Boa Noticia

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Os dois riram de si mesmos, haviam se empolgado pela madrugada, pouco tinham dormido, mas o suficiente para recarregar uma porcentagem das energias.
Rugge deu uma olhada ao redor ainda a fazendo carinho nos cabelos em estado automático, após pensar um pouquinho disse:
- Se eu começar agora, fica tudo organizado e limpo a tempo de irmos buscar nossa princesa.
- Não, fica aqui comigo mais um pouquinho - pediu ela o abraçando firme na intenção de mante-lo onde estava.
- Tá bom, mas só mais um pouquinho. Será que a Lolo dormiu bem? - indagou ele.
- Ah agora você tá preocupado né? - zombou ela.
- Não é preocupado, é mais curiosidade mesmo. - respondeu ele pensativo.
Enquanto ele ficava perdido com seus pensamentos, ela subiu um pouco mais ficando com o queixo apoiado no dele para admira-lo. Passado alguns minutos ele olhou o relógio novamente e a disse:
- Melhor eu ir arrumar tudo amor.
- Não... Hunf! - ficou em negação ela fazendo bico.
- Não faça bico, se você me ajudar a gente termina rapidinho e da tempo de ficarmos grudados mais um pouquinho antes de sair. - sugeriu ele gentilmente.
- Tá... - concordou ela vendo que não o convenceria do contrário.
Karol se levantou primeiro o deixando livre para se espreguiçar, enquanto ela vestia um robe de seda, que ele havia deixado providencialmente sobre o sofá. Ao ve-lo ainda no chão ela brandou:
- Me faz levantar e vai ficar aí?
- Tô só me alongando já tô indo. - respondeu ele em mesmo tom.
- Ah é o momento yoga agora! - retrucou ela.
Ele levantou rápido indo até ela a abraçando, a fazendo cócegas e dizendo:
- Que chatinha hein!!
- Me solta!! - pediu ela rindo tentando revidar as cócegas.
Mas ele conseguiu se esquivar continuando a fazer cócegas nela, que ria, até ficar séria de repente e pedir:
- Para Rugge!
Ao sentir o tom de voz dela a soltou, ela se arqueou um pouquinho, contraindo o rosto suspirando, o que o fez perguntar preocupado:
- O que foi, o que tá sentindo?
- Uma pontada aqui em baixo. - respondeu ela apontando onde doia.
- Aí meu Deus será que te machuquei? - retornou ele um pouco assustado.
- Não Baloo, sei que fomos um pouco intensos mas não, você não me machucou, deve ser reação do meu corpo a "ginastica" repetitiva... já vai passar. - o tranquilizou ela.
- Tem certeza? Porque do nada você ficou meio pálida... - questionou ele a observando.
Karol se pois ereta o fitou cerrando os olhos e antes que ele lhe perguntasse algo ela o mostrou a língua e saiu correndo em direção a cozinha.
- Mas... ahh que você fez drama só pra eu parar com as cócegas! Ka volta aqui!! - Brandou ele incrédulo indo atrás dela.
Quando ele a alcançou, ela já estava na cozinha pegando algumas sacolas, quando foi se esquivar dele rindo contornando a península se arqueou outra vez.
- Hei para com isso, 2 vezes já... - começou ele.
- Não Rugge, as pontadas são reais! - interrompeu ela ficando ofegante.
Ele ficou parado esperando ver que era brincadeira, mas ela soltou as sacolas sobre a península dizendo ofegante:
- Pega as sacolas...
Percebendo a veracidade da coisa, ele a puxou até uma das cadeiras para ela sentar lhe dizendo:
- Melhor sentar amor.
Karol acatou a sugestão e se sentou levemente arqueada, Rugge se ajoelhou em frente à ela deixando as mãos sobre seus joelhos, ao ver a expressão de susto dele, lhe disse:
- Já vai passar...
- Tá bom. - balançou a cabeça em acordo - Eu vou arrumar as coisas, fica aqui quietinha. Qualquer coisa me chama. - pediu Rugge.
Ele se levantou, a deu um beijinho na cabeça, pegou as sacolas e foi até a sala recolher as pétalas de flores do chão, recolheu a louça em uma caixa de plástico, colocou todas as velas na lareira, desmontou a mesa e junto com ela levou as cadeiras perto da porta da cozinha, colocou as almofadas de volta nos sofás, reorganizou os móveis e os tapetes, levou as cadeiras pra cozinha, deu uma olhada em Karol que continuava no mesmo lugar, levou a mesa para a edícula e o lixo pra fora.
De volta a cozinha, pegou a caixa de louças sujas colocou sobre a península, quando foi espalhar os itens sobre a bancada, Karol se levantou indo até ele, lhe tirando o prato da mão lhe dizendo com a voz rouca:
- Deixa que eu cuido disso agora, você fez o jantar, organizou tudo, já  arrumou a sala de volta, deixa que lavo a louça pelo menos.
- Não amor, você não tá bem, deixa que eu ... - começou ele.
- Eu tô bem, eu vou ficar brava se você não deixar eu fazer isso. - Brandou de leve ela.
- Fazemos juntos então, você lava eu seco e guardo. - disse ele incisivamente pra que ela não tentasse persuadi-lo a fazer diferente.
Ela consentiu com a cabeça, começou a lavar os pratos, porém era nítido em seu rosto a expressão de desconforto que a dor lhe causava. Terminaram rápido com a louça, enquanto Karol enxugava as mãos Rugge guardava o último talher na gaveta, antes que ela pudesse ir pra algum lugar ele a abraçou pelas costas e foi retribuído, ela encostou a testa do queixo dele que a perguntou:
- Melhorou um pouquinho?
- Uhum... - respondeu ela sucintamente.
Ele deu um beijinho na testa dela e disse:
- Vamos tomar um banho bem quentinho, nos arrumamos e vamos buscar a nossa princesinha, na volta a senhorita vai ficar colocar um pijama bem quentinho e ficar quietinha sendo mimada.
- Estou de acordo, mas você não acha que me mimou demais por ontem? - questionou ela.
- Humm foi pouquinho, da pra te mimar um pouco mais. - respondeu ele a pegando no colo e a levando em direção a escada.
Antes de ir para o andar superior, pegou as roupas que haviam ficado na sala e só aí subiu com ela nos braços.
Após tomarem banho, se arrumarem, saíram para buscar Lorenza na casa da amiga. No carro Karol tinha a feição mais leve, parecia que a dor havia passado, o que deixou Rugge um pouco mais tranquilo. Na casa da Marie, Karla os recebeu, logo que a cumprimetaram lhe perguntaram:
- Deu tudo certo? - perguntou Karol.
- Ela se comportou? - perguntou Rugge.
- Sim, foi super tranquilo, elas se divertiram bastante, dormiram cedo, de manhã assistiram um filme, agora estão terminando de tomar café. Mas preciso dizer a filha de vocês é de uma educação ímpar, tive que dizer a ela para parar de pedir autorização para ir ao banheiro. Vocês estão de parabéns, Lolo tem sido um exemplo para minha filha, Marie é meio rebelde as vezes, mas desde que conheceu a Lolo mudou muito.
Karol e Rugge se entreolharam com certo orgulho de si mesmos e obviamente de sua filha.
- Mas venham, elas estão na cozinha. - seguiu Karla.
Na cozinha, as meninas saboreavam um banquete de café da manhã, conversavam sobre o filme que haviam assistido, Lorenza comia um brioche, quando ouviu vozes vindo pelo corredor, ao reconhece-las, levantou rápido e foi de encontro as pessoas no corredor:
- Mami! - exclamou Lorenza abrindo um sorriso de orelha a orelha e correndo abraçando a mãe.
- Oi minha pequena! - retribuiu Karol.
- Eu também quero abraço e sorriso. - reclamou Rugge.
- Pá!! - disse Lorenza rindo e o abraçando também.
- Ah bom, achei que eu não era importante. - disse Rugge.
- Pá! - exclamou Lorenza.
- Que? - retornou Rugge.
- Pule o drama! - disse Lorenza o segurando firme.
Karol e Karla riram.
- Pronta pra irmos bagunceirinha? - perguntou Rugge.
- Simmm, só vou pegar minha mochila e me despedir das meninas rapidinho. - respondeu Lorenza se soltando do pai e voltando a cozinha.
Karol e Rugge agradeceram a Karla por cuidar de Lorenza, a parabenizaram pelo aniversário de Marie e Karol reforçou que entraria em contato na segunda pra agendarem uma reunião.
Lorenza se despediu das amigas, pegou suas coisas e as lembrancinhas, agradeceu e deu tchau a Karla e foi com seus pais pro carro para voltarem pra casa.
No caminho, Karol não se conteve e perguntou:
- E então filha como foi dormir fora de casa?
- Ah foi legal, é um pouco diferente mais nem tanto. Eu e a Sam sentimentos falta de historias, mas acabamos contando as que mais gostávamos e pegamos no sono até que rápido. Mas eu acho que não conseguiria dormir sem o senhor Coelho, ele tem o cheirinho de casa, eu me sinto mais segura com ele. - respondeu Lorenza esmagando seu coelho de pelúcia... Ahhh ontem depois do parabéns teve karaoke e eu cantei uma musica sua Má!
- Que bom que deu tudo certo filha! - ficou feliz por ter sido uma boa experiência Rugge.
- Qual música você cantou filha? - perguntou Karol.
- Sonreir y Amar! Eu amo essa, minhas amigas adoraram e já te seguiram nas redes sociais Mami! - respondeu Lorenza toda orgulhosa.
- Olha aí amor e você procurando gente pro setor de marketing! - disse Rugge em tom irônico.
Karol lhe deu um tapa na perna rindo.
- Sabia que Sonreir y Amar foi a primeira música que eu ajudei a escrever a letra? - Contou Karol.
- Sério má? Eu amo essa música, quer dizer eu amo todas as suas músicas, eu sou suspeita. - disse Lorenza olhando pra cima.
- O que vocês acham de irmos comprar uns hambúrgueres pra almoçar hein?? - sugeriu Rugge.
- Simmmm! - Exclamaram Karol e Lorenza.
- Eu tô morrendo de fome, acho que vou querer uns 3 e 2 batatas e 1 milkshake. - disse Karol.
- Hehehe mamãe tá leoa! - constatou Lorenza.
- Leoa? - achou estranhou Rugge.
- É com fome de Leão!! - explicou Lorenza rindo.
- Ahh ! - entendeu Rugge também rindo.
- Pá depois temos que conversar! - disse Lorenza.
- Sobre o que filha? - indagou Rugge.
- Pá eu disse depois. - disse incisiva Lorenza.
- Tá bom princesa. - disse Rugge dando uma piscadela a olhando pelo retrovisor.
- Mami, quando você viaja? - perguntou Lorenza.
- Nossa eu me esqueci completamente! - se espantou Karol.
- Tá na agenda amor. - lembrou Rugge.
- Eu sei, eu sei, mas eu me esqueci do show totalmente, foi uma semana meio cheia, mas viajo da terça filha, porque? - retornou Karol.
- Já na terça... - faz bico Lorenza.
- Mas volto quinta pequena. - contornou Karol.
- Hum... tá bom... - disse ainda em tom chateado Lorenza.
- Mas vai passar rápido filha, você vai ver! - concluiu Rugge chegando no drive thru do restaurante.
Pegaram a comida pra viagem, dali foram pra casa, almoçaram, Karol concordou com ser chamada de Leoa, porque de fato tinha muita fome. Mais tarde ela subiu com Lorenza para a dar banho, enquanto o fazia as duas conversavam:
- Então filha me conte, o que você gostou mais na festa do pijama? - perguntou Karol.
- Da comida - respondeu Lorenza rindo.
- Hahaha okay, mas e na hora de dormir? - retornou Karol.
- Ah foi legal ficarmos todas juntas... - fala baixinho - Mas confeço, senti falta da minha cama e das minhas cobertas, do meu abajur... ah Mami não tem nada como a casa da gente! - explicou Lorenza.
- Sim filha, é o que sinto e tenho certeza que o papai também, quando viajamos, é legal ir pra outros lugares mas nada é como a nossa casa. - concordou Karol.
- Como o nosso lar má! - complementou Lorenza.
- Isso como o nosso lar! Mas agora trate de se enxaguar direitinho, vou pegar sua roupa pra se vestir. - disse Karol.
Depois de Lorenza está vestida e de pantufas, as duas desceram encontrando Rugge na sala de TV, procurando filmes.
- Pronto! - exclamou Lorenza pulando de joelhos no sofá.
- Hum deixa eu ver... - a cheira - Ahhh que perfumada! - constatou Rugge.
- Minha colônia da Disney! - exclamou Lorenza fazendo gesto com a mão um pouco esnobe.
- Tá certo, agora senta aqui do lado do papai - ela se aconchega, ele olha para esposa - Você pega uma manta ali e vem aqui do outro lado. - pediu Rugge um pouco sério.
Karol seguiu o que ele havia pedido, se enrolou na manta e se sentou se aninhando abaixo do braço dele. Começaram a ver o filme, não demorou muito e Lorenza acabou apagando de sono deitando na perna de seu pai. Rugge aproveitou a deixa e baixinho perguntou a Karol:
- Como tá aí?
- O que? - retornou Karol.
- Como o que, a dor amor. - deixou nítido ele.
- Ah, tá tudo bem, já passou foi só aquela hora. - o tranquilizou Karol.
Rugge a deu um beijinho na testa e a puxou pra mais perto, continuando a ver o filme.
Lorenza entrou em sono profundo com ele veio o sonho, ela havia se transportado para aquele lugar muito conhecido dela, que fazia um tempo que ela ia, passou pela divisa, atravessou o portal e entrou naquele campo, as canolas haviam dado flores de um tom de amarelo tão peculiar que ela até se aproximou para ve-las mais de perto e apreciar sua beleza. O lago seguia como sempre um espelho e exuberante, os aromas eram leves e frescos, as pessoas caminhavam calmas com suas vestes sempre em tons claros, na descida para a beira do lago, avistou sua bisavó ao lado de uma oliveira conversando com uma amiga, quando a viu desceu correndo a chamando:
- Vovó Berta!!
Berta a olhou, lhe sorriu dando um passo para o lado e abrindo os braços, quando chegou até ela a abraçou forte e Berta exclamou de felicidade:
- Minha pequena Adamati!
- Senti muita falta de você vovó! - contou Lorenza.
- Eu também, eu também minha doce criança! - retribuiu Berta.
- Como vão as coisas por aqui vovó? E o San? - perguntou Lorenza observando ao redor.
- Acho que você veio no momento certo minha neta! - respondeu Berta.
- Porque vovó? - retornou Lorenza curiosa.
- Porque tenho uma boa notícia pra você, sua mãe está pronta. - respondeu Berta a fazendo carinho no cabelo.
- Pronta? Como assim... - fica pensativa, ao entender - Pronta? - questiona Lorenza.
- Sim meu amor, seu irmão está em processo, para ir em caminho. - respondeu Berta muito feliz.
- Então logo vamos ficar juntos? - retornou Lorenza.
- Sim pequena, ainda demora um pouco, mas sim, logo estarão todos juntos outra vez. - respondeu Berta com doçura.
Lorenza abraçou sua bisavó tentando conter a felicidade, mas logo perguntou:
- Mas aí eu não vou poder mais vir aqui?
- Ora claro que vai, sempre que quiser!
- Ah bom hehe, e vovó é... Eu posso ver o San? - retornou Lorenza.
- Hum, espere, fique aqui com Benedita que vou ver se há possibilidade. - respondeu Berta caminhando.
Lorenza se sentou no chão em frente à Benedita, a observou por um tempo fazendo uma tiara de margaridinhas, mas resolveu interromper a concentração da senhora que estava quase acabando seu feito:
- Vovó Bene... rumm ... posso te chamar assim?
- Claro doce criança. - respondeu Benedita.
- Há quanto tempo você conhece a vovó Berta?
- Há muitos milênios, Berta e eu somos irmãs de coração. - respondeu Benedita colocando a tiara de margaridinhas em Lorenza.
- Então você conhece os meus papais? - seguiu Lorenza.
- Os vi nascerem, foi um dia único, seus pais foram gerados pela fonte original, a princípio eram apenas uma semente das estrelas, mas ela se dividiu em masculino e feminino, dotados de uma força e energia capaz de mexer com toda essa orbe. - contava Benedita.
Lorenza ficou deslumbrada com a história de seus pais, até ver sua bisavó retornando as pressas.
- Lolo minha pequena Adamati, temos que correr seu irmão vai entrar em retificação, vocês têm poucos minutos. Informou Berta a puxando pela mão.
- Tchau vovó Bene! - conseguiu dizer Lorenza acompanhando sua bisavó.
Benedita acenou em despedida a desejando boa sorte com o olhar.
Subindo a colina, já dentro do complexo central, Berta andava rápido com Lorenza nos seus calcanhares a segurando pela veste, um pouco mais a esquerda da entrada do grande salão estava parado o menino de cabelos castanhos e olhos verdes quase azuis como mar, assim que percebeu a irmã atrás de sua bisavó chamou indo de encontro:
- Lolo!!!
- Titi!! - retribuiu Lorenza o abraçando.
- Que saudade! - exteriorizou Santiago.
- Muita, mas agora vamos ficar juntos muito em breve! - disse Lorenza.
- Sim, agora mamãe está pronta. Mas Lolo eu vou ser pequeno, você vai ter que cuidar de mim. - disse Santiago.
- Eu sei, vou cuidar de você, como você cuida de mim aqui irmãozão! - falou Lorenza o dando um soquinho no ombro.
- Então vou estar bem cuidado então - ri - Por hora cuide da mamãe. - pediu Santiago.
- Pode deixar San, eu e o papai vamos cuidar dela. - prometeu Lorenza.
- Preciso ir maninha, amo você! - se despediu Santiago.
- Também te amo muito irmãozão! - retribuiu Lorenza.
Eles se soltaram do abraço e Santiago seguiu seu caminho. Lorenza o observou até o perder de vista, suspirou e então virou para Berta e perguntou em uma mistura de saudade e felicidade:
- Me leva até a dívisa vovó?
- Sim pequena. - respondeu Berta a dando a mão.
Na divisa, elas se despediram, Berta ficou vendo a neta até ela fazer a travessia, dali seguiu com seus afazeres.
Lorenza por outro lado acordou sentindo um pouco de baba escorrendo pela boca, se sentou rapido se enxugando, seu pai logo a perguntou baixinho:
- Que foi bagunceirinha?
- Eu babei ... - respondeu ela olhando pro lado.
Ele riu e Lorenza notou sua mãe adormecida.
- Mamãe dormiu? - sussurrou ela.
- Uhum - respondeu Rugge em mesmo tom.
- Estou com fome... - disse Lorenza.
- Humm... me ajuda a fazer uma sopa? - perguntou Rugge.
Lorenza assentiu com cabeça.
Rugge se levantou com cuidando pousando Karol sobre as almofadas no sofá, ela se mexeu um pouco mas não acordou, dali ele e Lolo foram a cozinha preparar o jantar.
Mais tarde Karol ouvia alguém a chamando, quando ficou em estado de alerta percebeu que era Rugge que a chamava cuidadosamente, ela cerrou os   olhos tentando ve-lo com nitidez e atendeu:
- Oi...
- Como você tá amor?
Antes de responder a pergunta ela fez uma vistoria mental no proprio corpo, ao constatar que não sentia nada além de sono o respondeu:
- Tô bem...
- Eu e a Lolo fizemos uma sopa, eu trouxe uma tijelinha pra você. - informou Rugge.
Karol se sentou devagar dando uma arrumada no cabelo, que havia ficado meio erissado do lado que ela estava dormindo, se enrolou melhor na coberta e pegou a tigela com o marido, passando a tomar a sopa colher a colher, tentando entender quanto tempo havia dormido e que ano era, mas logo se localizou no tempo e espaço  e seguiu tomando a sopa até o fim.
Depois de jantarem, Rugge e a filha cuidaram da louça, em seguida ele subiu com ela para a por pra dormir. Assim que deu um beijinho de boa noite em Lorenza, ligou o abajur e apagou a luz Rugge saiu do quarto deixando a porta entreaberta e quando se virou para o corredor pra voltar ao andar de baixo deu de cara com Karol.
- Oi amor, que susto, eu ia buscar você. - disse ele um pouco espantado.
- Desculpa - boceja - eu não aguentei, estou morrendo de sono... - se desculpou Karol.
- Bom não dormimos a noite passada o sono está atrasado mesmo, vem vamos pra cama... - disse Rugge a puxando em direção ao quarto.
Uma vez mais os dias passaram em um piscar de olhos e a terça chegou cheia de correria, eram 6:15, Karol já estava de pé terminando de arrumar sua mochila com os pertences, Rugge acordou Lorenza e desceu ligar a máquina de café e arrumou a mesa pro café da manhã, subiu novamente para tomar uma ducha, enquanto Karol arrumava a filha para a escola. Com todos prontos, desceram se sentaram a mesa, Karol engoliu o café da manhã, montou a lancheira de Lorenza e conferiu se não havia esquecido de nada mais de uma vez, colocou as coisas no carro e apressou a família para irem.
- Ela ta meio agitada, não tá pá? - perguntou Lorenza se levantando.
- Um pouco filha, faz umas semanas que ela não viaja e faz show, ai a ansiedade tá batendo... - se lembra - Sabe o que eu estava me lembrando agora bagunceirinha? - retornou Rugge também se levantando e colocando a louça na pia.
- Do que pá?
- Que no sábado você disse que tínhamos que conversar... - começou ele.
- Simmmm, mas a noite conversamos, agora vamos antes que... - buzina - a mamãe comece a buzinar. - disse Lorenza rindo.
De casa, foram deixar Lorenza na escola, que como sempre se despediu com abraços bem fortes de seus pais e bons desejos pra sua mãe. Dali foram direito ao centro da cidade, para a porta da empresa para Karol poder embarcar na van para viajar.
Na frente da KSP, Karol fazia um último checklist com Alvarenga, enquanto Rugge conversava com Amélia:
- Ela teve umas cólicas fortes esses dias Amélia, então fica de olho ta, não deixa ela pegar vento e tudo mais, ah você sabe. - alertava Rugge.
- Eu fico de olho tranquilo. - disse Amélia.
- Lembra ela de mandar mensagem quando chegarem porque ela sempre esquece. - pediu Rugge.
- Para de encher a Amélia Baloo! - disse Karol se aproximando.
Amélia os deixou para se despedirem e entrou na van.
- Só estava pedindo umas coisas pra ela poxa. - retrucou Rugge.
- Vem aqui...  - o beija - Eu volto quinta, vai ser rápido! - diz Karol.
- São duas noites sem você, já é muito e você sabe disso. - diz ele lhe roubando um selinho.
- Eu sei, mas foco na quinta que passa mais rápido. - sugeriu ela.
- Se cuida amor... te amo! - disse ele a dando um beijo.
- Você também, cuida da nossa menina. - pediu Karol se soltando dele e indo pra van.
- Pode deixar... Ka! -  retornou e chamou ele.
- Oi? - atendeu ela sentando no banco.
- Volta pra mim! - disse ele.
- Sempre! - retornou ela junto com uma piscadela antes de fechar a porta.
Ele ficou vendo a van indo embora até a perder de vista, por fim entrou na empresa indo direto ao seu andar, era nítido em seu rosto que quando ela viajava ele ficava meio sem rumo.
A noite depois do expediente, de buscar a filha na escola, durante o jantar ele se lembrou sobre o que tinha comentado logo cedo e a perguntou:
- Então mocinha o que era que você queria conversar comigo?
- Humm - engole o suco - Eu quero fazer uma festa na piscina. - respondeu ela.
- Sim filha você disse isso a um tempo, eu e sua mãe ficamos de ver se poderíamos fazer, mas o dia dos inocentes já passou. - relembrou Rugge.
- Eu sei, mas quero fazer mesmo assim pá, bem simples. - insistiu Lorenza.
- Tá bom, e quando você está pensando em fazer? - retornou ele.
- Sábado! - respondeu ela diretamente.
- Sábado agora? É muita coisa pra arrumar filha e nem falamos com a sua mãe. - disse Rugge.
- Por isso eu tô falando com você primeiro pá, pra me ajudar a convencer ela, e não, não vai ser preciso muita coisa, é só una balões pra por na piscina, comida eu disse pra cada uma trazer alguma coisa e fazemos uma piquenique na grama do lado da piscina, nem precisamos entrar aqui em casa. - explicou Lorenza.
- Espera... você já combinou isso com as suas amigas? - perguntou Rugge atônito.
- Eu comentei, não confirmei, como que vou fazer algo sem autorização pá nem pensar. - esclareceu ela.
- Ah bom... me assusta filha... Bom gostei da ideia de cada uma traz uma coisa pra comer... façamos assim mais tarde sua mãe há de ligar pra mim eu eu comento com ela sobre isso, mas só vai acontecer se ela deixar combinado?
- Sim! Mas e você deixa? - respondeu e retornou ela.
- Por mim tudo bem, mas quantas amigas você está pensando em chamar?  - questionou ele.
- 8, só 8 amigas pá.  - respondeu Lorenza.
- Como se 8 fosse 2, mas tudo bem antes 8 do que 15, mas vai ser uma loucurinha igual, torça pra sua mãe deixar. - deixou claro Rugge.
- Mamãe - bate palmas - mamãe - bate palmas - Mamãe  - bate palmas Lorenza.
- Que isso filha? - achou estranho Rugge.
- Ué to torcendo pra mamãe! - respondeu convicta Lorenza.
- Hahaha não esse tipo de torcida filha, mas foi bom, foi bom! - riu Rugge.
- Tem outro tipo de torcida? - questionou Lorenza.
- Tem amor, de pensamento positivo. - respondeu Rugge.
- Então é pensamento positivo não torcida! Vocês adultos gostam de ressignificar as palavras hein! - Brandou Lorenza.






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