Livre Demanda

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No quinto andar, em meio a mais uma entrevista, Rugge começa a suar frio, em sua lombar uma dor pulsada que quase o tirava o ar. Tentava não transparecer que não estava bem, mas ao mesmo tempo queria entender de onde aquilo estava vindo, será que ele não havia tomado água suficiente e seus rins estavam dando sinais, pensava ele durante a tradução de suas respostas para outro idioma.
No terraço, Amélia queria entender tudo que se estava passando.
- Como agora?? - questionou.
- Estou com contrações próximas e muito doloridas, ja não suporto mais
... - respondeu Karol notoriamente alterada.
- Mas o tampão ja saiu?? - insistiu Amélia.
- Há alguns dias... - respondeu ofegante Karol.
- Deus Karol!! - reagiu Amélia.
- Por favor Amélia, preciso do Rugge, preciso ir pro hospital e não consigo contato... - implorou Karol suportando uma contração em seguida.
- Você consegue caminhar?? - perguntou Amélia indo ampara-la.
- Sim... consigo... - respondeu Karol recobrando a respiração.
Amélia a ajudou a chegar no elevador, não deixou de segurar Karol por toda a descida do aparelho, ao chegarem no quinto andar, Amélia deixou Karol apoiada em uma das mesas e foi direto pra sala de reuniões.
Porém Lucas não deixou ela passar.
- Me deixe passar Lucas por favor é uma emergência! - pediu Amélia incisiva.
- Amélia sabe que não pode... - começou Lucas.
- LUCAS POR FAVOR !! - gritou Karol
- O bebê esta a caminho Lucas! - inteirou Amélia.
Sem dizer nada Lucas abriu a porta, Amélia deu de cara com Alvarenga, e lhe disse baixinho:
- Você vai ter que parar isso, estamos em emergência.
- Não da Amélia, impossível, demoramos tempo pra conseguir conectar... - começou Alvarenga em mesmo tom.
- Não quero saber, Karol precisa do Ruggero agora! - interrompeu Amélia.
Rugge percebeu o borborinho, no exato momento que estava acontecendo uma tradução e perguntou:
- Hei o que esta acontecendo??
- Karol, ela precisa de você agora, é o bebê! - interpôs Amélia.
Essa informação chegou como um raio na mente de Rugge que ligou os pontos, ele levantou bruscamente, pediu desculpa, avisou que era uma emergência e contragosto de Alvarenga passou pela porta.
- Ruggero sabe quanto tempo... - começou Alvarenga.
- Minha família em primeiro lugar, lembre-se! - interrompeu, virou para Amélia - Onde ela ta? - perguntou Rugge.
- Venha, ela esta do lado do elevador. - respondeu Amélia o puxando.
Ao contornar o corredor Rugge a viu, em prantos, correu até ela lhe perguntando:
- O que ta acontecendo amor??
- Ele ta vindo... - respondeu Karol.
- Mas falta tempo ainda... - disse Rugge.
- Eu também achei... - começou Karol mas uma dor a invadiu.
Seguida da dor veio uma espécie de tranco e uma porção de água foi pro chão sonoramente. Rugge sabia que era a bolsa que havia rompido, pegou Karol no colo e foi com ela pro elevador com Amélia logo atrás.
- Amélia pega meu celular, abre o app do hospital e aperta o botão de emergência. - pediu Rugge.
Enquanto Amélia pegava o celular no bolso de Rugge e fazia o que ele pediu, Karol o disse:
- As coisas, as malas...
- Estão no carro, alguma coisa me fez coloca-las no carro. - respondeu ele.
- A Lolo ... - começou Karol outra vez.
- Nós vamos busca-la e ficamos com ela, fiquem tranquilos quanto a isso. - disse Amélia.
Ao chegarem no piso garagem, Amélia saiu na frente, Karol segurou firme que Rugge, pois outra contração estava começando, ele a deu um beijinho na testa e pediu a Amélia:
- Abre a porta pra mim...
- Claro! - disse Amélia abrindo a porta.
Rugge esperou a contração passar para então colocar Karol no banco da frente.
- Ta em uma posição confortável? - perguntou ele.
- Sim... - respondeu Karol.
Rugge fechou a porta, combinou algumas coisas com Amélia enquanto dava a volta no veiculo, ele se despediu, abriu a porta, se sentou, de uma última olhada no celular, o colocou no console central, ligou o carro, manobrou, saiu da garagem e foi em direção ao hospital, entrelaçando sua mão a de Karol. Segundos depois que saíram do prédio o celular tocou.

[Ligação]
M: Ruggero?
R: Sim Marta!!!
M: Vocês acionaram o botão de emergência?
R: Sim, Karol esta com contrações e a bolsa estourou faz uns minutos, ela ta com dor...
M: Estão a caminho? Quanto tempo?
R: Estamos, creio que cinco minutos.
M: Okay. Karol você me escuta?
K: Simm... Marta eu tentei... auch...
M: Sim eu acabei de ver você ligou, tudo bem, ja estou agilizando a equipe vamos esperar vocês no estacionamento de cima.
R: Já estamos chegando.
M: Karol siga respirando!

Boomerang - 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora