A peça de fim de ano

135 10 6
                                    

As 17:00 em ponto os dois se encontraram no hall do prédio da produtora, apressados foram até o estacionamento, dali partiram diretamente a escola primária de Navarro.
No caminho Karol ligou para Antonella, para saber se estava tudo certo, sua sogra a confirmou que ela e Lorenza chegaram no horário previsto, e que já haviam começado o último ensaio.
- Tomara que consigamos uma vaga próxima. - pensou alto Rugge
- Vai ter sim amor... - disse Karol mexendo no celular.
Chegaram rapidamente em Navarro e posteriormente em frente a escola, por sorte ainda haviam vagas próximas ao anfiteatro, após estacionar o carro, os dois saíram em direção a porta, entrando no teatro a parte da frente já estava bem cheia, mas como Antonella havia chego cedo guardou lugares para eles, que a viram acenando na terceira fileira bem a frente. Karol caminhava puxando Rugge pela mão afoitamente, na fileira de cadeiras, passaram por algumas pessoas e se acomodaram ao soar do primeiro sinal.
Após cumprimentarem Antonella, Karol a perguntou:
- Ela está muito nervosa Nella?
- Um pouquinho, mas se saiu muito bem no ensaio, tenho certeza de que vai dar tudo certo. - respondeu Antonella.
- Amor? - chamou Rugge
- Diga. - respondeu Karol.
- Estou sem bolsos, guarda a chaves e o meu celular na sua bolsa porfis. - retornou ele.
- As chaves eu guardo - pegou da mão dele e colocou na bolsa - mas o celular não.  - disse Karol.
- Hã? Porque? - questionou ele.
- Você não vai gravar? - retornou ela.
- Ah é verdade! - recordou-se ele.
Soou o segundo sinal, Rugge deixou o celular pronto para gravar, Antonella dava algumas guloseimas gelatinosas para Karol que havia trazido de casa, soou o terceiro sinal, as luzes se apagaram, somente as do palco ficaram acesas, a diretora subiu no palco iniciando a solenidade de abertura e agradecimentos, Karol apoiou a cabeça no ombro de Rugge, que em seguida passou o braço por ela a deixando mais confortável e iniciou a gravação.
- Apresento a vocês a peça da turma de teatro da escola, O primeiro milagre de Jesus. - anunciou a diretora finalizando o discurso e descendo do palco.
Em poucos instantes começou uma trilha sonora e as cortinas se abriram, o cenário era bem simples, mas a projeção no fundo é que deixava tudo mágico, logo entrou um menino com traje um pouco puido com um tambor e baquetas, atrás dele outros dois, um vestido de burrinho e outro de ovelha. Deram uma volta no palco um atrás do outro com o menino batendo o tambor, ao terminar a volta o menino se pois a frente tocou mais uma estrofe no tambor parou e disse:
- Eu sou um pequeno menino, não sei se fui abandonado ou meus papais morreram, mas desde que me conheço por gente sempre tive ao meu lado o senhor burro e a ovelhinha, eles são minha família, são tudo para mim. Somo viajantes, toco o meu tambor em troca de qualquer moeda para comprar algo de comer, as vezes para mim, as vezes para os animais. Hoje vamos tocar em Belém, eu disse vamos, porque de tanto me ouvirem o senhor burro e a ovelhinha batem seus cascos me ajudando no ritmo.
Ele voltou a bater o tambor, com auxílio dos animais foi dando outra volta no palco fazendo a percussão. De repente entram dois meninos vestidos de soldados romanos segurando uma espécie de cartaz em formato de carroça, correndo atropelam a ovelhinha que fica no chão e da mesma forma que entraram se foram. O menino correu até a ovelha deixando o tambor de lado e disse:
- Babá, não, não, não, Babá por favor não morra, Burrino que vamos fazer??
Nesse momento entra uma menina vestida de estrela, dança graciosamente passando pela frente do palco e sai, então o menino volta a dizer:
- Os reis, vamos Burrino, vamos atrás dos Reis eles podem ajudar!
O menino arrastou a ovelha para a cochia e o burrinho acompanhou. Nisso entraram 3 crianças cada uma vestida de um rei mago, conversavam entre si sobre a chegada de um novo rei, e que tinham que buscar presentes para dar ele, cada um foi por um lado, quando um deles estava quase saindo do palco o menino apareceu novamente puxando a ovelha e com o burrinho ao lado, ele deixou a ovelhinha junto ao burro e correu em direção ao que estava vestido de rei dizendo:
- Por favor, o senhor é um rei, eu preciso de ajuda!
- O que houve menino? - perguntou o rei mago fazendo a voz grossa, tirando riso da plateia.
- Por favor senhor, soldados romanos atropelaram minha ovelha, ela e o burro são a única família que tenho, por favor me ajude, não quero que ela morra. - seguiu sua fala o menino.
O rei mago andou até a ovelha a tocando, se levantou e disse:
- Eu não posso ajudá-lo, porém acabou de nascer um novo Rei, e penso que ele pode ajudá-lo, vamos venha comigo, vou te levar até ele.
O menino voltou a arrastar a ovelha seguindo o rei mago com o burrinho logo atrás, antes de saírem do palco o menino perguntou:
- Mas senhor, eu não tenho nada a oferecer, não tenho moedas, nem mirra, nem incenso, como vou fazer?
- Não se preocupe, quando chegarmos la tenho certeza de que você saberá com o que presentear o rei. - respondeu o menino que fazia o rei mago.
Eles saem do palco, o cenário muda, em seguida entra um menino vestido de José, puxando um cartas com desenho de um cavalo, bem atrás dele vinha Lorenza, vestida de Maria segurando uma boneca enrolada em tecido escuro.
Karol olha pra Rugge com ternura que a diz baixinho:
- Que lindinha que ela está.
No palco Lorenza, quer dizer Maria, perguntou a José:
- José falta muito para chegarmos a estrebaria?
- Não minha doce Maria, é logo ali a frente.
Rugge fez uma cara e resmungou:
- "Minha doce Maria", mereço!
Karol conteu o riso.
No palco entraram com uma cobertura em formato de telhado com palha, 2 banquinhos imitando pedra e a manjedoura, então o José disse:
- Viu só Maria, eu disse que faltava pouco, finalmente chegamos.
- Estou muito cansada, preciso descansar. - disse Maria colocando o boneco que representava Jesus, dentro da manjedoura e se sentou em um dos banquinhos.
- Aqui você vai poder descansar em segurança e cuidar do nosso filho. - disse José.
Rugge novamente resmungou na plateia:
- " do nosso filho" olha o seu tamanho rapazinho, não fui com a cara desse menino!
- Shhh Baloo. - sussurrou Karol
Novamente no palco, enquanto Maria e José conversavam sobre a jornada até ali, aos poucos foram entrando mais crianças vestidas de outros bichinhos, como vacas, cabras, cachorro e também alguns com vestimentas da época, e claro 2 dos Reis magos, que entregaram os presentes a Maria, que olhava atentamente para a manjedoura como Karol havia ensaiado com ela. Logo voltaram ao palco o rei mago, o menino arrastando a ovelha e o burrinho, o menino então disse:
- Senhor é aqui?
- Sim, é aqui, vai lá falar com ele. - disse o rei mago
- Mas senhor ele é só um bebê e eu não tenho nada a oferecer.  - disse o menino.
- Ele pode ser um bebê mas é muito especial, vá até lá - insistiu o rei mago que fica cuidando da ovelha.
O menino então caminha até a frente da manjedoura, olha para o boneco, depois olha para Maria e diz:
- Eu preciso de ajuda, minha ovelhinha está morrendo e ela é minha família, me disseram que seu filho pode ajudar, mas eu não tenho o que oferecer.
Então Maria o disse:
- Porque você não tocar seu tambor?
O menino acenou de acordo, ergueu as  baquetas e começou a tocar, no canto do palco as crianças que estavam fazendo o povo, se juntaram e começaram a cantar em coro:
"

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora