Karol continuou conversando com o bebê, enquanto Rugge estava cumprindo com sua higiene.
- Sabe seu pai é meio louquinho as vezes... bom eu também... ah meu pequeno somos todos loucos nessa familia... mas as melhores pessoas o são...você se acostumará... - dizia Karol baixinho enquanto acarinhava a barriga.
Minutos mais tarde Rugge voltou para o quarto, contornou a cama levantou as cobertas e se jogou para baixo delas ficando o mais próximo de Karol lhe dizendo:
- Oi...
- Oi... - retribuiu ela em mesmo tom e bem sorridente.
- Você vem sempre aquí? - perguntou ele.
- Não, só quando você vem... - responde Karol rindo.
Rugge percebe o bebê se mexendo, coloca a mão sobre a barriga de Karol e continua:
- E esse neném, de quem é?
- Do papai! - exclama Karol.
- Nah... da Lolo! - rebate Rugge.
- Errado não está... - fixa os olhos nos dele - É nosso... nosso bebê. - diz Karol.
- Se me lembro bem, você não queria... - começou Rugge.
- Mas agora o quero mais que tudo... - interrompeu Karol.
Rugge se abaixa dando um beijinho na barriga dela, que o olha com atenção, se lembra do que aconteceu mais cedo e pergunta:
- Baloo... o que foi aquilo na lavanderia hoje? Quer dizer se eu não digo pra você ir com os meninos...
- Eu estava com saudades de você amor... - responde ele.
- Mas os meninos estavam aquí, era pra você espairecer um pouco... - diz ela.
- Sabe Ka... eu adoro o pessoal, mas eu amo você, você é minha amiga verdadeira, é com quem eu posso contar, é quem eu quero ver quando volto de viagem, é a primeira pessoa que quero ver quando acordo e a última antes de eu dormir. Eu amo a nossa familia, a que ja temos e a que esta a caminho... isso é insubstituivel na vida de um homem. - explicou Rugge.
- Ruggero? - sente a testa dele - É você? - questiona Karol.
- Sim amor sou eu, a pessoa que mais te ama no universo! - respondeu ele convicto.
Karol o olha com ternura, inusitadamente ruborizada, ele continuou:
- Depois de tanto tempo você ainda fica assim...bonitinho... - vê o bebê mexendo outra vez, modula a voz - Não tá na hora de voxê dormir não mocinho?
Karol levanta a camiseta e os dois passam a fazer pequenas compressões com os indicadores na barriga, esperando respostas do bebê, que se movimentava bastante em cada toque.
- Eu não aguento esses pesinhos! - exclama Rugge baixinho dando beijinhos onde os pesinhos do bebê estavam.
- Ele esta crescendo rápido... - exterioriza Karol seguido de um suspiro.
- Terça vamos vê-lo! - disse Rugge animado.
- Ai sim... a Lolo está doidinha pra ver ele.- diz Karol.
- O bom foi conseguir marcar a consulta dela antes da sua... - lembrou Rugge.
- Sim... - concorda Karol.
- Parece que ele ficou quietinho é a nossa deixa pra dormir. - disse Rugge.
Os dois se deitaram um de frente pro outro, Karol se aninhou em Rugge que ficou lhe fazendo carinho na barriga até pegarem no sono.
Em meio a madrugada, quase próximo as quatro da manhã, Karol acorda, percebendo que Rugge não estava na cama, ela se levanta e vai procura-lo. Na ida para o banheiro ela da de cara com ele, não lhe diz nada apenas se enrosca em seu pescoço o beijando e sendo retribuida. Com os beijos Rugge se deixou dominar e os dois entraram no closet fechando a porta.
Perto das 7:30, Rugge acorda percebendo que esta sentado abraçado a Karol, abre os olhos lentamente, averigua que estão ainda no puff em meio ao closet, ele passa a fazer carinho nela para acorda-la com cuidado.
- Amor... - chama ele bem baixinho.
- Hum? - atende Karol.
- Vamos voltar pro quarto...
Ela gruda a testa na dele que a faz carinho no quadril e continua:
- Acho que nos empolgamos um pouco...
Karol revive em segundos o que havia ocorrido nas últimas duas horas, olha pra si, se percebe sem roupa e o diz:
- Estavamos precisando...
- Eu sei, mas você nem me deu descanso e começou de novo...
- Meu Deus Baloo a porta...não trancamos... - se deu conta ela.
- Eu tranquei a porta do closet, relaxa...- disse Rugge.
- Que horario que você trancou... - começou ela.
- Quando você me pressionou na porta, eu virei o trinco... - interrompeu ele explicando.
- Ah... menos mal - ficou mais tranquila Karol.
- Você ta um pouco gelada nas costas, melhor se vestir... - sugeriu ele.
Rugge a ajudou a se levantar, ambos se vestiram e voltaram pro quarto. Ele foi dar uma olhada em Lorenza, ela seguia dormindo profundamente. De retorno ao quarto, Karol estava de pé lendo alguma coisa no celular, ele se aproximou lhe dando beijinhos no pescoço, Karol o disse um pouco concentrada:
- Você foi incrivel... - analisa o que esta vendo - Tem show em Miami final de semana? - questiona Karol.
- Nossa ja chegou... - olha a agenda no celular- a data ta certa... sábado tem show... Você é que é incrível amor.- respondeu Rugge.
- Como vamos fazer Baloo? - continuou Karol.
- Vamos os três... o que você acha? - sugeriu ele.
- Mas... - pensa - Bom vamos terça na médica, se ela me liberar e a Lolo também, vamos nós três... - recorda - Vai ser bom porque podemos ir naqueles outlets na Flager Street... - responde ela.
- Naqueles de coisas pra bebê? - indaga ele.
- Esses mesmos! - confirma ela.
- Ahhh ja ta pensando em comprar as coisinhas pra ele, entendí. - compreendeu Rugge.
- Sim, além disso lá é mais barato, e outra a Lolo vai adorar me ajudar a escolher as coisas. - sente uma pontada leve - Ui...
- Que foi? - questiona Rugge em alerta.
- Nada foi só uma pontada, sinal de que preciso fazer xixi...- respondeu ela.
- Isso, e talvez porque você se empolgou um pouquinho né... - constatou Rugge.
- Quem estava com saudades mesmo?? Ah! Foi o que pensei.- debochou Karol se soltando dele e indo ao banheiro.
- Eu tava só com saudade de você, de ficar pertinho poxa... taaaa foi um plus okay... mas poxa... - dizia ele indo atrás dela.
O restante do domingo foi até muito tranquilo, ainda que Rugge estivesse um grude com Karol, a ponto de Lorenza pedir pra poder ficar um pouco com sua mãe.
Na segunda Karol ficou em casa com Lorenza e Rugge foi para a empresa. Karol estava trabalhando remotamente e fazendo videos chamadas frequentes com Karla pois a obra seguia a pleno vapor, e estava começando a chegar próximo da conclusão.
Durante o almoço, Lorenza estava meio quieta, o que fez Karol a perguntar:
- Porque esta tristinha filha?
- To sentindo falta da escola... das minhas amigas, das profes... - respondeu Lorenza.
Karol ficou surpresa, achou que depois do acontecido ela não iria querer mais voltar pra escola.
- Pensei que você não fosse querer ir mais a escola... - exteriorizou Karol.
- Eu adoro a escola mami, adoro o teatro, o ballet, adoro todas as aulas... bem as de matemática nem tanto... mas eu adoro a escola! - disse Lorenza.
- Você quer voltar a ir? - pergunta Karol.
- Eu quero mami, o menino não esta mais lá, não pode mais me fazer mal e eu ja aprendí que preciso ser mais atenta e não deixar pessoas como ele me ameçarem! - respondeu Lorenza.
Karol se choca com a maturidade da filha e a diz:
- Vou conversar com o seu pai sobre isso. Por hora você precisa fazer a fisioterapia certinho e se alimentar bem!
- Eu faço e como, mas por favor eu quero muito voltar pra escola. - insistiu Lorenza.
O dia seguiu seu curso, Karol continou trabalhando ao lado de Lorenza na sala de tv e sempre que olhava pra ela, percebia o quanto ela estava entediada de ficar em casa e de não poder fazer muita coisa, sobretudo as coisas que gostava.
O começo da noite chegou e com ela trouxe Rugge pra casa, exausto do dia de trabalho, tanto que quando viu Karol a abraçou firme por alguns segundos.
- Día complicado hoje? - perguntou Karol.
- O show de Miami esta com ingressos esgotados em 2 sessões e Alva resolveu fazer uma produção um pouco mais trabalhada... ai você ja sabe que foi um dia de reuniões e decisões... - a da um beijinho - E por aquí como foram as coisas hoje? - respondeu e retornou ele.
- Corridas com o trabalho, mas tranquilas com as coisas de casa, mas precisamos conversar. - respondeu e informou Karol.
- Humm... Okay... e a Lolo?
- Esta dormindo e é justamente sobre ela que precisamos falar. - continuou Karol.
Rugge se encostou na bancada puxando Karol para perto a segurando pela cintura e disse:
- Certo, o que esta acontecendo?
- Ela quer voltar pra escola Baloo, esta triste, me disse que esta com saudades das aulas, das amigas e das professoras...- começou Karol.
Rugge muda para uma expressão sería e diz:
- Não sei se concordo...
- Você não viu ela falando, dizendo que ela aprendeu que precisa ficar mais atenta e não deixar com que os outros a machuquem mais... - seguiu Karol.
- Uau! - exclamou ele.
- Pois é, eu também fiquei surpresa, acho que poderiamos tentar pelo menos... ela anda muito entediada... quer dizer ela ama passar o tempo conosco, mas ela precisa fazer as coisas dela Baloo. - analisou alto Karol.
- É... - fica pensativo, suspira - Vamos falar com a dra amanhã sobre isso e se ela concordar nós falamos com a Dora e fazemos um teste pra ver como vai ser. - conclui Rugge.
- Estou de acordo, só não quero ver ela assim tristinha... - terminou Karol.
Mais tarde durante o jantar, Rugge e Karol conversavam sobre a viagem do final de semana, mas ele não pode deixar de perceber o quanto Lorenza parecia desmotivada, girando o garfo o olhando fixo sem quase tocar na comida.
- Esta sem fome bagunceirinha? - perguntou ele piscando para Karol que entendeu.
- Mais ou menos... - respondeu Lorenza com certo ar de pesar.
- A mamãe me contou sobre o que conversaram hoje... - seguiu ele.
- Eu quero voltar pra escola Pá... - pediu Lorenza.
- Eu sei princesa, amanhã vamos falar com a dra, se ela concordar com a sua volta, eu vou conversar com a diretora e você volta pra escola depois da viagem. - esclareceu Rugge.
- Sério? - indagou com animação Lorenza.
- Sim filha, mas, veja bem, mas só se a dra concordar. - deixou claro ele.
- Eu sei que ela vai!!! Eu vou voltar pra escola!!! - vibrou a menina começando a comer.
Rugge piscou outta vez para Karol que o sorriu, ver Lorenza animada depois de tudo e dos últimos dias, deixava o coração mais aquecido.
Bem a noite, após Lorenza dormir, Rugge foi para seu quarto, Karol estava tão concentrada lendo um livro que nem percebeu a presença dele, nem mesmo o sentiu se deitar na cama, pelo menos foi o que pareceu para ele. Depois de alguns minutos deitado de lado virado pra ela, ele esticou o braço deixando a mão sobre a barriga dela pra sentir o bebê, estava quase virando hábito dele dormir assim. Karol não tirou os olhos do livro, mas levou uma das mãos ao cabelos de Rugge lhe fazendo cafuné.
- Achei que você nem tinha percebido que eu estava aqui.... - sussurrou ele.
- Eu vi você entrando no quarto Baloo... só estou um pouco presa a leitura, mas ja vou terminar. - disse ela e mesmo tom.
Minutos mais tarde, ela fechou o livro, apagou as luzes deixando apenas a luz indireta do teto acesa, deslizou para se deitar, ficou de frente pra Rugge que estava praticamente dormindo, ela apenas lhe deu um beijinho na testa e se pôs a dormir também.
Ao amanhecer de terça, Karol estava um pouco ansiosa, tentando se conter para que ninguém percebesse, porém Rugge estava igualmente ansioso, logo ele prontamente se levantou, se arrumou e foi por Lorenza a trocando de roupa e a levando para o piso térreo para tomar café. Karol os encontrou em seguida, tomaram o café e dali partiram rumo ao Hospital Regional Santa Amélia, a 5 minutos da produtora.
Durante o trajeto o silêncio se fez, todos estavam preocupados, cada um por seus motivos e o bebê movía-se bastante como se soubesse que fariam exames. No hospital, Rugge ajudou Lorenza a descer do carro e a colocar as muletas ainda que a menina ja parecesse avessa aos equipamentos, foi com ela até a recepção, Karol estava junto, muito sonolenta. Antes que pudessem se sentar para esperarem serem chamados, Dra Marta apareceu na recepção para pegar alguns prontuarios, so ve-los exclamou:
- Olha quem ja chegou!! A minha paciente preferida e posso ver que ja esta bem melhor!
Lorenza balançou a cabeça em acordo e Karol e Rugge deram sorrisinhos singelos.
- Bom vamos la, ver como você esta evoluindo? - perguntou Marta.
Lorenza concordou e foi caminhando na frente. No consultório, Rugge colocou Lorenza sentada sobre a maca enquanto a Marta colocava as luvas, em seguida ela analisou tudo na menina, a cicatrização de todos os esfolados, os hematomas e por fim conferiu o joelho sentindo os tendões e ligamentos, causando um certo desconforto em Lorenza.
- Foi muito comportada, porque imagino que ainda esteja doendo bastante, mas os machucados estão ótimos, ja saíram muitas das casquinhas, pele esta se renovando bem, os hematomas ja estão bem amarelos, o que é excelente e o joelho é uma recuperação mais lenta, mas a estrutura muscular ja esta bem mais firme. Creio que ja possamos tirar ela das muletas, vai andar mas sem apoio e vamos ver como fica pra ajudar a reforçar, dentro de no máximo 3 semanas vai estar recuperada! - informou Marta.
- E seguimos com as medicações? - perguntou Rugge.
- Somente o anti inflamatorio e a pomada local no joelho vão ser o suficiente daqui em diante. Bom, agora o que você acha - toca no nariz da menina - de irmos ver seu irmãozinho? - respondeu e perguntou Marta.
- Vamos! - vibrou contidamente Lorenza.
- Certo, então enquanto seu pai tita você da maca eu vou examinando a sua mãe, pra então irmos pra sala onde tem a tv onde vamos ver o bebê, combinado? - perguntou Marta erguendo a palma da mão.
- Combinado! - disse Lorenza batendo na mão da médica.
Marta pesou Karol, fez algumas medições e exames padrão, estava tudo dentro das expectativas. Dali foram para a sala de diagnóstico por imagem, Karol entrou primeiro se sentou na maca e se deitou, Rugge sentou no banco ao lado da maca e puxou Lorenza em seu colo, esticou a mão segurando a de Karol, depois que ela havia erguido a blusa.
Com o gel colocado, Marta passou a deslizar o leitor sob atenção total de Lorenza, em segundos o bebê passou a poder ser visto na TV, deixando a menina maravilhada.
- Hunf... pé na boca, então é isso que ele fica fazendo... - exterioriza Rugge.
- Ah nessa fase eles adoram, porque começam a descobrir as partes do corpo e passam a explorar. - explica a Dra.
- Eu que sei, ushi como se mexe. - diz Karol.
Lorenza estava vidrada na TV, com os olhos brilhantes e a boca levemente aberta, em um dado momento ela disse:
- Ele é perfeito!
Rugge riu, mas Karol vía uma expressão diferente no semblante de Marta e ficou um pouco preocupada. Depois de alguns minutos de análise do tamanho do bebê, ela tirou o leitor em silêncio e foi até a porta chamando uma enfermeira:
- Sonia, chama o Doutor Olivio por favor, preciso de uma segunda opinião.
Marta voltou até a maca levando o leitor novamente sobre a barriga de Karol, retornando a analisar as imagens.
- Dra Marta... - começou Karol.
- Calma não é nada, é só um detalhe, só vou sanar uma duvida e quero uma segunda opinião, fique tranquila.
- Papai tem algo errado com o San? - pergunta sussurrando Lorenza.
- Acho que não, mas vamos esperar. - respondeu Rugge bem baixinho.
Doutor Olivio entrou na sala, ele era um dos pediatras mais respeitados do hospital junto com a Dra Marta. Ambos analisaram o ultrasom e discutiram entre eles em termos técnicos pouco compreenssiveis, tudo que Karol queria era uma legenda naquele momento.
Após deliberarem, Marta agradeceu ao Doutor que saiu da sala em seguida, ela virou-se para Karol e explicou:
- Tudo certo, ele esta um pouquinho adiantado para esse período, mas esta bem desenvolvido e muito saudável, apenas quería ter certeza de que o pulmãozinho esta se desenvolvendo na mesma velocidade que o restante, mas esta tudo bem e confirmado por 2 especialistas.
Karol suspirou aliviada, Rugge afroxou um pouco a mão, pois com a apreensão ele segurou a mão dela firme e Lorenza voltou a abrir um sorriso de orelha a orelha por estar vendo seu irmão e ele estar bem.
Marta passou a mostrar cada detalhizinho do bebê pra que Lorenza conhecesse bem seu irmão, em um dado momento o bebê colocou a mãozinha no rosto, fazendo Lorenza dizer:
- Acho que ele esta com sono e não quer mais que fiquem olhando pra ele.
Todos riem e Marta diz rindo e tirando o leitor:
- Tem razão, vamos deixa-lo em paz por hora.
Marta limpa o gel da barriga de Karol, que se senta e abaixa a blusa. A dra da mais algumas orientações padrões e os libera, mas percebe que Rugge não estava muito confiante, ela espera Karol e Lorenza irem na frente e o diz mais discretamente:
- Você ficou preocupado, eu sei, mas eu te garanto esta tudo bem.
- Não tem como não ficar preocupado, mas eu confio na senhora, se está dizendo que esta tudo bem é porque está, eu só to administrando tudo. - disse Rugge.
- Fique tranquilo, nos vemos no início do último trimestre! - se despediu Marta.
- Sim, mas qualquer coisa eu ligo. - deixou claro Rugge.
- Pode ligar mesmo! - afirmou Marta.
- Ah! Quase esqueci, a Lolo quer voltar pra escola você acha viável?
- Não vejo porque não, ela só precisa cuidar do joelho, mas pode ir sim sem problemas. - respondeu Marta.
- Que bom... outra coisa, vamos a Miami final de semana, podemos ir sem problemas? - retornou ele.
- Podem, tranquilamente. - respondeu Marta calmamente.
- Hunf okay, bom ... Até Dra. - se despediu ele indo alcançar a esposa e a filha.
No carro Rugge acomodou Lorenza no banco de trás enquanto Karol se sentava na frente. No caminho curto em direção a KSP, Lorenza respirou fundo e sonoramente chamando a atenção de seus pais.
- Que foi filha? - perguntou Rugge.
- É tão bom poder andar sem aquelas coisas pegando nos braços vocês não fazem ideia! - exteriorizou Lorenza em resposta ao pai.
- Imagino que sim pequena, mas precisa cuidar bastante ainda, nada de correr, agachar, pegar coisas pesadas, você ainda esta em recuperação. - lembrou Karol.
- Mas eu to melhorando! - afirmou Lorenza.
- Ah isso com certeza! - disseram Karol e Rugge juntos.
Enquanto Rugge estacionava o carro na garagem da empresa Lorenza suspirou outra vez e disse:
- Eu posso querer que o San chegue logo?
- Faltam 3 meses ainda baguncerinha! - exclamou Rugge.
- Mas eu queria... - seguiu a menina.
- Ele precisa ficar aqui mais um pouco filha, pra vir bem saudável, mas você vai ver vai passar rapidinho. - disse Karol.
Os 3 subiram até o terraço, enquanto Lorenza se distraia contando a Amélia que não precisava mais das muletas, Rugge foi com Karol até o escritório, a olhou fixo, sentiu o bebê com as mãos e a perguntou:
- Você ta bem?
- Estou Baloo... mas você esta apreenssivo... - respondeu e analisou ela.
- Um pouco... - disse ele.
- Os dois melhores médicos avaliaram e esta tudo bem, fica tranquilo Baloo. - pediu Karol.
Ele a puxou a abraçando, lhe dando um beijinho na testa, depois a soltou lhe deu um selinho e foi cumprir a jornada de trabalho do día, pedindo para Lorenza não atrapalhar Amélia em seu trabalho.
Ao meio dia, Rugge subiu para almoçar com as meninas, Karol ja havia pedido delivery, assim que chegou ela o interfonou. Ao chegar na sala, Rugge ve Lorenza com as mãos sobre a barriga de Karol e as duas rindo sentadas no sofá.
- Aha!! Que ta acontecendo ai?? - pergunta ele.
- O San ta com soluços e é muito engraçadinho sentir Pá! - contou Lorenza.
Rugge foi até elas se sentando do outro lado de Karol e sentiu o bebê.
- Di novo voxê ta cun xoluço... - disse Rugge modulando a voz.
- Aiii tem que esperar mais 3 meses mesmo?? - indaga Lorenza novamente.
- Sim meu amor, o pulmãozinho dele apesar de ja formado só fica pronto pra funcionar no último mês. - explicou Karol.
- Então assim que estiver pronto você vem né San! - afirmou Lorenza para a barriga da mãe.
Karol e Rugge apenas se olharam tendo certeza de que Lorenza queria mesmo muito o irmãozinho.
A quarta e quinta passaram até que tranquilas, Lorenza se adaptou rápido sem as muletas, respeitando seus limites. Rugge falou com a diretora da escola, agendou para na semana seguinte fazerem um teste pra ver se seria víavel que Lorenza retorne para as atividades escolares presencialmente.
Com tudo arrumado, a sexta começou bem organizada e respeitando os horários programados. As 10:00 Carlos os buscaría para irem direto ao aeroporto de Ezeiza para embarcarem rumo a Miami.
O vôo foi tranquilo, Karol ficou um pouco enjoada mais no finalzinho da viagem, mas era esperado. Com checkout concluido, foram se instalar no hotel, era pouco mais de 8 da noite, fazia um calor ameno, após deixarem as malas no quarto, os três desceram até o restaurante do hotel, se juntaram o restante da equipe para jantar, Karol estava tão faminta que pediu quase tudo do cardápio.
Mesmo que ninguém acreditasse ela comeu tudo que pediu, satisfeita, pediu para embalarem o que sobrou para levar e pediu o cardápio das sobremesas, porque Lorenza queria um docinho, foi olhar no cardápio escrito " Torta de Nutella ", que ela ergueu a cabeça olhou ao redor e teve uma lembrança revivida.
- Rugge... foi aquí que nos encontramos daquela vez não foi? - perguntou Karol.
- Que vez amor? - retornou ele.
- De quando nos reencontramos depois que terminou a turnê de despedida... - tentou faze-lo lembrar ela.
- Do que esta falando mami? - perguntou Lorenza.
- De quando eu e o seu pai nos vimos depois de 2 meses longe... - começou Karol.
- A Torta de Nutella - olha o cardápio - foi aquí mesmo amor... - confirmou ele se lembrando.
- Porque não contam a história...- sugeriu Alavarenga percebendo o olhar de curiosidade da maioria a mesa.
- Ruggerito e eu, depois que terminou o ultimo show da turnê de despedida, não nos falamos e nem nos vimos mais, até que eu sentí muita falta dele e resolví ligar...- começou a contar Karol.
- Adoro quando ela me chama de Ruggerito, bom meu irmão atendeu e me passou o telefone, Karolcita e eu conversamos, no dia seguinte eu estava aqui, passamos um tempo juntos pra superar a saudade, mas eu precisava voltar pra Buenos Aires, deixa-la aquele dia foi muito dificil... - emendou Rugge.
- O que eu jamais imaginei foi que logo em seguida do ano novo esse doido - bate na perna dele - fosse montar um casamento surpresa... - seguiu Karol.
- Pá você fez uma festa surpresa pra mamãe pra casar com ela, quer dizer eu sei como foi, mas a parte da surpresa não, foi surpresa mesmo? - perguntou Lorenza.
- Foi sim, o dificil foi conversar com seu tio e sua avó sem que sua mãe soubesse, mas eu organizei cada detalhe do casamento com ajuda deles. - respondeu Rugge.
- E foi lindo... um dos momentos mais lindos ... - disse Karol mergulhada em memórias.
- Bom eis que 5 meses depois eu soube que alguém estava a caminho... - continou Rugge.
- Quem Pá? - indagou Lorenza.
- Ah uma menina muito bagunceirinha... - respondeu ele.
- Eu? - questionou Lorenza.
- Sim, você pequena, e a nossa vida mudou completamente e foi bonito esse caminho todo. - disse Karol.
- Então acho que temos que pedir a torta de nutella pra comemorar! - sugeriu Rugge.
- Concordo plenamente! - endossou Karol.
Mais tarde após o jantar, com Lorenza dormindo, Karol e Rugge estavam abraçados na cama, ele estava com o olhar um tanto parado, parecia estar tendo flashbacks, quando Karol o perguntou baixinho:
- Esta relembrando o que passamos aquí não é?
- Sim... foram muitas coisas, mas eu ainda não consigo superar você andando de um lado pro outro com aquele bendito collant... - respondeu ele.
- Hihihi - ri contidamente - aquele collant ainda existe sabia... - disse Karol.
- Senhor... - exteriorizou - Agora só depois que esse mocinho nascer pra você colocar aquilo de novo. - disse Rugge.
- Ta bom... hihihi, vou colocar ele quando a gente chegar em casa...- brincou Karol.
- To tranquilo... - disse Rugge fechando os olhos.
- Não vai servir... - pensou alto Karol.
- Exatamente... obrigado filho. - agradeceu ao bebê Rugge.
Sábado de manhã após o café, Rugge foi com a equipe no local dos shows pra passar som, ver as entradas e tudo mais, enquanto isso, Karol e Lorenza foram com um carro alugado para os outlets de coisas para bebês.
Karol havia feito uma lista durante o café da manhã das coisas que precisava comprar, mas em cada loja Lorenza não se continha e convencía ela de que mesmo que o ítem não tivesse na lista era preciso compra-lo. Compraram roupinhas, meias, toucas, macacões, cueros e fraldinhas, brinquedinhos, babadores, carrinho, bebê conforto e cadeira de alimentação, tudo combinando, jogo de berço, saíram de cada loja deixando o carro cada vez mais carregado, mas ainda faltavam alguns itens.
- Mami olha essa chupeta termometro. - olha ao lado - Ahhhhhhhhhh!! - exclamou Lorenza.
- Que foi filha?? - questinou a reação da menina Karol.
- Tete do miau! - apontou para uma mamadeira com o mesmo desenho do seu copo de casa especial.
- Ai é mesmo, quer levar pra ele? - pergunta Karol.
- Pode? - retornou Lorenza.
- Sim filha, vamos levar! - disse Karol colocando a mamadeira no carinho.
- Mami... - chama Lorenza.
- Sim pequena? - atende Karol.
- Você esta a muito tempo em pé, precisa sentar um pouco! - respondeu Lorenza sugerindo.
- Seu pai que te orientou não foi? - questionou Karol.
- Sim Má e ele ta certo. - respondeu Lorenza.
- Esta bem, vamos sentar naquele puffs ali. - disse Karol apontando para os móveis mais a frente na loja.
- Você vai sentar e eu vou ver o que mais da lista falta, levo até você pra escolher. - informou Lorenza.
- Ta bom... - ri - Mas não se empolga muito pequena! - pediu Karol.
- É o meu irmãozinho ele merece o melhor! - disse Lorenza se afastando.
Enquanto Karol observava Lorenza andando pela loja pegando alguns itens da lista, seu telefone tocou:
[Ligação]
C: Karol!
K: Oi Mamá!!
C: Onde esta?
K: Fazendo compras pro Santiago com a Lolo...
C: Sim filha, mas onde? Em que cidade?
K: Ah Haha em Miami.
C: Foram todos pra Miami então.
K: Sim Mamá... alias que saudades.
C: Justamente por isso estou ligando, será que na volta vocês não poderiam passar umas horinhas aquí? Queria te ajudar com as coisas pro meu neto também.
K: Vou ver com o Alva sobre as passagens, mas creio que sim! Quería muito!
C: Então venha filha, estamos todos com saudades por aquí!
K: Vou Sim Mamá!
C: E como você esta filha?
K: Estou bem, um pouco cansada, com o humor meio bagunçado mas bem...
C: E o bebê?
K: Fiz exame quarta, ele esta bem, meio adiantado mais bem, mexendo bastante...
C: É como diz o ditado, bebê que se mexe muito na barriga é tranquilo fora.
K: Tomara...
C: E a Lolo? Como esta a perna?
K: Ela esta andando devagarinho, as vezes puxa um pouco a perna, mas esta se recuperando bem e anda bem serelepe. Agora mesmo esta procurando um monte de coisas pro bebê.
C: Ai que bom que esta melhorando! Toda vez que falo com ela, ela se mostra muito animada com esse irmão, portando imagino como ela está feliz por poder estar escolhendo as coisinhas pra ele.
K: Esta bem animada e afoita, comprando tudo que pela frente hehehe.
C: Preciso desligar - fica chateada - Chegou o pessoal da próxima reunião.
K: Quando formos para CDMX quero que me conte tudo como estão as coisas na LPS Mexico.
C: Vou te deixar a par de tudo, fique bem princesa!!
K: Você também, te amo mamá!
C: Te amo abelhinha!!
[Fim da Ligação]Lorenza volta para perto da mãe carregando algumas coisas, ao ver a mãe desligando o telefone logo a pergunta:
- Quem era Má?
- A abuelita pequena. - respondeu Karol.
- Morro de saudades dela... - exteriorizou Lorenza
- Ela também esta sentindo saudades, por isso ligou pedindo para irmos pra lá, antes de voltarmos pra casa... - contou Karol.
- E nós vamos certo mami?? - indagou Lorenza.
- Vou ver com o tio Alva, mas eu acredito que vamos sim. - olha pra o que a menina tem nas mãos - Mas deixa eu ver o que você pegou? - respondeu e quis saber Karol.
Lorenza havia escolhido alguns conjuntos de bodys muito fofos com desenhos de bichinhos de safari, ela justificou:
- O tema do quarto vai ser volta ao mundo com safari... achei pertinente.
- Pertinente? - questionou Karol achando estranho a filha empregar a palavra bem na frase e saber o significado.
- Eu aprendi essa palavra ontem lendo Mobi Dick no avião, achei ela bonita. - explicou Lorenza.
- E você procurou o significado? - seguiu Karol
- Sim, o significado, sinônimos e como usar nas frases. - disse Lorenza orgulhosa de si.
- Rummm, vem aqui! - a puxou a abraçando - Você é incrível pequena!!
- Eu tenho exemplo mami... - disse a menina com tranquilidade e concentrada nos próximos itens da lista.
Karol ficou apenas a observando com o coração cheio de amor e orgulho pela filha e de si mesma por a estar orientando bem.
- Mami vamos comprar as fraldas também? - perguntou Lorenza seguindo a lista.
- Vamos comprar 2 pacotes de cada tamanho por hora... - respondeu Karol começando a se levantar.
- Não Mami - segura a mãe pra que não se levante - deixa que eu pego, só me diz qual, eu pego, fica sentada. - pediu Lorenza.
- Pequena, nós ja temos que pagar por tudo isso e irmos, a lista ja acabou... - começou Karol.
- Tem toda essa parte aqui de baixo! - exclamou Lorenza interrompendo mostrando o papel.
- Sim, e esta com a letra de quem? - perguntou Karol.
- Com a do papai... - respondeu Lorenza.
- O que esta com a letra do papai, é ele que vai comprar filha. - disse Karol.
- Ahh... - fica pensativa - porque?? - indagou a menina.
- Porque foi ele que comprou esses itens quando estávamos esperando você, do seu irmão não vai ser diferente pequena. - contou Karol.
- Entendi... - compreendeu Lorenza.
- Vamos então, pegar as fraldas, pagar e voltar pro hotel... - deixou claro Karol.
- Sim Mami, porque você precisa descansar. - disse Lorenza.
Karol a olhou sorrindo com os lábios contraídos, em alguns momentos Lorenza ficava pior que Rugge em proteção.
Com as compras pagas e embaladas, organizaram o carro, que estava lotado, Lorenza precisou ir na frente e ainda sim foi segurando alguns pacotes, mesmo que estivesse toda feliz de segura-los. Durante o trajeto de volta ao hotel, Karol percebeu que Lorenza não parava de olhar pra ela, não estava olhando para a sua barriga como ultimamente, mas sim para seu rosto, ao parar no sinaleiro, ela retribuiu o olhar a perguntando:
- Porque esta me olhando tanto?
- Porque você é tão linda e eu te amo tanto...
Karol ficou tão amolecida de ternura que quase perdeu a abertura do semáforo.
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Boomerang - 2 temporada
FanficAlguns anos se passaram, Lorenza cresceu, Karol e Rugge seguindo suas carreiras enquanto cuidam da educação e da filha. Muitas surpresas o destino vai trazer e embora eles vão por seus compromissos sempre voltam um para o outro!