Sábado amanheceu silencioso, a luz do sol entrava no ambiente pelas frestas das venezianas, provavelmente mais um dia de calor embora faltassem poucos dias para o fim do verão. Karol se esticou na cama ainda de olhos fechados, aproveitando o calor do fofo edredom, respirou fundo, esticou o braço para o lado tateando a cama, mas estava vazia, abriu os olhos devagar, vendo a hora no relógio sobre a estande, passavam das 10:00, se sentou na cama esfregou os olhos e antes que pudesse em sua cabeça lhe dizer bom dia, se lembrou da noite anterior, ficou pensativa, não sabia como encara-lo, mas mesmo assim se levantou, cumpriu seu asseio matinal e desceu. Andou por todo o andar inferior da casa, mas não havia ninguém, saiu pela lavanderia, procurou no jardim, a piscina estava coberta e a edicula fechada, "será que estão no quarto da Lolo" pensava ela voltando a casa. Quando entrou e passou pela cozinha viu um papel preso na geladeira, nele dizia: "Fomos no parque aquático, voltamos no fim da tarde!", ou seja ela passaria o dia sozinha.
- Parece que mereci... - falou em voz alta ela.
Pensou em ir até o escritório adiantar o que tinha ficado pendente, mas ao sentar na cadeira e abrir o notebook, ela perdeu completamente a vontade, chegou a conclusão de que seu marido tinha razão de ter lhe chamado a atenção sobre como ela vinha agindo nos ultimos dias. Ela se sentia estranha, não sentia ser ela mesma, por um momento ela reviveu alguns medos do passado, depois recordou momentos bons, foi então que a saudade de Rugge e de Lorenza bateu e ela caiu no choro compulsivamente.
- O que eu to fazendo de errado e porque? - se questionava ela.
Depois de chorar por um tempo, se acalmou, estava sem fome e se sentido péssima, queria apenas voltar pra cama e de la não sair mais. Saiu do escritório, foi andando pelo corredor, a porta da sala acústica estava aberta, ela entrou acendendo a luz, de imediato deu falta do violão preferido de Rugge, certamente o tinha levado, sua filha adorava vê-lo tocar, ou que ele a ensinasse um acorde novo. As lembranças estavam fazendo com que ela se sentisse emotiva outra vez, resolveu ir pro piso superior seguir com sua vontade. Subindo a escada, sentiu uma pontada daquelas, contundente e forte, chegou a ficar meio tonta, porém não tinha ninguém para ajudá-la, lhe restou enfrentar a dor e subir como podia. Ao chegar no quarto se jogou na cama se cobrindo e se encolhendo, mas no lado de Rugge da cama, ficando ali, na penumbra, sozinha, com dor e chorando eventualmente.
Perto das 18:00, Rugge e Lorenza chegam, fazendo a maior algazarra de tão animados pelo dia no parque aquático.
- Ta bom baguncerinha, mas agora você vai subir e ir direto pro banho, lave o cabelo e depois coloque um pijama quentinho hein, que eu vou fazer uma vera pasta italiana para o jantar. - pediu e contou Rugge.
- Sim Pá! - concordou Lorenza lhe abraçando e indo em direção ao segundo andar da casa.
Ela iria direto para o banho como o pai pediu, mas sentiu falta de sua mãe e resolveu procura-la, olhou na sala de tv, no escritório, mas Karol não estava, ela subiu rumo ao quarto de seus pais, chegando lá, viu sua mãe deitada no lado de seu pai na cama virada para o lado das janelas e encolhida. Lorenza contornou a cama para ver sua mãe de frente, ao ve-la com o rosto inchado e com expressão dor, a fez carinho com muita sutileza para não assusta-la e chamou baixinho:
- Mami...
Karol abriu o olhos que devido ao inchaço estavam meio cerrados, olhou para a filha mas não emitiu som algum, Lorenza seguiu:
- Você ficou o dia todo aqui?
Karol reagiu a pergunta com expressão de choro e lágrimas involuntárias. Lorenza observou o criado mudo de sua mãe e ao notar o detalhe, informou que em breve retornaria e saiu correndo para o andar de baixo falar com seu pai. Ofegante chegou a cozinha contando ao pai de imediato antes que ele dissesse algo:
- Pá, mamãe não esta bem, ela não tocou no chocolate que você deixou no criado mudo dela, esta com o rosto inchado e chorando.
Ao receber a informação, Rugge deu uma olhada ao redor da cozinha com atenção, ao notar, subiu correndo puxando Lorenza atrás dele.
- Vai pro banho Lolo. - disse ele apontando para o quarto da filha.
- Mas e a mamãe? - questionou Lorenza
- Eu vou cuidar dela. Vai filha pro banho já! - disse Rugge um pouco mais rígido.
Lorenza obedeceu entrando em seu quarto e Rugge seguiu caminho a seu quarto. Entrou apressando contornando a cama, se ajoelhou no chão ao lado, viu o estado em que sua esposa estava e a fazendo carinho nos cabelos a perguntou:
- Você não viu a barra de chocolate ao lado da cabeceira?
Karol o respondeu com olhar de estranheza.
- Pelo jeito não, só não me diga que você não comeu nada e não saiu daqui o dia todo? - indagou ele preocupado.
Ela confirmou com a cabeça.
Rugge esfregou o rosto e contou:
- Amor - respira fundo - a uma semana eu ganhei esses ingressos pro parque, a Lolo queria muito ir, eu tentei te falar várias vezes, mas ... enfim. Como você estava com o seu sono todo atrasado resolvi deixar você dormir pra se recuperar, o problema - respira fundo outra vez - é que você não viu o chocolate e o bilhete em baixo dele que explicava isso.
Karol apenas piscou e deu uma soluçada leve.
Ele leu os olhos dela e disse:
- Você não comeu né, não saiu daqui, achou que eu tinha te deixado devido a discussão de ontem.
Ela apenas confirmou com a cabeça novamente.
- Eu vou descer fazer algo para jantarmos e vou trazer pra você comer. - avisou ele desnorteado se levantando.
Karol não esboçou nenhuma reação, apenas o observou saindo do quarto, ela sentiu que ele realmente estava preocupado. Com certo desconforto se sentou na cama, limpou os olhos, passou as mãos pelo rosto e olhou para a mesinha da cabeceira de seu lado da cama constatando que havia mesmo uma barra de chocolate sobre o móvel que ela não tinha percebido. Com cuidado para não se provocar mais dor, ela se esticou, pegou a barra de chocolate vendo que abaixo tinha um bilhete como ele havia dito que dizia:
" Ka, eu ganhei ingressos para o parque aquático, tentei te falar isso durante a semana, mas ganhei somente 2 e a Lolo está querendo ir a um tempo você sabe, então vamos nós dois. Como você não dormiu direito essa semana, e não, não quero conversar sobre isso no final de semana de trabalho falamos na empresa, achei melhor deixar você dormindo para recuperar o sono. Voltamos no fim da tarde, aproveite seu dia. Te amo seu Baloo. P.S. Aproveite o chocolate."
Karol pousou a mão com o bilhete sobre as pernas, chateada consigo mesma por não tê-lo visto, encostou a cabeça na cabeceira pensando em que ele havia se preocupado em deixar um aviso, "mas porque não me acordou pra contar, eu teria voltado a dormir depois...", pensava ela.
Alguns minutos mais tarde Rugge voltou com um prato na mão.
- Se sentou que bom! - exclamou ele dando a volta na cama.
Rugge se sentou na beira da cama, a olhando, ela o retribuia o olhar, mas segurava o choro que parecia forçar pra sair.
- Fiz macarrão ao molho bolonhesa que eu sei que você gosta - pega uma garfada e leva a boca dela - prova um pouquinho vai. - pediu ele tentando faze-la comer.
Ela não abriu a boca, tentava conter o choro a todo custo, porém sua expressão ja denunciava que em pouco tempo ele chegaria desenbocando olhos abaixo.
- Ka... - suspirou ele vendo que ela iria chorar.
Ele colocou o garfo de volta no prato e assim que o pousou na cama, Karol tomou um impulso o abraçando forte e chorando, lhe pedindo em seguida em meio ao choro:
- Por favor, não me deixe mais sozinha ... - soluça - ... não depois de termos discutido...
- Nunca mais... - respondeu ele se sentindo péssimo.
Abraçada a ele, ela foi se acalmando.
- Me desculpe por ter esquecido o que era importante... - disse ela.
Ele não retornou, apenas seguiu lhe fazendo carinhos circulares nas costas. Por fim ela acabou o soltando do abraço, mas ficou testa a testa com ele que lhe disse suavemente:
- Me desculpe, eu deveria ter te acordado e ter te dito onde iriamos e não ter deixado um simples bilhete. Mas amor, eu ... eu não tive coragem de falar depois que discutimos... eu poderia ter reagido de outra forma...
- Talvez eu não tivesse te dado atenção se não tivesse sido daquele jeito. - rebateu ela.
Ele respirou sonoramente e seguiu:
- Você precisa comer... quer que eu faça um suco?
- Não precisa - se distanciou dele o olhando - tem água na moringa. - respondeu ela apontando o objeto sobre a mesinha.
Ele concordou com a cabeça, pegou o prato e colocou sobre a pernas dela, pra que enfim comesse, pediu licença e foi até o closet, Karol ficou comendo ainda sentada na cama até que Lorenza apareceu:
- Esta melhor mami? - perguntou ela ao ver a mãe.
- Sim pequena. - nota o cabelo molhado da menina - Filha não pode ficar com o cabelo molhado. - respondeu e alertou Karol.
- Eu não achei a touca de urso que seca mami. - explicou Lorenza.
- Deve estar pendurada no secador de toalha daqui filha. - disse Karol.
- Eu vou ver - avisou Lorenza.
Assim que a menina começou a andar ouviu-se um som alto, estrondoso de vidro quebrando vindo do closet. Karol deixou a prato de lado e saiu da cama em um salto correndo até lá com Lorenza aos seus calcanhares.
No closet estava Rugge chorando ao lado do espelho quebrado, com uma das mãos com ferimentos superficiais.
- Rugge o que aconteceu? - perguntou Karol um pouco assustada com Lorenza agarrada a ela olhando para o pai.
- Eu quebrei o espelho pra estravazar minha raiva, eu mando colocar outro amanhã. - respondeu Rugge tentando controlar a própria respiração.
- Raiva de que?? - retornou Karol com medo da resposta.
- Raiva de mim, DE MIM...- gritou - por ter te feito chorar por minha causa, sendo que jurei a mim mesmo que nunca mais daria motivos para isso. - respondeu ele trêmulo.
Karol soltou Lorenza e foi até ele o abraçando, que encaixou seu rosto entre o ombro e pescoço dela lhe pedindo desculpas repetidas vezes.
Lorenza subiu no puff redondo ao centro do espaço, contou até dez e chamou a atenção de seus pais:
- Olhem pra mim!!
Karol soltou um lado de Rugge para juntos olharem para a filha que seguiu, após ter a atenção deles:
- Vocês se amam, muito, muito, muito mesmo, vocês pensam igual porque ambos me disseram que é normal discutir, okay, mas reagirem assim não é certo, eu posso chorar e fazer drama porque sou criança, vocês não. - olha pro pai - Papai a mamãe ta fazendo a obra por vocês, pra lembra-los dessa conexão Italia, México e Argentina que os liga. - olha pra mãe - Mami o papai chamou sua atenção porque nós dois estavamos sentindo sua falta. Pronto!! Agora podemos descer e jantar sem tanto choro? Porque daqui a pouco vai ficar tudo alagado aqui como no desenho da Alice.
- Sabe que ela tem razão não é? - perguntou Rugge baixinho.
- Você esta certa filha, - olha para o marido - vamos deixar isso pra trás. - lhe confirmou com o olhar, depois voltou a olhar para a filha - E você mocinha trate de pegar a touca do urso no secador de toalha enquanto eu cuido da mão do seu pai para podemos jantar. - delegou Karol.
- Sim Má. - concordou Lorenza pulando do puff e indo ao banheiro.
- Agora deixa eu ver essa mão. - disse Karol levantando a mão de Rugge para ver os machucados.
- Ta tudo bem Ka. - disse ele.
- Foi superficial, ainda sim melhor lavar com água, seque bem, pra eu poder passar a pomada cicatrizante depois. - falou ela.
Após Karol ter cuidado da mão de Rugge que a ajudou a recolher os restos do espelho e Lorenza secar os cabelos, os 3 desceram para jantarem todos juntos, como se nada houvesse acontecido, embora Lorenza contasse muito selerepemente suas aventuras no parque aquático.
Depois do jantar, de verem alguns desenhos afinal era sábado, Karol levou Lolo para dormir, pois ela estava muito sonolenta, enquanto Rugge fechava a casa no térreo, subindo em seguida, tomando banho e arrumando a cama para esperar a esposa.
Com a filha dormindo profundamente, Karol também foi por seu asseio noturno se juntando a Rugge à cama depois.
- Vem cá... - a chamou ele.
Ela sem duvidas se aninhou junto a ele que a envolveu com um dos braços, eles trocaram olhares por breves momentos e antes que ele pudesse dizer algo ela se interpôs:
- Não quero mais falar sobre o que passou, nossa filha tem razão.
- Estou de acordo. Sobre a Lolo, ela é muito esperta Moglito! - disse ele.
- Adoro quando me chama de Moglito. - o olha com atenção mudando de expressão - Você esta um pouco palido. - constatou Karol.
- Deve ser sono. - rebateu Rugge.
Em pouco tempo eles apagaram como quem tira pilha de brinquedo, pegando completamente no sono sendo amparados um pelo outro.
Por volta das 3 da manhã Rugge se solta de Karol bruscamente saindo da cama correndo, ela achou que ele estivesse apenas apurado para fazer xixi, então seguiu meio dormindo. Cerca de 20 minutos mais tarde ela percebeu que ele ainda não havia voltado, seus ouvidos se aguçaram, ao ouvir sons estranhos vindo do banheiro resolver ir ver o que estava acontendo. Ela chegou ao banheiro encontrando Rugge sentando ao lado do vaso sanitario completamente palido e ofegante.
- O que você tem?? - perguntou preocupada se aproximando dele.
- Eu não s... - começou a dizer mas o vomito interrompeu.
- Eu disse que você estava pálido, o que comeu ontem no parque? - questionou ela pegando uma toalha de mão e se ajoelhando na frente dele.
- Eu comi batata chips... - respondeu ele se encostando na parede deixando o rosto inclinado pra cima.
- Batata chips não iria te dar vômito Baloo. - disse ela limpando o rosto dele com a toalha.
Ela escutou um som subindo dentro dele, em segundos ele só teve tempo de desviar dela e por pra fora mais um tanto de comida no vaso.
- Meus Deus Rugge comemos sushi na quinta. - ficou assustada Karol.
- Eu juro - respira - que eu não sei... como que não senti nada antes. - disse ele.
- Eu vou buscar água gelada pra você pra ver se passa. - avisou Karol se levantando e saindo.
Ele vomitou mais duas vezes enquanto ela não voltava, se encostou novamente na parede para ver se a sensação ruim passava. Karol voltou com um copo de água e outro de gelo, se sentou a frente dele que começou a dizer:
- Amor... eu...
- Shuuu ... toma a água, vai ajudar, poupe energia. - pediu ela lhe interrompendo.
Ele tomou a água de golinhos, ela o incentivou a deixar o gelo derreter no fundo da garganta, aos poucos ele foi recobrando a cor e a respiração foi ficando mais pausada e tranquila.
- Esta um pouco melhor? - perguntou Karol.
Ele assentiu com a cabeça em resposta.
- Consegue ficar de pé pra voltar pra cama? - seguiu ela.
- Consigo, só acho que não vou conseguir deitar. - respondeu ele.
- Eu arrumo os travesseiros pra você ficar inclinado. - o tranquilizou ela.
Com Karol como apoio, Rugge se levantou devagar, foi amparado por ela ate a cama, ela arrumou os travesseiros e o acomodou bem, o ajudou a se cobrir, se deitou ao lado dele, o fez cafuné e lhe deu alguns beijinhos na bochecha enquanto ele segurava firme uma das mãos dela. Domingo passaram juntos deixando o trabalho completamente de lado, embora Karol contou que deu falta de um violão na sala acústica, mas Rugge logo a esclareceu que o instrumento estava na empresa. Mais a noite depois de Lorenza dormir, Rugge teve mais um episodio de vomito durou pouco, mas ele seguia meio palido meio verde, Karol o monitorou por toda a noite.
Na manhã de segunda ele parecia melhor, cumpriram com a rotina matinal, deixaram Lorenza na escola e foram rumo a empresa com Karol dirigindo por precaução.
Na KSP, Karol deixou Rugge em seu andar de trabalho advertindo Alvarenga e Juan sobre o que havia passado de madrugada e que se caso ele passasse mal que a chamassem. Dali ela seguiu para o ultimo andar para começar a cumprir a agenda do dia.
A manhã repleta de afazeres passou rapido, antes de sairem pro almoço Karol deu uma avaliada breve em Rugge que parecia estar bem, no entanto ela sugeriu que eles comessem algo mais leve e saudável para que ele pudesse se fortificar e melhorar mais rapidamente sem recaídas.
De volta a empresa Karol subiu para seu andar estando tranquila porque Rugge parecia que nada tinha tido, que foram fatos isolados e nada mais. Ela seguiu trabalhando em suas planilhas juntamente com Amélia em sua sala, ajustando os horários novos da LPS Argentina. Perto das 17:00 Juan interfona no andar de Karol, Amélia antende sendo bem objetiva em suas respostas, desliga o monofone e avisa a Karol:
- Ka, Juan disse que faz 30 minutos que Rugge esta mal, vomitando e que esta pedindo por você.
- Outra vez! - exteriorizou Karol se levantando e indo o mais rapido possível para o elevador.
No quinto andar Karol se depara com Rugge sentado no chão encostado no sofá com um balde de lixo a sua frente, suando frio sendo monitorado e amparado por Alvarenga e Juan, além dos músicos muito preocupados ao redor, Alvarenga ao vê-la lhe informa:
- Karol ele esta com febre.
- Porque não me chamaram antes? - Brandou ela se ajoelhando sentindo a temperatura do marido.
- Achamos que fosse passar e ele não queria preocupar você. - respondeu Alvarenga.
- Ka... - chamou Rugge baixinho.
- Vou te levar pro hospital Rugge. - informou Karol.
- Não... - disse ele ofegante.
- Tem alguma coisa errada Rugge, nós vamos sim. - deixou claro Karol.
Com ajuda de Alvarenga, Juan e Carlos, Karol desceu com Rugge até a garagem, os rapazes o acomodaram no banco do passageiro enquanto Karol se sentava e colocava o cinto. Antes que ela partisse Alvarenga lhe relembrou que qualquer coisa o ligasse, Karol os agradeceu e lhes disse que assim que tivesse noticias os avisaría. Da empresa foi direto ao Santa Amelia, o hospital mais próximo e que ela conhecia muito bem.
No hospital, Karol deixou Rugge no carro e foi até a recepção informar o que estava acontecendo e preencher o formulário, enquanto o fazia encontrou a dra Marta pediatra de Lorenza e sua antiga obstetra:
- Karol quanto tempo! - disse Marta a cumprimentando.
- Oi Marta, sim faz um tempinho. - retribuiu Karol.
- Mas o que te trás aqui? Algum problema com a Lolo? - perguntou Marta.
- Não, meu marido esta vomitando e passando mal desde a madrugada de sábado, esta no carro. - respondeu Karol um pouco afoita.
- Humm - vira para a recepcionista - O Paulo não chegou ainda e o Jacarta saiu a meia hora... deixa que eu atendo por momento. - vira para a uma infermeira, Rosa pede aos meninos pra levarem uma maca pro estacionamento. - agilizou Marta.
Em minutos Rugge estava acomodado na maca entrando no hospital, Marta era apenas a chefe da área obstetrícia do hospital, mas sempre era muito agil para qualquer atedimento.
Karol acompanhou Rugge até a porta do setor de exames, ali ela se despediu dele lhe dando um beijinho na testa, com Marta lhe informando:
- Vamos fazer alguns exames previos Karol, sugiro que você fique na sala de espera aguardando, assim que tiver noticias te aviso.
- Esta bem, cuide dele pra mim, por favor. - pediu Karol.
- Esta em boas mãos, fique tranquila. - concluiu Marta.
A dra e os enfermeiros atravessaram a porta levando Rugge e Karol foi se sentar na sala de espera como sugerido.
Ela estava nervosa, suas pernas balançavam sem controle e ela mexia no celular sem rumo apenas tentando passar o tempo, haviam passado 30 longos minutos e ninguém tinha vindo lhe dar um parecer. 10 minutos mais tarde Marta saiu pela porta indo até ela, que se levantou preocupada só de ver a expressão no rosto da medica.
- O que ele tem Marta? - perguntou Karol de cara.
- Ainda não sabemos Karol, o dr Paulo ja chegou, vão fazer uma laparoscopia em seu marido daqui alguns minutos, pois todos os outros exames foram inconclusivos e ele continua tendo muita atividade muscular estomacal fora do padrão, certamente ele terá que passar a noite aqui em observação, vou pedir pra que organizem um quarto pra você poder ficar com ele, assim que souber qual venho te informar, no mais minha querida você precisa aguardar esta bem. - respondeu Marta.
- Esta bem. - concordou Karol.
Marta seguiu com seu itinerário e Karol se pôs a ligar para Alvarenga para lhe passar as informações que tinha e para pedir para que alguém pudesse buscar Lorenza na escola e leva-la até o hospital pois teriam que passar a noite por la.
Mais tarde Marta a encontrou outra vez:
- Karol ele ja fez o exame, não foi encontrado nenhum motivo plausivel para o vomito, a febre é decorrência, o motivo mais provável é que ele ingeriu algum alimento que não foi bem recebido pelo organismo mas que ele ja pôs pra fora. No momento ele ainda esta sedado, mas esta no quarto tomando as medicações de estabilização. Como eu havia lhe informado antes, ele terá que permanecer em observação pelo menos por essa noite, a parte boa é que você ja pode ficar com ele. Ele esta no quarto 61 B no final desse corredor.
- Tudo bem, obrigado Marta. - entendeu e agradeceu Karol.
Ela foi até o quarto indicado, mandando mensagem a Alvarenga que estava a caminho com Lorenza, para avisa-lo em que quarto estaria.
Chegando a frente do 61 B ela abriu a porta devagar, entrando o vendo um pouco aparelhado, um enfermeiro lhe ministrava um adtivo ao soro, ela caminhou até a maca segurando a mão de Rugge que estava um pouco quentinha além do normal.
- Ele deve acordar mais tarde. - informou o enfermeiro saindo em seguida.
Mil pensamentos invadiram a cabeça de Karol, enquanto ela o olhava minusiosamente na expectativa de que ele acordasse.
Seu turbilhão de pensamentos foram interrompidos por sua filha entrando correndo no quarto e chamando em alto e bom som:
- Mami!!
- Shhiii, fale baixinho filha - alertou Karol.
- Desculpe. - pediu abraçando a mãe - O que o papai tem? - perguntou Lorenza.
- Alguma coisa que ele comeu não fez muito bem. - foi direta Karol.
- Ele ta dormindo? - retornou Lorenza.
- Não filha, ele esta sedado por causa de um exame, mas logo ele acorda não se preocupe. - respondeu Karol tentando afimar também para si mesma.
As horas foram passando e Rugge permanecia apagado, com muito custo Karol convenceu Lorenza a comer a comida do hospital que não parecia muito convidativa, depois a fez dormir no sofá, enquanto ela ficou sentada em uma poltrona ao lado cochilando em alerta.
Perto das 23:00 Rugge começou a se mexer, a chamar por Karol, que saiu da cadeira de imediato ao ouvir seu nome sendo pronunciado por aquela voz um pouco rouca a solicitando.
- Oi eu to aqui. - atendeu ela segurando na mão dele novamente.
- Onde eu to? - perguntou ele tentando abrir totalmente os olhos.
- No hospital Baloo, você passou mal de novo na empresa. - respondeu ela.
- Hunf ... - respirou fundo - meu estomago doi. - disse ele.
- Fizeram muitos exames pra saber o porque do vômito, mas parece que você ja vomitou o motivo e agora esta tudo bem. - explicou ela.
- Posso te pedir uma coisa? - perguntou ele.
- Claro amor. - respondeu ela.
- Preciso de um beijo. - disse ele.
Ela fez bico, meio rindo, mas lhe concedeu o pedido, lhe dizendo em seguida:
- Sua sorte é que a Lolo esta dormindo.
- Ela esta aqui? - questionou ele.
- Esta sim, ali no sofá. - respondeu Karol apontando o móvel.
Ele ergueu a cabeça de leve e a virou para ver a filha dormindo no sofá, retornando a esposa:
- Ela ta bem?
- Esta sim, ficou preocupada com você, não queria comer, mas está bem. - contou Karol.
- Ela não querendo comida é novidade. - disse ele.
- É que o visual da comida não estava muito convidativo, mas estava gostoso e no fim ela comeu tudo. - disse Karol.
- Quanto tempo tenho que ficar aqui? - perguntou ele se ajeitando na cama.
- Você esta em observação, o medico disse que você teria que passar a noite aqui. - respondeu ela.
- Pelo menos me sinto mais tranquilo com vocês aqui, mas espero poder ir pra casa logo. - exteriorizou ele.
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Boomerang - 2 temporada
FanfictionAlguns anos se passaram, Lorenza cresceu, Karol e Rugge seguindo suas carreiras enquanto cuidam da educação e da filha. Muitas surpresas o destino vai trazer e embora eles vão por seus compromissos sempre voltam um para o outro!