Acidente

137 11 8
                                    

Após o trabalho Karol e Rugge foram buscar Lorenza na escola, ela estava muito animada e falante com tantas novidades do primeiro ano do fundamental, ela não era mais um bebê dependente, era uma mocinha que teria muita lição de casa e trabalhos escolares pela frente, embora para seus pais ela ainda fosse uma bebezinha. Durante o jantar, após o otimista parlatório de Lorenza sobre as atividades da nova série escolar, Karol a contou sobre o ensaio da quarta feira, que Carlos iria buscá-la na escola e que ela assistiria o ensaio e depois eles iriam jantar juntos, essa informação deixou Lorenza agitada feito um esquilo encontrando nozes, fazendo com que custasse a dormir naquele dia.
A quarta feira chegou em uma fração de segundo, o tempo parecia tão veloz quanto os segundos, no final do expediente Karol estava na sala de ensaios, com os músicos, dançarinos e todo o pessoal da logística e staffs para show, passando cada detalhe, Rugge avaliava a iluminação e equalização do som na cabine, anotava os parâmetros para serem mantidos no show, quando foi surpreendido por Lorenza o abraçando pela cintura fortemente.
- Bagunceirinha!!! Como foi a Escola hoje?? - perguntou Rugge mexendo nos equalizadores.
- Foi super legal!!! Tenho tarefa de ciências!!! - respondeu Lorenza bem animada.
- Depois te ajudo com isso princesa, porque não sobe na cadeira pra ver sua mãe ensaiando? - sugeriu Rugge.
Lorenza acatou a sugestão do pai e subiu em uma das cadeiras estofadas pretas e olhou bem para sua mãe em ação, passando uma das canções do show. Assim que Lorenza apareceu no vidro Karol encontrou o olhar da filha lhe piscando e seguindo o ensaio, Lolo lhe retribuiu com um belo sorriso e com olhos brilhantes de admiração.
- Porque a mamá é tão linda Pá? - perguntou Lorenza encantada.
- Não sei dizer porque filha, apenas posso dizer que concordo com você ela é muito linda mesmo. - respondeu Rugge igualmente deslumbrado.
O ensaio correu bem, Lorenza vibrava em cada final de música como se fosse um show real, Alvarenga entrou na cabine algumas vezes para poder ver o panorama geral como se fosse expectador do show, verificando e alterando o projeto de iluminação para realçar mais o contexto das canções e das coreografias. Terminado o ensaio, Karol encontrou Lolo na porta da cabine a levando com ela para verem os figurinos do show. Lorenza havia entrado algumas vezes naquela sala quando menor mas não se recordava de todos os detalhes, era uma sala estreita e cumprida, com cabideiros por toda a extensão do lado esquerdo, do lado direito também haviam cabides, porém das roupas separadas para o show, ela se encantou com um vestido branco 3/4 esvoaçante com borboletas azuis bordadas na saia, haviam também conjuntos, casacos metalizados, blazers bordados e mais dois vestidos, um vermelho longo tomara que caia com cinto de pedraria, e um amarelo suave com sóis dourados mais curto de alcinha e mais esguio, ao analisar este último Lorenza pensou alto:
- O pá não vai gostar muito desse, mas é lindo!
- Porque acha que seu pai não vai gostar filha? - perguntou Karol ao ouvi -la.
- Porque parece que fica bem colado má! - respondeu Lorenza olhando pra mãe.
- Não se preocupe ele tem uma parte que vai por cima tipo um sobre vestido, dourado - procura nas caixas abaixo - está aqui em algum lugar... - encontra - esse aqui filha. - explica Karol colocando o sobre vestido junto ao figurino.
- Ahh entendi tipo um robe, bonito, é acho que ele não vai reclamar tanto se for assim. - disse Lorenza analisando o tecido.
Karol riu, sabia que Rugge tinha um pouco de ciúmes as vezes e parece que sua filha compactuava com o pai nisso.
- Ahhh vocês estão aí! As luzes ficaram perfeitas amor, vai ser O show! - exclamou Rugge da porta da sala.
- Pá vem ver os figurinos da mamá, tem um vermelho aqui que você vai gostar. - sugeriu Lorenza interrompendo.
- Eu confio na sua mãe filha, ela sempre teve bom gosto, agora que tal escolhermos onde jantar, porque o pessoal quer ir na Guerrin... - disse Rugge.
- Obaaaaa!! PIZZA EU QUERO! - exclamou Lorenza saltitante.
- Bom... vamos na Guerrin então! - constatou Karol rindo.
Saíram da empresa junto com todo o pessoal e foram saborear a dita melhor pizza de Buenos Aires.
A sexta chegou na velocidade de um sopro em flauta, tudo organizado, a van pronta com os músicos, dançarinos, staffs e Amélia esperando somente a Karol chegar para partirem. Em Navarro, Karol se despedia de Lorenza na porta da escola, lhe dando orientações para seguir até ela voltar no dia seguinte, abraçou a filha forte uma última vez e seguiu com Rugge a Buenos Aires. Trinta minutos cravados mais tarde, chegam a empresa, do estacionamento vão direto ao saguão e dali para a área recuada de embarque e desembarque em frente ao prédio, onde estava o veículo aguardando Karol, os dois se despediram, quando ela foi entrar na van, Rugge a segurou, a puxou lhe dando um beijo e lhe pedindo:
- Se cuide amor, me manda mensagem quando chegar.
- Eu mando... te amo... - disse ela entrando na van.
- Eu mais, eu amo muito mais. - disse ele.
Ela bateu a porta de correr o olhando uma ultima vez, atrás dela estava Amélia, quando o veículo começou a andar Rugge olhou pra ela acenando com a cabeça como se dissesse " cuida dela pra mim", e como sempre Amélia retribuiu o aceno.
O resto do dia passou lento e mórbido, Rugge não via a hora do relógio marcar 17:30 para ele pode sair e buscar Lorenza na escola e ir pra casa. Depois de contar os minutos da última hora que passou parecendo que cada minuto eram cinco, finalmente o horário de ir embora chegou, ele só fechou seu andar, desceu com o elevador, se despediu do senhor Mário na portaria da garagem, pegou o carro e seguiu em retorno a Navarro e a Escola de Lorenza.
Depois de pegar a filha na escola, foram direto pra casa, sempre que Karol saia de viagem ele chegava em casa esgotado, parecia que ela levava a energia dele com ela. Enquanto Lolo fazia sua lição, ele preparava um jantar rápido, belas bolinhas de queijo assadas, assim que colocou a forma no forno, seu celular recebeu uma notificação:
"Eu esqueci de mandar mensagem quando cheguei, mas está tudo bem por aqui, o show vai começar me mande boas vibrações!"
- Quem é pá? - perguntou Lorenza.
- Sua mãe, ela já chegou e vai começar o show, vamos mandar bons pensamentos pra ela tá bom! - contou e pediu Rugge.
Após jantar, a higienização da louça e a limpeza da cozinha enquanto Lolo tomava banho, Rugge foi pra sala de TV com seu notebook, ajustar algumas coisas, em pouco tempo Lorenza se juntou a ele assistindo TV.
- Pá o que você tá fazendo? - perguntou curiosa ela.
- Verificando o vôo pro papai viajar na segunda princesa. - respondeu ele sem tirar os olhos do computador.
- A mamá volta amanhã e você já viaja na segunda?? - questionou Lorenza se virando para olha-lo.
- Sim meu amor, papai tem show na terça, mas quarta já estou aqui. Você sabe que os shows do começo do ano são mais frequentes mas ficamos menos dias fora. - explicou Rugge a olhando e a fazendo carinho.
Lorenza fez bico, entortou a boca pra um lado com o olhar baixo e disse desapontada:
- Tudo bem...
- Mas de quinta a domingo eu e a mamãe vamos estar aqui grudados em você até cansar! - contornou Rugge.
- Eu não me canso nunca! - exclamou Lorenza mais animada.
- Hunf, bagunceirinha... - a olha com ternura - Bom, o que você acha de irmos dormir, para amanhã fazermos um bolo pra mamãe? - sugeriu Rugge.
- Um bolo de coco com calda? - retornou  Lorenza.
- É... pode ser, podemos colocar alguns morangos o que você acha? - seguiu Rugge.
- Perfeito, ela vai adorar! - se levanta - Então desliga isso aí e vamos dormir pá!!
Rugge cumpriu o pedido de Lorenza, desligou o notebook o deixando sobre a mesinha de centro, apagou a TV, as luzes e subiu com a filha para dormirem.
O sábado amanheceu movimentado, Rugge e Lolo deram uma geral na casa, ainda que brincassem a maior parte do tempo, mas ainda sim conseguiram concluir o asseio da casa. Ao receber mensagem de Karol avisando que ela é a equipe já estavam no avião e logo partiriam de volta, Rugge passou a agilizar para produzir o bolo e mais alguns quitutes para o café da tarde quase jantar, Lorenza o ajudou em quase tudo, e no fim o bolo ficou muito bonito e parecia saboroso, Lolo escolheu um prato para bolo com tampa de vidro, levou para o balcão e perguntou:
- Pá podemos colocar o bolo aqui?
- Podemos sim filha, vai ficar bonito. - respondeu Rugge, colocacando mais uma fornada de ramequins de queijo no forno.
- Está tudo parecendo coisa chique tipo "Patisserie", então nada melhor que colocar o bolo nessa vitrine. - disse ela.
- Vitrine? Hahaha adorei, vitrine de bolo. Sobre a Patisserie, pra você e pra sua mãe só o melhor, sempre... - concluiu Rugge.
Cerca de 2 horas mais tarde quando Lorenza e Rugge terminavam de montar um piquenique na sala de estar, com tudo que haviam feito durante a tarde, escutaram o portão se abrindo, eles se olharam, Lorenza ficou com os olhos arregalados brilhantes e sorridente, antes que Rugge pudesse dizer algo, ela saiu correndo gritando:
- É minha Mamá!!!
Rugge ficou arrumando os últimos detalhes, quando se levantou e foi virar para ir até a cozinha encontrar Karol, deu de frente com ela.
- Aí! Perdão, te machuquei? - perguntou ele lidando com o susto.
- Não Baloo, tudo bem. - riu - Sempre nos chocando... - disse Karol com certa alegria na voz.
- Pois é... que saudade amor - selinho - como foi? - retornou ele.
- Pai esqueceu o suco! - interrompeu Lorenza fazendo Karol olhar pro chão.
- Uau! O que é tudo isso?? - perguntou Karol.
- Pá que teve a ideia, nós que fizemos, quer dizer eu ajudei - respondeu Lorenza rindo.
- Ah é só uma recepção diferente Moglito. - a puxa - Vem senta aqui...- disse Rugge ajudando Karol a se sentar.
Saborearem todos os salgados com Karol contando como foi o show, assim que ficaram satisfeitos, Rugge pegou a "vitrine de bolo" atrás dele e colocou no centro da toalha, Karol quando viu indagou:
- Uau que chique, onde compraram esse bolo??
- Nós fizemos Má!! - respondeu mais do que rápido Lorenza.
- Ela está brincando né? - perguntou a Rugge, Karol.
- Não amor, nós fizemos, eu fiz a massa, a Lolo me ajudou a bater a claras pro recheio, picou os morangos... - começou Rugge.
- Supervisionada - interrompeu Lorenza.
- Isso, eu estava de olho, ajudou a colocar a calda e a decorar. - Contou Rugge.
- E.... rufen os tambores ... tcharamm, o resultado foi esse bolo fofinho, com coco, calda e morangos... - canta - Especial pra você!!! - apresentou Lorenza.
- Que lindos vocês, quero um abraço - os abraça - e um pedaço lógico! - pediu e deixou claro Karol.
Rugge serve pedaços generosos para cada um, o bolo estava perfeito, molhadinho, doce e azedinho na medida, foi só elogios, nem era possível de acreditar que ele e a filha haviam feito o bolo.
- Sabem porque ficou tão gostoso? - perguntou Lorenza.
- Porque? - retornaram Karol e  Rugge.
- Porque fizemos com muito amor para a pessoa que mais amamos! - respondeu  seriamente Lorenza.
- Viu a gente te ama... - disse Rugge a olhando docemente.
Karol os retribuiu com um sorriso terno e olhar sereno, não poderia ter sido recebida em casa de melhor maneira, com tanto carinho em cada detalhe.
O tempo voltou a correr freneticamente, como um pêndulo a seguir o embalo, domingo passou e a segunda chegou acelerada, Lorenza escovava os dentes, enquanto Karol prendia seu cabelo, pois teria aula de balé, Rugge descia com a mala e verificava se estava com todos os documentos, depois serviu o café da manhã na bancada, enquanto sua filha e esposa não desciam para acompanha-lo ele foi se agilizando levando os pertences pro carro, ao voltar pra dentro, vendo que elas não haviam descido, foi até a porta em divisa com a sala e as chamou:
- Meninas vamos nos atrasar!!
- Estamos descendo baloo! - informou Karol.
Elas brevemente se juntaram a ele, quase engolindo o café, pois Lorenza já estava atrasada para a entrada na escola. Saíram às pressas fechando a casa, Lorenza foi terminando de comer seu pão com queijo no caminho. Chegaram na escola o sinal estava soando, saíram todos do carro, Lorenza se despediu da mãe e logo abraçou seu pai forte e lhe disse:
- Faça um show incrível Pá, te vejo na quarta!
- Te vejo na quarta bagunceirinha! Se cuide e se comporte filha. - pediu Rugge a soltando e a olhando antes de ir.
- Pode deixar. - obedeceu Lorenza.
Lorenza foi andando virada pra eles empurrado sua mochila a suas costas, os olhando bem até entrar, enquanto eles a acenavam.
Dali Rugge e Karol foram direto a empresa, la a van já o esperava, estava atrasado, entregou as coisas para Carlos colocar no maleiro, enquanto se abraçava a Karol em despedida.
- Vou sentir sua falta... - dizia Karol.
- Eu mais amor, não faz ideia de quanta saudade eu sinto, mas quarta estou de volta, lembra que o celular não pega muito bem no aeroporto de lá, então acompanhe o vôo pelo número a Amélia o tem, e eu deixei preso na geladeira em casa também. - beijo - fica bem ta! - explicou Rugge.
Karol concordou com a cabeça.
- Te amo - diz ele a beijando mais uma vez.
- Também te amo meu Baloo, volte pra mim... - pediu ela.
- Eu sempre volto, como um boomerang. - disse ele já entrando na van.
Karol lhe jogou um beijo, a van partiu, antes de sair de vista Rugge acenou pra ela, que teve um pressentimento estranho, suspirou, entrou no carro novamente o conduzindo até a garagem, pegou o elevador, chegou no último andar e cumprimentou Amélia, que notou a expressão distinta no rosto de Karol e não pode deixar de perguntar:
- Karol tudo bem?
- Sim... Sim Amélia tudo bem, ... É só uma sensação estranha...de que vai acontecer alguma coisa...  - respondeu Karol.
- Bom quando isso acontece nunca sabemos se é bom ou ruim.- sugeriu Amélia.
- É pois é, bom nada como o trabalho para me distrair... temos um dia cheio hoje não é? - retornou Karol.
- Sim, tem alguma papelada pra assinar, um reunião virtual com o pessoal da Addnice, depois do almoço a Carla vem para discutir como você quer o prédio de Milão pra ela trabalhar nos projetos. - repassou Amélia.
- Vamos nos colocar pilha porque vai ser uma segunda longa! - disse Karol indo pra sua sala.
O dia seguiu com todos os compromissos, Carla a arquiteta passou a tarde anotando todas as ideias de Karol para o projeto de Milão, mas no fim acabou sendo uma troca justa de ideias, até Amélia se juntou para dar sugestões.
No fim da tarde Karol foi buscar a filha na escola, no retorno para casa ela notou Lorenza muito calada, enquanto Karol preparava o jantar Lolo permaneceu quieta fazendo sua lição de casa. Karol tentou se segurar ao máximo, mas ao ver a filha ainda quieta durante o jantar não pode deixar de perguntar:
- Filha você está muito quieta, aconteceu alguma coisa, está com saudade do papai?
Lorenza apenas balançou a cabeça em negação e continuou comendo, acabou por deixar metade do prato e pediu licença para subir e tomar banho.
- Quer ajuda para soltar o cabelo pequena?
- Não precisa mamá. - respondeu Lorenza retraída.
Karol achou muito estranho como Lorenza estava, comentou com Rugge por mensagem, mas ele alegou que era saudade, que logo ela se animaria. No dia seguinte ela estava introvertida da mesma forma, tanto na ida, quanto saida da escola, Karol tentava anima-la, mas ela sempre que questionada ou induzida a se animar preferia se isolar.
Na quarta pela manhã, a situação parecia ter melhorado, Lorenza parecia mais disposta e animada, talvez fosse apenas saudades mesmo, pensava Karol enquanto arrumava o lanche da filha.
Após tomarem café, Karol levou a mochila da filha para o carro, foi chamar Lorenza para irem, a viu parada em frente a geladeira e a perguntou:
- O que está fazendo filha??
- Memorizando o vôo do Pá. - respondeu Lorenza indo acompanhar a mãe.
- Ele vai voltar antes de terminar sua aula amor, vamos vir juntos buscar você. - esclareceu Karol abrindo a porta para Lorenza entrar.
- Eu sei Má, mas eu sempre guardo, hoje o vôo é o F237, chega as 15:30 no aeroporto, sabia que eu faço isso quando é você que viaja também? - contou Lorenza.
- Sério pequena? - retornou Karol.
- Sim, fico mais tranquila sabendo a hora. - respondeu Lorenza retornando a introversão assim que chegou a escola.
Karol se despediu a deixou e foi direito para Buenos Aires, precisava passar na unidade da LPS antes de ir pra empresa, pegar uma papelada e dar um olhada no anfiteatro para falar com a arquiteta mais tarde.
Com a papelada em mãos e fotos do anfiteatro Karol chega na empresa e posteriormente na sua sala, havia passado boa parte da manhã na escola, estava quase na hora do almoço, o tempo não tinha calma, ela apenas deixou as pastas sobre a mesa, se juntou a Amélia e desceram ao refeitório almoçar. Ela não gostava de sair para comer em outros lugares quando Rugge não estava, ficava apenas no sanduíche natural e um suco, enquanto almoçava conversava com Amélia sobre as ideias para o anfiteatro de Milão, mas em meio a conversa ela teve aquele pressentimento outra vez, comentou com Amélia, que voltou a repetir que todo pressentimento tinha 2 lados, mas Karol não sabia identificar se era bom ou ruim. Retornaram ao andar da sala de Karol após o almoço, Amélia ficou na mesa dela ajustando alguns cronogramas. Por volta das 14:00 Carla a arquiteta chegou, Karol ficou entretida com ela mostrando as ideias pro anfiteatro e as fotos que havia tirado pela manhã da unidade Buenos Aires.
Amélia ficou na sua mesa no hall do andar, dessa vez não quis se intrometer, numa pequena pausa de trabalho passou a olhar as notícias do dia, entre tantos deserviços da mídia, e notícias de coisas ruins, ela preferiu procurar outra coisa para ver, quando foi escrever na barra de endereços, o site de notícias atualizou, estampando que havia acabado de ocorrer um acidente de avião, Amélia se encostou na cadeira ao ler a manchete ficando completamente pálida. " Vôo F237 da Airlines perdeu contato com síndacta e transponder indica queda do avião em área de proteção ambiental" dizia a manchete, Amélia olhou a prancheta a seu lado que mostrava o voo de retorno da equipe, de seu marido e de Rugge, era exatamente o mesmo vôo, ela se levanta custando acreditar, vai até a porta da sala de Karol entra, branca feito um fantasma, Karol ao ve-la lhe pergunta:
- Amélia você está bem?
- Você está pálida! - exclamou Carla.
Amélia vai até o aparador lateral, pega o controle da televisão, a liga a procura um canal de notícias, assim que o encontra, aparecem imagens do avião caído, Amélia fica ofegante, Karol se aproxima:
- Amélia o que é isso... - analisa, olha para a senhora - Amélia??
" Vôo F237 caiu  a caminho do aeroporto de Ezeiza, ainda não temos informações sobre sobreviventes" anunciava a repórter na teve.
- Amélia, não... - começou Karol olhando para ela.
Lágrimas escorreram pelo rosto de Amélia, que seguia paralisada olhando a teve segurando o controle. Karol se lembrou de Lorenza repetindo o número do vôo de Rugge pela manhã.
- F237 - ofegante - Amélia esse é o número do vôo de volta dos meninos??? - perguntou alterada Karol.
Amélia não emitiu uma palavra apenas confirmou com a cabeça, transbordando lágrimas por todo o rosto.
Karol se encostou na lateral de sua mesa olhando a teve, contraindo os lábios, começando a chorar, colocou a mão sobre a boca e deslizou da mesa ao chão em prantos.
- Meu Balooo!!! - repetia ela.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora