Chicletinho

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Depois de escutar o coração do bebê batendo dentro da barriga de sua mãe, Lorenza se sentou novamente olhando para os pais ainda emocionada, mas sorrindo lhes disse:
- O coração dele bate igual ao seu papai.
- Como sabe? - perguntou Karol curiosa.
- Mami, eu ja dormi muitas vezes entre vocês, se eu ficar quietinha e prestar a atenção consigo ouvir o coração de vocês batendo, e o do papai bate em contrapasso do seu e o do... - segura a emoção - meu irmãozinho bate igual. - explicou Lorenza.
- Que bonito isso filha. - exteriorizou Rugge.
- Você gostou de receber o seu presente de natal atrasado mesmo estando a caminho? - perguntou Karol a fazendo carinho.
- Sim... - volta a chorar - Amo vocês! - respondeu Lorenza.
- Ah filha nos te amamos mais! - disse Rugge em tom de consolo para o choro da menina.
Lorenza se levantou do sofá e correu até a estante no canto da sala bruscamente, Karol questionou:
- Onde vai filha??
Lorenza não respondeu, apenas se aproximou da estante onde haviam as fotos dos familiares inclusive dos que ja haviam partido, se esticou levando um beijinho a foto ao topo e disse:
- Obrigado bisa Berta!
Ao ouvir a filha Karol se levantou indo até ela lhe perguntando sensibilizada:
- Você pediu pra minha Mamá Berta também?
- Pedi sim... pedi a ela em sonho... - respondeu Lorenza contendo soluços.
- Como em sonhos Lolo? - indaga Rugge se juntando a elas.
- Ué quando eu durmo eu sonho que vou pra um lugar muito bonito, la vejo a Bisa Berta, os Bisnonos... - começou a contar Lorenza.
- Bisnonos? Meus Nonos?? - questiona Rugge surpreso, Karol o abraça de lado.
- Sim Pá eles mesmo, eu os adoro, mas passo mais tempo com a Bisa Berta, ela me ensina muitas coisas. - conta Lorenza ficando mais animada.
Rugge e Karol tentam administrar a informação de que seus avós estão aparecendo em sonhos da filha, que fica pensativa uns instantes e constata:
- Espera então a tia Amélia ficou com a gente, mamá esta comendo mais e passou mal hoje cedo... porque meu irmãozinho ja estava ai.
- Exatamente bagunceirinha, mas agora todo mundo pro banho em especial a - da um beijo na testa de Karol - mamãe aqui que precisa descansar. - respondeu Rugge.
- E pensar que a mamãe não gostava de tomar banho... - disse Lorenza.
- Eu continuo não gostando, mas eu tenho que dar exemplo. - disse Karol rindo.
- Ih hihihi - riu Lorenza.
Karol e Lorenza subiram para tomarem banho, Rugge ficou fechando as portas e apagando as luzes no piso inferior e posteriormente subiu também.
Ao entrar em seu quarto percebeu que a esposa e a filha estavam tomando banho juntas, com isso pegou uma toalha indo para o banheiro do quarto da filha praticar sua higiene.
Algum tempo depois Rugge retornou ao quarto vendo Karol e Lorenza sentadas na cama conversando sobre o bebe, quando o viram Karol o perguntou:
- Onde você estava Baloo?
- Tomando banho no quarto da Lolo... vou pendurar a toalha no secador ja volto. - respondeu ele entrando no corredor pro banheiro.
Enquanto isso Lorenza seguia com suas perguntas a mãe:
- Não doi Má?
- Não, só doi um pouquinho quando ele estiver maior e sem espaço, ai ele vai tentar se mexer e doi um pouquinho... não é exatamente uma dor é um desconforto. - explicou Karol.
Rugge voltou ao quarto contornando a cama, se sentou e perguntou:
- A bagunceirinha vai dormir aqui hoje?
- Pode?? - perguntou Lorenza com os olhos brilhantes.
Karol trocou olhares com Rugge e respondeu:
- Pode sim.
- Obaaaa! - exclamou Lorenza animada.
- Hei hei hei menos volume, o bebe ja pode escutar a gente, imagine se ele esta querendo dormir? - disse Rugge.
- Opa! Desculpe. - riu baixinho - Mami quando ele vai começar a se mexer? - questionou Lorenza.
- Ele ja se mexe, mas por ser muito pequeno ainda não conseguimos sentir, mas daqui algumas semanas ele vai estar maior e você vai poder sentir ele mexer. - contou Karol.
- Ta bom, ta bom chega de conversa, mamãe precisa descansar filha. - pediu Rugge.
- Sim Pá. - concordou Lorenza.
Rugge puxou a Karol para perto de si, ela se deitou de frente a ele e Lorenza se deitou atrás dela, deixando a mãozinha sobre a barriga da mãe, com a cabeça apoiada sobre o flanco de Karol que dormiu profundamente, deixando Rugge e Lorenza conversando bem baixinho alguns minutos depois:
- Então você fala com os meus nonos? - perguntou Rugge.
- Sim Pá, não é sempre, mas sim. - respondeu Lorenza sonolenta.
- Humm e eles estão bem? - segue Rugge.
- Estão sim, são muito lindos e adoram dançar. - respondeu Lorenza bocejando e piscando bastante.
- Dorme princesa amanhã conversamos mais. - sugeriu Rugge vendo a filha se entregando ao sono.
- Se quiser vê-los é só me encontrar na divisa... - disse Lorenza antes de adormecer.
Ele ficou pensando sobre o que ela havia dito, seus avós haviam falecido quando ela tinha 2 anos, não se recordava de ter falado sobre eles gostarem de dançar, contudo ela havia passado alguns dias com seus pais, eles poderiam ter mostrado ou comentado sobre, com esses pensamentos Rugge começou a se entregar ao sono, antes de faze-lo olhou sua familia, sua filha e esposa lhes desejando bons sonhos mentalmente.
Caminhando por um campo de vegetação na altura do calcanhares, com uma sensação de calor ameno, uma breve brisa de aroma de hortelã instigava seu olfato, no horizonte um portal de pedras de cores claras e brilhantes, chegando lá viu uma menina pequena de costas em frente estrutura, conforme ele se aproximava o farfalhar das plantas denunciava sua chegada, fazendo a menina se virar.
- Lolo? - perguntou Rugge estranhando pois ela parecia ter quatro anos novamente.
- Oi papai, estava te esperando. - respondeu Lorenza.
- Porque parece menor? - retornou ele.
- Porque aqui eu tenho menos idade. - respondeu ela.
- Aqui? Onde estamos? - questinou ele.
- Na divisa entre os planos... - olha para dentro do portal - Ah ela esta vindo, vem papai! - responde e o puxa Lorenza.
Passando pelo portal é revelado a ele um mundo completamente diferente, muito claro, tranquilo e sereno, estranhamente conhecido dele, há alguns metros vinha uma senhora ao encontro deles, quanto mais próxima estava, mais a reconhecia, Lorenza o soltou correndo até a senhora.
- Bisabuelita!!! - exclamou feliz Lorenza abraçando Berta.
- Ah minha pequena adamati!! - reagiu Berta a retribuindo o abraço.
- Ele veio Bisa! - contou Lorenza se soltando de Berta.
- Ruggero! - cumprimentou - Como está meu querido? - perguntou Berta.
- Tentando entender tudo... sua neta sente muito sua falta... se ela estivesse aqui... - disse Rugge com mil coisas passando por sua cabeça.
- Há coisas que não precisam ser entendidas, apenas sentidas. Ora estou sempre com ela, onde quer que ela vá, la estou para protegê-la, confeço que gosto de dividir essa função com você. Sobre ela vir aqui, tudo tem seu tempo. - respondeu Berta em tom doce.
- Ele pode ver os nonos Bisa? - interrompe Lorenza.
- Creio que sim... - vê um amigo passando - Emanuel pode chamar o Senhor Ruggero e a esposa por gentileza? - pede Berta.
- Claro Berta! - concede Emanuel.
- Eu vou poder vê-los? - pergunta Rugge gaguejando.
- Mas é obvio que sim. Venha, vamos para perto do lago. - respondeu e convidou Berta.
Eles desceram a colina rumo ao lago, Lorenza foi no meio segurando as mãos de ambos, seguindo fazendo perguntas a sua bisavó que lhe contava:
- Você precisa ver os campos de canolas, floreceram magníficas e muito perfumadas.
- Me leva pra ver? - pede Lorenza.
- E você precisa pedir? - retorna Berta rindo.
Berta vê proximo a eles um casal descendo a colina, prontamente diz e aponta para Rugge:
- Ruggero acho que eles querem te ver tanto quanto você.
Ele foi correndo incrédulo até eles os abraçando fortemente, trocaram muitas palavras, Berta sorriu e disse a bisneta:
- Vamos deixar seu pai aproveitar o momento e vamos caminhar até os campos para você poder apreciar a beleza minha adamati.
Lorenza concordou e passou a caminhar com Berta.
- Bisa o San... - começou Lorenza.
- Sua mãe lhe contou, eu sei. - interrompeu Berta.
- Sim! - fica pensativa - Mas ele vai demorar pra chegar e eu não vou poder ve-lo aqui? - perguntou Lorenza.
- Ele esta ligado a sua mãe, mas segue desdobrado aqui estudando, como você esta agora. - explicou Berta.
- Mas eu posso vê-lo? - retornou Lorenza.
- Pode sim! - disse Berta a sorrindo.
Conforme elas caminhavam mais o horizonte revelava aquele mar amarelo de canolas, com suas florzinhas miudas e delicadas em ramos, tinham um cheiro delicado lembravam uma mostarda mais doce, enquanto Lorenza observava aquela riquesa de visão, Berta viu um menino franzino de cabelos castanhos ondulados e olhos verdes quase azuis se aproximar correndo na direção delas, a fazendo constatar em voz alta:
- Parece que alguém também está com saudades.
- San!!! - exteriorizou Lorenza indo de encontro a ele.
- Lolo! - a chamou abraçando-a Santiago.
- Você ja esta com a mamãe. - disse Lorenza.
- Sim estou... - a solta do abraço - Te escutei me dando oi...então tive certeza de que ela e o papai estavam mesmo te contando que estou lá...eles ensaiaram ... - contou ele rindo.
Ela riu e contou:
- Papai esta aqui!
- Ele veio? - olha para Berta - Ele pode me ver Bisa? - perguntou Santiago.
- Não vejo porque não. - respondeu Berta.
- Ele esta no lago com os nonos. - disse Lorenza.
- Hunf devem estar se abraçando muito. - pensou alto Santiago.
- Sim!!! Muito!! - confirmou Lorenza.
- Bisa será que ele lembra de mim? - indagou Santiago.
- Lembra meu querido, embora ele esteja imerso na malha de esquecimento, há coisas que não são necessariamente esquecidas. - explicou Berta.
O menino sorriu com os labios fechados, mas seguiu conversando com a irmã e com sua avó, até o sol começar a descer no horizonte.
- Melhor voltamos pro lago encontrar seu pai, esta quase na hora. - alertou Berta.
Dos belos campos floridos, eles caminharam de volta para a beira do lago, Lorenza o tempo todo abraçada ao irmão lhe enchendo de perguntas sobre como estava sendo o processo dele.
Minutos depois estavam de volta ao lago, os avós de Rugge se despediam do neto visivelmente emocionado, quando eles começaram a subir a colina rumo a cúpula central, Lorenza e Santiago se aproximaram.
- Papai... - chamou Lorenza.
Rugge enchugou as lágrimas e olhou para a filha atendendo seu chamado, porém ele mudou completamente de expressão ao ver o menino ao lado dela, Rugge se aproximou olhando Santiago muito bem, contudo o menino não se conteve e abraçou o pai, que com o contato teve flashbacks de forma brusca e acelerada, Santiago o soltou o olhando nos olhos, Rugge colocou as mãos sobre os ombros do menino ainda lidando com as memórias repentinas, até sorrir docemente e serem interrompidos por Berta.
- Ja esta passando do tempo, vocês precisam voltar.
- Se comporta chicletinho... - disse Rugge sem tirar os olhos do menino.
Santiago apenas concordou com a cabeça em obediência. Lorenza se despediu do irmão, enquanto Rugge agradecia Berta por tudo e pela oportunidade.
- Ora não agradeça a mim, agradeça a Ele que tudo provê. Mas temos que ir. - disse Berta.
Lorenza se soltou de Santiago indo em direção ao pai segurando em sua mão, os 3 começaram a caminhar enquanto Santiago os observava, quando estava quase no topo da colina, Rugge virou para ver o menino mais uma vez e lhe deu uma piscadela como se quissesse dizer que em breve estariam juntos.
De volta ao portal, Berta se despediu e os fez passar pela divisa a tempo antes do poer do sol completo. Ao vê-los atravessar o portal, retornou a descer em direção ao lago, Santigo correu até ela lhe dizendo:
- Papai lembrou de mim Bisa!
- Seus pais como bons adamatis demandaram muita energia para dar vida ao seu espírito meu pequeno, isso não se esquece jamais. - disse Berta.
- A mamãe não pode vir não é? - perguntou meio acanhado Santiago.
- Ainda não é tempo pra isso, mas você ja esta dentro dela só se a sinta e sua saudade sanara por hora. - sugeriu Berta o acarinhando.
Caminhando novamente pelo campo antes do portal junto a filha, Rugge perguntou:
- Eu vou me lembrar disso?
- Talvez sim Pá... eu as vezes me lembro, as vezes não... mas tudo esta guardado dentro de nós. - respondeu Lorenza.
- E pra onde vamos agora? - retornou Rugge.
- Vamos acordar... - respondeu Lorenza.
Nas primeiras horas da manhã Karol acordou com os olhos ainda meio grudados, os coçou para soltá-los, os entreabrindo viu Rugge dormindo ainda profundamente, sentiu Lorenza a suas costas, com cuidado se soltou de Rugge, ao fazer o mesmo com Lorenza a acabou acordando.
- Oi princesa, continue dormindo a mamãe só precisa ir ao banheiro. - disse Karol deslizando até o pé da cama.
Lorenza se espreguiçou enquanto sua mãe ia por sua necessidade, poucos minutos mais tarde Karol retornou ao quarto pedindo com o olhar que a menina ficasse no meio dessa vez, voltou a se deitar ficando de frente pra filha que voltou a deixar a mão sobre o lunar de sua mãe lhe perguntando baixinho:
- Tudo bem mami?
- Uhum... - nota os olhos brilhantes da menina - Esta feliz não é? - retorna Karol.
- Sim... - respondeu sorrindo Lorenza.
Karol se lembrou de algo importante e seguiu:
- Tenho que te pedir uma coisa filha...
- O que mami?
- Não quero que você conte pra ninguém sobre seu irmãozinho, pelo menos não por enquanto, sobretudo para a família, nem pra abuelita, nem pros nonos, nem pros seus tios, padrinhos e amigos da escola, esta bem?
- Ta bom, mas porque não podem saber? - indagou Lorenza.
- Porque ele é muito pequenininho e eu e seu pai queremos contar a familia. - respondeu Karol.
- Hum você vai contar na reunião na abuelita? - perguntou Lorenza.
- É ... isso, consegue guardar esse segredo até la? - pediu Karol.
- O que que vocês estão falando tanto? - perguntou Rugge com a voz rouca.
- Sobre o bebê Pá! - respondeu Lorenza.
Rugge achou a voz de Lorenza muito proxima e abriu os olhos, ao ve-la entre eles perguntou:
- Quando vocês mudaram de lugar?
- Eu precisei ir ao banheiro. - respondeu Karol.
- Ah... tinha alguém abraçado a sua bexiga... - constatou Rugge.
- É... - confirmou Karol.
Foi ela falar e o alarme soar, Rugge se esticou rapido para desarma-lo e Lorenza exteriorizou:
- Por um segundo eu achei que era sábado... é a vida...
Karol e Rugge riram.
- Vamos baguncerinha, se trocar, tomar café e ir pra escola que se eu não me engano você tem atividade valendo nota hoje. - pediu e alertou Rugge.
- Aiii sim... - lembrou Lorenza engatinhando sobre a cama para descer.
- E você pode ficar na cama mais um pouquinho. - Karol iria retrucar - Não senhora, vai ficar ai bem quietinha descansando, quando o café estiver pronto eu venho te chamar. - deixou claro Rugge saindo do quarto em seguida junto com a filha.
Rugge preparou o café se sentou para comer com Lorenza, que arrumou a própria lancheira e vendo que seu pai estava levando sua mochila pro carro perguntou:
- Não vai chamar a mamãe?
- Não filha, vou deixar sua mãe descansando, avisei o tio Alva que só iriamos trabalhar a tarde hoje.
- Entendi... e a mamãe não sabe não é? - questionou sarcástica Lorenza.
- É isso ai... - respondeu Rugge saindo.
Minutos depois estavam na escola primaria de Navarro, ao deixar Lorenza na escola Rugge começou a pedir:
- Filha preciso te pedir que não comente com ninguem sobre a gravi...
- Mamãe ja me pediu isso Pá! - interrompeu Lorenza.
- Ah okay! - disse ele.
- Relaxa Pá! - sugeriu Lorenza o abraçando.
- Ta bom, até mais tarde baguncerinha. - disse ele a fazendo cafuné.
- Até Pá! Te amo! - retribuiu a menina.
- Eu mais princesa! - concluiu ele.
Lorenza começou a andar puxando sua mochila, quando virou pra trás e disse:
- Leva flores pra ela!!
Rugge riu, de fato era uma boa sugestão, saindo da escola resolveu passar na florista para comprar um girassol, escolhendo o mais bonito e mais amarelo, dali voltou pra casa. Ao entrar na cozinha deu de cara com Karol que foi logo dizendo:
- Não me chamou pro café, levou Lorenza pra escola e estamos atrasados Ruggero!!
Ele sorriu ao vê-la, até brava ficava linda, deixou a flor sobre a bancada, a puxou pela cintura junto de si, mas ela brandou mais uma vez:
- Estamos atrasados!
- Não - selinho - estamos - selinho - não. - disse ele.
- Como que não? - questionou ela se esquivando dele.
- Eu avisei o Alva que iriamos só depois do almoço. - respondeu ele.
- Ah! - bufou ela contraindo os labios.
- Você ficou nervosa esses dias por causa do exame acabou não dormindo direito e depois ficou ansiosa pra contar pra Lolo, achei melhor ficarmos pra você descansar um pouquinho.
A expressão dela mudou de brava pra terna em segundos, o que o fez beija-la suavemente, depois a perguntou:
- Quer tomar café agora ou voltar pra cama?
- Isso é como perguntar se eu prefiro dormir ou comer... não é justo. - respondeu ela.
- Faz assim, sobe, que eu levo a bandeja que esta no armario pra você. - sugeriu ele.
- Ja tinha tudo planejado não é mesmo senhor! - constantou ela.
- É em parte... não esperava que você dessesse... - disse ele.
- Hum... - expressou ela arrumando o cabelo dele.
- Ah! - pega a flor no balcão - Um girassol para um sol! - disse ele a entregando a flor.
Ela ergueu a sobrancelha e ele estranhando perguntou:
- Que foi não gostou?
- Eu amei, mas Sol? Sério? Sou livre, sou Luna, esse Sol não gosto muito. - respondeu ela.
- Não é isso - ri - eu disse Sol, porque você é um sol iluminando tudo ao redor, que caiu do céu pra dar sentido a minha vida...- explicou ele.
- Entendi - engole seco - ...é linda... vou levar ela comigo pra colocar no vaso la do quarto. Muito romântico ... - disse ela.
- Hunf... vai subindo que eu ja levo o seu café... - contrapôs ele a admirando.
Ela subiu, colocou o girassol no pequeno vaso de porcelana com arabescos azuis, que lembravam azulejos portugueses, observou atentamente cada detalhe da flor por alguns minutos, era intesamente marrom no centro, clareava em um degradé perfeito até a borda que encontrava as pétalas tão amarelas e vibrantes que sua intesidade chegava a refletir ao redor, sua atenção da flor se voltou aos pássaros que piavam do lado de fora, indo até a janela ela abriu a veneziana e se sentou no recuo do guarda-corpo para olhar a vida seguindo seu rumo.
Rugge subiu com a bandeja, entrou no quarto sorrateiro, ao nota-la na janela pousou a bandeja sobre a cama dizendo:
- Pensei que você iria voltar pra cama.
Ela o olhou, se levantou indo até ele passando os braços por sua cintura o olhando fixamente como estava a olhar a flor ainda a pouco, vendo cada detalhe daqueles olhos castanhos, era recíproco, pois ele fazia o mesmo com ela lhe dando toda a atenção possível, imergiram em seu dialeto próprio por alguns instantes até ela tocar com o nariz o dele e lhe perguntar:
- Você esta pronto pra isso?
- Mais do que pronto. Mas e você esta pronta pra cantar nanita nana pra mais um? - respondeu e retornou ele.
- Estou! - respondeu ela.






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