Confraternização desastrosa.

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Ao ouvir a voz grave de seu pai, Lorenza se sentou devagar no sofá, coçou os olhos e o chamou meio sonolenta:
- Pá...
- Oi bagunceirinha! - atendeu ele.
- Você acordou! Você ta bem?? - perguntou Lorenza se levantando do sofá.
- Estou princesa, estou bem. - respondeu Rugge.
Ela correu até a maca, Karol a colocou em seu colo e ela mais do que rapido segurou a mão de seu pai.
- Eu fiquei preocupada!! - contou ela.
- Mamãe me falou filha. - disse ele com carinho.
- Posso dar um abraço nele mami? - perguntou a mãe ela.
- Pode sim, mas com cuidado. - respondeu Karol lhe dando permissão.
Lorenza engatinhou sobre a maca e abraçou seu pai firme mas com cuidado como Karol pediu e o disse:
- Te amo papai!
- Ah eu te amo mais princesa!! - retribuiu Rugge.
O momento em familia foi interrompindo por um bater e abrir da porta.
- Ah ja acordou que bom. - disse o dr. Paulo entrando.
Lorenza se soltou rapido do pai e foi indo em direção a mãe, mas o médico disse:
- Não se preocupe, pode ficar com o seu pai, amor também cura sabia. - disse ele muito carinhosamente se aproximando da maca.
Lorenza sorriu olhou pros pais e ficou sentada ao lado do quadril de Rugge com os pés em sua mãe.
O médico examinou os olhos, apalpou a região do estômago e perguntou:
- Está se sentindo melhor?
- Sim... - respondeu Rugge confirmando com a cabeça.
- Bom seu estomago esta com a movimentação muscular estabilizada, o remédio fez efeito, contudo não conseguimos encontrar uma causa concreta para a crise de vomito. Cogitei ser sindrome de Couvet mas noto que sua esposa não esta grávida... - começou a explicar dr. Paulo.
- Sindrome de Couvet? O que é? - interrompeu Karol.
- Quando o casal é muito conectado e a mulher engravida, o homem pode apresentar alguns sintomas da gestação também. - Explicou, virou para Rugge - Tem alguém na sua familia gravida? - perguntou dr. Paulo.
- Não doutor, minha cunhada esteve, mas minha sobrinha já tem quase 2 meses. - respondeu Rugge.
- Certo, essa possibilidade acaba de ser descartada. Seus exames estão bons, só posso dizer que foi algo que você comeu, mas que já foi eliminado. Você esta bem agora, tomou a medicação e não há contrações estomacais, não faz sentido eu manter você  em observação mais tempo estando estável a mais de 6 horas, com isso vou te dar alta, mas vai precisar de repouso por 2 dias, nada de comidas pesadas e cruas nesse período. - explanou Paulo.
- Então podemos ir pra casa? - perguntou Lorenza.
- Sim podem sim, parece que seu abraço  ajudou a curar seu papai. - respondeu Paulo.
O médico chamou os infermeiros para removerem o acesso em Rugge e assinou sua alta com recomendações a serem seguidas. Karol ajudou Rugge a se trocar e o amparando foram para o carro devagar com Lorenza junto a eles, dali partiram para Navarro.
Karol estava dirigindo e em meio ao trajeto Lorenza comentou:
- Que sindrome engraçada aquela que o doutor falou não é a de "couvete".
- "Cuvô" - corrigiu - Sim filha, algumas pessoas se gostam tanto que são bem conectadas mesmo. - disse Rugge.
- Mami você tem certeza de que não esta grávida não é? - perguntou Lorenza.
- Não sei... - disse Karol contendo o riso.
- Ah, não sei ... Pera aí o que?? - repitiu e perguntou espantado Rugge.
- Huhuhu brincadeira amor, pra descontrair. - respondeu Karol.
- Ka eu acabei de sair do hospital, não é hora de suas trolagens. - pediu ele.
- Não estou grávida filha, tranquila. - alertou vendo a expressão da menina pelo retrovisor. - Quando chegarmos em casa todos direto pro banho e cama. - deixou claro Karol.
- Mas o papai não vai ter que ficar em casa? - perguntou Lorenza.
- Vai sim filha, mas você continua com a sua rotina igual. - respondeu Karol.
- Mas você vai deixar o papai sozinho? - retornou Lorenza.
- Não filha, eu vou trabalhar em casa pra ficar de olho no papai. - respondeu Karol.
- Ah bom, não queria ele sozinho. - olha o reflexo do pai na janela - Mami, papai dormiu. - entendeu e percebeu Lorenza.
- Não dormi não, só fechei os olhos. - disse Rugge.
- Humm sei. - desconfiou Lorenza.
Em casa, Karol deu banho na filha a colocando para dormir em seguida, depois foi por seu asseio também, ao voltar pro quarto encontra Rugge deitado na cama mexendo no celular.
- O que você esta fazendo mocinho?? - perguntou ela.
- Estou avisando o Alva que estou bem, mas que preciso ficar em casa. Ele disse para voltarmos somente segunda, porque não vale a pena irmos trabalhar só na sexta. Amelia vai passar as informações pra você poder trabalhar em casa sem problemas. - explicou ele.
- Ta bom, agora desliga isso e descansa senhor! - pediu ela.
- Eu ja dormi um monte amor, agora eu to sem sono. - disse ele.
- Hum sei... - se acomoda na cama o abraçando e trocando olhares - Eu fiquei muito preocupada com você. - contou ela.
- Eu sei... mas agora eu estou bem, deve ter sido algo que eu comi mesmo. - disse ele a dando um bejinho na testa.
Não falaram mais nada, em alto e bom som pelo menos não, faziam alguns dias que eles não se comunicavam com seu dialeto próprio, conversaram com os olhos e toques até o sono em Karol chegar, Rugge a seguiu admirando até o sono vencê-lo também.
Os dias passaram rápido, Lorenza seguindo sua rotina escolar, Rugge seguindo as recomendações medicas e Karol trabalhando em casa de olho no esposo que por muitas vezes quis ir para a sala acústica da casa tocar, um dado momento de tanto ele pedir Karol deixou ele pegar um instrumento e usa-lo na sala de tv.
Sexta-feira a noite depois de jantarem, Lorenza estar na cama, Karol entra no quarto com seu nootebook, Rugge estava sentado em baixo das cobertas, lendo um livro sobre musicalidade infantil, ela adorava vê-lo concentrado de óculos, ficava muito charmoso.
- Baloo... - chamou ela se sentando na cama.
- Oi... - respondeu ele sem tirar os olhos do livro.
- Eu posso resolver umas coisinhas do trabalho aqui pra ficar pertinho de você? - perguntou ela.
- Pra ficar pertinho, pode, mas não se acostume. - respondeu ele.
- Hum! - fez bico ela.
- O que? - questionou ele a olhando.
Ela seguiu fazendo bico, ele entendeu, fechou o livro marcando com um dedo em que página havia parado, se aproximou dela lhe dando alguns beijinhos.
- Agora sim. - disse ela trocando carinhos de nariz com ele.
- Me ama né?! - disse ele.
- Ah não sei... - respondeu ela rindo abrindo o notebook e o ligando.
- Ama sim que eu sei. - afirmou ele voltando a abri o livro.
- Humm nah você me ama mais. - disse ela.
- Isso é um fato. - retrucou ele.
- Te amo meu Baloo. - disse ela ainda que concentrada no que estava fazendo.
- O que esta fazendo? - perguntou ele.
- Então... quarta feira vamos promover um jantar para os patrocinadores, mas estou em duvida se fazemos no salão de eventos ou em um restaurante, por isso estou cotando as duas coisas. - respondeu ela.
- Amor ... - pousa o livro aberto sobre as pernas - Vai sair mais em conta fazer em um restaurante, porque se for no salão, além do gasto com o buffet, ainda vai ter a decoração e a limpeza, sendo em um restaurante, só precisa se preocupar em confraternizar e nada mais. - sugeriu Rugge.
- Faz sentido, estou de acordo, porém ai temos outro problema em que restaurante?
- No Puerto Madero amor, tem comida do mundo inteiro, é bem eclético e tem muitos ambientes para eventos. - respondeu ele.
- Humm aquele que nós fomos que tem uma salinha pra amamentação toda fofa? - perguntou ela.
- Esse mesmo, que serviram os pratos na salinha pra você, porque a Lolo estava faminta aquele dia. Acho que foi o dia que ela mais mamou na vida. - respondeu ele se lembrando.
- Nossa sim!! A comida era espectacular, vou solicitar orçamento. - disse ela.
Ele sorriu e voltou a ler, ela mandou e-mail com todos os dados e data para o restaurante, depois desligou o equipamento e o colocou sobre a mesa de cabeceira e passou a olhar pro marido, que ao perceber perguntou notando que ela não estava mais com o notebook:
- Que foi? Ja terminou?
- Ja sim... gosto quando trabalhamos juntos... parece que tudo fica mais fluido. - respondeu ela.
Ele a sorriu, antes que ele pudesse elaborar uma resposta ela se contraiu e soltou um gemido abafado, o que o fez colocar o livro na prateleira, segurar uma das mãos dela e perguntar:
- O que houve?
- Uma pontada... mas ja esta passando. - respondeu ela.
Rugge a puxou mais perto de si, a cobriu na parte superior do corpo e a abraçou sendo retribuido.
- Não acha que esta tendo muito isso? - perguntou ele.
- Esta pra vir... é só isso. - respondeu ela se aninhando nos braços dele.
- Hum ... ta bom, pelo menos você não tem tido aquelas tpms fortes que te deixam muito bipolar. - constatou ele.
- Uhum... no fim das contas você sempre  acaba cuidando de mim. - concordou e exteriorizou ela.
- Sempre. - concluiu ele.
Os dias passaram como se tivessem 16 horas ao invés de 24, mas Karol conseguiu resolver com o restaurante sobre o evento, os convidados foram avisados, estava tudo dentro do planejado, Rugge ja estava 100%, havia voltado a trabalhar plenamente, apesar de tudo organizado a correira era grande.
Quarta-feira a tarde Karol foi com Amélia ao restaurante Puerto Madero, verificar se estava tudo certo para o jantar com os patrocinadores a noite, aproveitaram para levar as lembrancinhas e organizar a identificação das mesas para cada empresa. Do restaurante retornaram a KSP a tempo para que Karol encontrasse Rugge, juntos partissem rumo a seu distrito, buscassem Lorenza na escola para poderem se arrumarem para o evento e retornarem ao centro dentro do horário.
Rugge havia colocado uma calça social preta, um de seus sapatos italianos, estava abotuando a camisa branca deixando os primeiros 4 botões abertos, quando viu Karol saindo do closet com um vestido de alcinha azul 3/4, não muito colado ao corpo mas marcava bem a silhueta, cabelos soltos, uma maquiagem leve, um sapato alto preto e uma bolsinha dourada, ao analisa-la de cima em baixo lhe disse:
- Esta linda!
- Hum obrigado. - agradeceu o elegio ela.
- Vi o vestido vermelho pendurado, achei que fosse com ele. - disse Rugge.
- Eu até iria, mas os vermelhos eu gosto de usar pra você. - disse ela o abraçando pela cintura o olhando fixo.
- Ah... sei... - entendeu ele a beijando.
Trocando alguns beijos até que...
- Ja se beijaram bastante podemos ir agora? - perguntou Lorenza com as mãos no rosto tampando a visão.
Rugge riu, deu mais unm selinho em Karol e respondeu:
- Agora podemos ir mocinha!
- Deixa eu ver você.  - pediu Karol se soltando de Rugge.
- Estou me sentido confortável. - disse Lorenza.
Ela esta com um vestidinho azul marinho de mangas brancas longas, meia calça branca e sapato boneca preto e um tiaria de orelhas de panda.
- Vai mesmo com a tiara de panda? - perguntou Karol.
- Vou! - convicta - Para todos me acharem linda! - respondeu Lorenza.
- Eu ja acho você linda sempre!! - disse Rugge a pegando no colo e lhe fazendo consegas.
- Pá!!! - ria a menina.
- Vamos se não vamos nos atrasar! - pediu Karol.
- Vamos senhorita, porque temos que levar a anfitriã do evento! - disse Rugge levando Lorenza como se fosse um avião.
Sairam corredor a fora, quando começaram a descer as escadas Rugge alertou:
- Amor cuidado com esse sapato pra descer a escada e não virar o pé!
- Tranquilo Baloo. - disse ela descendo logo atrás deles.
Em 40 minutos devido ao horario de pico chegaram ao restaurante 15 minutos antes do programado. Deixaram o carro na entrada de veiculos para o motorista estacionar e subiram com o elevador para o andar do evento. Lorenza estava agitada e falante, Karol a perguntou:
- Meu Deus filha o que te deram na escola hoje?
- Nada mami, eu só to com fome, muita fome!! - respondeu Lorenza rodopiando no elevador.
Chegando no local do evento, Amelia e Alvarenga ja os esperavam e alguns convidados ja estavam acomodados em suas mesas bebendo e pestiscando.
Assim que o metri viu Karol foi até ela lhe informando:
- Com licença senhora, ja estamos com o jantar pronto, assim que você me der okay montamos o buffet.
- Certo, vamos esperar os outros convidados chegarem e ai eu te dou um sinal. - disse Karol.
- Combinado, com licença. - disse o metri respeitosamente.
- Amor aquela é a nossa mesa, - aponta a mesa a esquerda - senta com a Lolo lá e pede algo pra ela ir comendo, senão ela vai querer ir no playground agora e vai esquecer de comer. - pediu Karol.
Rugge acatou o que sua esposa lhe pediu, sentou-se com sua filha, que assim que viu um garçom lhe pediu pesticos e um suco.
Karol foi cumprimentar os convidados que já estavam no local, depois ficou à porta recebendo todos que chegavam, Rugge à olhava minusiosamente, muito orgulhoso de vê-la tão empenhada em fazer crescer a empresa e tão gentil e atenciosa com todos. No entanto em um dado momento chegou um senhor que a abraçou um pouco mais demorado que o normal, o que o deixou um pouco incomodado, mas ele preferiu olhar para Lorenza para não dar margem ao ciume.
Com todos os convidados presentes e alocados em suas mesas, Karol se pôs ao centro do salão e com ajuda de um microfone disse:
- Boa noite a todos, sejam bem vindos, espero que desfrutem do jantar que tenho certeza que está saboroso, mas antes de fazê-lo, quero agradecê-los por estarem aqui e por nos apoiarem em tantos projetos, essa via de mão dupla tem funcionado muito bem e que seja assim pelos anos que vem por aí, só tenho a dizer muito obrigado a cada um por sua dedicação, mas não vou me adelongar mais, porque sei que estão todos com fome,  então  bom jantar a todos!
Karol fez sinal ao metri para servir o buffet e foi se sentar a mesa junto a sua familia, Amelia e Alvarenga.
Rugge estava com uma cara amarrada que ela não conseguiu evitar de perguntar baixinho:
- Posso saber o porque dessa cara??
- Aquele cara ali, - aponta com o olhar - ele não para de olhar pra você. - respondeu ele.
- Amor sem ciúmes hoje, e depois o Senhor Epigmeneo ja tem uma certa idade... - disse Karol enferruscando o rosto com certo nojo.
- Não estou gostando... mas vou me conter. - concluiu ele.
Com o buffet servido, Karol o abriu sendo a primeira da fila seguida de Lorenza, Rugge e os demais. O buffet era regado a todo tipo de comida, sushi, sashimi, saladas e frios, peixe assado, batatas gratinadas, massas com molho, churrasco argentino bem temperado, eram muitos pratos, todos muito saborosos. Karol fez um prato só de sushi e sashimi para começar, teve que controlar Lorenza pra que não fizesse uma montanha de comida no prato tamanha era a fome da criança, Rugge foi mais contido, preferiu seguir ainda as recomendações do médico.
Todos comeram muito bem, repetiram algumas vezes, depois saboream a sobremesa e enquanto Karol fazia uma brinde com champanhe, Lorenza pedia ao pai:
- Posso ir no play agora, posso?? Posso??
- Pode baguncerinha, mas não pule muito hein. - deixou ele.
- Ué porque? - questionou ela.
- Porque você acabou de comer bastante filha, se chacoalhar muito você pode vomitar e você não quer isso certo? - retornou ele.
- Não... ta bom eu não vou pular... muito. - disse ela se levantando e indo correndo ao playground.
Após o brinde, as pessoas se levantaram para trocar ideias e enquanto bebiam, Rugge ficou na mesa conversando com Alvarenga:
- Como Lolo esta crescendo rápido Rugge. - constatou Alvarenga.
- Nem me fale... e ela tem umas falas que eu a Karol ficamos sem reação as vezes, é muito inteligente e esperta. - concordou Rugge.
- Bom não se esperava menos, ela tem o melhor de vocês dois. - continuou Alvarenga.
Mas os olhos de Rugge chegaram até ao Senhor Epigmeneo que além de ficar olhando Karol agora estava próximo  a ela, Alvarenga seguia falando com ele, mas quase não prestava a atenção na conversa tanto que estava dando resposta monosilabicas, até que Alvarenga percebeu e o perguntou em tom mais alto:
- O que você esta olhando tanto com essa cara Rugge?
- Esse senhor, se ele encostar na Karol eu não vou me segurar. - respondeu ele tentando conter a fúria.
Alvarenga olha para homem e diz:
- Também não estou gostando para ser franco, nós sempre falamos com a filha dele que é a responsável da empresa deles, mas parece que ela esta vigiando e mandou ele para representa-la.
- Estou me contendo para não ir até lá falar algumas coisinhas. - disse Rugge contraindo labios e olhando o homem com ar fuzilamento.
Não deu 5 minutos Epigmeneo colocou as mãos nas costas de Karol, se aproximando dela que o lançou um olhar de estranheza tentando se esquivar, foi o suficiente para Rugge se levantar furioso e ir até lá.
- Com licença preciso falar com a M I N H A  E S P O S A! - disse Rugge pausamente claro puxando Karol pela cintura e a levando dali.
Ele levou Karol até a sacada ao lado do playground fechando a porta de vidro.
- Ele te falou alguma coisa? Onde ele encostou em você?? - foi questionando Rugge possesso.
Karol não respondeu apenas o abraçou firme e ele retribuiu, percebendo que ela estava um pouco abalada pelo que acabara de acontecer. Eles ficam abraçados uns minutos ali, Rugge a da beijinhos na cabeça e logo ela o responde:
- Ele colocou a mão nas minhas costas, começou a dizer coisas estranhas, mas antes que ele continuasse você me salvou. Não era pra ele estar aqui...
- Eu sei Alva me falou que ele veio representando a filha... eu juro que queria socar a cara dele, mas não iria ser bom para os outros convidados terem que ver essa cena. - interrompeu Rugge.
Karol não disse mais nada, ficou se sentindo segura. Rugge acabou a soltando um pouquinho para a olhar nos olhos, a fez  carinho nos cabelos e no rosto lhe dizendo em seu dialeto que estava tudo bem e que ela estava protegida, em seguida a deu um beijo suave e ela o pediu:
- Ja confraternizei, vamos pegar a Lolo e ir pra casa.
- Ta bom. - concordou ele.
Os dois voltaram pro salão, Rugge chamou Lorenza que meio a contragosto o acompanhou se juntaram a Karol e Amelia veio de encontro a eles.
- Vão pra casa, deixem que eu finalizo aqui com o pessoal. - sugeriu Amélia.
- Sim já estamos indo. - disse Karol.
Escutaram alguém falando alto, era Alvarenga chamando a atenção de Epigmeneo.
- VOCÊ BASICAMENTE ESTRAGOU O JANTAR, FALAREI COM SUA FILHA QUE O SENHOR É PERSONA NO GRATA PARA A KSP E PRINCIPALMENTE EM NOSSOS EVENTOS CORPORATIVOS, PORQUE NÃO TEM O MINIMO RESPEITO SOBRE A DONA DA EMPRESA. - deixou claro Alvarenga.
- Se ela não queria que ninguém a quisesse era só não vestir esse tipo de roupa. - rebateu esdrúxulamente machista o homem.
Rugge não se conteve, soltou da mão de Lorenza, foi até o homem fechando o punho e o golpeou o fazendo sentar em uma cadeira em decorrência.
Alvarenga segurou Rugge que estava vermelho de raiva, mas não pode segurar o que ele tinha a dizer:
- Vou denunciar o senhor, tenha certeza disso, por tentar abusar da minha esposa em meio a um evento, somente Eu posso toca-la e ninguém mais, vou garantir que se arrependa do que você disse!! - deixou muito claro.
- Ruggero vai pra casa, vai ficar com as suas meninas. - pediu Alvarenga o empurrando pra longe.
Ele respeitou Alvarenga e se afastou voltando a sua familia, enquanto isso Karol pedia desculpas aos demais que diziam que ela não precisava se desculpar que o homem é que havia passado dos limites.
Em meio ao trajeto de volta pra casa Lorenza acabou pegando no sono, Karol e Rugge estavam mudos, no entanto aproveitando a velocidade continua da estrada ele buscou a mão  dela entrelaçando a dele, ela ainda um pouco abalada o disse:
- Eu não acredito que essas coisas ainda acontecem...
- Tem gente que tem problema amor, que precisa se tratamento mental. - disse Rugge.
- Eu ja fui em eventos com vestido muito mais curtos do que esse Rugge e nunca tinha acontecido algo assim. - exteriorizou ela.
- Amor não é você, a culpa não é sua, infelizmente existem esses tipos de pessoas. Mas ja passou, você esta segura agora, esta tudo bem - disse ele.
- Sua mão esta inchada... - reparou ela.
- Em casa eu coloco gelo tranquila.
Chegando em casa Rugge ficou na cozinha colocando gelo na mão e Karol subiu com Lorenza para troca -la e coloca-la na cama.
Depois de cobrir a filha e lhe dar um beijinho, Lorenza relutou mas a perguntou:
- Mami o que foi que aconteceu na festa, o que aquele homem fez?
- Ele fez uma coisa feia filha, ele quis tocar na mamãe e não pode. - explicou Karol.
- Eu não entendo... - disse Lorenza.
- Nunca filha, nunca podemos deixar ninguem nos tocar em nenhuma parte do corpo sem que deixemos. A mamãe ama o papai e só ele eu deixo me tocar, entendeu? - explanou Karol.
- Acho que sim... mas eu te abraço, fico pertinho isso não é tocar também? - retorna Lorenza.
- É sim filha, mas você é minha bebê, eu e o papai fizemos você juntos... - começou a responder Karol.
- Porque vocês se gostam? - interrompeu Lorenza.
- Isso mesmo. - confirmou Karol.
- Então a gente só pode deixar tocar na gente quem gostamos muito, é isso? - questionou Lorenza.
- Sim filha, mas tem que gostar a muito tempo.
- Há quanto tempo você e o papai se gostam? - retornou Lorenza.
- Faz pouco mais de 12 anos filha. - respondeu Karol.
- Okay - boceja - faz tempo... - disse Lorenza.
- Sim, agora é melhor você dormir que tem escola cedo. - pediu Karol.
- Sim... - disse Lorenza fechando os olhos.
A menina caiu no sono e Karol pode ir para seu quarto fazer seu asseio noturno antes de se deitar para descansar.
- Você demorou...- disse Rugge quando ela se deitou na cama.
- Estava conversando com a Lolo sobre ela não deixar as pessoas a tocarem sem o consentimento dela. - contou Karol.
- Hum,  é bom, ela entendeu? - retornou ele.
- Parece que sim. - respondeu Karol.
Ela o abraça e fica com o olhar perdido e pensativa, ele acaba perguntando:
- No que esta pensando?
- Em muitas coisas... aconteceu de tudo desde o começo do ano... - respondeu ela.
- Verdade, mas seria estranho se todos os dias fossem iguais, dias desafiadores são para serem vencidos, e você sempre consegue Moglito. - disse ele.
- É... - concordou ela lidando com o sono.








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