Azul

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Embora ele a tivesse colocando novamente no chão, eles não conseguiram se soltar do abraço, eram muitas emoções, ainda que ele não pudesse sentir em si o bebê mexendo, os sentimentos eram os mesmos que os de Karol. Eles se soltaram, Rugge se ajoelhou no chão, abriu os botões inferiores da camisa dela a dando beijinhos no lunar, incrivelmente a cada beijinho o bebe se mexia mais contudente como se entendesse o que estava acontecendo, Rugge tentou segurar, mas as lagrimas vieram simultaneamente com as de Karol que ria e chorava ao mesmo tempo.
Enquanto os dois estavam vivendo aquele momento, Alvarenga viu os minutos passarem, um pouco bravo, saiu da sala dizendo severamente:
- Ruggero os 2 minutos acabaram.
Ruggero se levantou e se colocou na frente de Karol como reação ao tom de Alvarenga, porém ainda assim Alvarenga conseguiu olhar para Karol e perceber, perguntando muito surpreso:
- Está grávida?
Karol assentiu com a cabeça, poucas vezes viu Alvarenga tão bravo. Rugge se virou fechando os botões da camisa de Karol o mais rapido que pode, mas Alvarenga mudou completamente de expressão e começou:
- Agora faz todo o sentido...
- Desculpe Alva, ja vou retornar para a reunião. - interrompeu Rugge.
- Não precisa, eu ja sei porque você pediu a reunião. - olha para Karol - De quanto tempo esta? - retornou Alvarenga em um tom completamente diferente.
- Quase 5... - se interpôs Ruggero.
- Então ja sei como vai ser, 3 meses antes e 4 meses depois, e Karol esse vai ser o ultimo show presumo. - disse Alvarenga.
- É isso... - concordou Rugge.
- Deixa comigo que eu resolvo, agora aproveita pra cuidar dela, porque pelo jeito o bebe começou a se mexer por agora, pela carinha de vocês. Então vão curtir esse momento, deixa que eu organizo tudo. - informou e sugeriu Alvarenga solicitamente voltando pra sala de reuniões.
Karol e Rugge suspiraram, se olharam e riram.
- Uffa! Achei que ele fosse dar uma bronca daquelas. - disse Karol.
- Hunf - ri - estamos parecendo adolecentes sabia! - exclamou Rugge.
- Mantendo a criança interior... - começou Karol.
- Literal! - afirmou ele sentindo o bebe novamente.
- Haha seu bobo! - riu Karol.
- O detalhe é que nos é que somos os chefes, mas as vezes acho que não... - seguiu Rugge.
- É verdade, é que Amélia e Alva são como representantes de nossos pais, creio que seja por isso... - se lembra - Ushi!!! - leva a mão a testa - Esqueci completamente da minha reunião! - disse Karol risonha, mas preocupada.
- Vamos subir então moça! - sugeriu Rugge a dando um beijinho na testa e a puxando para o elevador.
Subiram até o terraço abraçados, ao sairem Amélia ao vê-los, perguntou a Karol diretamente:
- O que aconteceu, porque demorou tanto pra voltar?
- Porque tem alguém que começou a mexer... - disse Rugge baixinho.
Amélia deixou a pasta que estava segurando sobre a mesa e se aproximou de Karol, seguindo com perguntas mas com menos brandura na voz:
- Começou a mexer o bebe? Mas ja??
- Esta um pouquinho adiantado, mas sim, começou... - leva a mão de Amélia a barriga a fazendo sentir - Sente. - respondeu Karol.
- E como mexe! - exclamou Amélia surpresa com as mexidas do bebê.
Rugge observava Karol com tanta ternura e atenção no olhar, que Amélia ao perceber sugeriu:
- Porque vocês dois não vão pra sacada aproveitar esse momento, deixem que eu a Karla vamos, resolvendo os filtros da obra, qualquer coisa - olha pra Karol - eu vou pegar sua opinião.
- Obrigado Mamá Amélia! - agradeceu Rugge com uma piscadela sendo retribuido.
Os dois acataram a sugestão de Amélia e foram para a sacada, chegando lá, Rugge se sentou no sofá esticado, deixando espaço para Karol se sentar entre suas pernas, mas antes o faze-lo, Karol disse:
- Viva a vida é uma festa?
- O que? - questionou ele sem entender.
- Mamá Amélia... - tentou faze-lo lembrar.
- Ah! - ri - Nem havia percebido, vem aqui. - retornou ele a puxando ajudando sentar e a abraçando.
Rugge ficou alguns minutos sentindo o bebe mexer, as vezes entrelaçava as mãos as de Karol, outras ela levava a mão dele onde o bebe mexia mais, se olhavam, riam, se beijavam docemente, mas sem deixar de sentir as movimentações na barriga de Karol.
- Você vai ganhar um grudinho quando chegar em casa. - disse Rugge.
Karol o olhou sem entender e ele prosseguiu:
- Lolo vai querer sentir ele o tempo todo, lembra como ela ficou com a Montse no ano novo.
- Ai sim, me lembro, ela não largava a Montse por nada. - recordou ela.
- Ja vi que vou perder meu lugar na cama. - constantou ele.
- Não Baloo, é só colocarmos uma regrinha e tudo vai dar certo. - disse Karol.
Ele sente a testa dela e diz:
- Você esta bem?? A quebradora de regras, querendo criar regras.
- Haha! Sempre colocamos regras, as vezes quebramos, mas ela sabe bem que é uma quebra na regra, não que ela deixou de existir ou que ela pode quebrar sempre. Eu quebrava regras simples senhor. - zombou e deixou claro Karol.
- Eu sei amor, eu estava brincando, criamos uma menina muito respeitosa e responsável justamente por conta das regrinhas, e ela so quebra as regras sob nosso consenso, é melhor seguir assim. - olha para a barriga dela - Mas e você mexedor, o que você é menino - sente uma mexida - ou menina? - diz Rugge.
- Mexeu pro menino, mas na verdade eu não sei o que é, quando estava grávida da Lolo desde o início eu tinha certeza de que era uma menina, mas agora eu não sei mesmo, as vezes acho que é menino, as vezes menina... - contou Karol.
- O importante é ja o amamos muito. - disse Rugge
- Ah isso é certo! - concordou - Mas acho que no próximo exame ja vai dar pra ver e saber o que é. - disse Karol esperançosa.
Depois de passarem um tempo juntos, Karol voltou pra reunião com Karla e Rugge retornou ao seu andar para ver se Alvarenga tinha conseguido ajeitar tudo. Ao chegar na sala reuniões que estava aberta, foi parbenizado por todos pela notícia de que seria pai outra vez, era involuntário o sorriso de felicidade, ele quase não se continha.
O mesmo passou com Karol, Amélia havia contado a Karla sobre a novidade.
- Lolo deve estar muito feliz, a um tempo ela vem comentando que quer um irmãozinho. - disse Karla.
- Ela esta bem feliz, só não contamos antes pra termos segurança sobre o periodo de risco. - deixou claro Karol.
No final da tarde, após se despedirem de todos na empresa, retornaram para Navarro diretamente para a escola de Lorenza para buscá-la. Com a menina ja no carro e eles a caminho de casa, Karol não conseguiu segurar e disse:
- Temos uma surpresa pra você em casa!
- Obaaaa!! Chegou minha cama nova! - vibrou Lorenza.
- Não filha, ainda não, esta em produção quando forem instalar eu te aviso. - disse Rugge rindo.
- Ué, mas então o queé? - questionou Lorenza.
- Ja ja eu te conto. - disse Karol.
Em minutos chegaram em casa, desceram do carro com Lorenza muito agitada e falante querendo adivinhar a todo custo do que se tratava a surpresa. Quando Rugge abriu a porta, ela passou feito um raio por ele e no meio da cozinha ela exclamou:
- Pronto, estamos em casa, qual a surpresa??!!
- Eu vou subir, trocar de roupa que a calça esta apertando um pouquinho e ja volto. - informou Karol calmamente passando pela filha.
- Papai você sabe o que é, eu sei que sim, me conta!!! - pediu Lorenza.
- Primeiro calma, segundo eu sei sim, mas a mamãe que vai te contar, tenha paciência filha, tudo no tempo certo. Vem vamos la pra sala. - disse Rugge.
- Minha supresa esta na sala?? - seguiu Lorenza indo atrás dele até a sala.
- Não, não esta, você escutou o que eu acabei de dizer? - perguntou Rugge.
- Sim escutei... mas estou curiosa. - respondeu Lorenza.
Ele se senta no sofá e a puxa em seu colo a abraçando bem apertado e diz:
- A mamãe ja vai descer bagunceirinha e você ja vai saber. - insistiu ele.
Karol logo desceu os encontrou na sala e disse indo até eles:
- Ah vocês estão ai. Nossa fiquei com a marca da calça de tão apertada que estava.
- Precisa começar a usar o extensor amor, porque agora ele só vai crescer. - sugeriu Rugge enquanto ela se sentava.
Com Karol sentada, Lorenza desceu do colo do pai se sentando entre eles, e perguntou mais uma vez:
- Então o que é surpresa má?
- Me da sua mão. - pediu Karol.
Lorenza lhe estendeu a mão e com cuidado Karol a colocou sobre a barriga onde sentia o bebe se mexendo, Lolo ficou uns segundo ali parada e indagou:
- O que é??
- Presta a atenção filha, aguça o seu tato. - orientou Rugge.
Karol pressionou com os dedos a barriga, até que o bebe se mexeu bem e Lorenza o sentiu, ela sorriu, seus olhos ficaram brilhantes com as pupilas dilatadas e ela levou a outra mão para barriga de sua mãe para sentir seu irmão mexendo muito entusiasmada, enquanto Rugge dizia:
- Parece que ele estava querendo dormir.
- Ai sim - boceja - eu também estou com sono. - disse Karol.
- É tão lindo poder sentir ele mexer mami e não doi mesmo? - perguntou Lorenza.
- Não doi filha, no primeiro momento é engraçado, depois acostuma e quando ele fica quietinho sei que esta dormindo. - explicou Karol.
- Acho que estou apaixonada! - exteriorizou Lorenza.
Karol e Rugge riram e Lolo seguiu:
- Eu posso dormir com você??
Rugge olhou pra Karol dizendo com o olhar " Eu falei que você iria ganhar um grude.", no entando Karol respondeu:
- Ai filha, você tem aula cedo, e eu e o papai temos um dia cheio amanhã, com ensaios pro show da mamãe. Mas olha você pode aproveitar pra sentir ele até a gente ir dormir todo dia e no final de semana eu deixo você ficar bem grudadinha comigo, podemos combinar assim?
- Esta bem Má. Mas agora eu vou ficar aqui sentindo ele. - concorda Lorenza se abraçando a barriga da mãe.
Como esperado durante os dias que seguiram, Lorenza ficava grudada a sua mãe sempre que possível, ela conversava com o bebê esperando movimentos de resposta, ficava fazendo planos com sua mãe pra quando o bebê chegasse, Rugge conforme a hora ficava um pouco enciumado, mas se juntava a elas e aproveitava pra paparicar Karol que se sentia muito amada.
Como tempo sempre era implacável os dias passaram depressa a terça seguinte chegou veloz e cheia de compromissos. Karol teria show na quinta, seu ultimo show solo do ano devido a gravidez, provavelmente ela participaria de algum show de Rugge mais adiante, mas por hora precisava não se esforçar tanto e nem estar sob pressão para o bebe se manter saudavel e ela também. Após deixarem Lorenza na escola, irem para empresa, perto das 10:00 Karol desceu até o andar de Rugge que estava em um dos aquarios de gravação trabalhando na música nova, quando a viu pelo vidro, sabia que estava na hora de irem para fazer os exames do mês, informou que sairia, que em breve estaria de volta e saiu da sala, encontrando Karol e com ela indo rumo ao elevador, depois garagem e por fim ao hospital.
Ainda no carro no estacionamento, Karol parecia incomodada com algo, antes que ela saisse, Rugge a segurou perguntando:
- Amor o que você tem?
- Estou bem, só um desconforto nos seios, mas é normal. - respondeu ela.
- Deve estar se preparando para começar a produzir leite. - concluiu ele.
- Muito cedo pra isso Baloo. Mas vamos, porque não quero me atrasar. - finalizou ela.
Minutos depois estavam no consultório com a dra Marta, que ja fazia a pensagem e demais avaliações de pré Natal antes de irem para a sala de exames por imagem. Com tudo dentro dos parâmetros para o período da gestação, foram fazer o ultrasom, momento muito esperado por Rugge que sempre se perdia em pensamentos com as imagens, mesmo que não fosse muito definidas e em preto e branco. Após Karol estar acomoda na maca sendo apoiada por Rugge, ja com a aplicação do gel, Marta começou o exame por ultrasom, analisou o desenvolvimento dos membros, dos órgãos, o batimento que estava muito bem, mas não pode evitar de perceber que o bebe ja mexia e muito:
- Começou a mexer! - analisa a imagem - Um pouco antes do tempo, mas dentro do padrão. - disse Marta.
Por fim foi em busca de conseguir visualizar o sexo do bebê, Karol e Rugge estavam ansiosos, mas foi a doutora conseguir pegar a região pra haver uma queda brusca de luz.
- Não acredito, justo hoje que ele estava com as perninhas mais abertinhas!! - brandou Marta tentando religar o equipamento.
Com uma batida na porta, seguida de abertura, uma enfermeira foi informar:
- Com licença Dra, houve um acidente em frente ao hospital, quebraram o poste de energia, os geradores vão demorar um pouquinho pra religar tudo.
- Certo, obrigado. - agradeceu e virou para Karol - Pelo menos pude ver que esta tudo bem, se eu conseguir recuperar as imagens envio a vocês, porque de fato consegui pegar direitinho, só não consegui ver se é menino ou menina, mas na próxima com certeza vamos saber. - disse Marta um pouco constrangida limpando o gel da barriga de Karol.
- Tudo bem Dra Marta, parece que ele não quer mesmo que saibamos por enquanto. - disse Rugge dando um beijinho na mão de Karol que ele segurava.
- Em todo o caso se eu conseguir recuperar e ver eu aviso vocês. - reinteirou Marta fazendo anotações no pronturario.
- Marta... - se sentou na maca - Estou sentindo bastante desconforto nos seios, parecem inchados além do normal. - disse Karol descendo da maca.
- É mais comum do que parece, mas se ficar insuportável me avise. - esclareceu Marta.
Karol e Rugge se despediram da doutora e sairam rumo ao estacionamento, animados porque estava tudo bem, mesmo que não tivesse sido possível saber o sexo do bebê.
No carro, como da última vez Rugge preferiu ficar mais uns minutos ali abraçado a esposa e sentindo seu filho se movendo, trocou beijinhos suaves com Karol e inclinou-se em direção a barriga dela dizendo:
- Papai esta muito feliz que você esta bem e a mamãe também.
- E a mamãe esta muito feliz que o papai esta cuidando de nós dois. - disse Karol fazendo-o cafuné.
Dali retornaram a empresa, pois Karol precisava ensaiar e ajustar os últimos detalhes para o show que faria em 2 dias. Com tudo meio organizado, com a hora passando, os dois foram para seu distrito, buscar Lolo na escola, para depois irem para casa organizar as malas para a viagem. Com a gravidez de Karol, o planos originais foram alterados, ao invés de Rugge ficar para cuidar da Lolo, dessa vez os 3 viajariam, por isso a mala conteria mais coisas do que normal, além de Lorenza ter que levar seus materiais para estudar o que perderia em sala de aula.
Karol e Lolo estavam arrumando a mala, enquanto Rugge preparava o jantar, fechava a casa, arrumava lanchinhos na bagagem de mão e os documentos.
Em casa Karol preferia usar camisões para se sentir mais a vontade sem nada a apertando a barriga, ainda mais agora que o bebe se mexia e com muito vigor, o que era possível ver mesmo através da roupa. Com a mala finalizada, Karol se levantou para fechar as janelas para adiantar, mas Lorenza a parou, lhe fazendo carinho na barriga.

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