Surpresa Natalina

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- Que vamos passar o Natal com toda a família reunida! - respondeu Rugge empolgado.
- Sério?? - perguntou Karol incrédula.
- Simmmmm! - afirmou Rugge.
- Obaaaaa!!!! Não vou mais guardar saudade de todo mundo, vou abraçar cada um mil vezes... Aí vai ser o melhor Natal do mundo!! - disse Lorenza pulando.
- Guardar saudade ... - repetiu Rugge rindo junto a Karol
- É guardar saudade sim! - reafirma, pensa um pouco - Espera, mas vem todo mundo aqui em casa não é? - questionou Lorenza.
- Sim filha, vem todo mundo aqui em casa! - afirmou Rugge.
- Nonita! Temos que arrumar a casa! - falou Lorenza para a avó.
- Temos tempo ainda mi bambina. - disse calmamente Antonella.
- Cinco dias vão passar rapidinho! - exclamou.
- Vão sim pequena, mas agora trate de comer, depois fazemos planos para o Natal, certo? - disse Karol
- Sim Mami! - disse Lorenza se encostando em sua mãe lhe sorrindo e depois comendo seu jantar.
Como imaginado, os cinco dias passaram em um piscar de olhos, Lorenza ajudou sua avó colocando mais enfeites pela casa, Karol que optou por não ir para a empresa nesses dias para ficar mais com a filha, também arrumou festões nas portas com fitas e enfeites que ela e Lolo haviam confeccionado com palitos de sorvete, para dar mais personalidade. Rugge quando voltava do trabalho, tratava de colocar luzinhas em volta das janelas do lado de fora da casa e no jardim.
Terça feira começou com Lorenza acordado cedo e muito ansiosa, desceu as escadas correndo indo direto a cozinha encontrar sua avó.
- Buongiorno Nonita! - exclamou Lorenza abraçando a avó.
- Buongiorno mi nipotita bella! Que animação!
- Simmmm! A Familia deve estar chegando logo e amanhã é Natal e estou ansiosa pro meu presente! - disse Lorenza saltitando.
- Hum - ri - venha me ajude a terminar de colocar as coisas na mesa pro café. - pediu Antonella.
Lorenza ajudou a avó a montar a mesa do café na sala de jantar, porque em poucas horas chegariam algumas pessoas da familia e certamente chegariam com fome e nada melhor do que ser recebido com uma bela mesa de café da manhã. Terminado a arrumação, elas retornaram a cozinha, Lorenza olhou pro relógio e disse:
- Humm vou subir acordar meus preciosos pais nonita!
- Vai lá! - Lorenza sai da cozinha - Meus preciosos, esta cheia de perolas esses dias. - pensou alto Antonella.
Lorenza subiu as escadas, foi saltitando ate a porta do quarto de seus pais, a abriu, entrou, viu seus pais dormindo abraçados, se aproximou da cama e batendo as mãos nas cobertas chamou!
- Mami!!! Papi!!! Ta na hora de levantar!
Rugge sem abrir os olhos, sussurrou ao ouvido de Karol.
- Só sua filha acorda animada assim de manhã...
- E eu acordo de manhã? - questionou Karol baixinho.
- É ela deve ter puxado as avós.. - disse Rugge.
- Vamos!!! A familia ja vai chegar! - exclamou Lorenza puxando a coberta.
Karol que estava virada de lado de costas para Rugge, vira de frente para ele.
- Eu vou fechar os olhos, vocês se beijam e se levantam, eu vou contar... 1... - começou Lorenza.
Eles riram baixinho, trocaram alguns selinhos ate Lorenza contar 5, por fim se sentaram na cama.
- 5... pensei que não iriam levantar... - disse Lorenza olhando pra eles.
- Vem aqui baguncerinha! - pediu Rugge
Sem exitar Lorenza subiu na cama se aconchegando no abraço de seus pais. Karol a encheu de beijinhos, mas ela rapidamente engatinhou saindo da cama e dizendo levantando o indicador:
- Vamos!! Vocês tem que se aprontar, ja ja chega a familia e não vão querer ficar na cama não é, vocês têm 15 min pra descer... hunf.
- Sim senhora! - disse Rugge rindo
- Não ri não papai, é sério, vocês têm que ser bons afi... anfi...anfite... - começou Lorenza.
- Anfitriões filha. - disse Karol
- Isso que você falou, andem logo! - brandou Lorenza saindo do quarto.
Karol olhou pra Rugge com o olhar meio questionador, o que o fez dizer erguendo as mãos:
- Não foi a mim que ela puxou.
- Não, quase nada... foi a Joana que ela puxou... - começou Karol
- Quem é Joana? - questionou Rugge sem entender.
- Shhh quietinho - disse Karol o beijando.
Em meio a troca de beijos, escutaram Lorenza gritar do corredor:
- JA PASSARAM 5 MINUTOS!
Eles se levantaram indo direto cumprirem com seu asseio matinal e trocar de roupa, assim que se aprontaram desceram. Quando chegaram a sala de estar, Lorenza os viu e logo disse:
- Se atrasaram 2 minutos, se fosse eu a pagar a mesada de vocês teriam um bom desconto... hunf.
- Quando começamos a criar um monstrinho Moglito? - perguntou Rugge pegando Lorenza e carregando no ombro a fazendo rir.
- Quando nos juntamos, o que você achou que iria acontecer juntando uma pessoa com um urso? - brincou Karol
Os três entraram rindo na cozinha, Rugge ao reparar que não estava montado o café na península disse:
- Mamma quer ajuda com o café?
- Buongiorno figlio mio, ja terminei tudo do café Lolo me ajudou, só está montado na sala de jantar e... ja tem duas pessoas esperando vocês lá, chegaram agora, estava com eles, mas esqueci da manteiga, vim buscar. - disse Antonella.
- Quem será que chegou baguncerinha? - perguntou Rugge a Lorenza que ainda estava sobre seu ombro.
Rugge foi correndo na frente com a filha ate a sala de jantar com Karol e Antonella logo atrás.
Na sala de jantar, Bruno e Leo conversavam enquanto besliscavam algo da mesa.
- Nonitoooooo! - gritou Lorenza descendo do colo do pai e se agarrando ao avô.
- Nipotita Mia! - disse Bruno a apertando forte pra matar a saudade.
Rugge foi direto abraçar o irmão, que ja não era mais um adolescente de estatura alta e sim um homem feito. Karol cumprimentou seu sogro e seu cunhado, quando foi se sentar a campanhia tocou.
- Deixem que eu vou abrir o portão. - se atencipou Antonella.
- Vou com você nonita! - disse Lorenza dando um abraço no tio e acompanhando sua avó.
Léo parecia nervoso, apreensivo, olhava para Bruno que muito sutilmente lhe fazia que não com a cabeça e o olhar, Rugge não conseguiu evitar e perguntou:
- Tudo bem mano?
- Sim. - respondeu Léo com um sorriso de canto.
- Não precisam ficar esperando, podem comer - incentivou Karol também notando o nervosismo de seu cunhado.
Lorenza aparece na porta e diz:
- Mami, adivinha quem chegou?
- Humm quem? - perguntou Karol ja sabendo quem poderia ser.
- Abuelitaaa! - exclamou ela puxando a avó que ria pela mão dentro da sala.
Karol se levantou e foi direito com sua mãe lhe dizendo com um abraço:
- Senti tanto a sua falta!
- Eu também filha, eu também! Como Lorenza cresceu! - disse Caro
Aos poucos todos foram entrando e se cumprimentando, ganhando abraços apertados de Lorenza, Tia Eli e Ale, Montse, Miguel, Maurício que acabou ficando com Lorenza no colo por um bom tempo.
Todos se sentaram pra tomar o café da manhã, recordando de muitos momentos vividos naquele cômodo da casa, porém Karol estava achando estranho que estava calor e Montse estava de moletom e além disso muito quieta, ela sempre é mais timida mas entre a familia ela fica mais a vontade, mas se via muito introspectiva olhando apenas o prato a sua frente. Karol pensou bem e percebeu que quando sua prima chegou apenas se agachou para abraçar Lolo, mas aos demais os cumprimentou de longe, então resolveu perguntar:
- Montse! Prima esta tudo bem você esta tão quieta?
Montse a olhou, deu um sorriso singelo e balançou a cabeça afirmando que sim.
- Estranho, você nem brigou comigo hoje. - disse Rugge tambem a notando rara.
Karol viu seus tios trocando olhares e estranhamente seus sogros também, mas antes que pudesse perguntar sua tia disse:
- Ela está bem sim, só está tendo aquelas coisas...
- É sabe como é prima... - interrompeu Montse.
- Ah... tudo bem... - disse Karol compreendendo mas ainda achando estranho.
Após terminarem de comer, ficaram conversando um tempo, Eli sugeriu a Montse que subisse para deitar um pouco para estar bem para a ceia, mas ela preferiu conversar um pouco mais, parecia estar mais desinibida.
Mais tarde optaram por algo simples no almoço, sanduíches de queijo e presunto, ja que a ceia seria farta. Decidiram montar a mesa para a ceia na area gourmet já que estava calor e iriam assar o peru e a carne na churrasqueira. Cada um fazia uma coisa, o homens cuidavam dos salgados e as mulheres da decoração da mesa e dos doces. Karol estava cortando morangos na pia e Montse cortando abacaxi em cubos sentada à península, as duas conversavam volte e meia, ate Karol perceber que ela estava ficando abatida novamente, então disse a Eli que estava batendo claras à mão:
- Tia, não é melhor a Montse subir um pouco, esta meio abatida.
- Sim Karol - vira para a filha - Montse sobe, vai deitar um pouco, quero você bem pra hora da ceia.
Montse concordou, mas terminou de cortar todo o abacaxi antes de ir, Karol foi pegar mais morangos na geladeira, quando voltou ela ja tinha subido.
Com as sobremesas assando ou gelando,  elas foram montar a mesa, Rugge ajudou com os pratos e talheres, elas montaram um arranjo em trilho no centro da mesa, com fitas e bolas de Natal, arrumaram os pratos e talheres, depois começaram a dobrar os guardanapos. Miguel e Bruno acendiam a churrasqueira, enquanto Rugge e Mau terminavam de colocar as carnes nos espetos, até que Bruno pediu:
- Rugge vai ver onde está seu irmão porque foi la pra dentro e não voltou mais, precisamos dele aqui.
- Sim pai... - fala para Mauricio - da conta aí cunhado? - respondeu e perguntou Rugge.
- Vai la, tranquilo tenho minha ajudante especial. - disse Maurício apontando para Lorenza que o ajudava.
Quando Rugge ia a caminho da casa, Karol e Antonella o acompanharam.
- Esquecemos dos copos filho, nos ajuda? - perguntou Antonella
- Eu achei estranho mesmo - riu - ajudo sim! - respondeu Rugge.
Karol pegou um caixa de plástico ao entrar pela lavanderia para facilitar para levar os copos. Rugge as ajudou a tirar os copos do alto do armário, depois foram pegar as taças na cristaleira da sala.
- Amor aqui a gente alcança, faz um favor pra mim? - perguntou Karol
- Claro, até 10 se você quiser. - respondeu Rugge.
- Hunf... sobe e da uma olhadinha na Montse, ve se esta tudo bem. - pediu Karol.
- Ta bom, ja volto, esperem pra levar a caixa hein - advertiu Rugge.
Ele subiu as escadas, foi até o quarto em que Montse sempre ficava quando os visitava, mas ao chegar na porta ela estava entreaberta e Rugge viu seu irmão sentado em um puff ao lado da cama fazendo cafuné em Montse, quando iria falar que o estavam precisando, Léo se abaixou dando um beijo em Montse, Rugge ficou perplexo se virou rapidamente se encostando na parede ao lado da porta, respirou e desceu as escandas indo direto onde estavam sua mãe e Karol.
- O que houve Baloo? Você ta ... branco. - perguntou Karol estranhando.
- Vocês não vão acreditar no que acabo de ver... - disse Rugge ofegante.
- O que? - perguntou Karol
- Vi Leo beijando a Montse... - disse ele com os olhos estalados se sentando na poltrona.
- QUEE?? - questionou Karol atonita com a informação
Antonella fechou a porta da cristaleira, respirou e pediu para Karol se sentar, que o fez olhando com estranhesa sua sogra que disse:
- Eu vou contar pra vocês logo. - respira, baixa o tom - Quando Montse terminou a faculdade quis espairecer, então foi passar duas semanas na Itália, eu disse que ela era da familia e que ficasse la em casa porque não fazia sentido ela gastar com hotel. Você sabe como é seu irmão, ele resolveu mostrar toda a cidade pra ela, passaram todos os dias praticamente juntos, eu senti nos ultimos dias que algo estava acontecendo entre os dois, mas deixei pra lá. Quando ela voltou pro México seu irmão ficou deprimido, então o fiz contar a mim é a seu pai o que estava acontecendo e ele nos contou que havia se apaixonado pela Montse. Nas ferias de verão na Itália eu vim pra cá e Léo  foi pra CDMX procura-la de la passaram uns dias em Cancún, depois ele voltou pra casa, mas os dois continuaram se falando pela internet... - contava Antonella.
- Mas falamos com eles pelo menos duas vezes por semana e eles nunca nos falaram nada. - interrompeu Rugge.
- Sim filho - seguiu Antonella - eles esperavam uma reunião de família pra contar, nesse meio tempo, sempre que eles tinham folga faziam a ponte Itália México ou México Itália... aconteceu outra coisa mas ... mas a noite vocês vão saber, agora temos que terminar de montar a mesa - contou os copos - faltam 2 eu vou pegar. - concluiu Antonella.
Rugge e Karol se olharam e Rugge disse:
- Meu irmão e sua prima...
- Minha prima e seu irmão - disse Karol ainda lidando com a informação.
Antonella voltou com os copos e juntos levaram a caixa até a área gourmet.
Continuaram com os preparativos, Leo retornou e voltou a ajudar, Rugge por vezes o olhava de relance ainda sem acreditar, seu olhar também recaia sobre Karol que nitidamente estava tentando lidar com a informação.
Terminada a montagem da mesa, dos pratos, bastava apenas deixar o Peru assando e podiam ir se arrumar para a ceia.
Houve um pequeno congestionamento nos banheiros, então Rugge levou Lorenza para tomar banho no seu banheiro, liberando o dela para uso. Karol ja estava arrumada, com seu vestido branco com bordados em vermelho e verde, ela levou Lorenza no seu quarto para colocar o vestidinho. Rugge ficou se arrumando, quando Leo bateu na porta do armário o chamando a atenção e dizendo:
- Posso me arrumar aqui? Eu estava me arrumando no quarto da Lolo mas ela precisava se trocar também.
- Claro mano, a vontade - disse Rugge.
Léo abotuava a camisa e Rugge não conseguia parar de pensar no que havia visto e no que sua mãe havia contato, ele tentou se conter mas acabou perguntando:
- Quando você iria me contar?
- Contar o que? - retornou Léo
- De você e da Montse. - respondeu Rugge
Léo o olhou assustado por ele ja saber e questionou:
- Quem te contou?
- Eu vi você a beijando mais cedo quando subi pra ver como ela estava. - respondeu Rugge o olhando nos olhos.
- Eu queria te contar mas, aconteceu tudo tão rapido.- disse Léo
- Faz dois anos que vocês estão juntos praticamente, você teve muito tempo pra me falar... - deixou claro Rugge.
- Eu queria te contar mas queríamos contar em um jantar com toda a família e não conseguimos nos reunir nesse período e... - engole seco - aconteceu algo a alguns meses... - disse Léo tentando encontrar as palavras certas.
- Poderia apenas ter me dito, " olha mano eu e a Montse estamos namorando" ou só me dito que estava namorando... - começou  Rugge.
- Mano você ... vai ser Tio... - interrompeu soltando a bomba Léo.
Rugge ficou paralisado, apenas observando seu irmão atentamente e notando o quanto era possível ver em seus olhos que ele estava assustado.
- Eu vou... ser pai... - disse Léo tentando obter uma reação do irmão.
Rugge respirou, engoliu saliva e perguntou meio sem jeito:
- É ... e esta tudo bem?
- Uhum - respondeu Léo balançando a cabeça em afirmação
Rugge notou que seu irmão estava segurando algumas lágrimas, então o abraçou lhe dizendo que estava tudo bem.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora