Escola de Milão

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Karol e Rugge se olharam esperando a resposta de Lorenza, que suspirou e disse:
- Eu entendí porque vocês fazem isso, é importante, então tudo bem... eu supero.
- Ih amor trocaram nossa filha... - exteriorizou Rugge.
- Não trocaram não Pá... Tia Amélia me ajudou a entender... tudo bem...- contrapôs Lorenza.
- Ela esta crescendo... - constatou Karol pensando alto.
- Não sei se fico feliz ou triste... - falou baixinho mas o suficiente para Karol ouvir Rugge.
- Não to crescendo ... estou sendo consciente... quero ser criança até quando eu puder! - afirmou Lorenza.
- Que bom bagunceirinha! - exclamou Rugge feliz por sua filha entender sobre a importância de se viver cada etapa da vida como se deve.
- Nunca devemos deixar nossa criança interior se apagar, ela deve seguir sempre viva! - agregou Karol.
Rugge e Karol trocaram olhares por um tempo, enquanto Lorenza seguia conversando com seu irmãozinho, fazendo carinhos na barriga de sua mãe esperando comunicação gestual do bebê.
Mais perto do almoço, após passarem um tempo os 3 juntos, com Karol sendo coberta de carinhos e muita atenção, eles se ajeitaram e desceram para almoçarem se juntando a Carlos e Alvarenga a mesa de jantar, onde Amélia ja havia começado a servir as delicias. Rugge sempre prestativo e grato ajudou Amélia a levar tudo para a sala de jantar para poderem almoçar. Como esperado o almoço estava regado de comida boa, nutritiva, saborosa e mais saudável para Karol. Durante toda a refeição só se ouvia manifestações de degustação e elogios a Amélia pela comida. Com o termino do almoço e depois da sobremesa, Alvarenga achou melhor repassarem a agenda da semana que iria iniciar, afinal de contas seria intensa e com muitos compromissos.
- Então vamos todos para o Chile, show, descanso de 30 minutos, aeroporto, São Paulo, Lisboa, Milão? - questionou Alvarenga revisando o itinerario.
- Isso Alva... - confirmou Karol.
- Com você abatida desse jeito, acha que vai dar conta? - seguiu Alvarenga.
- Estou bem Alva, é só o cansaço e o bebê ganhando peso... - respondeu Karol.
- Vamos vendo como vai ser a semana Alva, se Karol estiver mais firme seguimos isso, se não montamos outro itinerario, se ela não estiver bem vamos eu, ela e Lolo direto a Milão na sexta é encontramos vocês lá. - Sugeriu Amélia.
- Estou de acordo ... - começou Rugge.
- Não! - Interrompeu - Eu não posso ficar longe do Rugge, me desculpem, mas eu preciso dele agora, é só o começo do último trimestre, por favor! - deixou claro Karol com um certo tom de desespero.
- Calma amor, vamos fazer o que for melhor pra você. - tentou acalma-la Rugge.
Karol se levanta, branda e sai da sala:
- O melhor é você estar comigo, mas se não quiser é só me avisar!
Com a saida de Karol se fez um silêncio momentaneo, até que Amélia o quebrou dizendo:
- Ela esta cansada, os hormônios estão a mil...
Rugge pediu licença, se levantou, Lorenza fez mensão de ir com seu pai, mas ele logo disse:
- Fique aqui com o Tio Alva, a Tia Amélia e o Tio Carlos, pode repetir a sobremesa se quiser - piscou para Amélia - , eu vou conversar com a sua mãe.
Rugge saiu da sala de jantar, pensou que Karol tinha ido a sala de tv, mas ela não estava la, olhou no corredor, ela não tinha ido ao escritório nem a cozinha, ele subiu, estava indo direto para seu quarto, mas a viu no quarto do bebê, sentada com as pernas cruzadas, encostada no berço, com as mãos sobre o rosto. Ele entrou no quarto, se sentou ao lado dela, com toda a delicadeza do mundo tirou as mãos dela do rosto, encontrando os olhos dela, ainda que marejados e cheios d'água, trocaram olhares por segundos, até que ela o disse:
- Eu preciso de você...
- Eu sei... e eu não quero ficar longe de você e você sabe disso, mas eu tenho que ser prudente Ka, eu não posso arriscar você passar mal em meio a baldeações, com a dra longe sem poder fazer muito, você ja não ficou muito bem, eu não quero por você em risco, sendo que da pra fazer um voo direto... eu... eu só quero proteger vocês... - explicou suavemente ele acariciando a barriga dela.
- Eu não quero ficar longe de você Baloo é só isso, eu prometo que vou estar bem e vai dar tudo certo. - insistiu ela.
- Miss Teimosa, mas que fique claro que só vamos seguir com isso se você estiver bem, qualquer coisa de diferente você vai direto e nos encontramos la, ou vamos mandar alguém te representando, certo? - disse ele.
- Ta bom... - concordou ela.
- Agora vem aqui ... - a puxa em seu colo - Esse quarto ta tão bonito que to pensando em a gente mudar pra cá - disse ele a fazendo rir.
A semana começou na correria de ensaios, de rotina e os últimos ajustes para a inaguração, Karol e Rugge ficaram não entretidos com seus afazeres que quase esqueceram que estavam grávidos.
A temida quinta feira chegou, Karol estava bem, não havia se queixado de nada nos últimos dias, mesmo que com a correria ela nem tivesse notado nada de estranho. Com as malas prontas Carlos foi busca-los, Rugge fechou a casa acionou do alarme e dali partiram diretamente para o aeroporto para encontrar o pessoal e embarcarem para o Chile. A Viagem de Buenos Aires a Santiago era curta, não tiveram nenhum transtorno, do aeroporto seguiram direto para o local do show onde ja haviam muitas pessoas esperando na entrada. Foi o tempo de entrarem no teatro, Rugge trocar de roupa e ir pro meeting, Karol aproveitou para tirar um cochilo, a semana havia sido corrida, ela precisava recarregar as energias, ainda que nas próximos horas fosse ficar cerca de 16 horas dentro do avião rumo a Milão, iria poder recuperar as energias, mas toda a oportunidade de sono deveria ser aproveitada.
Após o meeting, o show começou, Karol seguia no camarim, mas abraçada a Lorenza assistindo o show pelo celular. Uma coisa era nitida, Rugge não conseguia disfarçar o ar de preocupação em seu semblante, mesmo assim seguiu com o show até o final, sendo sempre ovacionado e saindo do palco com pedidos de bis. Do teatro saíram rumo a algum drive true de fast-food, pegaram comida e partiram rumo ao aeroporto outra vez, as horas estavam apertadas, era tudo muito cronometrado, ainda que Rugge sempre dissesse a Karol pra ir com calma. De Santiago foram direto a São Paulo, a baldeação demorou cerca de uma hora, Lorenza estava impaciente para o avião decolar e Karol estava faminta.
- O lanche não foi suficiente amor? - perguntou Rugge.
- O lanche foi só pra mim, tem alguém querendo comer também... - respondeu ela.
Antes que ele pudesse dizer algo, o comandante começou a falar, e em segundos o avião passou a se movimentar, 20 minutos mais tarde ja estavam no ar quase em velocidade de cruzeiro. Lorenza praticamente havia se arrumado para dormir a viagem toda, sempre com uma das mãos sobre a barriga de sua mãe, sentindo seu irmão o tempo todo, se fazendo presente para ele.
Ao passar de uma das comissarias de bordo, Rugge pediu comida para Karol, que se esbaldou quando a recebeu, após alimentar seu bebê, ela relaxou e Rugge também, em pouco tempo estavam dormindo profundamente.
Horas mais tarde pousaram em Lisboa, para a última baldeação antes de Milão. Eles precisavam esperar mais uma hora e meia para embarcarem, Karol resolveu andar um pouco, afinal havia passado muito tempo sentada, contudo, Rugge não pode deixar de perceber que ela estava andando um pouco diferente, com Lorenza distraida na vitrine de uma livraria Rugge perguntou perguntou Karol:
- Esta sentindo alguma dor algum desconforto Moglito?
- Até que não, porque? - retornou Karol.
- Esta andando engraçado, meio como pinguim, achava que isso fosse acontecer mais pra frente. - respondeu ele a olhando com muito zelo.
- Hum, não percebi, mas acho que é porque ficamos muito tempo sentados, por isso mesmo quero andar bastante ... - disse Karol.
Caminharam praticamente no aeroporto todo, mas mesmo assim Rugge ainda via Karol caminhando pelculiarmente. Em meio ao trajeto rumo a espera para embarque, anunciaram o vôo deles, Lorenza soltou um sonoro "graças a Deus" fazendo seus pais rirem. Dali seguiram rumo ao avião, se acomodaram, logo se juntaram a eles nas poltronas da frente Alvarenga e Amélia, que so tiveram tempo de se sentarem pois em poucos minutos o avião ja estava no ar. Uma leve ansiedade começava a bater em Karol, tanto que começou a pensar em voz baixa, o que fez Rugge a dizer seguido de um beijinho na testa:
- Vai estar tudo como você idealizou amor, tenho certeza de que vou ver esses olhos brilharem!
- Eu sei que vai estar tudo lindo, mas isso não quer dizer que eu não fique ansiosa... - disse ela.
- Tudo bem, mas agora tenta se manter calma, lembra que tem alguém - faz carinho na barriga dela - aqui dentro que sente tudo o que você sente, e eu sei que você não quer que ele sinta ansiedade... - continuou Rugge.
Karol ficou olhando fixamente nos olhos dele, pensou um pouco, relaxou o corpo e concluiu:
- Você tem razão, preciso me manter...
- Exatamente, agora temos uma hora e meia pra você tirar mais um cochilo, eu te acordo quando estivermos chegando.
- disse Rugge a dando um beijinho na testa.
Cerca de uma hora e meia depois, estavam pousando em Milão, Rugge não precisou acordar nem Karol nem Lorenza, a pequena e rápida turbulencia para a descida as acordou.
Saíram do avião, passaram pela alfandega sem problemas, pegaram as malas, fizeram checkout e seguiram rumo a saida do aeroporto de Malpensa.
Quando estavam quase chegando na porta, Lorenza saiu correndo gritando:
- Nonitooooo!!!
Para a surpresa deles, Bruno e Antonella que os foram buscar, Lorenza se agarrou aos avós, Karol e Rugge se abraçaram a eles, Alvarenga e Amélia os cumprimentaram, por fim todos embarcaram no carro, se ajeitando como podíam e seguiram rumo ao Hotel Mercury Milano no centro da capital.
No hotel fizeram seu cadastro de entrada, pegaram os cartões e subiram para se instalarem. Era cedo, Rugge sugeriu deles sairem para caminhar um pouco, ja que ficaram muito tempo sentados nos aviões. Com a sugestão aceita, Karol foi colocar um vestido para se sentir mais confortável, assim que ela colocou a roupa que a deixou mais livre o bebê começou a mover-se mais rápido, mas nada que a incomodasse. Rugge e Lolo, ficaram esperando do lado de fora do hotel, brincavam um com outro até Lorenza ver sua mãe parada em frente a saida falando ao telefone e sentindo seu irmãozinho. Karol estava com um vestido bem solto de mangas longas vermelho, com estampa floral, quando Rugge olhou para o lado que Lorenza estava olhando, entendeu o porque do olhar deslumbrado da menina, e ele mesmo ficou derretido por sua esposa estar tão bonita.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora