do que o normal, principalmente a noite quando dividiam a cama, além disso tinha que conversar com o marido por chamada usando o dialeto deles para que a menina não percebesse e ainda precisava esconder que segui preocupada com o exame de terça.
Na segunda de manhã Karol deixou Lorenza na escola, mas na hora de voltar para o carro pediu a Amélia que conduzisse o veículo, ela aceitou o pedido, embora quisesse saber o motivo de Karol não querer dirigir, mas foi chegar na metade do caminho para descobrir, Karol ficou muito enjoada, Amélia parou o carro no acostamento, enquanto Karol bebia água, Amelia a disse:
- Agora entendi porque queria que eu dirigisse.
- É todo dia assim... - falou Karol se recostando no banco.
- A água sempre ajuda a melhorar... - disse Amélia.
Com o enjoo passando elas seguiram caminho até a empresa, ao chegarem e estacionarem na garagem, deram de cara com a van, os rapazes ja haviam retornado, Amélia saiu do carro rapidamente indo abraçar seu marido, Karol desceu mais devagar, ainda estava um pouco tonta, o enjoo estava forte, Rugge ao vê-la foi até ela a abraçando, a sentindo meio desfalecida, a soltou olhando em seu rosto e lhe perguntou:
- Ta enjoada né?
Ela assentiu com a cabeça, ele não perguntou mais nada nem quis falar sobre a viagem ou do shows, apenas a disse:
- Vamos subir eu fico um pouco com você lá até passar...
Ele foi caminhando com ela até o elevador, enquanto subiam até o terraço, Karol levou varias vezes a mão a boca, parecia que o enjoo estava evoluindo para a próxima etapa desse período. Ao chegarem no andar, Karol saiu correndo, se inclinou em frente a lixeira e pões pra fora quase todo o café da manhã.
Rugge foi atrás dela, arrastando uma das cadeiras de frente da mesa de Amélia até Karol, que assim que sessou o vomito se sentou ofegante, Rugge a vazia carinho no rosto e perguntou:
- Passou um pouco?
Ela balançou a cabeça em sinal de sim, no entanto ele percebeu que ela tinha algo mais a incomodando, mas antes que pudesse falar algo, Amélia os encontrou ali.
- Karol, esta bem, quer água?? - perguntou Amélia preocupada.
- Não... - respondeu Karol.
- Ela só vomitou um pouco... - contou Rugge.
Ele voltou a olhar Karol, ainda intrigado com o que mais a estava lhe incomodando, por fim acabou perguntando:
- O que mais esta te incomodando?
- Ela esta um pouco apreensiva pelo exame amanhã Rugge. - interveio Amélia.
- É exame de rotina amor, vai estar tudo bem. - tentou tranquilizar ele.
- Vou - respira - fazer dois exames amanhã... e um deles vai me dizer se o bebe esta bem de verdade... - disse Karol.
- Ele vai estar amor e eu vou estar la com você, todo o tempo. - deixou claro Rugge.








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