A Carta

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Eles seguem com o beijo até ela dizer:
- Hummm - se solta da boca dele - me desculpa.
- Pelo que? - questiona ele.
- Por ter discutido com você, sendo que você estava longe, um assunto que temos que analisar com calma. - responde ela virando de frente pra ele colocando as mãos em seus ombros.
- Você acha que eu fiquei bravo, mas na realidade eu fiquei um pouco sentido, porque tentei falar com você por mensagem e você não respondeu. - disse ele cruzando as mãos atrás da cintura dela.
- Eu não estou conseguindo enviar mensagens, estou com problema nos apps... enfim vou ter que trocar de celular, eu imagino que você ficou... - começou ela.
- Pensei que você não queria falar comigo. - interrompeu ele.
- Jamais, Baloo a gente pode discutir mas eu amo você, você sabe disso. É que eu tava estressada com o projeto novo, as coisas vinham dando errado. - seguiu ela.
- Eu te amo mais! Mas que projeto novo é esse, você não me contou nada? - indagou ele.
- Agora eu posso te contar, eu estava tratando com uma corretora mas ela não estava sendo eficiente as coisas estavam dando pra trás, então liguei pra sua Tia Silvia, ela me ajudou a encontrar uma corretora ótima! - começou a contar Karol.
- A Tia Silvia? - perguntou ele tentando entender onde ela queria chegar.
- Deixa eu terminar de contar! Então a corretora nova, encontrou exatamente o que eu queria em um endereço estratégico, me mandou fotos e vários detalhes, coisa que a anterior não me informava, pedi pra fechar o negócio e ela acabou de me dizer que deu tudo certo, já saiu a papelada o terreno está em nosso nome. - continuou Karol.
- Tá mas o que você quer fazer amor eu não tô entendendo? - retornou Rugge.
- Vamos abrir uma " Lucha por tus Sueños " em Milão Baloo! - exclamou Karol super animada.
- Sério?? - perguntou ele afoito.
- Sim! Nossa terceira unidade a que faltava, Buenos Aires, Cidade do México e agora Milão.
- Uau! Você é - selinho - incrível! Além de boa atriz e cantora, você virou uma incrível empresária! - resumiu ele.
- Aha.- aperta o nariz dele com o indicador - e o que mais? - segue ela.
Ele faz que vai moder o dedo dela e a juntando mais ao seu corpo reponde:
- Boa mãe - selinho - Boa esposa - selinho - enfim uma mulher incrível!
Ela passa os braços contornando o pescoço dele e volta a beija-lo. Ele a retribui, seguem se beijando intensamente, ele coloca as mãos por dentro da camisa dela nas costas a acarinhando dos flancos as costelas, a fazendo ter arrepios, quase não respiram, até que Lorenza grita no corredor:
- Mami, Pá o jantar está pronto!
- Humm - tenta se soltar - temos que ir! - diz Karol.
- Ah não. - diz ele ainda a beijando.
Ela consegue se soltar da boca dele de novo e diz:
- Você sabe que ela vai vir nos buscar não sabe?
- Eu sei - selinho - mas eu tô com - selinho - muita saudade - responde ele.
Ela olha pra ele, mordisca o lábio e diz:
- Continuamos depois, prometo.
- Eu vou cobrar isso! - diz ele.
- Aham! - se solta dele e o puxa pela mão - Vem logo! - disse ela rindo.
Os dois foram direto para a cozinha, Antonella estava tirando algo gratinado do forno, enquanto Lorenza colocava os talheres e os guadanapos sobre os pratos.
- Que cheiro é esse? - perguntou Karol ainda de mãos dadas com Rugge.
- Nona fez rondele com couve flor e molho 4 queijos Má. - respondeu Lorenza se sentando.
- Vejo uma salada bonita ai também! - disse Rugge soltando da mão de Karol e puxando a cadeira para ela sentar.
- Una buona insalata caprese. - informou Antonella se sentando.
Eles jantaram, aproveitando que estavam todos juntos, Karol e Rugge repetiram 2 vezes. De sobremesa Antonella fez um pudim muito saboroso, começaram a come-lo, quando Rugge se levantou, foi até a geladeira, pegou um potinho e retornou a se sentar deixando o potinho ao lado de Karol que o pergunta:
- O que é isso Baloo?
- Eu e a Lolo fomos na sorveteria depois da escola, antes virmos para casa, pedi um igual o que comemos pra viagem, pra você. - respondeu Rugge.
- Morango e chocolate? - retornou ela.
- Sim Mami e com chispas. - respondeu Lorenza rapidamente.
- Nhamiii - reagiu Karol abrindo o potinho vendo o conteúdo e o virando sobre o seu pedaço de pudim.
Rugge riu dela, como gostava de misturar as coisas.
Terminado o jantar, Lorenza ajudou sua avó levando os pratos para a pia, ao passar por Karol ela a disse passando a mão na testa da filha:
- Já pro banho mocinha e deixa essa roupa no cesto de roupa pra lavar, está toda suada.
- E depois cama - complementou Rugge.
Lorenza faz bico e diz:
- Não quero ir dormir agora!
- Depois das 22 é horário de criança estar na cama! - brandou Rugge.
- Mas ainda são 21:20! - questionou Lorenza.
- Até você tomar banho, escovar o dentes e se arrumar pra dormir já vai dar o horário filha. - esclareceu Karol.
- Mmuuu! - bateu o pé Lorenza.
- Não seja teimosa Lolo - disse Rugge em tom de alerta.
- Tá bom... - indo sentido escada comtrariada - sempre tenho que dormir cedo, só queria ficar com eles mais um pouquinho. - disse Lorenza saindo pela porta.
Rugge alcança os talheres pra sua mãe lavar e a pergunta:
- Quer ajuda Mamma?
- Não figlio ja estou terminando.
Rugge volta a se sentar e puxa Karol em seu colo a segurando pelo quadril, ela contorna seus ombros com os braços e o observa, eles ficam de risinhos, Antonella os pergunta:
- Já se resolveram pelo jeito, certo?
- Sim Nella! - responde Karol tentando se esquivar dos beijinhos de Rugge.
Ele logo se recorda do que aconteceu no carro mais cedo e diz:
- Por falar naquele assunto amor, Lolo estava chateada no carro hoje, me disse que não quer mudar de escola agora, porque já tem as amigas, já conhece a escola e a professora do primeiro ano, a disse que iríamos tomar a opinião dela em conta pra tomar a decisão.
- Eu acho que deveriam deixá-la nessa escola até o terceiro ano para então ela mudar de escola, já que essa vai até o quarto ano só, quem sabe ela consegue ir com uma das amigas. - interrompeu Antonella.
- É... acho que vocês têm razão. - começou Karol.
- Amor eu sei que você quer o melhor pra nossa filha, mas as vezes o melhor no momento é deixa -la onde está. - a interrompeu Rugge.
- Está bem, vamos deixar ela na escola Primária. - disse Karol.
- Vamos avaliando Ka, se vermos que ela não está progredindo, mudamos ela pro Colégio San Lorenzo. - disse Rugge lhe dando um beijinho da bochecha.
- Bom eu sei que vocês juntos vão fazer o melhor pra ela. Eu já terminei aqui, vamos subir? - pergunta Antonella.
- Aí sim Nella, preciso de um banho! - exclamou Karol
- Como é? - perguntou Rugge
- Ah Baloo, não vem, você sabe que eu não tenho mais problema com banho. - brandou Karol.
- É verdade. - confirmou ele rindo.
- Eu preciso descansar, então boa noite pra vocês! Não se demorem hein, porque já já Lorenza vai vir atrás de vocês. - disse Antonella saindo da cozinha.
Depois que a mãe de Rugge sai, os dois trocam alguns selinhos, Karol se levanta, puxando Rugge, apagam a luz da cozinha e vão rumo a escada, Karol suspira e diz:
- Preciso mesmo de um banho. - fala baixinho - Afinal tenho uma promessa pra pagar daqui a pouco.
- O que você prometeu a Lolo? - perguntou Rugge subindo a escada ao lado dela.
- Pra ela eu não prometi nada. - disse Karol revirando os olhos, sabendo que ele tinha esquecido.
- Ué então que promessa é essa? - seguiu ele.
- Uma que eu fiz ali no escritório algumas horas atrás, se lembra? - tentou ela.
- No escritório... - se lembrou - AH tá, aquela hummm. - entendeu ele.
Ela o olhou, subiu no degrau superior, mordiscou o lábio, engoliu seco e disse subindo correndo:
- Eu ... Eu vou já, porque ... Porque estou com ... muita ... saudade.
Ela terminou de subir feito um raio, ele sorriu e disse para si mesmo esfregando o rosto:
- Mamacita...
Chegando no quarto ele sabia que ela iria demorar então pegou uma toalha e foi tomar uma ducha rapida no banheiro de hóspedes. Saiu do banho, se enrolou na toalha e retornou ao seu quarto, como ele já sabia ela ainda não havia saido do banho, logo ele se trocou, colocou uma camiseta e a roupa de baixo e foi se sentar na cama em baixo do edredom. Pegou o celular para dar uma olhada nas redes, quando Lorenza entrou no quarto, subiu na cama e se colocou deitada ao lado de seu pai, ficou quietinha por alguns minutos, porque percebeu que ele estava atento ao celular, mas resolveu romper o silêncio.
- Pá! - chamou Lorenza.
- Oi filha. - respondeu Rugge.
- De onde vem o bebês? - perguntou ela como se fosse algo simples.
Rugge olhou pra ela, que o olhava com ar de curiosidade, por um segundo sua mente foi até o banheiro do seu quarto e voltou, ele tentou começar:
- É ...
- Quer dizer eu sei que eles crescem nas barrigas das mamães, mas como que eles chegam lá? - o interrompe Lorenza.
- É então - tenta outra vez - tem a cegonha ... - continua Rugge.
- O que é uma Cegonha? - interrompe outra vez Lorenza.
- É uma ave filha, ela é responsável pelas sementes de bebês... - tenta achar uma explicação convincente.
Por sorte Karol, finalmente sai do banho, já de camisola ela coloca a toalha no secador de toalha e vai rumo ao quarto, vendo Lorenza deitada no meio da cama e olhando pra ela.
- Mami! - exclama Lorenza.
- Filha você tem que ir pra cama, minha pequena. - disse Karol, percebendo Rugge com os olhos arregalados lhe dizendo "me ajuda" com os lábios.
- Eu sei Mami, mas eu não tô com sono e vim só fazer uma pergunta.
- Que pergunt...- começa Karol.
- DE ONDE VEM OS BEBÊS. - diz Rugge meio desesperado.
Karol entende porque ele estava pedindo ajuda, ela ri, vai até a cama se deita ao lado da filha olhando pra ela, iria começar a falar quando Lorenza disse:
- Papai falou das cegonhas que são aves que são responsáveis pelas sementes de bebê, certo papai? - explicou Lorenza.
Rugge balançou a cabeça em acordo, Karol olhou pra ele dando um sorriso com os lábios fechados, vira pra filha e diz:
- Okay! As Cegonhas, então trazem essas sementes para os pais, mas só quando elas querem ou quando se pede, depois o pai coloca a sementinha da barriga da mamãe e o bebê se desenvolve.
- Mas por onde que coloca a semente, pelo umbigo? - continua curiosa Lorenza.
- Cof Cof - pigarreia - Isso filha pelo umbigo, pro bebê crescer existe um cordão que se chama umbilical, que liga o umbigo da mamãe ao umbigo do bebé. - fala Rugge com medo do que a filha possa dizer a seguir.
Lorenza respira fundo, parece estar analisando esses fatos todos, estica os braços cima da cabeça e diz:
- A natureza é meio louca.
Karol tampa a boca com uma das mãos pra conter o riso, mas depois se recorda de algo e diz:
- Lolo, amanhã você tem que escrever sua carta pro Papai Noel, o prazo está acabando, daqui a pouco os duendes vem buscar as cartas, você não pode deixar de enviar a sua.
- Sim! Má, é verdade e eu nem decidi o que eu vou pedir! - exclamou Lorenza.
- Então - se levanta e estende a mão - Vamos pra sua cama, rezar pro ajinho te ajudar a decidir e depois dormir mocinha! - deixou claro Karol.
- Tá bom. - se senta, acalcança a bochecha do pai lhe dando um beijinho - Boa noite Papai! - disse Lorenza indo acompanhar sua mãe.
- Boa Noite princesa, durma bem!
- Eu já volto. - disse Karol bem baixinho para Rugge sendo puxada pela filha.
Rugge colocou o celular na mesinha de cabeceira, junto com os óculos, baixou os travesseiros e se deitou, pensando em como sua filha estava crescendo e começando a fazer perguntas difíceis de responder. Ele se perdeu em seus devaneios, estava quase pegando no sono, quando Karol voltou pro quarto, ela foi pelo lado dele da cama, e ele a perguntou:
- Ela dormiu?
- Custou um pouquinho mais pegou no sono, tudo graças ao senhor coelho! - respondeu Karol.
- O bichinho de pelúcia sempre salva, mas ainda estou processando a pergunta dela, quer dizer, eu sabia que um dia ela iria fazer esse tipo de pergunta, mas não me organizei pra dar uma resposta.
Karol levanta a coberta entrando em baixo se posicionando sobre  ele que nem a percebe direito devido a seus pensamentos.
- Ela ficou convencida com a nossa resposta. - disse Karol apoiando o queixo sobre os braços que estavam cruzados sobre o peito de Rugge.
Rugge a abraçou percebendo onde ela estava, a olhou nos olhos, ela o sorriu e disse:
- Preciso pagar uma promessa.
- Mas a Lolo pode ... começa Rugge, mas é interrompido por um beijo de Karol.
- Relaxa, eu tranquei a porta. - disse ela baixinho ao pé do ouvido dele, voltando a beija-lo em seguida.

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora