Rotina

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Lorenza faz uma pausa, olha para os lados um pouco retraída, Rugge a instiga a continuar:
- Me conta filha, você vai se sentir melhor e provavelmente vai parar de ter o pesadelo.
Lolo suspira, contrai os lábios e acanhada começa:
- É com a mamãe...
- O que acontece com ela? - induz Rugge.
- Estamos no hospital da Tia Marta, eu, você e a nona... em uma sala sentados... esperando... eu fico cansada de ficar sentada... fico andando pela sala por muito tempo, mas muito tempo Pá, muito... - continuou Lorenza.
- Uhum e o que acontece que te da medo? - incentivou para que ela prosseguisse Rugge.
Lorenza olha para o pai, sua expressão aos poucos vai se tornando de choro, ela segue:
- A Tia Marta diz que a mamãe não tá bem e que vai ter que ficar lá por um tempo e... e... - chorando - que eu não posso ver a minha mamá, eu não posso ver a minha mamá... - conta Lorenza em prantos.
Rugge a abraça, ela se aconchega o segurando forte, ele tenta acalma-la, mas ela seguia chorando, soluçando, tossindo e se questionando o porque ela não podia ver a mãe, ele seguiu afagando e a mantendo abraçada a ele até se acalmar, quando o pranto diminuiu ele a afastou um pouco, a olhou nos olhos e a disse:
- Você contou filha, não vai acontecer, eu garanto a você que vou fazer de tudo pra que nada parecido aconteça, é uma promessa minha princesa.
- Promete mesmo Pá? - questionou Lorenza enxugando as lágrimas olhando pro pai.
- Sim filha, vou sempre cuidar de você e da mamãe e não vou deixar que nada de mal aconteça com nenhuma de vocês duas, afinal - passa o indicador no nariz dela - vocês são tudo que eu tenho! Mas agora mocinha vamos lavar esse rosto, colocar o pijama pra gente ir ficar junto da mamãe!! - deixou claro e pediu Rugge pegando Lorenza no colo.
- Eu posso dormir com vocês hoje? - pergunta Lorenza.
- Como que pode? Você vai dormir com a gente hoje baguncerinha!! Estamos a muitos dias longe, eu tô com saudade até do seu chulé!! - respondeu rindo Rugge entrando com ela no banheiro.
- Eu não tenho chulé não! - Brandou Lorenza.
- Não tem, mas vamos fazer de conta pra eu ter mais um motivo pra matar a saudade! - concluiu Rugge.
Rugge a ajudou a lavar o rosto, escovar os dentes e colocar o pijama, depois a carregando nas costas foram direto ao quarto dele, mas Karol não estava, ele pousou a filha na cama que perguntou:
- Cadê mamá?
- Não sei mas vou encontrar - respondeu Rugge rindo indo procurar a esposa.
Olhou no banheiro ela não estava, quando vinha passando em frente ao closet viu Karol colocando o pijama, caminhou pianinho até ela, a abraçou pelas costas, lhe deu um beijinho no pescoço e a disse:
- Pronta mamá estamos te esperando!
- Estou - disse Karol virando de frente para ele o beijando.
Foi eles terminarem de se beijar para ele a levantar e a carregar no ombro.
- Baloooo o que você tá fazendo?? - questionava Karol.
Ao chegar quarto outra vez ele exclamou:
- Achei sua mãe!
- Balooo me põe no chão, parece que você me roubou!! - esperniou Karol.
Lorenza começou a rir muito, Rugge colocou Karol na cama, ambos rindo também.
- Eu estava com saudades das loucurinhas de vocês... eu adoro que vocês são meio loucos - disse Lorenza abraçando Karol.
- Meio?? - indagaram Karol e Rugge caindo na gargalhada.
Os 3 se jogaram na cama em um revezamento de cócegas e depois de piadas porque Rugge não aguentou até o segundo round de cócegas, Lorenza não queria que ele fizesse xixi na cama, por isso sugeriu a mãe que contassem piadas, mesmo que já soubessem as piadas de Karol decor, por fim Lorenza acabou dormindo entre seus pais agarrada a eles se sentindo segura e feliz por estarem juntos outra vez.
Ela ter dormindo deu a deixa para que por sussurros Karol e Rugge conversassem brevemente:
- Conseguiu falar com ela? - perguntou Karol
- Uhum - respondeu Rugge confirmando com a cabeça.
- Ela te contou o pesadelo então? - continuou ela.
- Contou, era com você. - disse Rugge.
- Comigo? Mas o que era? - perguntou Karol.
- Resumindo, você estava no hospital e ela não podia te ver, isso a deixou assustada mais do que o normal. - explicou Rugge.
- Hunf... - suspirou Karol com expressão triste.
- Já está tudo bem amor, relaxa. Agora vamos dormir porque sabemos que ela vai acordar cedo com toda pilha! - pediu Rugge.
As férias seguiram movimentadas, com passeios, sorvetes, idas a empresa, tardes na casa do Tio Dario, os dias mais quentes na piscina, até a primeira viagem para show de Rugge chegar e deixar evidente que o fim das férias havia chego e com ela o início de fevereiro em alta velocidade. Antes que pudessem piscar as aulas de Lorenza iriam recomeçar agora no primeiro ano do fundamental, como Karol e Rugge haviam decidido não muda-la de escola a adaptação transcorreria tranquilamente. Ao deixarem Lorenza na escola lhe deixando bons votos para um dia incrível e posteriormente indo a empresa, constataram que a rotina havia chego para mostrar que havia retornado com força total. Rugge tinha muito material para gravar nos próximos dias para um disco novo e Karol tinha as obras de Milão começando a ter liberações da prefeitura para a construção da nova escola, bem como as avaliações de novos patrocínios ou colaboradores.
A rotina dava trégua mas ela durava pouco, por êxito haviam aproveitado cada segundo das férias e dos momentos juntos com a filha e até mesmo com Bruno que ficou apenas alguns dias e retornou a Italia, assim deixando somente Karol, Rugge e Lorenza em casa depois de tanto tempo sempre com alguém da família junto a eles.
Perto das 12, Rugge desce até o saguão da empresa no térreo, com a esperança de encontrar Karol para almoçarem juntos, no entanto ao chegar reparou que ela não o aguardava como de costume, ao avistar Amélia foi até ela lhe perguntando:
- Amélia onde está a Karol?
- Ela te mandou mensagem você não viu? Ela está te esperando no estacionamento. - Contou Amélia.
- Ah - verifica o celular - Agora chegou a mensagem, de qualquer forma obrigado Amélia, bom almoço!! - agradeceu Rugge.
Ele retornou ao elevador, desceu até o piso da garagem, a viu sentada no carro mexendo no celular, sem delongas se aproximou do carro chamando a atenção dela lhe perguntando:
- Amor! Desculpa deu delay na entrega da mensagem. Mas me conte onde você quer ir?
- Entra aqui! - pediu Karol colocando o celular no porta treco e destrancando as portas.
- Onde vamos? - perguntou ele se sentando, fechando a porta e colocando o cinto.
- Vamos no Taipei? - perguntou ela.
- Suchi ou pratos quentes? - retornou ele.
- Humm os dois!! - exclamou Karol.
- Pra mim tá ótimo! - concordou Rugge risonho.
- Então vamos! - disse Karol animada dando partida e saindo com o carro.
No restaurante após fazerem o pedido, receberem as bebidas e em seguida os pratos, os dois conversavam:
- Amor temos que terminar de organizar seu show, é sexta já! - disse Rugge.
- Sim, nossa o tempo tá voando! - exclamou Karol.
- Vamos fazer um ensaio geral na quarta pra ajustar tudo? - indagou Rugge.
- Na quarta? Mas é a primeira semana da Lolo de volta a escola Baloo, não quero ela faltando a aula da tarde. - retornou ela.
- Pedimos pro Dario buscá-la. - sugeriu Rugge.
- Não Baloo, já abusamos da boa vontade do Dario e da Sofia muitas vezes, não da pra pedir pro Carlos buscar ela? Assim ela janta na empresa com a gente. - deu outra opção Karol.
- Tem razão sobre o Dario, mas gostei dessa opção de pedir ao Carlos... - concordou Rugge.
- Então fazemos assim, conversamos com o Carlos quando chegarmos e com a Lolo no fim da tarde pra ela não ficar apreensiva. - disse Karol.
- Perfeito. Agora você precisa definir as roupas pro show - fala entre dentes - nada muito curto okay. - pediu Rugge.
- Hahaha tá bom, vou pensar no seu caso. - baixinho - como se eu usasse roupa muito curta - disse ela rindo.
- É sério amor, você precisa decidir pra deixarmos esquemetizado o que vai! - Brandou Rugge.
- Eu já decidi quase todas, mas eu tô falando sobre elas serem curtas, é sobre isso que eu vou pensar. - continuou rindo ela.
- Ah... entendi... Você adora brincar comigo né - disse ele com certo sarcasmo.
- Só um pouquinho... - falou ela fazendo gesto com a mão.
- Nada de mostrar muito o corpo pelo amor - pediu ele.
- Eu vou usar casaco por cima, relaxa, e nada é tão curto assim - tentou tranquiliza-lo ela.
- Já escolheu as roupas então, eu vou avaliar isso hein. - deixou claro ele.
- Claro ... Aham.. - disse ela levantando uma das sobrancelhas.
- Tá... Eu vou me controlar. - achou melhor ele.
- Não sei porque as vezes você implica com isso... - falou ela comendo uma garfada de comida.
- Não sei, talvez porque as vezes... e somente as vezes, você também implique comigo... tipo... a calça... branca... - seguiu ele também comendo.
Karol derrubou o garfo sobre o prato gerando uma reverberação sonora chamativa e engasgou pigarreando em decorrência, Rugge ficou de cabeça baixa comendo e tentando conter o riso. Após se recompor ela brandou com ele sussurando:
- Essas coisas não se fazem no meio do almoço Ruggero!
Ele riu, mordiscou o lábio inferior olhando pra ela fixo e provocativo, Karol engoliu seco, ao ver a reação dela  Rugge comentou:
- Me chamou pelo nome... Me aguarde mais tarde...
- É... grrr.. Vamos terminar de almoçar não é... E... chegando na empresa vemos tudo para quarta.... - escapou ela.
Rugge não disse nada apenas lhe deu uma piscadela e continuou seu almoço.
Mais tarde, após engenbrarem o ensaio juntamente com a equipe, acertarem últimos detalhes inclusive de figurinos, Karol saiu da sala de ensaio musical, deixando o resto da equipe decidindo a iluminação, a caminho do elevador para retornar ao seu andar e a seus afazeres, assim que apertou o botão para subir a porta começou a se fechar, mas foi interrompida por Rugge que entrou rapidamente com a porta fechando a suas costas, ele puxou a Karol para junto de si em um tranco só lhe dando um beijo longo e de tirar o fôlego o que a fez dizer assim que ele deu trégua:
- Eu ainda gosto de respirar...
- Desculpe - pediu, a olhando intensamente - Ah se tivesse uma salinha secreta... - pensou alto ele.
- Na verdade eu tenho uma salinha... - começou ela levemente ofegante se sentindo invadida pelo olhar dele sem conseguir desviar.
- Ah você tem é? ... - brinca com o nariz no nariz dela - Como eu nunca soube disso?? - questionou ele com a voz rouca.
- Eu... Eu... Eu vou pra lá quando quero pensar ou ficar sozinha... - respondeu ela com o olhar e expressão de indefesa.
- Você ... - lhe da selinhos - aceita visitas na sua sala secreta?? - questiona ele.
- Até  poderia ... - o analisa de cima em baixo - mas não sei essa calça preta não... sei... - segue ela.
- Eu posso tirar a calça pra você... - sugere ele acariciando o rosto dela e a pressionando mais contra si.
Ela coloca as mãos no rosto dele muda de expressão e contrapõe:
- Até poderia, mas eu não quero chegar descabelada pra buscar minha filha na escola no primeiro dia de aula.
O elevador chega ao último andar e as portas se abrem.
- Se esquivou dessa Sevilla... Mas me aguarde... - alertou ele a soltando.
- Ui que medo do senhor Pasquarelli...- zombou ela saindo do elevador,  jogando um beijinho, lhe virando as costas e indo rumo a sua sala.
Assim que ela se sentou em sua cadeira e antes que pudesse se ajustar a mesa, ele abriu a porta:
- Hei... - chamou a atenção dela - Te amo - disse ele suavemente.
- Hunf é sério?? Você tava fazendo o amante a minutos atrás... - riu ela.
- Ah você gosta vai ...- disse ele entrando na sala.
- Eu gosto de me fazer de difícil e indefesa... - falou ela se levantando e indo até ele devagar.
- Eu sei... - riu, arrumando o cabelo dela pra trás  -... Mas e a sala secreta é real? - perguntou ele.
- É sim... - respondeu ela lhe dando um selinho.
- Um dia você podia me convidar... nem que seja só pra dormir uns 30 minutinhos... - sugeriu ele
- Vou pensar... - disse ela.
- Te vejo as 17:30! - se despediu ele a dando um beijo leve.
- Te amo ... - disse ela o abraçando.
- Eu te amo mais ... muito mais... Mas agora eu vou antes que o Alva comece a ligar aqui, e tenho que ver como está iluminação pro show da Karol Sevilla, conhece? - declarou e perguntou ele.
- Aquela que casou com o Pasquarelli? Conheço sim! - retornou e exclamou ela.
- Ela é muito bonita ... - começou ele.
- É sim, o marido dela também, inclusive ele tem que voltar pro seu andar... - interrompeu ela o empurrando pela porta rindo.
Ele seguiu pelo corredor a olhando na porta da sala até entrar no elevador, voltou pro seu andar e Karol retornou a sua  mesa para voltar ao trabalho.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora